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Allianz investe em seguro reputacional para pequenos

Partindo do pressuposto que a reputação é um bem vital para todas as empresas. Do mesmo modo, não importando seu tamanho, a Allianz Global Corporate & Specialty, AGCS, lançou no mercado europeu um novo seguro. Trata-se de um seguro contra dano reputacional direcionado a pequenas e médias empresas.

A cobertura difere de outras disponíveis no mercado. Acima de tudo porque não foca apenas no público de grandes corporações que tradicionalmente caracteriza o segmento.

A cobertura da AGCS provê limites de até €25 milhões. A princípio, com uma meta de €10 milhões, para empresas com faturamento de até €250 milhões por ano.

Simplificação

Segundo Joachim Albers, um especialista em risco de dano reputacional da AGCS na Alemanha, trata-se de uma cobertura simplificada, e mais acessível em termos de preço, que introduz inovações com o fim de tornar o produto disponível para um universo maior de companhias.

A cobertura foi lançada no ano passado na Alemanha e Áustria, e mais tarde nos países escandinavos. Neste ano, está sendo introduzida também na Grã-Bretanha.

Sua criação seguiu a análise da performance do seguro de dano reputacional da AGCS que foi lançado cinco anos atrás, com foco em coberturas feitas à medida para as grandes empresas.

“Perguntamos aos nossos clientes e a corretores por que eles não estavam comprando seguro reputacional”, contou Albers. “Segundo o feedback recebido, refizemos totalmente o nosso produto, que agora é uma cobertura muito mais simples e holística.”

Sem trigger

Uma constatação da AGCS foi que a necessidade de comprovar que um evento havia acionado a cobertura, o chamado trigger, era  um empecilho para os clientes comprarem o seguro.

Por isso, a apólice para SME não prevê a necessidade de um trigger para ser acionada. Se a empresa acredita que sua reputação está em risco, já pode acionar a apólice para cobrir os custos com consultores de relações públicas e gestores de crise para mitigar o dano à sua imagem.

“A empresa já pode ter acesso aos serviços necessários para avaliar a situação e decidir, em conjunto com seus consultores, se é necessário tomar mais medidas”, explicou Albers.

A apólice também cobre perdas financeiras derivadas de uma crise reputacional, mas nesse caso é necessário uma avaliação mais criteriosa baseada em uma análise da exposição da marca na mídia por parte de uma empresa especializada.




No Brasil, cobertura de reputação pode ser adicionada a cyber e D&O

O risco de reputação é um problema crescente para empresas. Porém, o mercado brasileiro ainda não tem apólices exclusivas de seguro contra esse dano.

Entretanto coberturas contra o risco podem ser incluídas em outras apólices. Por exemplo, como as de seguro D&O e cibernético, segundo a corretora Aon.

Em entrevista à Risco Seguro Brasil, Mauricio Bandeira, gerente de Produtos Financeiros da Aon, também afirma que as empresas brasileiras estão se tornando mais conscientes a respeito deste risco.

Leia a entrevista abaixo:

RSB – É possível para uma empresa comprar um seguro de dano reputacional no mercado brasileiro?


Mauricio Bandeira – O dano reputacional tem se tornado um dos principais riscos para as empresas. Especialmente após o uso disseminado das redes sociais. Da mesma forma da proliferação de ataques cibernéticos. A partir deste cenário, que requer constante ações de preservação sobre os dados e a imagem da companhia, tornou-se possível adquirir este modelo de seguro no Brasil. Assim como internacionalmente.

O propósito desta apólice está em restituir perante a opinião pública a imagem pessoal e corporativa. Sob o mesmo ponto de vista para mitigar todos os danos possíveis à reputação. Igualmente um serviço que abrange empresas de todos os portes. Ainda não temos seguradoras locais oferecendo essa solução específica para Risco Reputacional. Porém algumas apólices de seguro já oferecem cobertura pontual para algumas situações de crise, caso do Seguro D&O e do Cyber.

Além de gastos de gestão de crise, é possível cobrir perdas financeiras derivadas de uma crise de reputação? Quais sãos os riscos cobertos com mais frequência e quais são as exclusões mais comuns?

A crise de reputação pode ser desencadeada por inúmeros fatores. Antes de mais nada, como a conduta corporativa ilícita. Assim como falha de produto, ruptura de uma cadeia de suprimentos ou repercussão negativa nas mídias sociais. As nossas coberturas garantem o uso de recursos para gestão de riscos. Igualmente incluindo avaliação, teste, mitigação e gerenciamento dos processos. Isso para que o nosso cliente consiga se restabelecer em situação de crise.

