Argo visa nichos e riscos de médio porte para dobrar negócio
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- Rodrigo Amaral, rodrigo@riscoseguro.com.br
- 21 de julho de 2019
- Sem categoria
Sob nova direção, a Argo Seguros está de olho no mercado de riscos de médio e grande porte para desenvolver o seu negócio no Brasil.
Em entrevista à Risco Seguro Brasil, Newton Queiroz, que foi indicado CEO pela Argo em abril, afirmou que o objetivo é dobrar a rentabilidade da empresa. Isso sem aumentar muito o seu número de empregados.
Já com uma importante presença em segmentos como RC profissional e transportes, a Argo também pretende crescer em outras frentes. Como o seguro garantia, os riscos de engenharia e os seguros patrimoniais.
“Nosso foco é nicho, crescimento e rentabilidade”, afirmou Queiroz.
Foco
A Argo fechou o ano de 2018 com um portfólio de R$ 209 milhões em prêmios. Queiroz admitiu que, comparado com outras empresas, não se trata de uma seguradora de grande porte no mercado brasileiro.
No entanto, ele prefere analisar a presença da Argo em ramos específicos. De acordo com ele, a empresa estima ser a líder em seguros de erros e omissões, E&O. Estes seguros também são conhecidos pela definição de RC profissional adotada pela Susep.
A Argo está entre as cinco maiores em transportes internacionais e entre as dez primeiras no segmento de transportes como um todo, de acordo com o executivo.
“Isso mostra um foco em ser a número 1 nos ramos que a gente quer liderar”, afirmou. “Queremos atender as empresas onde sabemos que temos um diferencial.”
“Agora queremos crescer em garantia, que é uma área para a qual a gente está voltando, property, RC geral e engenharia”, disse Queiroz.
Planos de crescimento
Ele afirma, no entanto, que o crescimento não será buscado a todo custo.
Por outro lado, no mercado de garantia, por exemplo, Queiroz observou que a disputa é ferrenha. Isso ocorre especialmente no sub-ramo da garantia judicial. É o setor onde as taxas são atualmente muito competitivas. O foco da Argo é buscar clientes que aceitem pagar um preço justo pelo produto.
Por exemplo, trabalhando com empresas internacionais. Afinal, este é um ramo que eventualmente ainda não possui uma grande presença no Brasil, mas são fortes no exterior. Assim, podem assinar uma contragarantia fora do país.
“Vamos mirar empresas que estão chegando no Brasil agora, e a gente espera que isso se reative no segundo semestre”, comentou.
Tamanho médio
Para atingir seus objetivos de crescimento, a Argo também tem como meta aumentar sua presença entre as empresas de médio e grande porte.
“Nosso DNA não é o megarrisco, mas o médio para grande risco”, afirmou. “Clientes neste universo sentem falta de um serviço mais personalizado.”
Portanto, para Queiroz, as empresas de pequeno e médio porte sentem falta de produtos mais adequados para suas necessidades. Especialmente em termos de cobertura.
Em contrapartida, foi com a ideia de suprir essa carência que a Argo conseguiu atingir a liderança em seguros E&O, afirmou o CEO.
Normalmente, as apólices desse produto têm um limite que vale para todos os profissionais cobertos. Por exemplo, de R$ 1 milhão para dez profissionais.
Da mesma fora, se um dos dez profissionais beneficiados usar a apólice, os outros já não podem valer-se do limite. A apólice da Argo, porém, oferece o limite para cada um dos profissionais segurados. Por exemplo, R$ 1 milhão por profissional.
“Custa mais caro, mas o cliente está mais bem protegido,” disse Queiroz.
Pelo Brasil
A expansão do negócio também vai passar por uma exploração do potencial do mercado para além de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Queiroz disse que a Argo Seguros pretende visitar com mais frequência corretores e clientes em potencial em várias partes do país.
O projeto começou em 4 de julho com uma reunião com 60 corretores em Belo Horizonte (MG). Novos encontros estão previstos para Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Campinas (SP), ainda neste ano.
“Com a questão digital, as empresas se focaram muito em suas sedes. Muitas vezes se esqueceram de estar mais presente com os clientes e entender de novo o que eles precisam e querem”, comentou.
“Nossa nova visão é não perder o DNA digital, mas ao mesmo tempo trazer um pouco mais de visibilidade com os corretores e clientes.”
Inovação
Mas a vontade de ter contato presencial com os clientes não exclui investimentos em tecnologias. São eles que podem auxiliar a Argo a tornar mais eficiente o processo de distribuição.
“A Argo vem trazendo inovações ao mercado desde 2012. Investimos muito na plataforma de contato com nossos parceiros, por exemplo”, afirmou. “E também em produtos como as coberturas de RC profissional.”
Recentemente, a seguradora lançou um sistema, dentro de sua plataforma digital Protector. Ele permite aos corretores definir as franquias que querem adicionar aos produtos de E&O.
Segundo ele, a empresa agora está analisando produtos que estão disponíveis na Argo fora do Brasil. As novidades devem começar a chegar já em 2020.
Além disso, Queiroz disse que a inovação ocorre de forma incremental nos processos da empresa, com vistas, por exemplo, a tornar mais eficiente a relação com os corretores, que considera fundamental para que o negócio tenha sucesso.
Corretores e startups
“Nossa visão é que a inovação ocorre na plataforma de distribuição, e não na forma de vender o produto”, observou. “O objetivo é fazer o processo mais automático e eficiente.”
O executivo não acredita no modelo de vender seguros diretamente ao cliente final, o que tem sido foco de tentativas de inovação por parte de startups tecnológicas.
Para ele, o corretor é essencial no modelo, especialmente na parte corporativa, em que os clientes necessitam de assessoria sobre os riscos que enfrentam e as soluções de transferência.
“O cliente se sente mais cômodo, e a seguradora também.”
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