Queda de preços se atenua no resseguro, diz Willis Re
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- Rodrigo Amaral
- 1 de julho de 2016
- Sem categoria
Corretora alerta, no entanto, que é cedo para prever mudança de ciclo; Brexit adiciona elemento de incerteza a mercado que corta custos
Os preços continuam a cair no mercado global de resseguros, mas a um ritmo menos intenso do que em anos anteriores, de acordo com a Willis Re.
A corretora, no entanto, acredita que ainda é cedo para dizer que o longo ciclo brando do mercado de seguros está finalmente mudando de direção.
A empresa nota que ainda há abundante capital disponível no mercado e que as empresas do setor devem continuar dependendo de baixos níveis de perdas catastróficas para seguir reportando lucros.
Além disso, a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, o chamado Brexit, introduz um elemento extra de incerteza sobre os rumos do mercado em um momento em que as resseguradoras estão tentando reduzir seus custos operacionais.
“Os esforços para obter maior eficiência de mercado e reduzir custos estão ganhando ritmo, especialmente no mercado de Londres”, disse John Cavanagh, CEO global da Willis Re. “A decisão do Reino Unido de deixar a UE acrescenta uma dinâmica adicional cujas implicações exatas para a política e a regulamentação [do setor de resseguros] são desconhecidas.”
Tendências
A boa notícia para as resseguradoras, ainda que moderada, é que a desaceleração de preços perdeu algo de ritmo neste ano.
Mas a Willis Re afirma que não é possível dizer que o ciclo mudou de direção. Além disso, um dos fatores que ajudam a reduzir o ritmo das quedas de preços é a retirada de capacidade de alguns setores nos quais algumas resseguradoras consideram já não ser mais possível competir.
As perdas agregadas no setor, espalhadas por diversos ramos e territórios, também começam a ter algum efeito sobre os preços, ainda que as perdas catastróficas continuem sendo modestas.
Apesar de terremotos no Equador e no Japão, a Willis Re afirma que, dos eventos ocorridos até agora em 2016, apenas os grandes incêndios florestais de abril e maio no Canadá vão representar um nível de perdas significativo para o setor.
Preocupações
“A capacidade segue sendo abundante e continua a pairar sobre o mercado em praticamente todos ramos e regiões”, disse Cavanagh.
Recentes anúncios dos bancos centrais dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha de que podem voltar a reduzir taxas de juros podem levar ainda mais capital para o mercado.
Cavanagh afirmou que qualquer alívio causado pela impressão de que os preços estejam batendo no fundo do poço é contrabalançado por preocupações sobre como e quando as tarifas podem começar a aumentar de uma forma mais generalizada.
“A alternativa é um mercado que enfrenta vários anos cambaleando nos níveis atuais e conseguindo lucros muito modestos”, observou o CEO.
Tendências
Em termos regionais, a Willis Re diz que continua havendo bastante capacidade de resseguro para tratados property na América Latina, apesar das quedas de preço nos últimos anos.
Entretanto as variações de preços estão mais imprevisíveis do que nunca, dependendo de fatores como o país onde o risco está localizado, tamanho dos programas, participantes etc.
Programas de property não afetados por perdas catastróficas apresentaram variação de 0% a -12.5% na América Latina. Para programas sem nenhum tipo de perdas, a redução chegou a 15%. Quando há perdas, porém, pode haver aumentos de até 20% ou 15%, respectivamente.
Nos Estados Unidos, as reduções chegaram a 5%, assim como no Oriente Médio, e no Caribe e no Reino Unido, atingiram 10%. Na China as quedas de preços para programas sem perdas catastróficas chegaram a 20%.
Em termos de ramos específicos, a Willies Re notou no primeiro semestre um incremento das pressões pela expansão de coberturas de resseguro em riscos cibernéticos, além de uma erosão na disciplina de subscrição no segmento de vida e acidentes pessoais, onde um maior grupo de players está tentando conquistar espaço.
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