Mercado se reorganiza e BB Mapfre consolida liderança
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- Rodrigo Amaral
- 7 de julho de 2016
- Sem categoria
Empresa registra aumento de prêmios de 39% de janeiro a maio; Sompo cresce 36%, enquanto AIG e Allianz perdem fatia de mercado
A BB Mapfre está consolidando neste ano sua liderança no mercado de seguros corporativos, ao mesmo tempo em que várias de suas principais rivais estão se adaptando a uma série de fusões e aquisições.
A joint venture entre o Banco do Brasil e a espanhola Mapfre, formada há cinco anos, obteve um crescimento de 39,3% no volume de prêmios diretos entre janeiro e maio, comparado com os primeiros cinco meses do ano passado. Dados da Susep mostram que a empresa fechou o período com R$ 987,9 milhões em prêmios diretos.
Entre as cinco principais empresas do setor, a Sompo Seguros (antiga Yasuda Marítima) também teve um desempenho destacado, aumentando o volume de prêmios em 36,3%. A empresa japonesa fechou o período no quarto posto do ranking com R$ 370,7 milhões.
Os dados se referem a 38 linhas de seguro corporativo selecionadas por Risco Seguro Brasil (veja lista abaixo).
Clique aqui para ver como foi o desempenho por ramos.
Com a performance do começo deste ano, a Mapfre aumentou sua distância com relação à Chubb, sucessora da Itaú Seguros, antiga líder do setor de riscos corporativos. A combinação dos prêmios diretos reportados à Susep pela ACE e pela própria Chubb chega R$ 744,1 milhões, após crescimento de 5,45%.
A terceira colocada no ranking é a Tokio Marine, cujos prêmios diretos cresceram 14,08%, atingindo R$ 419,5 milhões.
O top five é completado pela Bradesco Auto/RE, com R$ 315,8 milhões, após incremento de 18,47%. Por sua vez, tanto Allianz quanto AIG observaram uma significativa redução de seus volumes de prêmios nos ramos analisados (-11,1% e -26,9%, respectivamente).
Entre as cinco primeiras, apenas a ACE teve crescimento inferior ao da média do mercado, que foi de 8,36% de aumento no volume de prêmios diretos.
Troca-troca
A diferença de performance implica mudanças no ranking das principais seguradoras corporativas do Brasil, em relação com o mesmo período de 2015.
A Allianz e a AIG foram as que mais perderam posições entre as maiores seguradoras. A empresa alemã caiu da quarta para a sétima colocação, enquanto a americana baixou de quinta para nona.
Entre as ganhadoras se incluem a Sompo, que no ano passado estava na sétima colocação, e a Bradesco Auto/Re, que ocupava o oitavo posto. A Bradesco Auto/Re está em negociações com a Swiss Re Corporate Solutions, atual 28ª, para formar uma eventual aliança entre as duas empresas.
Entre as top 20, outras empresas que mostraram fortes ritmos de crescimento nos primeiros cinco meses foram a Fairfax, 13ª do ranking, com 44,9%, a HDI Global (antiga HDI Gerling), (14ª), com 35%, a Cardif (17ª), com 59,9%, e a Pottencial (19ª), com 100%.
Caso as operações da HDI Global e da HDI Seguros sejam computadas em conjunto, a empresa chegaria ao 11º lugar, com R$ 173,4 milhões em prêmios e crescimento de 32,64%.
Já a combinação dos prêmios reportados sob o nome da Sul América Companhia de Seguros Gerais e da AXA Seguros , que adquiriu a primeira no ano passado, formaria o 14º maior grupo, com R$ 123,7 milhões. Individualmente, a AXA aparece na 34ª posição, com R$ 38,5 milhões em prêmios, após obter crescimento de quase 710% em seu retorno ao mercado brasileiro.
Sinistralidade
O forte crescimento do negócio da AXA veio também acompanhado de uma taxa de sinistralidade elevada, que chegou a 113%, mais do que o dobro dos 52% do mercado como um todo.
Outra empresa que recentemente decidiu incrementar sua presença no mercado corporativo, a australiana QBE, também apresentou uma mescla de forte crescimento de prêmios (86,7%) e sinistralidade elevada (146%).
Entre as dez maiores, Tokio Marine (88%), Sompo (57%), Bradesco Auto/Re (74%), Allianz (106%) e AIG (56%) reportaram sinistralidade cima da média nos 38 ramos pesquisados.
A maior taxa de sinistralidade, porém, ocorreu na Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação, empresa que pertence à francesa Coface, com o Banco do Brasil e o BNDES como sócios minoritários. A empresa chegou ao final de maio com uma taxa de 317% nos ramos pesquisados.
BB Mapfre
O ramo que mais contribuiu para o crescimento da BB Mapfre nos primeiros cinco meses do ano foi o de Riscos Nomeados e Operacionais, que passou de R$ 203,7 milhões para R$ 321,7 milhões em 2016 – um crescimento de 57,9%.
Em Riscos de Petróleo, o volume de prêmios quase dobrou (de R$ 62 milhões para R$ 115,5 milhões). Em termos relativos, destacam-se o aumento da participação da empresa em seguro garantia do setor público (que aumentou mais de 600%, chegando a R$ 72,1 milhões) e (R$ 65 milhões após mais do que quintuplicar).
Mas a empresa perdeu espaço em ramos como o de Satélites (queda de R$ 55 milhões para R$ 8,8 milhões em prêmios) e o Compreensivo Empresarial (de R$ 64 milhões para R$ 49,2 milhões).
Sompo
Na Sompo, o maior aumento em termos absolutos foi o setor de Riscos de Petróleo, onde a companhia não tinha participação em maio de 2015, mas chegou a R$ 33 milhões em prêmios diretos neste ano.
Outros ramos com forte crescimento foram os de Riscos de Engenharia (171%), Transporte Rodoviário de Carga (139%), Transporte Desvio de Carga (128%) e Riscos Nomeados e Operacionais (98,5%).
O último representa a segunda maior carteira da empresa entre os 38 ramos analisados, com R$ 42,5 milhões em prêmios diretos. A maior é a de Compreensivo Empresarial, que, porém, perdeu R$ 6 milhões em prêmios, fechando o período em R$ 134,7 milhões.
AIG e Allianz
Na AIG, a queda do volume de prêmios pode ser explicada principalmente pela redução do ramos de Riscos de Engenharia, onde a empresa tinha R$ 85,2 milhões em prêmios em maio de 2015, mas fechou o mesmo mês deste ano com um volume negativo.
A empresa também passou de ter quase R$ 17 milhões em RC Ambiental para R$ 3,3 milhões em maio deste ano.
Mas a AIG também computou um aumento de 41% em Riscos Nomeados e Operacionais, chegando a R$ 70,5 milhões, e de 33,1% em D&O, atingindo R$ 23,8 milhões.
Na Allianz, a maior retração aconteceu em RC geral, que caiu de R$ 63,9 milhões para R$ 35,8 milhões no período de um ano. Em Riscos de Engenharia, a redução foi de 40,5, para R$ 17,6 milhões.
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