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ABGR elege novo líder e amplia foco de ação

A Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR) adotou uma nova política de ação. Acima de tudo, as novas ações  incluem maior ênfase em temas de responsabilidade corporativa.

O anúncio foi feito em evento realizado no dia 12 de setembro de 2019, em São Paulo. Na mesma data, a entidade também confirmou o nome de seu novo presidente, Rodrigo Paiva Ávila, Insurance & Risk Manager da Suzano.

Ele vai assumir o cargo em 2020. Ávila substitui Cristiane França Alves, da CSN. Atualmente, ela é presidente em exercício da ABGR.

Durante o evento, a entidade também fez a apresentação oficial da EXPO ABGR 2019. A  conferência bianual remodelada ocorrerá nos dias 12 e 13 de novembro na capital paulista.

A ABGR espera que cerca de 3.000 pessoas compareçam à 13ª edição da conferência. Atualmente, o evento se apresenta como o maior evento do setor na América Latina.

Nova postura

Com o anúncio de sua nova política de ação, a ABGR está buscando alinhar sua postura com temas que cada vez mais preocupam as empresas e a sociedade. Temas como a proteção do meio-ambiente estão diretamente relacionados à mudança.

“Estamos com um olhar mais 360 graus, pensando no meio-ambiente, no social, e não só economicamente”, disse Alves.

Antes de tudo, a  ideia também é aproximar mais a entidade dos gestores de riscos, além dos mercados de seguro e resseguro, além de realizar esforços de internacionalização.

Acima de tudo, a ABGR afirma que própria remodelação da conferência já faz parte deste esforço.

“Temos uma equipe nova, com novas mentalidades e novos perfis. O próprio evento ressurge com uma pegada mais sustentável e tecnológica. Isso porque é o que o mercado e os associados pedem”, disse Ávila, que atualmente é o primeiro vice-presidente da organização.

Seminário Internacional

A EXPO ABGR 2019, complementada pelo XIII Seminário Internacional da associação, será realizada no World Trade Center São Paulo.

As inscrições estão abertas. Os ingressos apenas para a EXPO ABGR 2019 custarão R$ 100 para os associados da ABGR, e R$ 200 para quem não faz parte da associação.

Já para o Seminário Internacional os valores são de R$ 1.600 para associados e R$ 2.000 para não associados.

“Esperamos que este 13º evento seja o maior da história da ABGR em todos os sentidos”, disse o diretor financeiro da ABGR, Jabor Descio Sobrinho, que é diretor-executivo da Engeval.

Em primeiro lugar,  o presidente do conselho, Jorge Luzzi, da Herco, afirmou que a ABGR pode ajudar a abordar melhor os riscos emergentes enfrentados pelas empresas.

Nesse sentido, Luzzi ressalta: “Estamos lidando com riscos que não existiam dez anos atrás”, disse.  Além disso, ele complementa: “Neles se encaixam os riscos cibernéticos, por exemplo, para o qual é possível realizar uma ação preventiva, ter cobertura de transferência de riscos, armar equipes.”

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Sistema monitora cadeia de suprimento para mitigar perdas

Com as cadeias de suprimento tornando-se cada vez mais globalizadas, as empresas enfrentam dificuldades para acompanhar o que está acontecendo com seus produtos. Isso em cada passo do processo de produção.

Foi com a ideia de aumentar a visibilidade neste processo que a startup suíça Arviem desenvolveu um novo produto. Trata-se de uma linha de sensores que podem ser anexados a qualquer tipo de carga. Assim permitindo que as empresas sigam em tempo real o que está acontecendo elas.

Além disso, os dados são armazenados e identificam os momentos em que ocorrem problemas. Por exemplo, obstáculos que podem afetar a qualidade das cargas antes que elas cheguem a seus destinos.

Seguros

Tim Germann, diretor de Desenvolvimento de Produtos da Arviem, contou a Risco Seguro Brasil que a ideia é expandir a tecnologia das cadeias de suprimento para o setor de seguros.  Da mesma forma,  facilitar a gestão de sinistros e a precificação das apólices. Sempre tendo como base as cadeias de suprimento.

Porém, ele faz algumas considerações. Por exemplo que o longo período de queda de preços, que atingiu com especial virulência o seguro marítimo, impediu até o momento que o mercado abraçasse com maior ímpeto este tipo de inovação.

Para ele, tecnologias que permitem coletar dados sobre riscos abrem novos caminhos. Como a possibilidade de melhor apreender os fatores que levam a sinistros e trabalhar em sua prevenção. Dessa forma, melhorando os resultados técnicos das seguradoras.

“Temos registrado interesse de vários seguradores, mas os riscos técnicos ainda não são os fatores determinantes dos preços”, afirmou Germann.

No futuro, porém, quando o mercado estiver em um ponto de maior equilíbrio, ele vê as seguradoras utilizando o sistema. Isso para definir com maior precisão o preço das apólices de acordo com as informações obtidas a respeito de rotas marítimas, armadores individuais ou tipos de carregamento.

