Após fogo e terremotos, chuvas põem mais pressão no mercado global
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- Rodrigo Amaral
- 9 de junho de 2016
- Sem categoria
Impacto de catástrofes em todo o mundo chega a US$ 7 bi até fim de maio, diz Aon Benfield. Perdas seguradas causadas por fortes precipitações recentes na França e Alemanha devem passar de € 2 bi.
Mais pressão deve recair sobre o mercado global de resseguros com o pagamento de indenizações pelas fortes chuvas que caíram na Europa Ocidental nas últimas semanas.
Estimativas de danos cobertos por seguros somente na França e na Alemanha já passam de € 2 bilhões (R$ 7,7 bilhões). As fortes chuvas que atingiram a região chegaram a inundar parte de Paris, forçando o fechamento de alas de museus como o Louvre e o d’Orsay e afetando o trânsito da cidade.
Os estragos causados pela chuva se somam a uma série de eventos catastróficos já ocorridos neste ano, como os terremotos do Equador e do Japão e os grandes incêndios florestais que atingiram a região de Alberta, no Canadá.
Segundo a corretora de resseguros Aon Benfield, até o final de maio as perdas catastróficas asseguradas chegaram a US$ 7 bilhões (R$ 23,6 bilhões) em todo o mundo.
A estimativa porém utiliza uma previsão de perdas em Alberta de US$ 3,1 bilhões. Empresas de modelagem de riscos, no entanto, chegaram a estimar mais do que o dobro de danos segurados causados pelo incêndio.
Fortes tempestades nos Estados Unidos já causaram danos assegurados de US$ 1 bilhão, e chuvas também causaram perdas significativas na Ásia.
Ainda não está claro, porém, se a acumulação de perdas será suficiente para causar problemas para o mercado ressegurador mundial, que, enfrentando preços constantemente em queda, tem conseguido manter resultados razoáveis graças a dois anos de baixas perdas catastróficas.
França
A Associação Francesa de Seguradoras calculou que os estragos causados pelas chuvas e inundações de maio e junho no país devem ficar entre € 900 milhões e € 1,4 bilhão.
É uma estimativa similar à divulgada pela Caixa Central de Resseguros, CCR, que administra o pool de catástrofes naturais francês.
A CCR avalia que o pool cobrirá ao menos metade dos danos assegurados que acontecem no país, o que ajuda a minimizar o impacto do desastre sobre o mercado segurador do país.
Os seguradores franceses têm a opção de passar para a CCR ou reter em seus balanços as parcelas dos prêmios dos contratos de seguros patrimoniais que custeiam o pool catastrófico do país. O pagamento da taxa catastrófica é obrigatório em muitos contratos de seguros.
A maior parte dos danos devem ser pagos na região da bacia do Rio Sena, que inclui Paris, e o Vale do Loire, tradicional região turística francesa. Lá, as seguradoras devem ter de pagar indenizações entre € 800 milhões e € 1,3 bilhão devido às chuvas e inundações.
Em outras regiões que sofreram com tempestades, mas sem grandes inundações, as indenizações devem ficar entre € 100 milhões e € 135 milhões.
Alemanha
Na Alemanha, a agência de ratings Fitch calculou que os sinistros resultantes das chuvas que atingiram a região sudoeste do país no final de maio podem passar de € 1 bilhão.
A estimativa é bem superior à divulgada originalmente pela GDV, a associação de seguradoras alemãs, que colocava os danos em € 450 milhões.
As perdas econômicas devem ser bem mais elevadas, segundo a Fitch, uma vez que apenas um terço das apólices de seguro residencial incluem coberturas para eventos climáticos. A Alemanha não conta com um pool de catástrofes naturais como o francês.
As seguradoras mais afetadas devem ser as que pertencem ao Estado alemão, que estão mais expostas aos riscos residenciais, segundo a Fitch. A agência elevou sua previsão do índice combinado do setor no país de 93% para 95% como resultado das inundações.
A agência espera que a maioria dos sinistros envolva bens danificados em residências e automóveis, mas também lucro cessante.
As enchentes também atingiram outros países como a República Checa, a Polônia, Áustria e Bélgica.
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