Travelers quer dobrar carteira de D&O nos próximos dois anos
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- Rodrigo Amaral
- 22 de março de 2016
- Sem categoria
Para presidente da seguradora no Brasil, segmento continua atrativo apesar da sinistralidade; empresa fechou 2015 como a 12ª do ranking
A presença cada vez maior de altos executivos de empresas no noticiário policial não está impedindo as seguradoras de investir no desenvolvimento de seu negócio em D&O – e no caso da Travelers, de visar multiplicar por dois sua carteira no segmento.
O seguro D&O tem a função de arcar com os custos de defesa de executivos no caso em que tenham de responder ações na Justiça. Muitas apólices têm sido acionadas, portanto, como decorrência da Operação Lava Jato e do aumento das falências devido à crise econômica.
Mesmo assim, a Travelers, que começou a atuar sob seu próprio nome no Brasil em outubro do ano passado, tem uma meta “agressiva” para este tipo de produto, de acordo com Leonardo Semenovtich, o presidente da seguradora americana no Brasil.
“Nossa meta é crescer entre 60% e 70% em D&O neste ano, e de dobrar nossa carteira em dois anos”, disse Semenovitch a Risco Seguro Brasil. “Queremos competir de igual para igual com as líderes do mercado.”
A Travelers no momento é um ator de porte reduzido no setor. De acordo com dados da Susep, em 2015 a empresa ocupava a 12ª colocação no ranking do segmento, com quase R$ 3,5 milhões em prêmios diretos, o equivalente a menos de 1% do total do mercado.
Mas Semenovitch afirmou que o ritmo de crescimento tem sido saudável, e que em 2015 houve um aumento de 54% na demanda de cotações de seguro D&O recebidas pela empresa.
Público-alvo
A Travelers operava até outubro do ano passado como J. Malucelli Seguros, e sob esta marca já oferecia o seguro D&O havia três anos no Brasil. De acordo com o executivo, esta linha vem crescendo a uma média de 18% nos últimos cinco anos, com o ritmo acelerando no ano passado, quando chegou a mais de 34%.
“Muito do crescimento se deve ao ambiente atual, que está ficando cada vez mais litigioso. E uma investigação como a Lava Jato levanta a curiosidade por este tipo de produto, aumentando a demanda”, disse Semenovitch.
Segundo ele, a empresa está trabalhando o mercado por meio de sua rede de corretores, com um foco em pequenas e médias empresas. Para este público, os preços das apólices não têm sido tão afetado por eventos como a Operação Lava Jato.
“As taxas aumentaram para as empresas que têm uma exposição à Lava Jato, e também para aquelas que vêm reportando piora nos resultados financeiros”, afirmou.
“Mas, para os riscos menos complexos, como as empresas de capital fechado ou aquelas que têm uma boa situação financeira, a tendência continua sendo de queda.”
Concentração de mercado e de sinistros
De qualquer maneira, apesar de ser uma linha de alta tecnicidade e com sinistralidade em alta, o seguro D&O continua sendo atraente para os subscritores.
“A sinistralidade está algo concentrada em algumas apólices. De acordo com a Susep, a sinistralidade de toda a carteira de D&O ficou em 54% no ano passado”, disse Semenovitch.
“Este me parece um número relativamente bom, se comparado com outras carteiras como a de automóveis ou property. O que sim está acontecendo é que as seguradoras estão olhando com mais atenção a situação financeira das empresas.”
Para ele, nem mesmo os elevados níveis de concentração do seguro D&O no Brasil reduzem a atratividade do setor.
“O que houve nos últimos anos foi uma consolidação de empresas que eram líderes no segmento”, afirmou. “Trata-se de um produto relativamente novo no Brasil, com algo mais de sofisticação, e também há uma grande concentração entre os corretores que trabalham com o seguro D&O. Mas esta concentração deve diminuir ao longo do tempo, na medida em que seguradoras como a nossa aumentam sua participação.”
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