Cadeia de suprimentos

Os sensores da Arviem são instalados nos containers de carga através de um imã que é anexado à parede do recipiente.

A instalação é simples, disse Germann, e não permanente, podendo ser desfeita em qualquer momento.

O artefato consegue discriminar diferentes informações sobre a carga. Assim como a temperatura, umidade, impactos sofridos, aberturas de portas e nível de luz, além de sua localização em tempo real (pelo GPS).

Os dados são transmitidos para um sistema de nuvem. Os clientes podem segui-los de onde queiram, com seus próprios computadores ou dispositivos móveis.

Cargas enormes

Com esses dados na mão, o cliente pode obter da Arviem relatórios de vários tipos. Igualmente incluindo as mudanças de temperatura que a carga enfrentou durante a viagem e os atrasos sofridos no trajeto.

Por exemplo, Germann disse que algumas seguradoras estão usando os sensores para seus próprios serviços de perícia. Assim podem economizar tempo e mão-de-obra.

Quando essas seguradoras cobrem o transporte de cargas de enorme tamanho e imensos valores segurados, como turbinas de energia eólica, elas precisam realizar vistorias periódicas. Principalmente para garantir que a movimentação esteja sendo feita da melhor maneira possível.

Normalmente isso se faz enviando uma equipe de peritos para encontrara a carga em várias partes do caminho. Agora, algumas dessas visitas podem ser substituídas por sensores. Eles permitem acompanhar o que está acontecendo em tempo real.

Danos em portos

Também é possível, para uma empresa que exporta alimentos, por exemplo, detectar se um carregamento estragou no meio do caminho, e enviar uma carga em substituição antes mesmo de a primeira chegar ao seu destino.

Outro exemplo citado por Germann foi o de um cliente que exporta bens de capital e cuja carga sempre sofria danos durante o transporte.

Os sensores ajudaram a observar que os danos eram causados por fortes impactos sofridos durante a estiva no porto de origem do carregamento.

Com essa informação na mão, ele mudou o porto de origem e a empresa de transporte marítimo, buscando opções cuja estiva é mais cuidadosa, reduzindo consideravelmente os danos sofridos.

A detecção antecipada de danos em equipamentos pesados também ajuda este tipo de cliente a enviar um substituto a tempo de garantir que os termos de contratos sejam cumpridos, evitando assim pesadas multas.

A Arviem agora está desenvolvendo sensores que também podem ser usados em cargas a granel e em outros tipos de transporte, como o ferroviário e o rodoviário.

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Insurtech cria sistema para identificar e prever sinistros marítimos

A importância de um sistema feito para identificar e prever sinistros marítimos pode ser avaliada em um contexto histórico.

Anos atrás, o empresário americano Ben Hubbard trabalhava na USAID. Trata-se da agência de promoção do desenvolvimento do governo dos EUA.

Sua missão era garantir que a quantidade imensa de vacinas, alimentos e medicamentos enviados pela organização às regiões mais pobres do mundo não se perdesse pelo caminho.

Para tanto, trabalhou no desenvolvimento de sensores telemáticos. Os sensores ajudavam a rastrear onde cada pacote estava em cada momento. Assim como seu estado de conservação e outras informações.

Todavia, ao voltar para o setor privado, ouviu de várias pessoas que a tecnologia tinha um grande potencial para interessar o setor de seguros.

Insurtech

Hubbard criou então a Parsyl. Uma insurtech que, no começo do ano, foi adotada por seguradoras tradicionais do mercado de Londres, como a Ascot e a Beazley. A insurtech foi criada para desenvolver sensores que visam a melhorar a gestão de risco no transporte marítimo de cargas. (Clique aqui para saber mais.)

Para as seguradoras, o sistema também introduz a possibilidade de melhorar o processo de subscrição. Especialmente no que diz respeito à tramitação de sinistros nas apólices de seguro de transporte marítimo.

“Nossos sensores ajudam a identificar quando e onde as coisas deram errado. Ao mesmo tempo em que um banco de dados é criado para, depois, ser usado de maneira preditiva”, explicou Hubbard a Risco Seguro Brasil.

“Não é uma ideia radical. Muitas empresas que enviam carga marítima em setores como o farmacêutico usam registros de dados ou indicadores de temperatura, por exemplo.”

No entanto, o que a Parsyl fez, foi desenvolver um software que armazena os dados coletados em um sistema de nuvem. Assim, os analisa de maneira que seguradoras e seus clientes possam aprender importantes lições a partir de sua análise.

Desafio

Entretanto, o  problema que a Parsyl buscou resolver foi o fato de que as seguradoras tinham muito poucas informações de boa qualidade. Principalmente no que diz respeito ao manuseio das cargas nos portos e as condições em que elas estavam armazenadas nos navios.

Os sensores da empresa, que medem cerca de 10 cm de altura, captam dados sobre o local onde a carga está armazenada. Como por exemplo a temperatura, a entrada e saída de membros da população, os níveis de luz e de umidade e outros.

