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Sistema monitora cadeia de suprimento para mitigar perdas

Com as cadeias de suprimento tornando-se cada vez mais globalizadas, as empresas enfrentam dificuldades para acompanhar o que está acontecendo com seus produtos. Isso em cada passo do processo de produção.

Foi com a ideia de aumentar a visibilidade neste processo que a startup suíça Arviem desenvolveu um novo produto. Trata-se de uma linha de sensores que podem ser anexados a qualquer tipo de carga. Assim permitindo que as empresas sigam em tempo real o que está acontecendo elas.

Além disso, os dados são armazenados e identificam os momentos em que ocorrem problemas. Por exemplo, obstáculos que podem afetar a qualidade das cargas antes que elas cheguem a seus destinos.

Seguros

Tim Germann, diretor de Desenvolvimento de Produtos da Arviem, contou a Risco Seguro Brasil que a ideia é expandir a tecnologia das cadeias de suprimento para o setor de seguros.  Da mesma forma,  facilitar a gestão de sinistros e a precificação das apólices. Sempre tendo como base as cadeias de suprimento.

Porém, ele faz algumas considerações. Por exemplo que o longo período de queda de preços, que atingiu com especial virulência o seguro marítimo, impediu até o momento que o mercado abraçasse com maior ímpeto este tipo de inovação.

Para ele, tecnologias que permitem coletar dados sobre riscos abrem novos caminhos. Como a possibilidade de melhor apreender os fatores que levam a sinistros e trabalhar em sua prevenção. Dessa forma, melhorando os resultados técnicos das seguradoras.

“Temos registrado interesse de vários seguradores, mas os riscos técnicos ainda não são os fatores determinantes dos preços”, afirmou Germann.

No futuro, porém, quando o mercado estiver em um ponto de maior equilíbrio, ele vê as seguradoras utilizando o sistema. Isso para definir com maior precisão o preço das apólices de acordo com as informações obtidas a respeito de rotas marítimas, armadores individuais ou tipos de carregamento.

Cadeia de suprimentos

Os sensores da Arviem são instalados nos containers de carga através de um imã que é anexado à parede do recipiente.

A instalação é simples, disse Germann, e não permanente, podendo ser desfeita em qualquer momento.

O artefato consegue discriminar diferentes informações sobre a carga. Assim como a temperatura, umidade, impactos sofridos, aberturas de portas e nível de luz, além de sua localização em tempo real (pelo GPS).

Os dados são transmitidos para um sistema de nuvem. Os clientes podem segui-los de onde queiram, com seus próprios computadores ou dispositivos móveis.

Cargas enormes

Com esses dados na mão, o cliente pode obter da Arviem relatórios de vários tipos. Igualmente incluindo as mudanças de temperatura que a carga enfrentou durante a viagem e os atrasos sofridos no trajeto.

Por exemplo, Germann disse que algumas seguradoras estão usando os sensores para seus próprios serviços de perícia. Assim podem economizar tempo e mão-de-obra.

Quando essas seguradoras cobrem o transporte de cargas de enorme tamanho e imensos valores segurados, como turbinas de energia eólica, elas precisam realizar vistorias periódicas. Principalmente para garantir que a movimentação esteja sendo feita da melhor maneira possível.

Normalmente isso se faz enviando uma equipe de peritos para encontrara a carga em várias partes do caminho. Agora, algumas dessas visitas podem ser substituídas por sensores. Eles permitem acompanhar o que está acontecendo em tempo real.

Danos em portos

Também é possível, para uma empresa que exporta alimentos, por exemplo, detectar se um carregamento estragou no meio do caminho, e enviar uma carga em substituição antes mesmo de a primeira chegar ao seu destino.

Outro exemplo citado por Germann foi o de um cliente que exporta bens de capital e cuja carga sempre sofria danos durante o transporte.

Os sensores ajudaram a observar que os danos eram causados por fortes impactos sofridos durante a estiva no porto de origem do carregamento.