O seguro de dano reputacional também indenizará uma queda substancial da receita corporativa associada diretamente ao evento.  Em outras apólices, como de D&O e Cyber, a cobertura específica para Dano Reputacional será acionada. Antes de mais nada, como uma maneira de mitigar possíveis consequências de eventos danosos cobertos pela apólice. Dessa forma, com o reembolso de custos de consultores de crise especializados em gerenciar tais eventos.

Reputação no mercado internacional

É possível comprar esta cobertura no mercado internacional – em Londres, por exemplo?

É possível adquirir globalmente.

Você acredita que as empresas brasileiras estão cientes da severidade do risco reputacional e da necessidade de gerir este risco?

Na última década, segundo Pesquisa Global de Gerenciamento de Riscos da Aon, constatou-se que o risco de reputação é considerado um dos maiores riscos na visão das empresas. Assim também inclui as brasileiras. O mercado nacional está mais consciente. Por exemplo, entende que riscos à reputação não ferem apenas a imagem corporativa. Da mesma forma, é certo também que o seu valor acionário sofrerá danos. Em média, segundo a pesquisa com que analisou 125 crises, perde-se 5% do valor no ano após o evento.

De uma forma geral, o mercado entendeu a necessidade de melhorar os processos internos. Principalmente sobre gerenciamento de risco. Dessa forma, é  possível alcançar ganhos mediante situações de risco à reputação. Assim como aconteceu com uma grande fabricante de celular um ano após (2018) o recall por superaquecimento de um de seus celulares. A companhia foi rápida em seu processo de resposta global. Também foi decisiva em suspender a produção do produto. Afinal, agiu com transparência ao reconhecer seu erro. O resultado desta estratégia resultou no aumento de 20% sobre o valor acionário.




Seguro para reputação cobre gestão de crise e perdas financeiras

O tema é seguro para reputação sobre gestão de riscos e perdas financeiras?

Com os riscos reputacionais em alta, o mercado global de seguros está oferecendo um número crescente de coberturas. Dessa forma, ajudam as empresas a reconstruir sua imagem após um escândalo.

Tais coberturas incluem a contratação de empresas de Relações Públicas e de mídia. Assim, tem como objetivo, disseminar a versão da empresa. Isso, além de consultores em gestão de crises, advogados e outros profissionais que podem custar os olhos da cara.

Segundo a corretora Aon, essas coberturas já existem no Brasil. Especialmente como complemento a apólices de seguros como D&O e cibernéticos. (Clique aqui para saber mais.)

Por exemplo, no exterior, já há coberturas mais amplas. Da mesma forma, elas também ressarcem o segurado por perdas financeiras resultantes de um evento reputacional.

E novidades começam a se espalhar. É o caso de uma apólice direcionada a pequenas e médias empresas. Além de outra que utiliza técnicas de seguros paramétricos para avaliar o dano reputacional sofrido pelo cliente.

Sob medida

As apólices de seguro reputacional existentes no mercado em geral são destinadas a grandes clientes. Acima de tudo, eles buscam capacidades às vezes superiores a US$ 100 milhões.

Para isso necessitam negociar com consórcios de subscritores. Da mesma forma, mesmo as empresas mais atuantes no segmento oferecem limites inferiores a esse valor.

Por exemplo, a londrina Tokio Marine Kiln. Trata-se de uma das mais ativas seguradoras na área de reputação de empresas. Assim, ela se dispõe a prover limites de até US$25 milhões para apólices. E incluem tanto a cobertura de medidas reativas, como a contratação de consultores, quanto os danos financeiros sofridos pelo cliente.

De acordo com Paul Gooch, subscritor de riscos reputacionais da empresa, apesar da disponibilidade das apólices standalone. “É mais comum hoje os clientes quererem coberturas complementares às de riscos cibernéticos”,  disse à Risco Seguro Brasil.

O que está alimentando essa demanda é o aumento da exposição causada pelas obrigações de reporting impostas por leis de proteção de dados na Europa, Califórnia, Nova York e outras jurisdições.

Ajustado ao cliente

As apólices são ajustadas às características de cada cliente, já que variados tipos de sinistros podem causar dano reputacional a empresas que trabalham em setores diferentes.