Também podem armazenar dados de geocalização da carga. Assim, enviar alarmes a apps instaladas em celulares. Isso ajuda caso as condições de armazenamento tenham se deteriorado.

Os aparelhos podem realizar viagens longas, já que suas baterias duram quase três anos. Igualmente é uma vantagem adicional. Principalmente para quem exporta ou importa mercadorias por demoradas rotas marítimas.

Um outro sensor vai ser lançado no segundo semestre. O sensor será ainda menor e cuja bateria terá duração mais curta. Ele vai mediar apenas a temperatura e a luz. O objetivo é visar empresas de menor porte que enviam cargas que não são tão delicadas.

Utilidade para seguradoras e clientes

Hubbard acredita que as seguradoras estão em uma posição privilegiada. Assim, podem incentivar seus clientes a utilizar este tipo de tecnologia.

Segundo ele, o fato de que as informações são armazenadas na nuvem fazem com que seja muito simples para as várias partes envolvidas. Como seguradores, corretores e segurados, a colaborar na melhoria da gestão do risco e da tramitação de eventuais sinistros.

Entretanto, também ajudará a que os seguradores definam com maior precisão os preços das coberturas, afirmou o empresário.

O próximo passo, segundo ele, é oferecer serviços de engenharia de riscos com base na riqueza de dados que os aparelhos estão coletando.

“Essa é a terra prometida para a gente”, afirmou Hubbard.




Saiba como sensores ajudam a garantir segurança da carga

Sensores com novas tecnologias ajudam a rastrear a carga enquanto ela é transportada pelo mundo.

Imagine um container cheio de camarão fresco abandonado no cais de um porto. É verão e o sol arde sem descanso sobre o recipiente, transformando os crustáceos em uma massa de matéria putrefata.

Agora coloque-se no lugar do perito que, depois de uma semana, teve que avaliar se de fato houve um sinistro com a carga do container.

Essa história real, relatada por um subscritor de seguros marítimos no mercado de Londres, poderia ter sido evitada através da utilização de novas tecnologias. Elas estão ajudando as empresas a rastrear suas cargas em tempo real. Isso enquanto elas estão sendo transportadas de um lado para outro pelo mundo.

O uso de sensores inteligentes, que ajudam acompanhar o trajeto de mercadorias em alto mar, por meio de apps de telefone celular, já faz parte da rotina de empresas exportadoras mais avançadas. E também de suas seguradoras.

Insurtech

É o caso da Ascot, que, juntamente com outros subscritores do Lloyd’s londrino, está desenvolvendo um projeto para tornar esta tecnologia disponível para seus clientes.

As seguradoras patrocinam o trabalho de uma insurtech chamada Parsyil no laboratório de desenvolvimento de novas tecnologias implementado pelo Lloyd´s.

A Parsyl criou um sistema que permite às empresas monitorar em tempo real fatores que influenciam o bom estado de uma carga. Entram aí níveis de luz, umidade, movimento, contato com a tripulação e coisas assim. (Clique aqui para saber mais.)

“Quanto mais aprendemos sobre o trabalho da Parsyl, mais convencidos ficamos sobre como a tecnologia pode nos ajudar a revolucionar os processos de pagamento de sinistros. Assim, aumentar a visibilidade dos riscos em toda a cadeia de suprimento”, disse Chris McGill, um subscritor de seguros marítimos da Ascot, a Risco Seguro Brasil.

Na palma da mão

A Ascot está oferecendo acesso ao sistema da Parsyl a seus clientes como um serviço adicional de gestão de riscos. Assim, ajuda a competir com as maiores seguradoras do setor.

“Os segurados podem instalar os sensores, chamados treks, quando a carga ainda está em seus armazéns”, McGill observou.

Os treks são pequenos artefatos que cabem na palma da mão, custam um pequeno aluguel mensal.  Registram a temperatura, luz, umidade e impactos que ela pode sofrer durante todo o percurso até a carga chegar ao seu destino final.

Eles são colocados magneticamente dentro do recipiente ou área de armazenamento. Assim sua bateria pode durar mais de três anos.

“Uma vez que a carga tenha chegado, é possível descarregar, com muita rapidez, através de um dispositivo móvel, toda a história da viagem”, disse McGill.

“Dessa maneira, podemos reduzir de forma significativa o trabalho necessário para peritar um sinistro. Por exemplo, podemos descobrir exatamente onde e quando uma mudança brusca de temperatura ocorreu.”

Aplicações

As informações coletadas não só podem ajudar a acelerar a tramitação de um sinistro. Todavia, também servem para aprimorar a gestão de risco e evitar futuros incidentes.

McGill citou como exemplo o caso de uma companhia americana que exporta leite em pó. A companhia queria saber os exatos momentos em que os containers que transportam a mercadoria são abertos. Isso porque o contato com a luz pode ter um efeito deletério sobre o produto.

Da mesma maneira, se o container é aberto em um momento em que não deveria, pode indicar tentativas de contaminação proposital da carga.

