Baixa no resseguro persiste e se espalha para novas áreas
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- Rodrigo Amaral
- 12 de janeiro de 2016
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Renovações no começo do ano mostram que os preços continuam caindo, mas há sinais de estabilização, segundo Willis Re e Guy Carpenter
As renovações de contrato de resseguro em janeiro mostram que os preços continuam caindo no setor — contrariando as esperanças de parte do mercado de que o longo mercado brando poderia estar finalmente chegando ao fim.
Relatórios elaborados pelos corretores internacionais Willis Re e Guy Carpenter afirmam que ainda não foi desta vez que os resseguradores conseguiram mudar a dinâmica do mercado, e os compradores com frequência têm encontrado condições e preços ainda mais vantajosas do que as do ano passado.
Segundo as Willis, a tendência de quedas de preços tem até mesmo se disseminado nas linhas de responsabilidades, onde em outros anos haviam sido menos comuns do que nas de bens e propriedades.
Mas a Guy Carpenter afirma que há sinais de que a oferta de capital no mercado ressegurador esteja se estabilizando pela primeira em vários anos, e isso já está se refletindo em uma suavização do ritmo de redução de preços.
Contratos longos
Com isso, segundo a corretora, muitos compradores têm priorizado a negociação de contratos multianuais a fim de garantir que os baixos preços atuais se mantenham por um longo período de tempo.
Esta demanda está sendo atendida por subscritores que seguem bem capitalizados, já que se beneficiaram das baixas taxas de sinistralidade do ano passado.
Além disso, muitos compradores de resseguro estão se aproveitando das condições favoráveis para pedir um aumento dos limites de seus contratos.
A Guy Carpenter observou que os preços do resseguro estão caindo de forma mais moderada, mas seguem com uma tendência de baixa.
As tarifas de apólices de bens e propriedades nos Estados Unidos, por exemplo, caíram entre 5 e 8% nas renovações de janeiro, contra uma variação negativa de 7 a 14% no mesmo período de 2015.
Resultados favoráveis
No setor dos títulos ligados ao mercado de seguro, conhecidos como ILS, que são bastante usados no mercado americano para transferir riscos catastróficos, a estabilização de preços já se tornou mais clara, afirma a Guy Carpenter.
A corretora observa que os subscritores de produtos alternativos de transferência de riscos, como os ILS, possuem menor capacidade de adaptar as tarifas à demanda do que os resseguradores tradicionais.
De acordo com a Willis Re, o mercado brando também segue firme em linhas specialty como energia e aviação, apesar de grandes perdas terem ocorrido nestes setores.
Fluxo de capital se desacelera
Em linhas de responsabilidades, os maus resultados de alguns segmentos tampouco foram capazes de reverter a tendência de queda de preços, diz a Willis Re no relatório.
Em geral, porém, os baixos níveis de perdas catastróficas devem permitir às resseguradores globais que divulguem resultados satisfatórios para o ano de 2015, apesar de uma esperada queda em seus níveis de rentabilidade.
De acordo com a Munich Re, as perdas catastróficas cobertas pelo mercado em 2015 foram as mais baixas desde 2009, atingindo US$ 27 bilhões.
Por sua vez, a agência de avalização de crédito AM Best identificou uma redução no ritmo de entrada de capital no mercado ressegurador, o que pode colocar um pouco menos de pressão sobre os preços.
Ainda assim, a agência argumenta que o setor continua enfrentando um excesso de capacidade, e o ambiente competitivo seguirá trazendo desafios para o setor, até porque os grandes cedentes estão retendo uma parcela cada vez maior dos seus riscos.
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