Brasil cai para 62º lugar em ranking de resiliência das cadeias de suprimento
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- Rodrigo Amaral
- 16 de maio de 2016
- Sem categoria
País perde três posições em um ano; corrupção, gestão de risco de incêndios e infraestrutura ruim pesam na classificação da FM Global
O Brasil é um país de risco médio, mas que está se deteriorando, para as cadeias de suprimento das grandes empresas globais, de acordo com um ranking elaborado para a seguradora FM Global.
O país aparece na 62ª posição entre 130 países avaliados pela empresa em seu índice de resiliência da cadeia de suprimentos, que está sendo publicado pelo terceiro ano. Em 2015, o Brasil ocupava a 59ª posição.
O índice procura avaliar exposição e capacidade de reação a nove categorias de risco por parte das empresas localizadas em um determinado país. O objetivo, segundo a FM Global, é auxiliar os diretores de multinacionais a tomarem suas decisões de investimento com vistas à diversificação de sua cadeia de suprimento.
As nove categorias de riscos são divididas em três grupos principais:
1. Riscos econômicos: inclui a evolução do PIB per capita, os riscos políticos a dependência do petróleo;
2. Qualidade do risco: abrange a exposição a catástrofes naturais, à qualidade da gestão destes riscos, e as técnicas de prevenção do risco de incêndios prevalecentes no país;
3. Cadeia de suprimento: neste item são avaliados o controle da corrupção, a infraestrutura do país e a qualidade dos provedores locais.
A perfomance brasileira
O Brasil caiu sete posições na classificação dos riscos para a cadeia de suprimento, baixado do número 86 para o 93. Esse item inclui fatores como o controle da corrupção, a infraestrutura do país e a qualidade dos provedores locais.
Em termos de controle da corrupção, a FM Global dá ao Brasil 27,6 pontos, o que fica abaixo da média global de 31,5, e muito atrás do Chile, que recebe 78,3 pontos. A pontuação brasileira põe o país apenas na 75ª colocação neste quesito.
A infraestrutura brasileira recebe miseráveis 12,5 pontos, contra uma média global de 43 (112ª posição no ranking). A qualidade dos provedores locais recebeu uma avaliação mais positiva, com 43,8 pontos, contra 46,1 de média global.
Apesar do agravamento da crise em 2015, o Brasil caiu apenas um posto no item “riscos econômicos”, ficando em 63º.
É no item da “qualidade do risco” que o país apresenta sua melhor classificação, ficando em 34º posição após cair três posições. A classificação relativamente boa se deve em grande parte ao fato de que a exposição a riscos de catástrofes naturais é o principal elemento deste grupo de riscos.
Ainda assim, no quesito “qualidade de gestão de riscos de incêndio”, que exige ações efetivas de governos e empresas, o Brasil recebe 19,1 pontos de um total de 100, o que o coloca bem abaixo da média global, que é 39,9, ficando apenas na 93ª posição.
Resultados globais
De acordo com o levantamento feito pela Oxford Metrica para a FM Global, a Suíça é o país que apresenta as melhores condições para as cadeias de suprimento de empresas globais, enquanto a Venezuela é aquele onde as empresas podem ter menos confiança.
A má classificação venezuelana se deve ao fato de que a economia do país está exposta a furacões e terremotos ao mesmo tempo em que não há praticamente nenhum tipo de controle contra a corrupção, a infraestrutura é precária, há uma grande dependência de petróleo e os provedores locais têm uma reputação negativa.
O ranking deste ano foi fortemente influenciado pela queda dos preços do petróleo, que afetaram em grande medida a classificação de países cuja economia depende muito do produto. Por exemplo, a Colômbia baixou de 100º posto para o 119º, o Peru, do 73º ao 99º, e o Marrocos, de 76º para 89º. Já a Noruega caiu da primeira para a segunda colocação.
Apesar da deterioração de seu ranking, o Brasil emerge como um dos destinos mais convenientes para empresas que desejam diversificar seu risco de cadeia de suprimento na América Latina.
Apenas Costa Rica (38º), Chile (39º) e Uruguai (46º) recebem melhores classificações na região. A segunda maior potência econômica latino-americana, o México, fica em 65º lugar, em grande parte devido à sua exposição a fenômenos naturais. A Argentina ficou na 69ª colocação.
O Brasil também aparece em posição de vantagem comparado com os outros membros do chamado grupo dos BRIC. Devido às suas diferentes exposições a catástrofes naturais, a China foi dividida em três regiões para fins do ranking, e apenas uma delas ficou à frente do Brasil, no 57º posto, enquanto as outras duas ficaram nas posições 63 e 66. A Índia foi colocada na 107ª posição e a Rússia, na 75ª.
Clique aqui para ler o relatório e aqui para acessar o ranking interativo da FM Global.
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