A apólice é acionada quando um evento danoso à reputação da empresa repercute na TV, rádio, jornais e outros meios de comunicação. Má publicidade em mídias sociais como Twitter, Facebook e Yelp também são cobertos.

Coberturas mais comuns

Tipos de cobertura comuns nas apólices incluem a violação de dados de terceiros, enfermidades causadas por alimentos produzidos pelo cliente, funcionários que agem de condenável e prejudicam o nome da empresa e o recall de produtos faltosos.

Mas há também casos originais como o de um cliente da TKM que constrói edifícios inteligentes e temia o efeito em sua marca de eventuais ataques cibernéticos contra seus prédios.

A empresa argumentou que sua reputação pode ser afetada ainda que a mídia não reporte o evento. Bastaria que seus inquilinos se inteirassem do fato para causar prejuízos. A TKM aceitou o argumento, afirmou Gooch.

Perdas financeiras

Empresas como a TKM também aceitam cobrir as perdas financeiras causadas por eventos reputacionais, o que levanta a questão de como calcular estes prejuízos.

O desafio é isolar as perdas ligadas a escândalos de outros fatores como a desaceleração do mercado, má gestão etc.

”Estimar perdas financeiras depois de um evento reputacional não é tão simples como calcular um sinistro de seguro patrimonial, mas tampouco é tão complicado quanto muita gente pensa”, disse ele.

“Uma vez que entendemos como o cliente gera seu faturamento, podemos elaborar um wording que reflete de maneira efetiva a perda reputacional. Além disso, a maioria das empresas monitora seu faturamento recorrente mensal. Podemos então distribuir esses dados em um cronograma e calcular quaisquer reduções materiais no ritmo de aquisição de novos clientes ou aumentos no ritmo de perdas de clientes. Assim podemos calcular a redução do faturamento bruto após um evento de mídia negativo.”

Seguro paramétrico

Outra maneira de estimar as perdas financeiras foi bolada pela Steel City Re, uma agência de seguros de Pittsburgh (EUA) que é especializada em coberturas reputacionais.

A empresa desenvolveu um índice que mede o valor da reputação e sua capacidade de reagir de maneira efetiva a crises de imagem.

A empresa recolhe dados dos relatórios financeiros períodicos das empresas e os introduz em um modelo matemático que, segundo o CEO Nir Kossovski, é até utilizado por alguns hedge funds para informar suas decisões de investimento.

“O dano reputacional pode afetar o custo do crédito para a empresa, seu valor de mercado, os volumes de vendas, as margens de lucro, o recrutamento e retenção de talento e outras variáveis que normalmente não relacionamos à marca”, explicou Kossovsky.

As coberturas oferecidas pela Steel City Re, que utiliza capacidade do Lloyd’s londrino, são aciondas quando o índice de reputação do cliente cai abaixo de valores considerados críticos, sem necessidade de ajuste por parte dos subscritores.




Para Euler Hermes, incerteza política “ajuda” a elevar gestão de risco de crédito

Líder global no segmento de seguros de crédito, a Euler Hermes, empresa que faz parte do grupo Allianz, entende que há muito espaço para melhorias na gestão do risco de calotes entre as empresas brasileiras.

É o que afirma Rodrigo Jimenez, CEO da Euler Hermes no Brasil. Antes de mais nada, ele vê nas incertezas políticas um argumento que está convencendo as companhias a buscar níveis mais elevados de proteção contra a falta de pagamento por parte de seus clientes.

Em entrevista à Risco Seguro Brasil, Jimenez revela alguns motivos.  Igualmente acredita que a demanda por seguro garantia vai se beneficiar de um retorno dos investimentos de infraestrutura no país.

Leia a entrevista:

RSB – Quais são as perspectivas da Euler Hermes para o mercado brasileiro?
Rodrigo Jimenez – Nossa perspectiva é de crescimento do mercado acima da média dos últimos anos. As incertezas políticas ainda persistem no Brasil. Assim, isso traz ao empresariado uma percepção de que o seguro é um item importante. Bem como,  imprescindível na gestão financeira das empresas.  Todavia, mais e mais, vemos CFOs e empresários preocupados em melhorar a rentabilidade e gestão do fluxo de caixa. Assim também tendo o Seguro de Crédito e Garantia um papel principal nesse objetivo.

Que novos produtos e serviços a empresa planeja lançar no mercado brasileiro?
Estamos trabalhando duro para trazer ao mercado brasileiro diversas inovações na forma digital de distribuição de nossos produtos. Assim, em breve, teremos muitas novidades. Outro fator importante é a retomada de projetos de infraestrutura e investimentos no Brasil. Eles trarão certamente oportunidades adicionais de crescimento no Seguro Garantia.