Com essa informação na mão, ele mudou o porto de origem e a empresa de transporte marítimo, buscando opções cuja estiva é mais cuidadosa, reduzindo consideravelmente os danos sofridos.

A detecção antecipada de danos em equipamentos pesados também ajuda este tipo de cliente a enviar um substituto a tempo de garantir que os termos de contratos sejam cumpridos, evitando assim pesadas multas.

A Arviem agora está desenvolvendo sensores que também podem ser usados em cargas a granel e em outros tipos de transporte, como o ferroviário e o rodoviário.

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Insurtech cria sistema para identificar e prever sinistros marítimos

A importância de um sistema feito para identificar e prever sinistros marítimos pode ser avaliada em um contexto histórico.

Anos atrás, o empresário americano Ben Hubbard trabalhava na USAID. Trata-se da agência de promoção do desenvolvimento do governo dos EUA.

Sua missão era garantir que a quantidade imensa de vacinas, alimentos e medicamentos enviados pela organização às regiões mais pobres do mundo não se perdesse pelo caminho.

Para tanto, trabalhou no desenvolvimento de sensores telemáticos. Os sensores ajudavam a rastrear onde cada pacote estava em cada momento. Assim como seu estado de conservação e outras informações.

Todavia, ao voltar para o setor privado, ouviu de várias pessoas que a tecnologia tinha um grande potencial para interessar o setor de seguros.

Insurtech

Hubbard criou então a Parsyl. Uma insurtech que, no começo do ano, foi adotada por seguradoras tradicionais do mercado de Londres, como a Ascot e a Beazley. A insurtech foi criada para desenvolver sensores que visam a melhorar a gestão de risco no transporte marítimo de cargas. (Clique aqui para saber mais.)

Para as seguradoras, o sistema também introduz a possibilidade de melhorar o processo de subscrição. Especialmente no que diz respeito à tramitação de sinistros nas apólices de seguro de transporte marítimo.

“Nossos sensores ajudam a identificar quando e onde as coisas deram errado. Ao mesmo tempo em que um banco de dados é criado para, depois, ser usado de maneira preditiva”, explicou Hubbard a Risco Seguro Brasil.

“Não é uma ideia radical. Muitas empresas que enviam carga marítima em setores como o farmacêutico usam registros de dados ou indicadores de temperatura, por exemplo.”

No entanto, o que a Parsyl fez, foi desenvolver um software que armazena os dados coletados em um sistema de nuvem. Assim, os analisa de maneira que seguradoras e seus clientes possam aprender importantes lições a partir de sua análise.

Desafio

Entretanto, o  problema que a Parsyl buscou resolver foi o fato de que as seguradoras tinham muito poucas informações de boa qualidade. Principalmente no que diz respeito ao manuseio das cargas nos portos e as condições em que elas estavam armazenadas nos navios.

Os sensores da empresa, que medem cerca de 10 cm de altura, captam dados sobre o local onde a carga está armazenada. Como por exemplo a temperatura, a entrada e saída de membros da população, os níveis de luz e de umidade e outros.

Também podem armazenar dados de geocalização da carga. Assim, enviar alarmes a apps instaladas em celulares. Isso ajuda caso as condições de armazenamento tenham se deteriorado.

Os aparelhos podem realizar viagens longas, já que suas baterias duram quase três anos. Igualmente é uma vantagem adicional. Principalmente para quem exporta ou importa mercadorias por demoradas rotas marítimas.

Um outro sensor vai ser lançado no segundo semestre. O sensor será ainda menor e cuja bateria terá duração mais curta. Ele vai mediar apenas a temperatura e a luz. O objetivo é visar empresas de menor porte que enviam cargas que não são tão delicadas.

Utilidade para seguradoras e clientes

Hubbard acredita que as seguradoras estão em uma posição privilegiada. Assim, podem incentivar seus clientes a utilizar este tipo de tecnologia.

