Yasuda Marítima vê retomada em 2018 e promete novos produtos
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- Oscar Röcker Netto
- 13 de maio de 2016
- Sem categoria
Apesar da crise, empresa cresce 280% em riscos de engenharia; estratégia inclui soluções sob medida e assessoria em gestão de risco
Em um desempenho que a própria companhia considerou surpreendente, os prêmios para riscos de engenharia da Yasuda Marítima cresceram 280% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, indo a R$ 13 milhões.
Projetos de infraestrutura no país inteiro foram um dos mais afetados pela crise econômica e política. A seguradora atribui esse resultado à estratégia de reforçar o corpo técnico na área de grandes riscos. E assegura que essa linha de trabalho, aliada a desenvolver seguros sob medida neste setor, deve ajudar a atravessar a crise econômica que abate o país e que tem impactado também o setor de seguros.
Levantamento feito por Risco Seguro Brasil com base nos dados da Susep mostra que a companhia foi a quinta que mais arrecadou prêmios num conjunto de 38 linhas corporativas pesquisadas em 2015.
Mesmo com expectativa de repeteco na recessão em torno de 3,8% do PIB para este ano no Brasil, a seguradora garante que mantém “projeções audaciosas” até 2020, mas não arrisca cravar a manutenção de crescimento na casa de 20% como projetado.
No primeiro trimestre deste ano, o crescimento ficou quase na metade disso: alta de 11,3%, para R$ 721,3 milhões, nos prêmios gerais da seguradora em relação ao mesmo período de 2015.
Market share
Em entrevista a Risco Seguro Brasil, Farid Eid Filho, Chief Underwriting Officer da seguradora, afirma que a expectativa da Yasuda Marítima é de que haja retomada com mais fôlego do crescimento a partir de 2018.
Para brigar contra a crise, a Yasuda pretende conquistar market share e aumentar sua representatividade de mercado. “Vamos lançar novos produtos e dedicar foco na consultoria aos clientes na área de gestão de riscos”, afirmou Eid Filho.
Veja a entrevista do chefe de subscrição da seguradora.
RSB — De que forma as crises econômica e política atrapalham o plano da Yasuda Marítima de crescer 20% ao ano em grandes riscos?
Farid Eid Filho — O baixo desempenho da economia em 2015 reflete diretamente na falta de investimentos em projetos de infraestrutura, o que acaba impactando de forma negativa as carteiras de seguros de Riscos de Engenharia, Energia e Óleo & Gás, entre outras. Porém a companhia investiu significativamente em sua infraestrutura para dar suporte aos planos de crescimento. Temos já estabelecido todo o planejamento para 2016. A melhora na infraestrutura e investimento em tecnologia e novos sistemas de gestão propiciaram um ganho em termos de rapidez e eficiência que terão peso significativo nos resultados da companhia. Mas o principal é que investimos em pessoas. A Yasuda Marítima já contava com um corpo técnico reconhecido na área de grandes riscos. Mas, para fazer frente às estratégias da companhia, contratamos profissionais de peso, que já vêm contribuindo com know-how para que possamos, sempre, apresentar a melhor solução aos clientes, sobretudo nos projetos de porte, que exigem o desenvolvimento de soluções tailor made para atender às necessidades específicas de cada projeto.
Vale considerar que contamos com todo o suporte da Sompo Holdings, que é uma das maiores companhias de seguros do mundo e conta com operações na América do Norte, Europa, Ásia, Oriente Médio, além do Brasil. Em outros mercados, a companhia tem expertise reconhecida em underwriting e grandes riscos voltados a mercados altamente complexos.
A companhia vai conseguir manter este ritmo em 2016 e 2017?
Temos projeções audaciosas até 2020. Um dos pontos cruciais é que, além de novidades em termos de produtos que serão anunciadas em breve, trabalhamos muito tanto na subscrição do risco quanto no suporte ao segurado. Na área empresarial sempre trabalhamos para prestarmos um serviço diferenciado, com uma equipe que conhece o mercado de atuação do segurado.
Para quando a empresa espera o início da retomada da economia brasileira e como se prepara para atuar no momento em que isso ocorrer?