Qual é a avaliação da Euler Hermes sobre a gestão do risco de crédito pelas empresas brasileiras? É possível melhorar?
Nota-se grande espaço para melhorias na gestão de crédito das empresas. Contudo, a seguradora tem papel fundamental neste tópico. Com a crise econômica enfrentada nos últimos anos, nota-se cada vez mais a necessidade de monitorar de perto a evolução financeira e comportamental das empresas. Dessa forma, a divulgação de informações passa a ser peça chave. Da mesma forma para empresas com boa qualidade creditícia.

Nova tecnologias

Que efeito pode ter a introdução de novas tecnologias no processo de subscrição, gestão de sinistros e outras atividades desempenhadas pela empresa?
A Euler Hermes é uma empresa que está constantemente investindo em novas tecnologias. Isso para simplificar e acelerar seus processos de tomada de decisão. Porém garantindo a assertividade técnica necessária.  Desta forma, lançamos globalmente nos últimos anos diversos projetos com este propósito. Por exemplo, no Brasil temos a avaliação de crédito automática para qualquer risco de nosso portfólio feita em segundos. Em contrapartida, depende do valor de risco solicitado e a exposição vigente com a seguradora.

Obviamente que este trabalho de inteligência artificial é complementado. Também com a análise humana para casos de maior sensibilidade. Portanto, lançamos uma iniciativa para antecipar o pagamento de sinistros para casos menores. Isso onde a seguradora possui rápida disponibilidade de capital. Contudo, temos ainda vários projetos de machine learning. Os projetos devem ser implementados para os próximos anos. Eles visam garantir ainda mais agilidade e assertividade nas decisões de crédito.

Como o risco político influencia a subscrição dos riscos de crédito das empresas?
A Euler Hermes, em suas análises, considera tanto o risco político quanto o risco de crédito. Desta forma, apesar de podermos conceder exposições em países considerados de maior risco, nossas análises, nestes casos, excluem a eventual cobertura para riscos políticos. Como exemplo, não cobrimos risco político para países como Argentina e Egito. Por outro lado, o risco de crédito é avaliado baseado pura e simplesmente no comportamento operacional e financeiro das empresas,. Assim sendo o escritório da Euler Hermes do país do risco solicitado responsável por estas análises. Afinal, cada time local possui maior conhecimento setorial para avaliar especificidades de cada setor ou país.

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Argo busca novo CEO na Swiss Re Corporate Solutions

A Argo Seguros buscou na Swiss Re Corporate Solutions seu novo CEO no Brasil.

Trata-se de Newton Queiroz. Até sua contratação pela Argo, ele ocupava o cargo de CEO do México e da América Central na seguradora suíça.

Contudo, Queiroz assumiu o novo cargo no começo de maio e vai reportar a Jorge Luiz Cazar, que lidera a operação latino-americana do Grupo Argo.

Operações de seguro

“Newton chega para levar o negócio ao próximo nível”, disse Cazar. “Seu histórico comprovado e consistente na construção de operações de seguro bem-sucedidas na região será decisivo na expansão estratégica da companhia no país.”

Antes da Swiss RE CS, Queiroz havia trabalhado na corretora Aon nas áreas de petróleo e gás e de aviação.

Sobre a Argo

Desde 2012 no Brasil, a Argo Seguros oferece soluções em seguros de Responsabilidade Civil, Patrimonial e Transportes.

Sediada em São Paulo, é reconhecida no mercado pelos produtos e  atendimento aos segurados e corretores parceiros.

Sob o mesmo ponto de vista tem uma estratégia focada em apresentar produtos bem dirigidos. Assim entendendo a necessidade de cada nicho. Dessa forma, a empresa se consolidou entre os principais players do mercado.

Seus constantes investimentos em tecnologia desenvolveram o Protector, plataforma digital de distribuição de seguros, que oferece produtos inovadores e diferenciados em diversos segmentos.

Já com uma importante presença em segmentos como RC profissional e transportes, a Argo também pretende crescer em outras frentes. Como o seguro garantia, os riscos de engenharia e os seguros patrimoniais.

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Capital cai, mas capacidade de resseguro ainda é suficiente, diz Aon

O mercado global de resseguros segue em boa saúde. Isso, apesar de um período de fortes perdas que levou a uma queda no volume de capital disponível. É o que afirma a corretora Aon em um novo relatório.

