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IRB Brasil reforça liderança no resseguro local

Resseguro: O IRB Brasil Re reforçou sua liderança no mercado de resseguro locais em 2016. Isso ao mesmo tempo em que metade das resseguradoras locais em atuação no país viu seu volume de prêmios cair no mesmo ano.

Contudo, o setor também mostrou forte redução da sinistralidade. Da mesma forma, a rentabilidade melhorou na comparação com 2015.

É o que mostra relatório preliminar da resseguradora Terra Brasis . O relatório aponta a performance do mercado de resseguros no Brasil no ano passado.

Segundo os cálculos da empresa, o IRB Brasil chegou ao final de 2016 com 55,2% do mercado. O que significa quase R$ 4,2 bilhões em prêmios. Isso pós obter crescimento de 12%. Em 2015, a parcela da empresa era de 50,9%.

A segunda maior empresa do mercado em 2016 foi a Zurich Re. Teve 6,7% do total de prêmios emitidos. Seguida pela Munich Re, com 5,8%. E a Austral, com 5,3%. A Zurich e Austral tiveram queda no volume de prêmios (-19% e -14%, respectivamente), enquanto que a Munich apresentou crescimento de 15%.

A empresa que teve o maior crescimento no volume de prêmios emitidos em 2016 foi a AXA, com 116%, ainda que o total, de R$ 142 milhões, represente menos de 2% do mercado. Mapfre (56% de aumento, chegando um market share de 3,2%) e Markel (51% e 0,5%) também apresentaram fortes ritmos de crescimento.

Já a AIG (-42%), ACE (-31%) e Allianz (-30%) reportaram as maiores reduções de prêmios emitidos em 2016. No total, 8 das 16 resseguradoras locais tiveram queda nos prêmios emitidos.

Sinistralidade em queda

Outro resultado destacado do relatório é uma notável queda nos níveis de sinistralidade do setor. O índice de sinistralidade bruta fechou o ano em 66%, contra 98% no final de 2015. Se o IRB Brasil Re é excluído do cálculo, o índice caiu pela metade em um ano (de 142% para 71%).

A queda da sinistralidade ajudou a reduzir os índices combinados, de 101% para 96%, e mercado de resseguros fechou o ano com um lucro global de R$1,140 bilhão, contra R$ 943 milhões em 2015, ou um aumento de 20,9%.

Resseguro

A maior parte do lucro (R$ 849 milhões) foi contabilizada pelo IRB Brasil, enquanto que as outras resseguradoras locais totalizaram R$ 291 milhões. O lucro aumentou 11,1% no IRB Brasil e quase 62% entre as demais resseguradoras locais.

Os dados mostram uma melhor rentabilidade do mercado como um todo. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do setor chegou a 16,4% em 2016, contra 14,7% no ano anterior. No IRB Brasil, o ROE foi de 24,1%, enquanto nas outras empresas do ramo passou de 5,5% para 8%.

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Resseguro tem reversão de expectativa: volume e lucro caem

Rodrigo Botti, diretor-geral da Terra Brasis
Rodrigo Botti, diretor-geral da Terra Brasis.

O volume de resseguros e o lucro das resseguradoras locais caíram no Brasil, aponta o mais recente relatório do mercado elaborado pela Terra Brasis, relativo ao terceiro trimestre de 2016.

No acumulado de 12 meses terminados em setembro passado o resseguro bruto de comissão somou R$ 9,83 bilhões, contra R$ 9,85 bilhões do mesmo período em 2015 — uma queda de 0,2%.

O desempenho foi especialmente prejudicado por resultados ruins em agosto e setembro, mas na análise da resseguradora ainda é cedo para dizer se isso é uma tendência ou um “desvio momentâneo”.

O estudo nota que períodos de decréscimo como o registrado são pouco comuns — o último ocorrera em 2013.

Além disso, houve uma reversão de expectativas. No relatório anterior, pegando dados até junho/16, A Terra Brasis acreditava que a queda no ritmo de crescimento havia se estabilizado e via “os primeiros sinais de recuperação”.

“Esta expectativa foi frustrada”, afirma Rodrigo Botti, diretor-geral da resseguradora, na introdução do documento. “É precipitado extrapolar baseado em apenas dois meses de dados, entretanto será importante observarmos a evolução deste volume [de resseguros] nos próximos meses.”

A expectativa de Botti que se realizou foi a de que o ano (2016) seria desafiador para as resseguradoras locais. O lucro caiu de R$ 696 milhões para R$ 663 milhões em 12 meses em relação ao ano anterior.

“O alto nível de sinistralidade do mercado brasileiro permanece, tanto impulsionado pela liquidez mundial, que comprime taxas de resseguro ao redor do globo, quanto pela competição por market share no mercado brasileiro, ainda tido como um mercado de grande potencial no médio prazo”, analisa Botti.

Para ele, o destaque positivo do relatório foi o desempenho dos prêmios retidos pelas locais, tanto os com origem no Brasil quanto os vindo do exterior. Eles cresceram 15,1% em 12 meses, para R$ 5,46 bilhões.