Assim, também podem indicar em que portos ocorrem problemas na estiva, já que os sensores podem dizer exatamente onde e quando a carga sofreu impactos danosos.

Benefícios

Para o subscritor da Ascot, a implementação deste tipo de tecnologia traz vantagens para toda a cadeia do seguro.

“Os segurados se beneficiam porque os gastos ligados à gestão do sinistro serão mais baixos no caso de uma perda coberta pela apólice, e os pagamentos serão mais rápidos”, disse McGill.

“As seguradoras se beneficiam porque podemos melhorar a nossa taxa de recuperação dos sinistros. Também podemos melhorar a gestão de sinistros. Ao mesmo tempo em que proporcionamos aos clientes informações importantes sobre seus negócios.”

“Com base nos dados coletados, podemos oferecer sugestões sobre rotas de navegação. Assim como as unidades de armazenamento que devem usadas, e que armadores são as melhores opções para determinadas rotas.”




Austral e Terra Brasis criam 4ª maior resseguradora local

A Austral e a Terra Brasis anunciaram na quinta-feira, 13 de junho, a fusão de seus negócios de resseguros.

A operação deve resultar na formação da quarta maior resseguradora local do Brasil, segundo as duas empresas.

Bruno Freire, da Austral (foto), será o CEO da empresa, enquanto que Rodrigo Botti, da Terra Brasis, será o CFO.

A fusão ocorre em um momento em que ambas companhias buscam crescer no exterior. Uma tarefa que exige maior esforço de capital e uma maior capacidade de assumir riscos às vezes não muito familiares ao mercado brasileiro.

Mais vendas?

Em contrapartida, também formam uma empresa de maior escala potencialmente mais atraente para um eventual investidor como um grupo estrangeiro.

Fala-se no mercado sobre a possibilidade de a Vinci Partners, proprietária do grupo Austral, vender a empresa.

O grupo Austral também inclui uma seguradora, que não está incluída na fusão. A companhia de private equity será a maior acionista da nova resseguradora, com mais de 60% do capital.

Com um processo de consolidação em pleno vapor no mercado global de resseguros, e sendo o Brasil um mercado que sempre intriga os grandes do setor, não é de descartar a possibilidade de que a nova resseguradora desperte maior interesse de grupos internacionais.

Vale notar que Freire disse ao Valor Econômico que a empresa pode recorrer a um IPO para aumentar seu poder de fogo atraindo mais capital.

Sinistralidade

Os níveis de sinistralidade, e consequente pressão sobre os resultados, também podem estar influenciando este tipo de movimento no mercado.

Na Terra Brasis, a sinistralidade passou de 54% em 2017 para 72% em 2018. Na Austral, caiu 2 pontos no ano passado, mas seguiu elevada, em 85%.

O índice combinado da Austral chegou a 109%, e o da Terra Brasis, a 103%. Os dados são de relatório elaborado pela Terra Brasis a partir de dados da Susep.

Sinergia

As empresas argumentam que a operação traz vantagens em termos de sinergia, por exemplo, em sua expansão pela América Latina.

Enquanto a Austral já tem operações no Cone Sul, a Terra Brasis iniciou sua expansão pelos países andinos e o Panamá.

No mercado nacional, a complementaridade do negócio parece menos evidente. A Austral fechou 2018 com um volume muito superior de prêmios: R$ 346 milhões contra R$ 140 milhões, de acordo com a Susep.

A principal linha de negócio da Terra Brasis é o resseguro patrimonial, que também é a principal área de atuação da Austral, de acordo com os dados da Susep.

Outros segmentos em que a Terra Brasis concentra suas atividades, como Riscos Financeiros e Transportes, a Austral também está presente, com volumes similares ou maiores de prêmios.




Internet das coisas pode revolucionar gestão de riscos e seguros

A internet das coisas pode revolucionar a gestão de riscos e o mercado de seguros. Aumentando, assim, a visibilidade e transparência dos ativos segurados.

A coleta de informações por meio de sensores, smartphones, smartwatches e outros equipamentos também deve gerar uma quantidade quase infinita de dados. Eles podem facilitar a mitigação de riscos.

Experiências neste sentido estão sendo desenvolvidas em todo o mundo por seguradoras, resseguradoras e insurtechs. Em contrapartida, trazem resultados interessantes em áreas como o transporte marítimo, riscos de responsabilidade civil e acidentes de trabalho.

Empresas como a Munich Re e a Argo adquiriram insurtechs para expandir suas capacidades nesta área.

Outras, como a Ascot e sindicatos do Lloyd’s de Londres, estão desenvolvendo parcerias com empresas tecnológicas especializadas na internet das coisas.

Internet das coisas: bilhões de conexões

Mas o mercado ainda está buscando as formas mais eficientes de introduzir uma tecnologia que está muito na moda. Porém, cuja utilidade ainda precisa ser plenamente apreendida por gestores de riscos e seguradores.

