Nevasca é uma das mais ‘caras' já registradas nos Estados Unidos
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- Rodrigo Amaral
- 26 de janeiro de 2016
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A tempestade Jonas, que matou mais de 40, é comparada a evento similar ocorrido em 1996 que causou danos de US$ 4,8 bilhões na Costa Leste
A nevasca que atingiu a Costa Leste dos Estados Unidos nesta semana deve causar prejuízos de vários bilhões de dólares, sendo uma das mais custosas catástrofes naturais do tipo já registradas.
A corretora de resseguros AON Benfield comparou os danos materiais causados pela Jonas, que matou mais de 40 pessoas, com os que foram causados por uma tempestade de neve similar que atingiu o país em 1996, causando perdas de US$ 4,8 bilhões (quase R$ 20 bilhões), das quais US$ 920 milhões estavam asseguradas.
“Dados os danos físicos causados a habitações, negócios e outras estruturas e automóveis, mais os altos custos gerados pela interrupção de negócios, espera-se que isto terminará tendo um custo econômico multi-bilionário”, disse a AON Benfield em uma nota.
A resseguradora estima que Jonas se tornará uma das 15 nevascas mais custosas a atingir a Costa Leste americana.
Já a Moody’s Analytics colocou o provável custo da nevasca em um patamar entre US$2,5 bilhões e US$3 bilhões, de acordo com a revista Forbes.
A nevasca atingiu Nova York, Washington e várias outras cidades em 14 estados americanos. Em alguns lugares, a acumulação de neve chegou a mais de um metro de altura.
De acordo com o site da rede de TV Weather Channel, não havia registro anterior de acúmulo de neve tão grande nos aeroportos JFK e La Guardia, em Nova York, com mais de 77 cm e a quase 72 cm, respectivamente.
Em cidades como Nova York e Washington, a tempestade causou severos distúrbios nos transportes e forçou o fechamento de várias empresas. Até a manhã de quarta-feira, 26 de janeiro, 46 mortes haviam sido associadas à tempestade, segundo o Weather Channel.
Catástrofes naturais
Caso as estimativas de prejuízos sejam confirmadas, a nevasca indica a possibilidade de que 2016 não seja um ano relativamente tranquilo em termos de perdas econômicas causadas por catástrofes, como foi o caso de 2015.
De acordo com a AON Benfield, as perdas econômicas derivadas de catástrofes naturais atingiram US$ 123 bilhões (mais de R$ 500 bilhões) no ano, um número 30% menor do que a média dos últimos 15 anos, que chega a US$ 175 bilhões.
As perdas asseguradas chegaram a US$ 35 bilhões, ou 31% menos do que a média desde o ano 2000.
Por outro lado, o número de eventos catastróficos observados no ano, 300, foi superior à média anual de 269, o que mostra que o menor impacto econômico está menos relacionado à severidade e freqüência dos eventos catastróficos do que com a casualidade de eles se haverem concentrado em regiões de baixo desenvolvimento econômico.
Indonésia e Nepal
Os maiores danos foram causados por incêndios florestais que ocorreram durante todo o ano na Indonésia, causados por exploração agrícola. As perdas chegaram a US$ 16,1 bilhões, de acordo com o Banco Mundial, e 19 pessoas perderam a vida.
Entre os eventos não-climáticos, destacaram-se os terremoto do Nepal, cujos custos de reconstrução devem se elevar a US$ 8 bilhões. A tragédia nepalense causou 9.120 fatalidades e foi o evento mais mortal do ano, seguida de ondas de calor na Índia e no Paquistão, que mataram 2.500 e 1.233 pessoas, respectivamente.
Mas as perdas asseguradas na Indonésia e Nepal chegaram a apenas US$ 250 milhões e US$ 200 milhões, respectivamente, refletindo a baixa penetração da indústria seguradora nos dois países.
As maiores perdas asseguradas causadas por um único evento ocorreram nos Estados Unidos, onde tempestades de inverno custaram US$ 2,1 bilhões a seguradoras oficiais e privadas no mês de fevereiro.
No acumulado de 2015, as enchentes custaram US$ 27 bilhões em todo o mundo, seguidas pelos eventos climáticos severos, com US$ 26 bilhões, os incêndios florestais, com US$ 19 bilhões, ciclones tropicais, com US$ 15 bilhões, e as secas, com US$ 14 bilhões.
Top 10 desastres de 2015
1. Incêndios florestais na Indonésia (Todo o ano)
Perdas econômicas: US$ 16,1 bilhões
Perdas asseguradas: US$ 250 milhões
Mortes: 19
2. Terremotos no Nepal (Abril e maio)
Perdas econômicas: US$ 8 bilhões
Perdas asseguradas: US$ 200 milhões
Mortes: 9.120
3. Enchentes nos EUA (Outubro)
Perdas econômicas: US$ 5 bilhões
Perdas asseguradas: US$ 700 milhões
Mortes: 21
4. Ciclone tropical na China e nas Filipinas (Outubro)
Perdas econômicas: US$ 4,2 bilhões
Perdas asseguradas: US$ 100 milhões
Mortes: 22
5. Enchentes na Índia e Sri Lanka (Novembro e dezembro)
Perdas econômicas: US$ 4 bilhões
Perdas asseguradas: US$ 650 milhões
Mortes: 386
6. Distúrbios climáticos nos EUA (Maio)
Perdas econômicas: US$ 3.8 bilhões
Perdas asseguradas: US$ 1.4 blihão
Mortes: 32
7. Onda de frio nos EUA (Fevereiro)
Perdas econômicas: US$ 3,3 bilhões
Perdas asseguradas: US$ 2,1 bilhões
Mortes: 30
8. Ciclone Tropical na China e Taiwan (Agosto)
Perdas econômicas: US$ 3,2 bilhões
Perdas asseguradas: US$ 100 milhões
Mortes: 34
9. Distúrbios climáticos nos EUA (Dezembro)
Perdas econômicas: US$ 3 bilhões
Perdas asseguradas: US$ 1,4 bilhão
Mortes: 46
10. Enchentes no Reino Unido
Perdas econômicas: US$ 2,5 bilhões
Perdas asseguradas: US$ 1,3 bilhão
Mortes: Não disponível
Fonte: Aon Benfield
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