Segundo ele, o fato de que as informações são armazenadas na nuvem fazem com que seja muito simples para as várias partes envolvidas. Como seguradores, corretores e segurados, a colaborar na melhoria da gestão do risco e da tramitação de eventuais sinistros.

Entretanto, também ajudará a que os seguradores definam com maior precisão os preços das coberturas, afirmou o empresário.

O próximo passo, segundo ele, é oferecer serviços de engenharia de riscos com base na riqueza de dados que os aparelhos estão coletando.

“Essa é a terra prometida para a gente”, afirmou Hubbard.




Saiba como sensores ajudam a garantir segurança da carga

Sensores com novas tecnologias ajudam a rastrear a carga enquanto ela é transportada pelo mundo.

Imagine um container cheio de camarão fresco abandonado no cais de um porto. É verão e o sol arde sem descanso sobre o recipiente, transformando os crustáceos em uma massa de matéria putrefata.

Agora coloque-se no lugar do perito que, depois de uma semana, teve que avaliar se de fato houve um sinistro com a carga do container.

Essa história real, relatada por um subscritor de seguros marítimos no mercado de Londres, poderia ter sido evitada através da utilização de novas tecnologias. Elas estão ajudando as empresas a rastrear suas cargas em tempo real. Isso enquanto elas estão sendo transportadas de um lado para outro pelo mundo.

O uso de sensores inteligentes, que ajudam acompanhar o trajeto de mercadorias em alto mar, por meio de apps de telefone celular, já faz parte da rotina de empresas exportadoras mais avançadas. E também de suas seguradoras.

Insurtech

É o caso da Ascot, que, juntamente com outros subscritores do Lloyd’s londrino, está desenvolvendo um projeto para tornar esta tecnologia disponível para seus clientes.

As seguradoras patrocinam o trabalho de uma insurtech chamada Parsyil no laboratório de desenvolvimento de novas tecnologias implementado pelo Lloyd´s.

A Parsyl criou um sistema que permite às empresas monitorar em tempo real fatores que influenciam o bom estado de uma carga. Entram aí níveis de luz, umidade, movimento, contato com a tripulação e coisas assim. (Clique aqui para saber mais.)

“Quanto mais aprendemos sobre o trabalho da Parsyl, mais convencidos ficamos sobre como a tecnologia pode nos ajudar a revolucionar os processos de pagamento de sinistros. Assim, aumentar a visibilidade dos riscos em toda a cadeia de suprimento”, disse Chris McGill, um subscritor de seguros marítimos da Ascot, a Risco Seguro Brasil.

Na palma da mão

A Ascot está oferecendo acesso ao sistema da Parsyl a seus clientes como um serviço adicional de gestão de riscos. Assim, ajuda a competir com as maiores seguradoras do setor.

“Os segurados podem instalar os sensores, chamados treks, quando a carga ainda está em seus armazéns”, McGill observou.

Os treks são pequenos artefatos que cabem na palma da mão, custam um pequeno aluguel mensal.  Registram a temperatura, luz, umidade e impactos que ela pode sofrer durante todo o percurso até a carga chegar ao seu destino final.

Eles são colocados magneticamente dentro do recipiente ou área de armazenamento. Assim sua bateria pode durar mais de três anos.

“Uma vez que a carga tenha chegado, é possível descarregar, com muita rapidez, através de um dispositivo móvel, toda a história da viagem”, disse McGill.

“Dessa maneira, podemos reduzir de forma significativa o trabalho necessário para peritar um sinistro. Por exemplo, podemos descobrir exatamente onde e quando uma mudança brusca de temperatura ocorreu.”

Aplicações

As informações coletadas não só podem ajudar a acelerar a tramitação de um sinistro. Todavia, também servem para aprimorar a gestão de risco e evitar futuros incidentes.