“A internet das coisas tem potencial. Mas o mercado ainda não concebeu uma aplicação definitiva da tecnologia”, disse Werner Rapberger, diretor da área de seguros na consultoria Accenture na Suíça.

O potencial da internet das coisas fica clara nos números envolvidos. Estima-se que, em 2020, 25 bilhões de equipamentos estarão conectados à internet. São computadores, smartphones e tablets e até sensores industriais e eletrodomésticos, entre muitos outros.

A empresa de pesquisa IHS Market acredita que este número chegará a 125 bilhões por volta do ano 2030.

Empresa usa e gera dados

Uma boa parte desses equipamentos são utilizados por empresas em suas linhas de produção, em cadeias de suprimento ou transporte de mercadorias.

Cada vez mais, empresas também se valem de equipamentos conectados para aprender mais sobre o comportamento e o estado de saúde de seus funcionários.

Isso significa que uma quantidade gigantesca de dados estará sendo gerada. Relatório do Lloyd’s de Londres e da University College London, da Grã-Bretanha, observa que a internet das coisas permitirá ao mercado de seguros capturar uma quantidade de informações jamais imaginada.

Sob o mesmo ponto de vista, sabendo utilizá-la, essa riqueza de informações sobre ativos físicos e indivíduos cobertos pelo seguro gerará sistemas de avaliação de riscos mais acurados e flexíveis. Isso permitirá, no futuro, uma precificação mais apurada das apólices de seguros.

Gestão de risco

Porém, mais importante, é a capacidade que estes artefatos oferecem de rastrear ativos segurados. E assim também encontrar padrões de ocorrência de sinistros que podem ser tratados com antecipação, evitando que as perdas ocorram em primeiro lugar.

Por outro lado, o mesmo acontece com os acidentes de trabalho. Já que equipamentos como sensores nos capacetes ou cintos de segurança permitem descobrir outras situações. Por exemplo, em que os trabalhadores do setor de construção tendem a sofrer contusões.

Para Rapberger, é justamente esta capacidade de entender o comportamento de ativos e pessoas que oferece a grande promessa da internet das coisas.

Uma vez que seguradoras e resseguradoras tiverem uma quantidade suficiente de informações em seus bancos de dados, elas poderão trabalhar com os compradores de seguro. Dessa forma, o objetivo é mitigar as exposições de riscos e criar coberturas customizadas a preços mais aceitáveis, opina Rapberger.

Desafios da internet das coisas

Frank Neugebauer, sócio na consultoria tecnológica americana Capco, acredita que a internet das coisas pode ajudar as empresas. Por exemplo, a mitigar as perdas que sofrem com processos por lesões corporais sofridas por funcionários ou clientes em suas premissas.

Não se trata de um risco desprezível. Os Estados Unidos vivem uma onda de indenizações milionárias concedidas por tribunais a vítimas de acidentes. E a moda está se espalhando por outros países.

“O maior potencial da internet das coisas está nas áreas de lesões corporais e responsabilidade civil”, afirmou.

Neste caso, os chamados wearables, artefatos conectados como smartwatches e roupas de trabalho equipadas com sensores, coletam informações biométricas. Assim como os movimentos dos funcionários com o fim de orientar ações de gestão de riscos para evitar novos acidentes.

“Os wearables já são frequentemente utilizados em ambientes industriais para assegurar que as pessoas estão se movendo de uma maneira que é consistente com a forma que deveriam estar se movendo”, observou Neugebauer.

Ele alertou porém que não se deve utilizar esta tecnologia para punir quem não está fazendo as coisas do jeito certo. O objetivo deve ser identificar e corrigir comportamentos; não os punir.

Desafios

A internet das coisas, no entanto, também cria desafios para as empresas que utilizam a tecnologia. Por exemplo, na questão da proteção dos dados de terceiros.

Assim, as empresas devem estar atentas para obter a autorização de seus funcionários para utilizar os dados coletados. Da mesma forma, compartilhá-los com parceiros como corretores e seguradoras.

Caso contrário, correm o risco de escorregar em alguma das muitas leis de proteção de dados que estão sendo aprovadas mundo afora, inclusive no Brasil.

Neugebauer observou que o uso de wearables para monitorar os funcionários pode gerar protestos de sindicatos e grupos de defesa dos direitos dos trabalhadores.

No caso das seguradoras, Rapberger notou que os próprios clientes podem se mostrar relutantes em compartilhar seus dados de forma mais ampla com seus subscritores.




Internet das coisas: o impacto no mercado de seguros

A internet das coisas pode mudar o mercado de seguros. Um exemplo é o trabalho da Concirrus, uma insurtech britânica que está colaborando com vários subscritores do mercado londrino, além de corretoras como a Marsh e a Willis Towers Watson.

A Concirrus desenvolveu um sistema de coleta de informações sobre navios cargueiros. O sistema está ajudando as empresas a entender melhor os riscos marítimos. Assim, espera-se, deve dar lugar a processos mais eficientes de subscrição.

O sistema criado pela empresa se baseia na coleta de informações obrigatórias que os navios têm que enviar à Organização Marítima Internacional, mais conhecida como IMO na sigla em inglês.