O volume total de resseguro proveniente de cedentes brasileiras somou R$ 7,6 bilhões, um aumento de 8,8% sobre o mesmo período de 2015; os provenientes de cedentes estrangeiras somaram R$ 1,3 bilhão, alta de 37,3%.

No período, o mercado local deteve 77,4% do volume de prêmios de cedentes brasileiras, com alta em relação aos 71% no período anterior.

Seguros

Sobre o mercado de seguros gerais, o estudo da Terra Brasis mostra que o crescimento nos 12 meses terminados em setembro/16 foi o menor registrado pelo setor desde pelo menos 2007.

No período, foram gerados R$ 87,2 bilhões de prêmios de seguros — alta de 0,8% em relação a 2015, ano em que o crescimento acumulado havia sido de 4,7% sobre o mesmo período de 2014.

A sinistralidade subiu para 50%, contra 48,5% no mesmo período anterior.




Resseguro segue pró-comprador, mas preços caem menos

As quedas dos preços de resseguro se desaceleraram nas renovações de contrato de janeiro, mas o mercado global continua sendo favorável aos compradores, de acordo com duas grandes corretoras de resseguro.

Em relatório divulgado no primeiro dia do ano, a Willis Re observou que as esperanças das resseguradoras de que os preços iriam se estabilizar em 2016 foram mais uma vez frustradas, apesar de que as perdas catastróficas foram 50% superiores às de 2015.

Com isso, as empresas do setor lograram fechar mais um ano de resultados positivos que, aliados a um persistente excesso de capital, têm possibilitado às resseguradoras acomodar as exigências de preços mais baixos por parte de seus clientes.

Mas a Willis Re afirma que as complicadas condições do mercado indicam que, em 2017, as resseguradoras podem demonstrar menor flexibilidade em preços e condições do que em anos anteriores.

De acordo com sua rival JLT Re, os sinais de moderação no ritmo de queda dos preços se tornaram mais amplos nas renovações dos contratos vencidos em 1º de janeiro.

Na média global, a JLT Re estima que os preços dos contratos de resseguros patrimoniais (property) variaram -5,7% nas mais recentes renovações, comparado com -8,2% nas de janeiro de 2016, -11% em 2015 e -12% em 2014.

Os segmentos de resseguro specialty tiveram quedas mais acentuadas. Já as linhas de responsabilidade e seguro saúde apresentaram estabilidade ou quedas moderadas de preço, segundo a JLT Re.

“A tendência de moderação em 1º de janeiro de 2017 está relacionada aos preços historicamente baixos praticados hoje”, disse David Flandro, chefe global de pesquisas da JLT RE. “Os preços de [resseguro] catástrófico patrimonial estão agora 33% mais baixos do que em 2013.”

Variações regionais

Há diferenças notáveis, porém, dependendo da região onde os contratos são firmados. Nos Estados Unidos, as quedas de preços estão sendo inferiores a 10%, enquanto que na Europa e outras partes do mundo elas continuam atingindo um ritmo de dois dígitos.

Segundo a Willis Re, uma região onde as pressões baixistas continuam muito presentes é a América Latina, especialmente nos mercados não-catastróficos como o Brasil e a Argentina.

Nem mesmo o terremoto que devastou parte do Equador em abril do ano passado foi capaz de ter um impacto nos preços dos resseguros na região, afirma a corretora.

A empresa calcula que os contratos patrimoniais sem exposição catastrófica e sem perdas significativas obtiveram reduções entre 5% e 15% nas renovações de janeiro na região. Quando há exposição catastrófica, as reduções ficaram entre 5% e 12,5%.

Na Europa, há mostras de que o mercado brando pode estar chegando aos seus estágios finais, enquanto que nos Estados Unidos a moderação das quedas de preços é evidente, na comparação com 2016.

Contexto diferente

A Willis Re nota que as condições de mercado estão forçando as seguradoras a adaptar seus negócios a fim de garantir a rentabilidade em tempos de preços em queda.

As grandes resseguradoras, por exemplo, estão adotando modelos de negócios cada vez mais focados nas características específicas de seus clientes.

O mercado também está tendo que se adaptar a mudanças que estão ocorrendo no mercado primário, como a emergência das chamadas Insurtechs e outras companhias inovadoras que estão implementando novas maneiras de distribuir e precificar as coberturas de seguro.

Por outro lado, a JLT Re notou que 2016 foi o primeiro ano, desde 2008, em que o volume de capital disponível não aumentou de forma expressiva, comparado com o ano anterior.

Ainda assim, o mercado continua sofrendo com uma abundância de capital. A corretora estima que há US$ 320 bilhões alocados para a indústria de resseguro, enquanto que os prêmios do setor chegam a US$ 255 bilhões.

A empresa observa que, enquanto houver tanto capital disponível, será difícil que a tendência de preços mude de forma significativa. Por esse motivo, é preciso estar atento à evolução das taxas de juros nos mercados desenvolvidos.