De acordo com a empresa, o mercado ressegurador dispunha, ao final de 2018, de uma capacidade de US$ 585 bilhões. Contudo, o número foi 3% menor do que em 2017. Isso quando havia US$ 605 bilhões de capacidade.

A queda ocorreu principalmente no chamado capital tradicional de resseguros, que fechou o ano em US$ 488 bilhões após uma redução de 5,4%.

Ainda assim, a Aon estima que há capital suficiente no mercado para suprir a demanda por resseguro nas próximas renovações.

Desde 2011, o volume de capital alocado para o mercado de resseguro aumentou 30%, calcula a empresa.

Alternativo

Por outro lado, o capital alternativo aumentou em 9% para chegar a US$ 97 bilhões. É maior número já registrado.

Porém, a Aon nota que este capital inclui montantes que servem de acessório para grandes perdas catastróficas sofridas por veículos de resseguro alternativos em 2017 e 2018.

Ainda assim, como investidores obtiveram bons retornos com instrumentos alternativos de transferência de riscos nos últimos anos, como os chamados cat bonds, a expectativa é que capital continue fluindo para o setor.

A Aon estima que, nos dois últimos anos, o mercado ressegurador teve que absorver US$ 240 bilhões em perdas decorrentes de eventos como os furacões. Como o  Harvey, Irma e Maria em 2017 e os grandes incêndios florestais que vem atingindo a Costa Oeste americana.

No entanto, poderia ter sido pior. A Aon observa que os altos níveis de retenção dos seguradores primários, seguindo estratégias de gestão de capital em anos recentes, limitaram o impacto das catástrofes no resseguro.

Menos desastres

Após atingir 106,6% em 2017, o índice combinado do resseguro global bateu em 99,7% no ano passado. Assim como o primeiro trimestre de 2019 também criou um ambiente mais favorável para o setor.

As perdas cobertas por resseguro nos primeiro três meses do ano se limitaram a US$ 7,1 bilhões, um valor 47% mais baixo do que a média dos 15 anos anteriores.

As maiores perdas ocorreram nos Estados Unidos, com cinco dos dez maiores eventos registrados no país.

A catástrofe natural individual mais custosa do trimestre, entretanto, foi a tormenta Eberhard, que atingiu a Alemanha, França, Bélgica, República Checa e Holanda, deixando perdas superiores a US$ 1,1 bilhão.

Clique aqui para baixar o relatório em inglês.




Angelo Colombo troca comando da AGCS pelo da Swiss Re CS

A Swiss Re Corporate Solutions anunciou a contratação de Angelo Colombo, ex-Allianz, como novo CEO para sua operação na América Latina.

Dessa forma, Angelo Colombo vai assumir o novo posto no dia 7 de outubro. Todavia, ele será responsável pelos negócios de seguros comerciais da empresa no subcontinente.

A Swiss Re CS opera no Brasil em uma joint venture com a Bradesco Seguros. Assim, Colombo também terá sob sua batuta unidades no México e na Colômbia.

Ele deixa a chefia da unidade sul-americana da Allianz Global Corporate & Specialty, AGCS. Assim, vai suceder a Axel Brohm, que foi nomeado Head of Actuarial and Data Science na Swiss Re CS.

“Estamos muito felizes que Angelo vai conduzir o nosso negócio na América Latina. Ele vai nos ajudar a fornecer proteção financeira aos clientes em toda a região. Bem conectado no mercado local, realmente compreende os desafios de gestão de risco que as empresas estão enfrentando,” afirma Andreas Berger, CEO da Swiss Re Corporate Solutions.

A nomeação está sujeita à aprovação das autoridades competentes.

Confira a evolução da Swiss Re Corporate Solutions no mercado brasileiro:

  • 2011: adquiriu a UBF, seguradora brasileira especializada em Garantias e Seguros Rurais e intensificou sua atuação no País.
  • 2012: a companhia teve sua razão social alterada para Swiss Re Corporate Solutions Brasil Seguros S.A.
  • 2013: a Swiss Re Corporate Solutions abre novas linhas de negócios no Brasil, tornando-se uma companhia multilinha.
  • 2014: o Grupo Swiss Re compra as ações do IFC e passa a ser único acionista da Swiss Re Corporate Solutions.
  • 2016: a Swiss Re Corporate Solutions anuncia a aquisição da carteira de grandes riscos da Bradesco Seguros e acesso exclusivo aos seus canais de distribuição.
  • 2017: a Swiss Re Corporate Solutions Ltd. e a Bradesco Seguros S.A. concluem a transação e criam joint-venture; como resultado, a carteira de grandes riscos da Bradesco Seguros S.A. foi integrada à operação da Swiss Re Corporate Solutions Brasil Seguros S.A. (SRCSB).