Sensores

As informações são enviadas à IMO a cada 15 minutos. Isso a partir de cada navio que está em trânsito, por meio de sensores conhecidos como transceptores AIS.

Trata-se de uma legislação já consolidada no setor. Sob o mesmo ponto de vista, Andrew Yeoman, CEO da Concirrus, afirmou a Risco Seguro Brasil que, através desses sensores, o setor marítimo já vinha utilizando a internet das coisas muito tempo antes de que o conceito se tornasse moda.

Com acesso aos dados de geolocalização e outras informações sobre cada navio em circulação, a Concirrus elaborou um software que faz sua coleta e análise. O software armazena as informações em um sistema na nuvem.

Os clientes da empresa podem, então, ter acesso a esses dados. Dessa forma, analisá-los a partir de cerca de 3.000 variáveis diferentes, segundo a classificação das informações feita pelo software.

Com isso, segundo Yeoman, os subscritores têm a oportunidade de realizar uma análise mais detalhada dos riscos marítimos que chegam à sua mesa.

Informação muito nova

“Uma informação que as seguradoras jamais tiveram dizia respeito ao comportamento dos ativos”, disse Yeoman.

“Se elas puderem ver como os ativos se comportam, elas podem então segmentar o seu portfólio de riscos de uma maneira mais eficiente. Portanto, podem definir os preços das coberturas de acordo com este comportamento.”

As variáveis que podem ser analisadas incluem dados como a localização dos navios quando há um sinistro. Igualmente os portos que eles visitam. Assim como a operação dos motores, o estado dos carregamentos, a temperatura dos locais onde as mercadorias estão armazenadas, a atividade da tripulação, entre outras.

Cadeia do seguro, natureza do risco

Para Yeoman, os benefícios dessa tecnologia podem ser sentidos em toda a cadeia do processo de seguro. Em contrapartida,  ela permite que subscritores, corretores e clientes tenham um diálogo mais aberto a respeito dos riscos transferidos.

“Os corretores podem discutir com seus clientes a respeito das rotas de navegação. Se os navios trafegam por áreas de conflito, se eles estão conformes às leis de sanções comerciais. Assim como seus navios se comparam com os da competição”, disse Yeoman.

“E os seguradores são capazes de observar se um volume elevado de sinistros acontece em lugares determinados”, completa. “Ou depois que os navios param em alguns portos específicos etc. Eles podem conversar com os corretores e entender o que está passando.”

Os resseguradores marítimos, por sua vez, podem entender melhor a natureza dos riscos que adquirem através de sistemas de frota, o que ajuda a entender melhor onde suas exposições estão mais agregadas.

Exemplos

Um exemplo prático. Uma empresa pesqueira diz à seguradora que sua frota atua em águas costeiras, mais seguras. Os sensores, no entanto, revelam que as embarcações passam muto mais tempo em alto mar, onde os riscos são maiores.

Outro. Os sensores mostram que os navios de um cliente navegam a velocidade mais elevada que os de outras companhias similares. Isso pode forçar mais os motores, aumentando os custos de manutenção.

A Concirrus já está trabalhando na área de seguros marítimos com a corretora Marsh, as seguradoras londrinas Chaucer e Antares e resseguradora Trans Re, entre outros.

Operação

A empresa também possui uma solução de monitoramento de riscos na área de seguros de automóvel e acaba de firmar um acordo com a corretora Willis Re para levar a tecnologia de internet das coisas para segmentos de resseguros especiais, as chamadas coberturas specialty.




Empresa lança etiquetas inteligentes que reduz lesão de clientes

As “etiquetas inteligentes” podem auxiliar, e muito, o ramo dos seguros. A seguradora Argo lançou, nos Estados Unidos, um sistema que usa a tecnologia da internet das coisas para reduzir o volume de lesões sofridas por consumidores nas instalações de supermercados e restaurantes.

O sistema, desenvolvido por uma unidade chamada Argo Risk Tech, se baseia na inserção de etiquetas RFID e NFC. Elas enviam informações por radiofrequência. Assim, identificam quais são os principais pontos de riscos nas lojas administradas pelos segurados.

O resultado, segundo Rooney Gleason, líder da área de Varejo da Argo nos EUA, é uma sensível redução no número de acidentes com clientes. Isso gera, consequentemente, uma queda no volume de indenizações pagas pelos supermercados e restaurantes.

Além, claro, de menos sinistros pagos pela seguradora.

Só aceito se tiver

Gleason contou a Risco Seguro Brasil que, hoje em dia, a Argo americana já não aceita riscos de responsabilidade civil de restaurantes e supermercados.  A não ser que eles se disponham a implementar o sistema de prevenção de riscos baseado nos sensores.

Na prática, o que o sistema faz é potencializar medidas de gestão de riscos que as empresas já devem ter implementadas como parte de sua rotina.