McGill citou como exemplo o caso de uma companhia americana que exporta leite em pó. A companhia queria saber os exatos momentos em que os containers que transportam a mercadoria são abertos. Isso porque o contato com a luz pode ter um efeito deletério sobre o produto.

Da mesma maneira, se o container é aberto em um momento em que não deveria, pode indicar tentativas de contaminação proposital da carga.

Assim, também podem indicar em que portos ocorrem problemas na estiva, já que os sensores podem dizer exatamente onde e quando a carga sofreu impactos danosos.

Benefícios

Para o subscritor da Ascot, a implementação deste tipo de tecnologia traz vantagens para toda a cadeia do seguro.

“Os segurados se beneficiam porque os gastos ligados à gestão do sinistro serão mais baixos no caso de uma perda coberta pela apólice, e os pagamentos serão mais rápidos”, disse McGill.

“As seguradoras se beneficiam porque podemos melhorar a nossa taxa de recuperação dos sinistros. Também podemos melhorar a gestão de sinistros. Ao mesmo tempo em que proporcionamos aos clientes informações importantes sobre seus negócios.”

“Com base nos dados coletados, podemos oferecer sugestões sobre rotas de navegação. Assim como as unidades de armazenamento que devem usadas, e que armadores são as melhores opções para determinadas rotas.”




Brasil fica em 60º lugar em ranking de resiliência para as empresas

No ranking de resiliência para fazer negócios da seguradora americana FM Global, o Brasil ficou apenas no 60º lugar. É mais um sinal de que o país não está conseguindo se tornar mais atrativo para investimentos.

A empresa leva em conta fatores como o estado da economia. Assim como a qualidade da gestão de riscos e a operação das cadeias de suprimento para elaborar o ranking. A lista é publicada todos os anos.

Em 2019, o Brasil repetiu a colocação de 2018, ficando abaixo da 56ª posição, entre 130 países, obtida em 2015.

Pior: ainda que tenha mantido sua medíocre colocação, a nota do Brasil piorou, passando de 52,5 (de um total de 100 pontos) em 2018 para 47,1.

Governança corporativa e corrupção

O ranking da FM Global trouxe uma novidade neste ano. Acima de tudo, incluiu a governança corporativa entre os itens avaliados para analisar a resiliência do ambiente de negócios. A nota do Brasil foi 66,5, valendo o 51º posto para o país neste quesito.

O item foi incluído na avaliação do funcionamento das cadeias de suprimento. Da mesma forma, também inclui outros fatores que pouco favorecem a economia brasileira, como o controle da corrupção e qualidade da infraestrutura.

No total, o Brasil ficou em 62º lugar no que diz respeito às cadeias de suprimento, recebendo 50,6 pontos, contra 55,9 em 2018.

A pior marca, para surpresa de ninguém, foi atribuída aos controles contra a corrupção na sociedade e nas empresas.

Com uma pontuação de míseros 24,5, o Brasil ficou em 88º lugar entre os 130 países avaliados neste quesito.

Economia em frangalhos

Mas é no estado da economia que o fiasco brasileiro no ranking da FM Global é mais evidente.

Nesse item, que mede fatores como a influência da instabilidade econômica na capacidade das empresas de enfrentar situações difíceis, o Brasil somou ínfimos 36,3 pontos na escala da FM Global.

Com tal pontuação, não passou da 75ª posição. Portanto, a avaliação da produtividade da economia, com 11,7 pontos, mostrou-se especialmente vexatória.

Qualidade do risco

O Brasil teve melhor desempenho na categoria qualidade do risco. O item mede fatores como a exposição e capacidade de ração a eventos catastróficos e a ataques cibernéticos.

A melhor avaliação ocorre justamente na falta de exposição a eventos como furacões e terremotos. Isso significa que vale ao país uma nota 75,7 e a 37ª colocação no ranking.

Uma vez que a atividade humana entra em campo, porém, a coisa se complica. Ao avaliar a capacidade da sociedade e das empresas para reagir no caso de uma catástrofe, a nota cai para 32 pontos. Na prevenção e reação a incêndios, o Brasil fica apenas na 99ª colocação com 23 pontos.