Um aumento consistente das taxas de juros na Europa e nos Estados Unidos – onde elas já começaram a subir – poderia mudar as estratégias de alocação de capital dos investidores, que poderiam optar assim por retirar algo de dinheiro do mercado ressegurador.




Para regulador e agência, mercado segue difícil para resseguro em 2017

O ano de 2017 deve continuar trazendo sérios desafios ao mercado ressegurador global, colocando em risco a lucratividade das empresas do setor, alertam uma agência de avaliação e o supervisor do mercado de seguros europeu.

A AM Best divulgou nota afirmando que, devido à contínua queda de preços e aos parcos resultados obtidos por investimentos financeiros, o setor vai depender de condições favoráveis para obter até mesmo resultados exíguos no ano que vem. As condições necessárias incluem mais um ano período de baixas perdas catastróficas e estabilidade financeira global.

Já a EIOPA, que regula o mercado segurador da União Europeia, prevê em seu Relatório de Estabilidade Financeira que os preços dos prêmios vão continuar caindo ao mesmo tempo em que as resseguradoras terão que seguir ampliando os serviços e melhorando as condições oferecidas para seus clientes.

Para completar, elementos que adicionam incertezas ao cenário macroeconômico, como as medidas econômicas do governo de Donald Trump nos Estados Unidos e as negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia, tornam o cenário para o setor ainda mais perigoso, diz a AM Best.

Uma conjunção de fatores que pode representar uma boa notícia no curto prazo para os compradores de seguro, mas que, no longo prazo, pode ter efeitos bastante negativos para o setor.

Afinal, como vêm alertando vários observadores, as resseguradoras têm conseguido garantir retornos aos acionistas por meio de mecanismos como a liberação de reservas de capital (ver gráfico acima), o que vem sendo possível porque as perdas catastróficas têm sido excepcionalmente baixas nos últimos anos.

“A realidade da presente situação é que, em algum momento, vai acontecer uma catástrofe de grande porte, e a máscara de reservas redundantes terá que ser eventualmente removida para revelar as verdadeiras ramificações das condições do mercado”, alerta a AM Best. “Se a história serve como guia, isso pode ser mais nefasto do que alguns acreditam.”

Perspectiva negativa

Em sua nota, a AM Best reafirmou a perspectiva negativa para o setor ressegurador, uma avaliação que já vem sendo aplicada há algum tempo.

A agência afirma que, no momento, as empresas que recebem sua avaliação de crédito apresentam reservas de capital adequadas para enfrentar cenários de estresse. A preocupação, porém, está no que pode acontecer com o setor no futuro.

Entre os fatores que estão motivando a visão negativa se incluem o persistente mercado brando, as baixas taxas de retorno das aplicações financeiras e um fluxo insustentável de capital para a formação de reservas.

Além disso, também coloca pressão sobre o setor a abundância do chamado “capital de convergência”, ou seja, dinheiro que se dirige a instrumentos alternativos de transferência de risco no mercado de capitais. A agência estima que 20% da capacidade do resseguro global hoje seja representado por este tipo de investimentos.

Solvência

Já a EIOPA observa que o setor também enfrenta uma queda de demanda devido à adaptação das estratégias de gestão de capital das seguradoras às condições do mercado.

O supervisor europeu diz que as seguradoras estão pondo mais foco na gestão de risco, e, como resultado, têm aumentado seus níveis de retenção.

Com isso tudo, a EIOPA espera que a rentabilidade das resseguradoras continue se deteriorando.

Ainda assim, graças à abundância de capital que há hoje no mercado, a instituição calcula que o setor possui solvência suficiente para enfrentar uma catástrofe do tipo que acontece uma vez em cada 100 a 250 anos. A EIOPA estima que o volume de capital tradicional tenha chegado a US$ 510 bilhões neste ano, um aumento de 3% em relação a 2015.

Mesmo um evento como o furacão Katrina, que causou perdas seguradas de US$ 62,2 bilhões em 2005, seria insuficiente para mudar a dinâmica atual dos preços de resseguro, avalia a EIOPA.




BTG Pactual vende resseguradora das Bermudas à Argo Global

Foto: Reprodução
Foto: Divulgação

O BTG Pactual vendeu sua participação na Ariel Re, sediada nas Bermudas – pouco mais de dois anos depois de ter adquirido a empresa.

A totalidade do controle da empresa, que também pertencia a um fundo soberano de Abu Dabi, foi comprado pelo grupo Argo, também sediado nas Bermudas, por US$ 235 milhões em dinheiro vivo.

A operação está sujeita à aprovação das autoridades competentes, mas, segundo a Argo, deve ser completada no primeiro trimestre de 2017.

A Argo afirmou que as linhas servidas pela Ariel Re irão complementar suas próprias operações. O grupo resultante terá 88% de seus negócios na área de seguros, e 12%, nos resseguros.

