Risco tecnológico é principal preocupação, mostra pesquisa
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- Rodrigo Amaral
- 15 de julho de 2015
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Levantamento com 500 gestores de risco feito pela Ace aponta ainda que questões regulatórias e de compliance ganham espaço na agenda das multinacionais.
Ameaças tecnológicas constituem o principal risco emergente enfrentado pelas empresas europeias na atualidade, de acordo com uma pesquisa encomendada pela seguradora Ace.
O levantamento apontou os riscos ligados à cadeia produtiva, especialmente aqueles que podem afetar a imagem da empresa, como outra preocupação que ganha peso entre os profissionais da área.
A pesquisa mostra ainda que temas regulatórios e de compliance também estão ganhando espaço na agenda das empresas multinacionais. Foram entrevistados 500 responsáveis pela área de gestão de risco na Europa, Oriente Médio e Norte da África.
Um total de 43% dos entrevistados disse que os riscos tecnológicos estão entre as principais preocupações de suas empresas, e que lidar com temas como ataques de hackers e vazamentos de dados consome mais tempo e recursos que qualquer outro risco emergente.
As ameaças que mais preocupam são os ataques de hackers e quedas de sistemas, com 33% e 30% de menções, respectivamente. Mas 29% também destacaram os avanços de tecnologia digital que colocam em cheque seus modelos de negócios.
O estudo afirma, porém, que os gestores de riscos podem estar priorizando mal as suas exposições tecnológicas. Outros trabalhos mostram que os próprios funcionários de uma empresa, por meio de negligência ou fraude, constituem um risco mais importante do que hackers profissionais.
E apenas 23% mencionaram a perda de dados de clientes e funcionários como uma das principais ameaças tecnológicas a suas empresas, um número que os autores do estudo consideram “surpreendentemente” baixo.
No lado positivo, 76% dos gestores de risco entrevistados disseram que nos últimos anos ganharam voz dentro de suas empresas no que diz respeito à mitigação de riscos tecnológicos.
Parceiros comerciais
Os riscos ligado à cadeia de produção ocupam o segundo lugar do ranking, no que, segundo a Ace, se vê um reflexo das complexidades encontradas pelas empresas na medida em que elas se expandem para novos mercados.
Este risco foi mencionado por 32% dos entrevistados. Na edição anterior do estudo, realizada em 2013, os riscos da cadeia produtiva ocupavam a liderança do ranking.
Segundo o estudo, os gestores de risco consultados acreditam estar mais bem preparados para lidar com este tema do que em anos anteriores. Oito de cada dez entrevistados se disseram confiantes em sua habilidade de manejar os riscos da cadeia produtiva de suas empresas.
Mudança
Em uma importante mudança, são os temas éticos relacionados aos atos de parceiros comerciais, como o uso acidental de trabalho escravo em mercados emergentes, que mais preocupam hoje os gestores de risco. Em outros tempos, era a interrupção da cadeia produtiva devido a catástrofes naturais que ocupava o topo do ranking.
Por seu lado, os temas regulatórios e de compliance foram citados por 27% dos entrevistados. O desconhecimento, por parte de executivos, das leis vigente em novos mercados aparece como uma importante preocupação para as empresas, assim como as ações de governos estrangeiros, que dificultam o planejamento das organizações.
As exigências de compliance também estão forçando as empresas a direcionar para este setor os recursos de outras áreas de negócio.
O ranking
A lista dos dez principais riscos emergentes para as empresas europeias é a seguinte:
1º – Riscos tecnológicos, incluindo cibernéticos
2º – Cadeias de suprimento, finanças e logística
3º – Regulamentação e compliance
4º – Riscos ligados aos funcionários (incluindo perda de talento, fraudes e conflitos trabalhistas)
5º – Riscos geopolíticos
6º – Reputação e imagem
7º – Responsabilidade dos administradores (incluindo D&O)
8º – Responsabilidade ambiental
9º – Catástrofes naturais
10º – Terrorismo e violência política
“Ações efetivas [contra os riscos emergentes] vão exigir um compromisso ao nível dos conselhos, uma abordagem integrada e o desenvolvimento de uma cultura de gestão de riscos claramente compreendida no seio das empresas,” escreveu Andrew Kendrick, o presidente da Ace na Europa, na introdução do estudo.
Outra constatação da pesquisa é que os gestores de risco creem que as ameaças tecnológicas são o setor onde o mercado de seguros tem mais a melhorar, com 45% das menções. Em segundo lugar vêm os riscos ligados aos funcionários e à cadeia produtiva, com 28% cada, seguidos dos riscos geopolíticos, com 27%.
Clique aqui para ver o estudo em inglês.
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