Corrupção preocupa cada vez mais as empresas globais, aponta Kroll
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- Rodrigo Amaral
- 22 de março de 2016
- Sem categoria
Quatro entre cada dez chefes de compliance entrevistados disseram em pesquisa que risco para empresas aumentou em 2016
A corrupção continua subindo degraus na lista de preocupações das empresas multinacionais, de acordo com uma pesquisa realizada pela Kroll, consultoria especializada em crimes corporativos e compliance.
Relatório divulgado no dia 22 de março mostra que 31% dos responsáveis pelas áreas de compliance das empresas estão mais preocupados com o tema da corrupção em 2016 do que em anos anteriores. Outros seis entre dez respondentes afirmaram que o tema lhes dá tanta dor-de-cabeça quanto no passado.
Além disso, 40% dos chefes de compliance disseram que suas empresas enfrentam hoje riscos de corrupção maiores do que costumavam enfrentar.
Os riscos não significam necessariamente que os funcionários das próprias empresas estão envolvidos em malfeitorias. Uma possível ligação de parceiros comerciais, por exemplo, com o suborno de autoridades em países estrangeiros aparece como um dos principais motivos porque os responsáveis pelo compliance das empresas perdem seu sono com o tema.
Este resultado é particularmente relevante para as empresas brasileiras que possuem clientes no exterior, que podem enfrentar maior cobranças em termos de controles internos de parceiros de outros países. Isso porque a comunidade empresarial nacional tem frequentado as páginas de jornais de todo o mundo devido ao envolvimento de empresas líderes de seus setores em casos de corrupção e fraude.
FCPA e além
Um total de 55% dos participantes da pesquisa afirmaram que a expansão internacional de suas empresas é o principal motivo por trás do aumento do risco de corrupção.
Um número cada vez maior de fornecedores espalhados pelo mundo foi apontado por 54% dos respondentes, e uma maior determinação das autoridades em implementar legislação antipropina, por 51%.
O último ponto se explica pelo número crescente de ações de alcance global que vêm sendo enfrentadas por pessoas jurídicas baseadas em países como os Estados Unidos e o Reino Unido devido a irregularidades encontradas em outras partes do mundo. Tais ações são embasadas em leis como o Foreign Corruption Practices Act, ou FCPA, nos EUA, e o UK Bribery Act britânico.
Vale notar também que quase metade dos respondentes afirmou que suas empresas não realizam auditorias em parceiros comerciais para averiguar seus programes de combate à corrupção, e apenas um terço disse que elas oferecem treinamento sobre o tema para fornecedores.
Os entrevistados expressaram ainda um maior nível de temor de que casos de corrupção contra suas empresas acabem levando diretores à Justiça.
Em grande parte, segundo a Kroll, isso deve ao fato de que, no ano passado, o Departamento de Justiça americano publicou um memorando em que exibe um maior foco na criminalização de indivíduos em casos de corrupção corporativa.
No lado positivo, 47% dos entrevistados afirmaram que os mais altos escalões da empresa estão altamente engajados com a luta anticorrupção, enquanto 44% disseram que estão algo engajados.
A pesquisa foi feita em janeiro com 267 executivos de compliance de empresas públicas e privadas internacionais, a maioria dos Estados Unidos (52%) e Europa (28%). Os autores são a Kroll e o Ethisphere Institute, um think tank especializado.
Clique aqui para ler o estudo em inglês.
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