A Argo instala as etiquetas em pontos selecionados nos locais segurados. Empregados ficam encarregados de realizar inspeções periódicas. Dessa forma, podem observar se há algum elemento de risco para os clientes nas áreas próximas a eles.

Isso pode ser vazamento de água, objetos que caíram ao solo, estantes fora do lugar ou outros tipos de não-conformidades.

App: como funciona

Cada vez que passa por um dos pontos, o empregado escaneia a etiqueta com uma app em seu telefone celular. Portanto,  automaticamente, abre uma série de perguntas simples e diretas.

As respostas são armazenadas na nuvem. Também são organizadas e analisadas, revelando tendências na ocorrência de sinistros ou riscos em potencial que podem então ser avaliadas.

Tradicionalmente, observou Gleason, as notas de inspeções são feitas em folhas de papel. Assim como são armazenadas em ficheiros. Esses ficheiros acabam sendo de pouca serventia para fins de gestão de riscos.

Sinistros precisos

Gleason também observou uma situação peculiar. Por exemplo, quando alguém cai e se machuca. Ao ser atendido pelo estafe da empresa, um empregado pode escanear a etiqueta mais próxima. Igualmente consegue já registrar o acidente e dar início ao processo de gestão do sinistro.

“No ano passado, meus clientes inspecionaram 220 milhões de pontos em suas lojas”, disse Gleason.

“Ao combinar as inspeções em tempos reais com os dados a respeitos dos sinistros, conseguimos detalhar com precisão de raio laser as ações de gestão de riscos nas áreas de suas instalações que têm maior necessidade.”

Ele citou como exemplo do nível de detalhe que se pode chegar o fato de que, em um restaurante em particular, se notou que o maior número de quedas ocorria entre as 8h30 e 10h30 da manhã, um horário que não parecia especialmente óbvio.

Dessa maneira os administradores puderam tomar medidas para reduzir o risco no período em questão.

Redução do sinistro

“Como resultado, temos visto uma redução significativa na frequência de acidentes que os clientes escorregam e caem nas lojas.”

Segundo ele, o sistema consegue reduzir a frequência de quedas dos clientes em 15% a 20%. Número significativos, ainda mais quando as quedas sã0 uma das principais fontes de processos de responsabilidade civil enfrentados por supermercados e restaurantes nos Estados Unidos.

Gleason acredita que a tecnologia de internet das coisas tem muito potencial para o setor e deve continuar se espalhando como instrumentos de redução do custo total do risco das empresas.

A própria Argo está lançando nos EUA um sistema parecido que ajuda a garantir o estado para consumo de alimentos que devem ser guardados sob baixas temperaturas.

“Sensores estão ficando cada vez menos caros, e sua capacidade é cada vez maior. Vai ser difícil para os subscritores não se envolverem com a internet das coisas.”, afirmou.

“Os sensores oferecem muitas aplicações que ainda estão sendo introduzidas no setor de seguros par empresas.”




Com preços em alta, mercado deve aprimorar subscrição de riscos

O endurecimento das condições e preços do resseguro proporcionam uma oportunidade para aprimorar a gestão de riscos do setor de seguros. Da mesma forma, descobrir quem são os subscritores que de fato vieram ao Brasil para ficar.

Esta é a opinião expressada por Eduardo Toledo, diretor presidente de Resseguros da corretora Som.us, em entrevista à RSB.

Segundo ele, ainda que o mercado brasileiro esteja menos exposto às perdas catastróficas que inverteram a tendência de queda de preços a nível global, há uma situação peculiar. À primeira vista, muitos compradores de seguro e resseguro estão vendo um aumento significativo das tarifas no mercado local.

Para Toledo, ainda que esta nova tendência coloque pressão sobre os orçamentos das empresas, ela também tem um lado positivo para o futuro do setor no Brasil.

Aventureiros

“Estes momentos de mercado duro criam condições para reeducar os clientes. Da mesma forma para trazer-lhes para uma realidade da percepção verdadeira de seus riscos e a precificação real desses riscos”, disse Toledo.

“No mercado duro não existem tantos aventureiros que vêm aqui sem conhecer o negócio. Assim, sem um histórico de perdas, botam a taxa lá embaixo e, depois de dois anos, sofrem sinistros e saem do mercado.”

Com menos players espremendo os preços, as resseguradoras que realmente prezam seus resultados técnicos tendem a encontrar mais oportunidades, observou.

“É um momento positivo para os resseguradores internacionais investirem no Brasil. Com mais capacidade em condições condizentes com o risco e pedindo contrapartidas em termos de gerenciamento de riscos, mitigação, sistemas operacionais etc”, disse Toledo.

Subscrição pode melhorar

Da mesma forma, na visão do executivo, o longo período de preços baixos a nível nacional e global fez com que houvesse um certo relaxamento nos processos de subscrição. Igualmente com algumas empresas tomando mais e piores riscos do que deviam.

