E&O e saúde coletiva sobem até 20% em 2015, mostra Marsh
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- Rodrigo Amaral
- 30 de março de 2016
- Sem categoria
Preços em geral, porém, tendem à estabilidade no Brasil; mesmo linhas com sinistralidade em alta são influenciadas por elevada capacidade e pela crise
O mercado brasileiro de seguros corporativos segue a tendência regional de estabilidade de preços, mas observa aumentos significativos em algumas linhas como responsabilidade profissional, também conhecida como E&O, e seguros coletivos de saúde.
A constatação foi feita pela corretora Marsh em estudo sobre o mercado de seguros latino-americano divulgado em primeira mão para Risco Seguro Brasil.
Segundo o Informe do Mercado de Seguros Latino-Americano e do Caribe 2016, os preços de seguro E&O e de planos de saúde para os trabalhadores aumentaram até 20% no ano passado no Brasil.
Mas em geral o cenário é de estabilidade e abundância de capacidade. De acordo com a corretora, mesmo em setores que foram objetos de recentes grandes perdas, como a responsabilidade de executivos e os danos ambientais, os preços pouco se moveram no último ano.
No caso do D&O, porque a competição é acirrada, e porque as reações à Operação Lava Jato e outros sinistros estão se dando majoritariamente por meio de exclusões e recusa de cobertura.
Já os riscos de dano ambiental ainda são pouco cobertos por seguro específico no Brasil. Acredita-se que a própria Samarco, protagonista da tragédia de Mariana, não tivesse cobertura específica para este dano. Por esse motivo, a capacidade do segmento, que tem uma dimensão reduzida no país, não foi afetada pelo rompimento da barragem do Fundão.
Leia abaixo a análise da Marsh para as principais linhas de seguro corporativo no Brasil:
Responsabilidade civil geral
Tendência de preços: Baixa de 0 a 10%
No ano passado, a sinistralidade aumentou em RC geral, segundo a Marsh, mas existe excesso de capacidade no mercado, motivo por que os subscritores estão oferecendo coberturas mais favoráveis a fim de reter a clientela.
Responsabilidade civil do empregador
Baixa de 0 a 10%
A sinistralidade aumentou em 2015 devido a um grande número de casos de indenização a trabalhadores resultantes dos trabalhos de preparação da Copa do Mundo de 2014 e da Rio 2016.
A tendência é de que os pedidos de indenização continuem em alta, mas, como há poucos investimentos em infraestrutura, o número de acidentes de trabalho deve cair.
A Marsh também espera, porém que pode haver um aumento no número de decisões favoráveis aos trabalhadores na Justiça Trabalhista.
Seguros patrimoniais com exposição catastrófica
Alta de 0 a 10%
Seguros patrimoniais sem exposição catastrófica
Variação entre -5% e 5%
Há uma abundância de capacidade no setor devido à crise econômica. Em alguns riscos, a competência é feroz, no que a Marsh qualifica como uma situação insustentável no longo prazo.
Especial destaque para as empresas de mineração, que enfrentam dificuldades para renovar seus programas depois da tragédia de Mariana.
Danos ambientais
Variação entre -5% e 5%
Mercado segue pouco desenvolvido, mas a Marsh espera aumento da demanda após o caso Samarco, e após a Susep ter proibido que apólices de D&O cubram danos de responsabilidade ambiental.
D&O
Variação entre -5% e 5%
Compradores sofrem com condições mais restritas, mas alta competividade mantém estabilidade de preços, segundo a Marsh.
Instituições financeiras
Alta de 0 a 10%
A Marsh espera um aumento das reclamações contra instituições financeiras neste ano, o que deve originar preços mais altos para coberturas mais restritivas.
Reponsabilidade profissional (E&O)
Alta de 10% a 20%
Muito procurado por empresas de engenharia e tecnologia, as coberturas por erros e omissões também enfrentam um aumento da sinistralidade.
Marítimo (carga)
Baixa de 0 a 10%
A crise está afetando o setor de transporte de cargas, e isso se reflete no mercado de seguros. Com as empresas do ramo obrigadas a reduzir custos, a Marsh nota que, em muitos programas, as franquias foram aumentadas a fim de reduzir os custos global de contratação de seguros.
Aviação
Baixa de 10% a 20%
O mercado oferece sólida capacidade para aviões comerciais, mas há restrições para aeronaves com mais de 15 anos.
Benefícios para os trabalhadores: planos de saúde
Alta de 10% a 20%
Tarifas aumentam devido à inflação dos custos médicos. Estes sobem, por seu lado, devido à inflação em geral, ao aumento da sinistralidade causado pela alta do desemprego, e a novas obrigações regulamentares enfrentadas pelos provedores do ramo.
Benefícios para os trabalhadores: seguro de vida
Baixa de 0 a 10%
Forte competição e queda da demanda devido a demissões colocam pressão sobre as tarifas neste segmento.
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