A Ariel Re, que foi fundada há dez anos, trabalha nas áreas de resseguros marítimos, de energia, de aviação, de terrorismo e outras linhas patrimoniais especiais.

Já a operação de seguros foca em empresas de grande porte, especificamente que fazem parte do ranking das 1000 maiores empresas da reviste Fortune, e sua principal especialidade são os seguros de engenharia.

A empresa que provê coberturas partir do mercado de Londres, por meio do sindicato Lloyd’s, e seu principal mercado são os Estados Unidos, ainda que a empresa afirme tomar riscos em vários países.

Já a Argo é um grupo com presença internacional no mercado de seguro para empresas, incluindo o Brasil.

Liquidação

A Ariel Re fora adquirida em sua totalidade pelo BTG Pactual em julho de 2014. Antes, pertencia à Global Atlantic, um grupo segurador das Bermudas.

A princípio, o banco anunciou que estava fazendo a aquisição de forma independente. Um mês depois, porém, revelou que o fundo soberano de Abu Dabi entraria com metade do valor transação, que não foi informado publicamente.

Na época, o banco de investimentos fundado por André Esteves afirmou que tinha planos de se tornar um player global no mercado de seguros e resseguros.

Mas o banco passou por momentos difíceis com a crise brasileira e, mais recentemente, a prisão preventiva de Esteves no contexto da Operação Lava Jato (posteriormente ele foi solto).

Desde então, tem procurado vender ativos como o banco suíço BSI, especializado em gestão de fortunas, cuja negociação para o também suíço EFT International foi concluída em novembro.

Antes, o banco já havia negociado o controle acionário da Pan Seguros e da Pan Corretora. Em comunicado de fato relevante ao mercado, o BTG Pactual informou que não espera nenhum ganho ou perda material resultante da transação.

Em outubro, o BTG Pactual anunciou que seu lucro caiu 56% no terceiro trimestre, comparado com o mesmo período de 2015.




Resseguro local cresce, mas cenário é desafiador, diz Terra Brasis

Impulsionados pelo exterior, os prêmios das resseguradoras locais brasileiras registraram um crescimento de 15,2% nos negócios, para R$ 10,6 bilhões, nos 12 meses terminados em junho de 2016, de acordo com relatório da Terra Brasis Re elaborado com dados da Susep. O lucro no primeiro semestre deste ano subiu, 14,5%, atingindo R$ 510 milhões.

Apesar dos dados positivos, a Terra Brasis avalia que “os números do primeiro semestre continuam a mostrar um cenário desafiador” para as resseguradoras locais.

O nível de sinistralidade de 90% registrado nos 12 meses é “bastante alto e dificilmente sustentável no médio prazo”, aponta o trabalho. “A alta sinistralidade foi compensada por ganhos com operações de retrocessão.”

“Tomamos com cautela a melhoria nos resultados, uma vez que a competitividade no mercado continua bastante alta e a sinistralidade permanece superior ao mercado internacional’, avalia Rodrigo Botti, diretor geral da Terra Brasis, na introdução do documento.

Desigual

Por trás dos números no geral positivos, encontram-se desempenhos distintos das companhias locais.

O IRB Brasil Re domina com folga o mercado e tem puxado vários resultados para o azul.

A principal resseguradora  viu sua fatia do mercado local passar de 46% (no fim de 2015) para 52% em junho/16 (considerando resseguro bruto de comissão e retrocessão). Na mão contrária, as outras 15 locais passaram de 54% para 48% dos negócios.

A antiga estatal foi responsável por 81% (R$ 414 milhões) do lucro obtido pelas resseguradoras locais, enquanto as demais dividiram os R$ 96 milhões restantes no primeiro semestre.

O crescimento dos resseguros cedidos exclusivamente por seguradoras brasileiras, por sua vez, também se deve ao IRB. O volume foi de R$ 3,7 bilhões no primeiro semestre, alta de 7%, sendo que o volume de prêmios do IRB subiu 16%, enquanto que para as demais a queda foi de 1%.

A alta geral dos resseguros locais no primeiro semestre, considerando também as cedentes de fora, foi de 11,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo que as seguradoras brasileiras geraram um total de R$ 4,9 bilhões em resseguros cedidos. O volume de resseguros cedidos a resseguradoras offshore cresceu 25%

Considerando apenas os resseguros feitos por cedentes brasileiras, o IRB ficou com 38% do mercado (eram 33% no fim de 2015), enquanto todas as demais locais ficaram com 35% (eram 40%) e as offshores, com 27% (estável).

Em parte das análises, o estudo reforça que o bloco “Outras Resseguradoras Locais”, com o qual compara o IRB, não é homogêneo, o que torna a análise mais complexa.

Dinheiro de fora

O volume total de resseguros chegou a R$ 10,6 bilhões nos 12 meses terminados em junho de 16, contra R$ 9,2 bilhões no mesmo período anterior. Os resseguros vindos de cedentes brasileiras, no entanto, cresceram 6,9%, para R$ 7,6 bilhões, enquanto os transferidos por cedentes estrangeiras aumentaram 76%, para R$ 1,4 bilhão, aponta a Terra Brasis.

