Perdas catastróficas do seguro sobem 51% e superam média da década
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- Rodrigo Amaral
- 23 de agosto de 2016
- Sem categoria
Mercado cobre 44% dos prejuízos totais causados por terremotos, enchentes e incêndios florestais no primeiro semestre, segundo a Swiss Re
As perdas asseguradas com eventos catastróficos aumentaram 51% no primeiro semestre de 2016, comparado com o mesmo período do ano anterior, de acordo com a resseguradora Swiss Re. Elas também ficaram acima da média dos últimos dez anos.
De acordo com a companhia, o total de prejuízos cobertos pelo mercado chegou a US$ 51 bilhões, incluindo tanto os eventos causados pelo homem quanto os de origem natural.
A constatação vai ao encontro de observações feitas pelas empresas de seguro e resseguro internacionais, que reportaram resultados semestrais menos favoráveis neste ano, em parte devido ao impacto de um aumento na sinistralidade.
As perdas econômicas totais causadas pelas catástrofes, por sua vez, atingiram US$ 71 bilhões, o que representa um aumento anualizado de 38%.
Os eventos catastróficos foram mais caros, porém menos mortais do que os ocorridos no primeiro semestre do ano passado. De acordo com a Swiss Re, cerca de 6.000 pessoas morreram devido a terremotos, incêndios, enchentes e outros desastres entre janeiro e junho. No mesmo período de 2015, o número chegou a 12.000.
Acima da média
As principais fontes de perdas econômicas no primeiro semestre foram as catástrofes naturais, que causaram prejuízos de US$ 68 bilhões. Eventos causados pelo homem somaram US$ 3 bilhões.
Ao todo, as perdas econômicas dos eventos catastróficos, ainda que em alta, estiveram abaixo da média registrada nos últimos 10 anos, que chega a US$ 110 bilhões no primeiro semestre.
Já as perdas asseguradas, US$ 31 bilhões, ficaram levemente acima da média decenal, que é de US$ 30 bilhões. O mercado cobriu 44% das perdas totais, na estimativa da Swiss Re.
A empresa calculou que a destruição causada pelos terremotos que atingiram o Japão em abril, matando 64 pessoas, chegou a algo entre US$ 22 bilhões e US$ 48 bilhões. Mas o impacto no mercado de seguros é bem inferior, chegando a US$ 5,6 bilhões.
A penetração do seguro é ainda menor no Equador, onde um tremor de 7,8 graus ocorrido no mesmo mês matou 688 pessoas, mas causou apenas US$ 400 milhões de perdas para a indústria seguradora.
Em outros casos, porém, a parcela das perdas asseguradas é bem superior.
Nas tempestades que afetaram os Estados Unidos em abril tiveram 88,6% dos US$ 3,5 bilhões de prejuízos estavam cobertos pelo seguro.
No caso das chuvas e enchentes que deixaram partes da França, Alemanha, Holanda e outros países debaixo d’água em maio e junho, 70% das US$ 4 bilhões de perdas estavam cobertas.
Louisiania
A Swiss Re alerta ainda que os números podem ser revistos na medida em que mais dados sobre os eventos sejam coletados pelo mercado. A empresa também disse que as perdas catastróficas deste ano podem sofrer novo aumento significativo, já que a temporada de furacões nos Estados Unidos ainda está em andamento.
A estimativa não inclui os custos das inundações que atingem atualmente o estado americano de Louisiana, onde estima-se que cerca de 60 mil casas tenham sido afetadas. Mas especialistas têm observado que os níveis de cobertura de seguros contra enchentes nas regiões atingidas é baixa para os padrões americanos.
De acordo com dados da Fema, a administradora do esquema de seguros de enchente do governo americano, citados pela CNN, apenas 42,5% das estruturas localizadas em regiões de alto risco no estado possuem coberturas contra enchente.
Nas áreas consideradas propensas a inundações, somente 12,5% das casas estão cobertas.
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