“O nível de subscrição caiu muito no mercado brasileiro. Até por excesso de capacidade técnica no mercado internacional. Situação que vinha para cá de certa forma já mastigada”, afirmou. “E aqui no Brasil não se formam subscritores como deveriam se formar. Então o nível de subscrição caiu, as empresas estavam de certa forma olhando o que o vizinho estava fazendo e tentando fazer igual ou um pouco melhor.”

“São raros os casos em que se nota que houve uma subscrição do risco. Assim também que alguém dedicou tempo para fazer uma análise aprofundada, buscou mais informações sobre ele.”

A subscrição relaxada se torna mais arriscada. Porém, em um mercado em que o resseguro viu perdas significativas nos últimos anos.

“No ano passado, mesmo clientes que nunca tiveram sinistros viram um aumento significativo de seu prêmio”, disse Toledo. “O mercado colapsou, teve prejuízos irreparáveis, e os que ficaram, se não precificarem desta forma, não sobrevivem. E, se o cliente buscar uma alternativa, vai bater no mesmo ressegurador.”

Catástrofe humana

Toledo também acredita que o mercado não é ajudado pelas carências que o Brasil. Contudo, vive em áreas como a infraestrutura e segurança pública, que complicam o trabalho de quem vive de tomar riscos.

“Nossas perdas catastróficas são a falta de credibilidade e infraestrutura. A segurança pública não existe, falta investimento”, afirmou. “E os clientes que investem, que estão preocupados com a gestão do risco, acabam sofrendo as consequências.”

“Nossas catástrofes são humanas”, concluiu Toledo.




Brasil fica em 60º lugar em ranking de resiliência para as empresas

No ranking de resiliência para fazer negócios da seguradora americana FM Global, o Brasil ficou apenas no 60º lugar. É mais um sinal de que o país não está conseguindo se tornar mais atrativo para investimentos.

A empresa leva em conta fatores como o estado da economia. Assim como a qualidade da gestão de riscos e a operação das cadeias de suprimento para elaborar o ranking. A lista é publicada todos os anos.

Em 2019, o Brasil repetiu a colocação de 2018, ficando abaixo da 56ª posição, entre 130 países, obtida em 2015.

Pior: ainda que tenha mantido sua medíocre colocação, a nota do Brasil piorou, passando de 52,5 (de um total de 100 pontos) em 2018 para 47,1.

Governança corporativa e corrupção

O ranking da FM Global trouxe uma novidade neste ano. Acima de tudo, incluiu a governança corporativa entre os itens avaliados para analisar a resiliência do ambiente de negócios. A nota do Brasil foi 66,5, valendo o 51º posto para o país neste quesito.

O item foi incluído na avaliação do funcionamento das cadeias de suprimento. Da mesma forma, também inclui outros fatores que pouco favorecem a economia brasileira, como o controle da corrupção e qualidade da infraestrutura.

No total, o Brasil ficou em 62º lugar no que diz respeito às cadeias de suprimento, recebendo 50,6 pontos, contra 55,9 em 2018.

A pior marca, para surpresa de ninguém, foi atribuída aos controles contra a corrupção na sociedade e nas empresas.

Com uma pontuação de míseros 24,5, o Brasil ficou em 88º lugar entre os 130 países avaliados neste quesito.

Economia em frangalhos

Mas é no estado da economia que o fiasco brasileiro no ranking da FM Global é mais evidente.

Nesse item, que mede fatores como a influência da instabilidade econômica na capacidade das empresas de enfrentar situações difíceis, o Brasil somou ínfimos 36,3 pontos na escala da FM Global.

Com tal pontuação, não passou da 75ª posição. Portanto, a avaliação da produtividade da economia, com 11,7 pontos, mostrou-se especialmente vexatória.

Qualidade do risco

O Brasil teve melhor desempenho na categoria qualidade do risco. O item mede fatores como a exposição e capacidade de ração a eventos catastróficos e a ataques cibernéticos.

A melhor avaliação ocorre justamente na falta de exposição a eventos como furacões e terremotos. Isso significa que vale ao país uma nota 75,7 e a 37ª colocação no ranking.

Uma vez que a atividade humana entra em campo, porém, a coisa se complica. Ao avaliar a capacidade da sociedade e das empresas para reagir no caso de uma catástrofe, a nota cai para 32 pontos. Na prevenção e reação a incêndios, o Brasil fica apenas na 99ª colocação com 23 pontos.

No risco cibernético, por outro lado, a performance é mais favorável. Levando em contas fatores como o uso da internet pela população e as liberdades civis, que na visão da FM Global ajudam o país a reagir a eventuais eventos cibernéticos, a nota do Brasil é um respeitável 65,8, o que lhe vale a 31ª posição no ranking.

Ranking: líderes e lanternas

Segundo o ranking da FM Global, os países onde as empresas têm as melhores condições para enfrentar situações de emergência são a Noruega, Dinamarca, Suíça e Alemanha.

Já os piores, nesta ordem, são o Haiti, a Venezuela e a Etiópia.

Apenas três países latino-americanos ficaram na frente do Brasil: a Argentina (58º lugar), o Chile (50º) e o Uruguai (46º).