Com esse salto internacional, os negócios externos representaram no período 15,1% do total recebido, contra 9,8% no mesmo período do ano anterior.

A sinistralidade em 12 meses subiu um ponto porcentual, para 90%

O Índice Combinado, que mede o resultado operacional, para o conjunto das resseguradoras locais teve melhora, caindo de 107,5% para 100,2% no acumulado de 12 meses em relação ao período anterior, destaca o estudo. Abaixo de 100% significa lucro com a operação em si.

Novamente, o IRB se destaca. No primeiro semestre teve um índice em torno de 92% enquanto as demais chegaram a quase 110%.

Já o índice de despesas administrativas (incluindo impostos) teve “uma melhora significativa” para o conjunto das empresas, ficando 11,5%, contra 18% no mesmo período anterior.

Seguro

No segmento que aborda o mercado de seguros gerais, a Terra Brasis avalia que os dados do primeiro semestre do ano mostram “os primeiros sinais de recuperação, revertendo o ritmo de queda no crescimento registrado desde o fim de 2013”.

No acumulado de 12 meses, o mercado brasileiro gerou R$ 87,8 bilhões em prêmios de seguros. um crescimento de 3,2%.

Houve uma piora na sinistralidade, que passou para 50,4%, contra 49,5% no mesmo período anterior.

Clique aqui para acessar a vigésima edição do Terra Report na íntegra.




Megaprojeto deve gerar US$ 34 bilhões em prêmios de seguros

Um ambicioso plano de investimentos em infraestrutura do governo chinês deve gerar US$ 34 bilhões em prêmios de seguro até 2030 – mas a maior parte do bolo deve ser abocanhada pelas seguradoras locais.

Os segmentos que devem ser beneficiados pelos megainvestimentos devem ser sobretudo os seguros de engenharia e patrimoniais, mas ramos como responsabilidade civil e riscos marítimos também devem receber um significativo impulso.

Estas são algumas das previsões feitas pela resseguradora Swiss Re em um estudo sobre o projeto chinês de construir novas linhas de comunicação viária e marítima e expandir rotas existentes que unem o país a outras economias da Ásia, da África e até da Europa.

O estudo avalia as implicações econômicas e para o mercado de seguros do programa de investimentos “Um Cinturão Econômico, Uma Estrada”, que foi lançado pelo governo do presidente por Xi Jinping em março de 2015.

O programa visa aprimorar a conexão de transportes terrestres e marítimos entre a China e mercados como a Rússia, a Mongólia, o Irã, a Turquia, a Índia e outras partes da Ásia Central e do Oriente Médio.

Os investimentos também incluem projetos para expandir as conexões ferroviárias da China com a Europa, estendendo linhas férreas que hoje chegam até Roterdã, na Holanda, a outros portos europeus. Oleodutos e linhas de fibra óptica unindo a China com países como o Paquistão também fazem parte do programa.

Uma vez concluído, espera-se que o programa melhore as conexões da China com 64 outros países, atingindo 62% da população e 30% do PIB globais.

Investimento trilionário

Os projetos já anunciados pelo governo chinês implicam investimentos de US$ 1,2 trilhão, segundo estimativas da Swiss RE.

Como resultado desses investimentos, US$ 7 bilhões em prêmios de seguros ligados aos projetos devem ser gerados nos próximos anos.

A Swiss Re estima que mais investimentos que devem ser anunciados nos próximos anos podem criar mais US$ 27 bilhões em prêmios ligados ao programa.

A perspectiva de lucros para o setor segurador e ressegurador é portanto significativa, ainda que a empresa suíça estime que os subscritores chineses devam ficar com US$ 21,5 bilhões do total de US$ 34 bilhões em prêmios de seguros a serem gerados.

Segundo os autores do estudo, os recursos a serem investidos nos projetos de infraestrutura devem ser providos por vários organismos do governo chinês e dos países beneficiados.

Mas também devem participar bancos privados, seguradoras e resseguradoras e organizações multilaterais como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, o Fundo da Rota da Seda e o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS. O Brasil faz parte deste último.

Segunda maior do mundo

A Swiss Re espera que os investimentos em infraestrutura sigam dando um forte impulso à indústria chinesa de seguros corporativos, que, segundo os autores, já é a segunda maior do mundo.

Nos últimos dez anos, o setor cresceu a uma média anual de 17,9%, chegando a US$ 56,4 bilhões em prêmios, ou 42% do total dos seguros não-vida no país.

Para fins de comparação, o mercado brasileiro de seguros fechou 2015 com um volume global de prêmios, tanto vida como não-vida, de US$ 24,5 bilhões.

Os riscos de engenharia devem receber uma bolada de US$ 10,4 bilhões em novos prêmios para as seguradoras chinesas, enquanto que os patrimoniais devem crescer US$ 7,6 bilhões.