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Sompo aumenta aposta em seguros para empresas

Com planos de lançar um seguro cibernético e reforçando sua presença em áreas como o seguro garantia, a japonesa Sompo segue apostando no Brasil. O país é o segundo maior mercado internacional da empresa.

A Sompo já ocupa a quarta posição entre as maiores do setor no ranking de seguros para empresas de Risco Seguro Brasil. Entre as cinco líderes, foi a que apresentou, em 2018, o maior crescimento no volume de prêmios nas linhas de seguro empresariais analisadas pela RSB: 34%.

De acordo com João Carlos França de Mendonça, diretor-técnico de P&C da Sompo, a performance reflete a importância que os seguros corporativos possuem na estratégia da empresa. Segundo ele, essas linhas já representam um terço da produção e quase 70% dos lucros da Sompo no Brasil.

“A carteira de seguros comerciais é importante para a estratégia da Sompo. A gente tem planos ambiciosos no médio prazo”, disse Mendonça a RSB.

Estratégia

Dessa forma, ele projetou que os seguros comerciais da empresa fecharão o ano de 2019 com um crescimento entre 12% e 15%. Isso na medida em que a empresa consolida sua presença em áreas de grandes riscos que tiveram bom desempenho no ano passado. Por exemplo, como as energias renováveis e o seguro garantia.

Mendonça cita números da Susep para colocar a Sompo como a segunda maior player do país em seguros compreensivos empresariais. A empresa ocupa a terceira posição em riscos nomeados.

Reforço na estrutura corporativa

Com 41 unidades espalhadas pelo país e uma rede de 26.000 corretores que ajudam a atender o público de pequenas e médias empresas, a Sompo recentemente reforçou sua equipe técnica. Antes de mais nada, quer colocar maior ênfase em grandes riscos e clientes corporativos. Assim, uma nova área foi montada para cuidar da gestão de sinistros mais complexos.

A estratégia tem funcionado em ramos como o seguro garantia. De acordo com Mendonça, a Sompo subiu seis posições no ranking nos últimos anos. Simultaneamente, nos primeiros meses de 2019, afirmou, a participação da empresa no segmento já é o dobro da registrada no mesmo período do ano passado. Isso com uma carteira equilibrada entre o garantia judicial e o de grandes obras.

“A gente vislumbra, agora em 2019 e em 2020, o fomento da parte de infraestrutura, através de concessões. Em contrapartida, vai demandar os produtos de garantia mais tradicionais, de bid e performance”, disse.

Seguro cibernético

Para o segundo semestre, a Sompo prepara ao menos uma novidade. Como por exemplo o lançamento de um seguro cibernético.

“Embora ainda seja muito restrito a poucas empresas no Brasil, há uma tendência de o seguro cibernético ter um crescimento exponencial. Assim, na medida em que o próprio cenário regulatório faça com que os empresários busquem esta solução”, disse Mendonça.

A empresa está no momento trabalhando no clausulado do novo produto. Ao mesmo tempo deve conter elementos das apólices que a Sompo internacional oferece fora do Brasil.

O executivo acredita que o lançamento de novos produtos para o mercado de grandes riscos, como os seguros cibernéticos, ganha força. Isso com uma nova postura indicada pela Susep com relação à introdução de novidades no mercado.

Para ele, a nova diretoria da Susep, liderada por Solange Vieira, foi um fato animador, que sinalizan mais flexibilidade com fins de fomentar o aumento da penetração do seguro na sociedade.

Em seu discurso de posse, Vieira disse que a Susep visa “desregulamentar e desburocratizar o setor. Bem como aumentar a competição, garantir segurança jurídica e, acima de tudo, tornar o seguro um produto simples e acessível à população”.

Recentemente, a própria Sompo obteve aprovação para um novo seguro paramétrico. Conforme observou Mendonça, o seguro traz elementos de produtos comercializados no exterior.