Nossa perspectiva é que o mercado passe por esse período de ajustes e tenha mais fôlego para retomada em 2018. Os nossos planos para as diversas carteiras da companhia já estão estruturados e contam com projeções até 2020. Para algumas delas, a estratégia contempla conquistar market share e, com isso, aumentar sua representatividade de mercado. Para tanto, vamos lançar novos produtos e dedicar foco na consultoria aos clientes na área de gestão de riscos. Essa não é só uma forma de contribuir com o resultado da companhia. É, também, uma estratégia que impacta diretamente na sustentabilidade dos negócios dos segurados.
Poderia citar alguns exemplos de setores produtivos que reduziram suas compras de seguros e os que mantiveram ou mesmo aumentaram estes desembolsos? E como avalia que será o comportamento desses setores ao longo deste ano e do próximo?
O setor de energia, dada sua atual situação, é um deles. Porém, vislumbramos boas perspectivas de retomada, sobretudo por conta de projetos de energias renováveis que estão para ser implementados. Já na área de infraestrutura houve um aumento na procura por seguros. Os seguros empresariais também apresentaram aumento.
Poderia citar as carteiras mais impactadas pela crise e as menos?
A Yasuda Marítima tem uma atuação destacada em grandes riscos, com uma ampla gama de produtos, entre os quais podemos citar os Riscos Nomeados e Operacionais, Empresarial (segmentos middle e corporativo), Riscos de Engenharia, Responsabilidade Civil, Garantia e Riscos de Energia.
A carteira de Riscos de Engenharia, por exemplo, teve uma variação espetacular de 280,58% nesse trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros três meses de 2015, registramos R$ 3,4 milhões em prêmios de seguros de Riscos de Engenharia. Já no primeiro trimestre de 2016, atingimos R$ 13 milhões. Já a carteira de Garantias e Obrigações Contratuais (Público e Privado), alcançou nesse trimestre um crescimento de 40,87%. Podemos dizer que, depois da queda de 3,8% no PIB de 2015, segundo o IBGE, e com uma projeção para outra redução de 3,8% em 2016, conforme indica o relatório Focus do Banco Central, esses são resultados que poderiam ser considerados surpreendentes. Mas isso aconteceu por conta de um planejamento devidamente estruturado e uma estratégia de atuação de equipes técnica e comercial dedicadas e com foco a entregar a melhor solução para nossos segurados.
Tratando dos resultados gerais da Yasuda Marítima, posso citar que a companhia registrou um crescimento de 11,3% em prêmios de seguros no primeiro trimestre desse ano. Entre janeiro e março de 2016, a companhia alcançou R$ 721,3 milhões em prêmios de seguros, ante R$ 648,1 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
Já se consideramos os resultados do ano de 2015, a companhia totalizou R$ 2,7 bilhões em prêmios de seguros e lucro líquido de R$ 68,7 milhões, o que representa um aumento de R$ 51,4 milhões em comparação ao mesmo período em 2014. As classes de negócio que mais cresceram no período foram os seguros de Pessoas (21,5%), Transportes (14,6%) e RE Corporativo (14,6%).
Uma das apostas da companhia é seguro para pequenas e médias empresas, um nicho com menor penetração de seguro e bastante impactado pela crise econômica. A empresa está adotando alguma estratégica específica para este público? E como vê este mercado para os próximos anos?
Mesmo com uma situação desfavorável para a economia, há uma demanda reprimida no setor de seguros. O segmento deve, sim, crescer a taxas inferiores ao que registrou anualmente desde 1994, quando sempre teve evolução de dois dígitos percentuais. Mas, ainda assim, irá crescer. E a equipe da Yasuda Marítima está empenhada na estratégia da expansão da carteira para atender a público específicos. Tanto é que já lançamos dois produtos em 2016 – Yasuda Marítima Escolas e Yasuda Marítima Clínicas e Consultórios – e temos planos para lançar outros produtos segmentados ainda neste ano. Além disso, nossa perspectiva é de que o mercado de seguros empresariais voltados às PMEs ainda está em fase de amadurecimento. Ainda há muito espaço para crescer, à medida que essas empresas adotam cada vez mais uma gestão profissional que estabelece planejamento financeiro e planos de compliance e continuidade de negócios. Essas são ferramentas de gestão intrinsicamente ligadas ao mercado de seguros.
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