A Swiss Re estima que US$ 4,1 bilhões em prêmios de seguros marítimos resultem dos investimentos para as seguradoras locais, enquanto que as linhas de responsabilidade civil devem ganhar US$ 300 milhões em novos prêmios, e outros US$ 600 milhões de seguros de crédito à exportação derivados do aumento do comércio da China com outros países beneficiados pelo programa.

Clique aqui para ler o relatório da Swiss Re em inglês.




Resseguro local terá mais competição a partir de 2017, estima IRB Brasil Re

Tarcisio Godoy, presidente do IRB Brasil Re.
Tarcísio Godoy, presidente do IRB Brasil Re.

O presidente do IRB Brasil Re, Tarcísio Godoy, estima que haverá mais competição no mercado de resseguros brasileiro em decorrência das mudanças promovidas pela Resolução 322, publicada em julho do ano passado e que começam a valer de forma progressiva a partir do ano quem vem. Ele não teme, no entanto, uma eventual perda de mercado por parte da maior resseguradora brasileira.

Segundo Godoy, que assumiu o cargo em junho, o IRB tem uma vantagem competitiva em relação “a qualquer outro ressegurador”: a forte presença local. “[A empresa] conhece o risco, tem uma proximidade muito grande do segurado; isso, somado a todo o investimento que foi feito na companhia, é um diferencial competitivo muito grande”, afirmou ele à Risco Seguro Brasil após participar de painel no 10º Seminário de Controles Internos e Compliance, promovido em 22/9 pela CNSeg, a confederação das empresas de seguros . “Estamos preparados para competir.”

Para o presidente da empresa, mais importante do que a fatia de cada competidor no setor é “discutir como fazer o mercado crescer”. “Mais competição é bom para o cliente e bom para o IRB”, defendeu.

A Resolução 322 prevê redução gradual na obrigação de cedentes em oferecer a resseguradores brasileiros um parcela do resseguro. O porcentual de 40% passará para 30% em 2017, para 25% em 2018, 20% em 2019 e 15% em 2020.

Por outro lado, os limites de transferência entre empresas do mesmo grupo, de 20% dos prêmios de resseguro, chegarão a 75% em 2020. A resolução reverteu parcialmente medidas de proteção tomadas em 2011 e deve gerar mais operações intragrupo internacionais que atuam no país.

De qualquer forma, a tendência nesse período é que o IRB passe a atuar neste mercado como companhia aberta. O IPO (lançamento inicial de ações, na sigla em inglês), que vem sendo aguardado com expectativa pelo mercado segurador, estava previsto para ser realizado neste ano.

As condições adversas da economia fizeram a empresa postergar a medida. De acordo com informações circuladas na imprensa, a crise econômica derrubou o valor potencial de arrecadação com o lançamento de ações da resseguradora. Agora, a expectativa é de que o IPO seja feito no ano que vem.

Troca

Uma das razões apresentadas para a transferência de Godoy para o IRB — segunda troca de comando na companhia em menos de um ano — foi acelerar o lançamento das ações. O atual presidente, no entanto, não demonstra ansiedade com a medida e é sucinto ao responder ao questionamento de quando ela deverá ocorrer. Segundo ele, o IPO  será realizado quando “os sócios entenderem ser o melhor momento”.

Antigo monopólio estatal por 69 anos, o IRB Brasil Re tem como principais sócios a União (27,4%), BB Seguros (20,4%), Bradesco Seguros (20,4%), Itaú Seguros (14,9%) e o fundo de participações da Caixa Barcelona (9,8%). A empresa domina cerca de metade dos prêmios de resseguros do país.

Godoy passou pela Bradesco Seguros, na qual foi responsável pela área de compliance. Antes de se transferir para o IRB, ocupava o cargo de secretário executivo do Ministério da Fazenda, que teria deixado por “diferenças de temperamento” com o ministro Henrique Meirelles.

Em agosto de 2015, José Carlos Cardoso substituiu Leonardo Paixão na presidência da resseguradora. Paixão ocupava o cargo desde 2010; Cardoso continua na diretoria da empresa.

Crise

Tarcísio Godoy acredita que a partir do ano que vem a crise da economia brasileira deve começar a ser revertida. “A depender da qualidade da aprovação das medidas propostas pelo governo, vai se ter uma retomada boa, muito boa ou até excelente”, diz ele. “A economia brasileira é muito dinâmica e com grande capacidade de recuperação.”

De acordo com os balanços publicados, o IRB vem obtendo bons resultados mesmo com as dificuldades da economia em geral. No primeiro semestre liderou a lucratividade entre todas as resseguradoras mundiais. O desempenho, segundo ele, se deve à eficiência técnica e também pelo crescimento das operações fora do Brasil — houve aumento de 30% nas subscrições no mercado internacional.

Além disso, diz o executivo, a indústria de resseguro é caracteristicamente mais resiliente. “Uma fábrica para de vender automóvel, mas ainda assim tem de cuidar de preservar o capital fixo”, exemplifica.