“Estamos integrados na rede internacional da Sompo. E aproveitamos a capacidade que a empresa tem. Por exemplo, na área de linhas financeiras, E&O e D&O, em que a Sompo é muito forte nos Estados Unidos”, afirmou. “Todavia, a Sompo tem criado hubs de subscrição para dar suporte às suas subsidiárias ao redor do mundo. E a Sompo Brasil tem aproveitado esse know-how.”

Tecnologia

A expertise da unidade global também está sendo trazida para introduzir novas tecnologias. Como a inteligência artificial e drones.

Assim, no meio do ano, a Sompo lançou um novo portal de cotação e emissão de apólices em segmentos mais massificados.

A empresa já possui um chatbot. A tecnologia utiliza inteligência artificial para prestar suporte a segurados e corretores. No momento, são informações básicas sobre apólices e pagamentos,. Porém, a Sompo espera poder introduzir mais funcionalidades ligadas aos sinistros e à parte técnica no futuro.

Simultaneamente, em um projeto piloto, a empresa está disponibilizando para alguns clientes um aplicativo. Ele permite a segurados realizar a inspeção de riscos em equipamentos agrícolas por meio de um aplicativo. Assim que o cliente tem acesso à internet, os dados são enviados à empresa. Dessa forma, o setor de subscrição faz o encaminhamento da apólice.

“O modelo de soluções exponenciais começa bem pequeno, mas tem um crescimento muito rápido porque alia a tecnologia a uma necessidade, a uma dor que o cliente sente”, observou o executivo.




Brasil ainda faz uso limitado do resseguro global

O Brasil se abriu ao resseguro internacional, mas ainda faz uso limitado da capacidade de transferência de risco disponível no mercado global.

Essa é uma das conclusões a que se pode chegar com a leitura do mais recente estudo sobre o mercado de resseguros publicado pela Terra Brasis.

Pela primeira vez, a empresa conseguiu integrar ao seu estudo informações coletadas pela Susep sobre as cessões de resseguro no exterior.

E um dos achados do estudo é que, apesar do registro de mais de 100 resseguradoras para operar no país, há menos players do que se imagina com uma participação significativa no setor.

Resseguradoras: pouca competição

Segundo a Terra Brasis, os cinco maiores grupos resseguradores somavam 55,8% dos prêmios em 2018. Contido, os dez primeiros detinham 74,8%, e os 20 maiores, 94,1%.

O relatório nota que o grau de concentração já foi maior. Isso com as cinco primeiras somando 62,7% do mercado em 2013. Mas é inegável que a gradual reabertura do mercado nos últimos anos parece ter tido efeito limitado nas decisões de compra das cedentes locais.

De acordo com os cálculos da Terra Brasis, no final de 2018, os prêmios cedidos a resseguradoras no mercado brasileiro chegavam a R$ 12,6 bilhões. Deste total, 30,1% foi cedido a subscritores sediados fora do país, principalmente por meio de unidades registradas como resseguradoras admitidas.

Lloyd’s

O destaque entre as admitidas são os sindicatos do Lloyd’s de Londres. E conjunto, eles lideram as cessões para o exterior com mais de R$ 541,8 milhões em prêmios.

A Talanx, grupo que controla empresas como a Hannover Re e a HDI, vem em segundo lugar com R$ 401,7 milhões.

A Talanx, como boa parte dos sindicatos do Lloyd’s, não possui uma resseguradora local no Brasil. Ainda que opere no mercado primário. A Everest Re, quarta maior, e a FM Global, sexta, tampouco operam como locais.

Porém, outras grandes operadoras offshore, fazem parte de grupos que estão presentes como locais. É o caso da Mapfre (número 3 do ranking de admitidas), Chubb (5) e Swiss Re (7).

IRB Brasil dominante

A concentração do mercado começa no topo. Isso, já que o IRB Brasil Re mantém uma posição dominante. Com 35,4% do total de prêmios cedidos por entidades brasileiras em 2018.

Trata-se da mais elevada market share do antigo monopólio desde 2013, quando sua parcela dos prêmios passava de 40%.

O IRB Brasil lidera todos os segmentos do mercado local. Com exceção dos resseguros de garantia, ramo liderado pela Junto (antiga JMalucelli).

Outras empresas lideram o setor. Porém, viram sua participação cair nos últimos anos. A Munich Re fechou 2018 com 6,8% dos prêmios, após 40% de aumento na comparação com 2017. Mas bem abaixo dos 10,3% que tinha em 2015.

Já Swiss Re tinha detinha 6,9% do mercado em 2015 e chegou a 7,5% em 2011, mas no final do ano passado sua parcela havia caído para 4,7%.

