Risco de gato elétrico também vem de grandes empresas
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- 15 de julho de 2015
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Concessionárias precisam montar equipes especializadas no combate a desvios na rede, que geram prejuízos e sobrecarregam o sistema
O roubo de energia elétrica, incluindo o feito por grandes empresas, continua sendo um dos principais riscos enfrentados pelas concessionárias do setor, que mantêm equipes especializadas para lidar com o problema.
Trata-se de uma questão que preocupa os gestores de riscos, uma vez que interfere na operação, no resultado das empresas e na contratação de seguros.
A imagem clássica do problema é o “gato” em comunidades carentes, nos quais a eletricidade é desviada da rede por meio de conexões ilegais.
Mas o risco não se restringe a pessoas que não têm renda suficiente para pagar pelo seu consumo. “O problema é considerável, e todas as empresas possuem equipes especializadas em reduzir essas perdas”, afirmou Marcia Santos Ribeiro, especialista em seguros da Light e coordenadora do Comitê do Setor Elétrico da ABGR (Associação Brasileira de Gerenciamento de Riscos).
“E não só as comunidades fazem isso. Há grandes estabelecimentos que fazem o mesmo, gente de todas as classes. É a questão da insegurança e da certeza da impunidade. Uma cultura que precisa ser mudada, pois alguém paga a conta que não é paga e sobrecarrega o sistema.”
Segundo ela, os desvios de eletricidade continuam causando grandes perdas para as empresas do setor e aumentam o risco de sobrecarga do sistema elétrico. “Imagine um sistema desenhado para atender 200 mil residências que acaba sendo utilizado por um número cinco vezes maior”, disse Ribeiro.
Ela explicou que as equipes especializadas em combate a fraudes realizam um trabalho de conscientização das comunidades onde o problema existe, ressaltando os efeitos dos desvios no sistema como um todo e os riscos pessoais a que os usuários se expõe quando utilizam conexões que não são seguras. “São ações que melhoram muito, que ajudam a reduzir o risco. A meta é eliminar, mas é complicado eliminar o problema, que afeta muito o sistema.”
Rombo
De acordo com reportagem da Agência Brasil, o prejuízo anual da distribuidora Light com gatos e fraudes é de R$ 850 milhões por ano. A empresa calcula que a conta de luz poderia ser reduzida em 17% se não existisse o problema.
Outra distribuidora no Rio, a Ampla, que cobre 66 municípios do estado, reporta perdas de 20% de toda a energia que distribui.
Já a Cemig, diz ter prejuízos de R$ 300 milhões com os desvios e calcula em 100 mil ligações clandestinas no estado. A empresa faz monitoramento permanente para localizar eventuais fraudes de grandes consumidores.
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