Apesar disso e dos bons resultados do IRB, globalmente, grandes resseguradores sofreram um baque, segundo os resultados apresentados no primeiro semestre.

Mercado brando

Sobre o longo ciclo brando pelo qual passa o resseguro mundial, Godoy alinha-se aos analistas que avaliam que o cenário deve prosseguir.

“Ainda vai ter um bom tempo de mercado soft, em função do excesso de liquidez no mundo”, diz ele. “Os bancos centrais ainda estão com políticas de relaxamento monetário para motivar o crescimento econômico; isso se reflete em todo o segmento [de resseguro], que faz uso intensivo de capitais.”

Godoy participou em setembro do tradicional encontro anual de resseguradores globais realizado em Monte Carlo. No evento, alguns de seus pares apresentaram indícios do que pode vir a ser o início do fim do ciclo brando, ainda que muitos analistas vislumbrem continuidade da situação atual.

Segundo o presidente do IRB, isso deve prosseguir enquanto se mantiverem as políticas de “relaxamento monetário”, que pode ser traduzido por juros baixos — ou mesmo negativos — nos mercados desenvolvidos.




Resseguro mundial torce para que ciclo brando esteja chegando ao fim

Reunidas no grande evento anual do mercado de resseguros em Monte Carlo, as principais empresas do setor expressaram esperança de que o longo ciclo de queda de preços no setor esteja chegando ao fim.

Mas analistas do mercado voltaram a afirmar que as condições são difíceis para as resseguradoras e que o longo mercado brando pode seguir valendo por um bom tempo.

Executivos de todo o mundo se reúnem todos os anos em setembro nos Rendez-Vous de Monte Carlo, uma tradicional reunião setorial sediada no principado europeu.

Neste ano, o evento ocorreu entre os dias 10 e 15 de setembro, e os líderes presentes procuraram mudar um pouco a mensagem que vinha sendo transmitida aos cedentes nos últimos anos, quando se via pouca perspectiva de uma mudança de dinâmica na indústria.

Torsten Jeworrek, um membro do Conselho da Munich Re, afirmou que há sinais de o ritmo de queda dos preços do resseguro ao menos parou de se acelerar, especialmente em alguns segmentos do mercado americano.

“Quem sabe isso já seja um primeiro sinal de estabilização nos mercados globais”, disse o executivo.

Lucratividade afetada

A Hannover Re também demonstrou esperança de que a deterioração dos preços esteja se desacelerando, ainda que a empresa reconheça que as condições do mercado, caracterizado especialmente pela abundância de capacidade, não tenham mudado em relação ao ano passado.

“É evidente que as resseguradoras estão tentando evitar mais quedas dos nos níveis de preços”, afirmou Ulrich Walling, CEO a empresa, durante o evento.

A francesa Scor foi mais longe, com representantes da empresa afirmando à revista britânica Commercial Risk Europe que esperam que os preços de seguro corporativo, que exercem efeito importante na demanda por resseguro, vão aumentar em até 20%, em alguns mercados, até 2019.

Por sua vez, a corretora Guy Carpenter também divulgou nota em que afirma que as resseguradoras estão se mostrando mais resistentes a aceitar reduções de preços a pedido dos cedentes.

A agência de avaliação de riscos Standard & Poor’s, no entanto, afirmou que as tarifas de resseguro devem continuar a cair, a não ser que o setor sofra algum sinistro catastrófico de muito grande porte.

A empresa afirmou em relatório divulgado antes do início do evento que o ambiente de negócio para as resseguradoras continua ruim, ainda que as grandes empresas globais sigam apresentando reservas de capital de solvência extremamente fortes.

A S&P também disse que a lucratividade do setor deve continuar se deteriorando, com os índices de retorno sobre o patrimônio ficando entre 7% e 9% neste ano e em 2017. Seriam os patamares mais baixos desde 2011.

Entre 2012 e 2015, o retorno sobre o patrimônio médio anual das grandes resseguradoras globais ficou acima de 12%.

Pouco crescimento

A visão de que o ambiente de negócios não é dos mais favoráveis foi confirmada por participantes da reunião de Monte Carlo.

“Não esperamos que nem o mercado de seguros nem o de resseguros cresça de maneira significativa”, disse Jeworrek.

A empresa espera que os prêmios globais de resseguros cresçam uma média de 1% ao ano, em termos reais, entre 2016 e 2018, enquanto o mercado primário apresente expansão de 3%. Na América Latina, a expectativa de crescimento é de 1% e 2%, respectivamente.

Os maiores impulsos ao crescimento devem vir das regiões da Ásia Pacífico, onde o seguro primário pode chegar a crescer a um ritmo de 6% ao ano, e na África e Oriente Médio, com 5%.

Apesar disso, na Ásia, o volume de prêmio de resseguros deve estancar, devido especialmente a uma esperada redução da demanda na China devido a mudanças regulatórias, afirma a resseguradora alemã.