A quarta colocada, Chubb, registrou forte crescimento no ano passado, quando seus prêmios subiram 124%. A empresa americana controla 4,5% do mercado e subiu nove posições no ranking.

Parcelas parecidas têm a Mapfre, quinta maior, e a Zurich, que baixou de segundo para sexto após uma redução de 39% em prêmios de resseguro.

 

 




Otimista, Mapfre quer Susep mais próxima de grandes riscos

Líder no mercado de seguros para empresas, de acordo com o ranking de Risco Seguro Brasil, a espanhola Mapfre espera que o mercado ganhe impulso com novos investimentos. Isso deve acontecer já no segundo semestre do ano.

Segundo Jonson Marques de Sousa, diretor técnico de Empresas e responsável pela área de Grandes Riscos da Mapfre Brasil, a retomada dos investimentos deve criar oportunidades em novas áreas. Como seguros de transportes, patrimoniais e RC.

Em entrevista à RSB, Souza também disse que melhorias na regulamentação do setor podem abrir novas oportunidades de negócio. Principalmente para seguradoras de grandes riscos. E também que a Susep deve se aproximar das seguras que trabalham no setor e dos compradores de seguro.

Leia abaixo a entrevista:

RSB – Quais são as expectativas da Mapfre para o mercado de seguros corporativos / grandes riscos agora que a empresa encerrou sua joint-venture com o Banco do Brasil?

Jonson Marques de Sousa – As nossas expectativas são muitos positivas para este ano. Primeiramente, após a conclusão do processo eleitoral, a estimativa é que os governos estaduais e federal retomem projetos de obras e processos de concessão de serviços públicos. Tanto em áreas estruturais, como as de transporte e aviação.

A Mapfre é líder no segmento de grandes riscos. Assim atua de forma ampla em todos os setores corporativos. Antes de mais nada, tem como principal objetivo, para os próximos anos, integralizar as soluções de seguros para cada empresa segurada. Assim oferecendo solução de cobertura para todas etapas de serviços prestados pelos nossos clientes.

Quais são as linhas que a empresa acredita que vão produzir as melhores oportunidades de crescimento neste ano?

Com a retomada da economia, principalmente dos investimentos em infraestrutura e indicação do governo quanto às privatizações, as expectativas ficam direcionadas às carteiras de transporte, patrimonial, responsabilidade civil e aeroportos.

Crescimento

Que fatores, conjunturais ou regulatórios, estão coibindo ou limitando o crescimento do mercado brasileiro de seguros para empresas?

O país está retomando suas atividades econômicas de forma progressiva. Contudo, ainda existe muita expectativa quanto a aprovação de reformas importantes. Como da previdência e tributária.  Esperamos que o segundo semestre deste ano venha com mais investimentos. Consequentemente com mais oportunidades de seguros para o setor de grandes riscos.

Há fatores regulatórios que dificultam o lançamento de novos produtos no mercado corporativo?

Acreditamos que atualizações regulatórias são necessárias para que o setor de seguros avance. Assim, dentro destas novas regras, novas oportunidades de inovar surgem para as companhias.

Como a empresa avalia o desenvolvimento da gestão de riscos nas empresas brasileiras? O que pode ser feito para melhorar as práticas de gestão de riscos?

A importância do gerenciamento de risco é um tema que evoluiu muito entre os empresários nos últimos anos, mas ainda existe espaço para melhoria e desenvolvimento, principalmente entre as pequenas e médias empresas. Por isso, acreditamos que as seguradoras têm um papel fundamental de realizar um gerenciamento que vai além dos itens e áreas que serão contemplados nas apólices. Pela expertise que as companhias seguradoras possuem, é possível realizar uma visão 360 graus do cliente e apontar melhorias que podem ser feitas com o objetivo de mitigar riscos. As seguradoras podem e devem assumir este papel de consultoria aos clientes.

Futuro

 Você espera mudanças ou melhorias na regulamentação do setor por parte da nova administração da Susep? Por exemplo, em termos de dar mais liberdade para as seguradoras elaborarem apólices de novos produtos?

A Susep vem se estruturando positivamente nos últimos anos e sempre há espaço para melhorias. Estamos bastante confiantes na administração do órgão regulador e principalmente no foco em estreitar o relacionamento com as seguradoras e seus clientes de grandes riscos, entendendo suas particularidades e, eventualmente, com características únicas de operação.

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