Para assegurar resultados em um entorno de negócios difícil e em transformação, executivos presentes em Monte Carlo insistiram na necessidade de apresentar produtos e serviços cada vez mais inovadores.




IRB Brasil lidera mercado global de resseguros em lucratividade

O IRB Brasil Re liderou o ranking da lucratividade no mercado global de resseguros no primeiro semestre, de acordo com a corretora Willis Towers Watson.

Ao mesmo tempo, porém, a empresa perdeu quatro posições no ranking das 50 maiores resseguradoras do mundo elaborado pela agência de classificação de riscos AM Best.

Relatórios divulgados nesta semana mostram que os resultados da empresa líder do mercado brasileiro de resseguros se destacam em uma indústria global marcada por uma redução acentuada das margens de lucro e um aumento das perdas catastróficas.

O IRB Brasil fechou o semestre com um retorno sobre o patrimônio de 26,6%, a mais alta entre as empresas que compõe o índice do mercado de resseguros da Willis Towers Watson.

Apenas a Hiscox conseguiu apresentar uma performance comparável, fechando o período com uma rentabilidade de 24,7%. O top 3 é completado pela Beazley, com 18,3%. Todas as demais tiveram índices inferiores a 15%, e a média do mercado foi de 8,3%.

Grande parte do desempenho se deve porém à performance dos investimentos do IRB, que se beneficiam das altas taxas de juros praticadas no Brasil. O portfólio da empresa obteve um retorno de 14,4% no primeiro semestre, contra uma média global de 3,1%. A maioria de seus rivais operam em mercados onde as taxas de juros se encontram em níveis jamais vistos de tão baixos.

Prêmios e sinistralidade

O IRB Brasil também figura na terceira posição em termos de crescimento de prêmios líquidos, com 23,4%, atrás apenas da Endurance (25,1%) e da XL Catlin (45,9%).

Quanto ao índice combinado, o IRB Brasil fica na colocação, com 82,5%. A média global foi de 94,1%.

A Mapfre, que tem uma significativa exposição ao mercado brasileiro, obteve retornos de 10,2% em seus investimentos. Nenhuma outra empresa chegou a 5%.

Já no ranking anual das 50 maiores resseguradoras do mundo elaborado pela AM Best e também divulgado nesta semana, o IRB aparece na 36ª colocação após somar US$ 1,13 bilhão em prêmios brutos no ano de 2015.

A empresa perde assim cinco posições na comparação com o ranking do ano passado, apesar de ter aumentado seu volume de prêmios em 31%.

Mas a AM Best converte os prêmios de cada grande resseguradora ao dólar americano, que se valorizou bastante em comparação com o real em 2015.

O IRB foi a empresa que mais perdeu posições no ranking de 2016. Allied World (41º), Maiden Re (42º), Sompo Japan Nipponkoa (48º) e QBE Insurance Group (24º) perderam quatro colocações cada.

Por sua vez, a Qatar Re (35º) subiu 15 posições, e a Renaissance Re (20º) subiu seis, nos maiores avanços.

O ranking é liderado pelas três grandes resseguradoras europeias: Munich Re (US$ 37 bilhões em prêmios), Swiss Re (US$ 32,2 bilhões) e Hannover Re (US$ 18,6 bilhões).

O grande destaque do topo do ranking foi a queda da Berkshire Harthaway, que passou da quarta para a sexta colocação após ser ultrapassada pela SCOR (US$ 14,7 bilhões) e pelo Lloyd’s (US$ 12,7 bilhões).

A empresa vem dizendo que, como os preços do resseguro global estão cada vez menos atrativos, ela tem procurado otimizar seu portfólio de riscos.

Outro dado interessante é que as 10 maiores resseguradoras do mundo dominam 72% do mercado, um nível de concentração que está aumentando.

Mercado global

Em seu relatório, a Willis Towers Watson prevê um segundo semestre “desafiador” para a indústria do resseguro.

Segundo a empresa, a taxa média de retorno de capital das resseguradoras que fazem parte de seu índice caiu de 10,4% no primeiro semestre de 2015 para 8,3% no mesmo período deste ano.

Já o índice combinado aumentou de 91,5% para 94,1%, refletindo o crescimento da sinistralidade catastrófica enfrentada pelo setor.

Apesar da deterioração dos resultados, investidores continuam trazendo dinheiro para mercado de resseguros. O capital agregado dos acionistas das empresas que fazem parte do índice da Willis Towers Watson aumentou 2,6% em um ano, chegando a US$ 338,3 bilhões.

Já o volume de capital alternativo que toma forma de instrumentos como cat bonds e ativos ligados ao mercado de seguros (ILS) cresceu de US$ 65 bilhões para US$ 70 bilhões em um ano.

Outra conclusão da corretora é que as resseguradoras estão ampliando suas linhas de atuação a fim de obter crescimento líquido de prêmios em um período em que os preços continuam em queda. No primeiro semestre, o volume de prêmios do setor subiu 2,2% em um ano.