No risco cibernético, por outro lado, a performance é mais favorável. Levando em contas fatores como o uso da internet pela população e as liberdades civis, que na visão da FM Global ajudam o país a reagir a eventuais eventos cibernéticos, a nota do Brasil é um respeitável 65,8, o que lhe vale a 31ª posição no ranking.

Ranking: líderes e lanternas

Segundo o ranking da FM Global, os países onde as empresas têm as melhores condições para enfrentar situações de emergência são a Noruega, Dinamarca, Suíça e Alemanha.

Já os piores, nesta ordem, são o Haiti, a Venezuela e a Etiópia.

Apenas três países latino-americanos ficaram na frente do Brasil: a Argentina (58º lugar), o Chile (50º) e o Uruguai (46º).




China aposta nas massas para destravar seguro cyber

Seguro cyber. É hora de falar sobre ele. Com um potencial de crescimento fabuloso, o mercado de seguros espera que as coberturas cibernéticas venham a se tornar, um dia, um verdadeiro negócio da China.

Na própria China, porém, como em outras partes do mundo fora dos Estados Unidos e Europa, o segmento de seguro cyber está demorando para decolar.

Fontes consultadas pela Risco Seguro Brasil estimam que apenas cerca de 100 apólices corporativas de seguro cyber já foram vendidas na China. O volume é similar ao que se acredita já terem sido subscritas no Brasil.

Por isso, o mercado está buscando outras maneiras de dar vazão ao potencial chinês. Da mesma forma, uma das mais sucedidas iniciativas tem sido a venda de seguros cibernéticos para as massas.

Cobertura no banco

Seguradoras chinesas lançaram no mercado local uma cobertura que protege os usuários de serviços bancários online de fraudes cometidas por hackers. Contudo, os preços são baixos. Assim como os limites, modestos. Por isso a aceitação do público está sendo bastante boa. Isso segundo Frank Wang, responsável pela área de bens e propriedade da resseguradora Gen Re na China.

Tratam-se de coberturas compradas nos sites de seguradoras ou dos próprios bancos onde os clientes têm suas contas.

Elas garantem o reembolso de até US$ 1.000, caso fraudadores ataquem o banco e roubem o dinheiro da pessoa.

As apólices cibernéticas pessoais podem ser pagas por cartão de crédito e sua contratação é feita muito rapidamente, explicou Wang.

Exército de clientes

Não é difícil entender o atrativo que este produto, ainda que relativamente barato, tem para o setor, considerando o tamanho do potencial mercado chinês. Estima-se que 800 milhões de chineses façam uso frequente da internet.

“A internet está muito desenvolvida na China, talvez até mais do que nos EUA e na Europa”, disse Wang. “As pessoas estão acostumadas a comprar seguros pela internet.”

Ele notou que o êxito deste produto revela como o mercado está se adaptando às particularidades da China para aproveitar as oportunidades de negócios no segmento.

PMEs também

Algumas seguradoras e resseguradoras internacionais estão de olho em produtos mais massificados. Elas começam a oferecer coberturas para pequenas e médias empresas. Um dos motivos é justamente porque o mercado corporativo está tardando a engrenar.

As coberturas, neste caso, são menos abrangentes, os preços são mais baixo e o processo de subscrição é mais ágil.

Para Wang, algo que pode ser chave para vencer no mercado chinês é a venda de apólices simplificadas de seguro cibernético para PMEs por meio da internet.

Dinheiro vivo já era

“A China é um mercado grande, avançado digitalmente e que se baseia muito na tecnologia. No entanto, a penetração global de seguros cibernéticos é inferior a 5%, e na China é ainda menor”, disse Andreas Schmitt, responsável pela área de Seguros Cibernéticos na Ásia na Munich Re.

“O potencial do mercado de seguros cibernéticos é portanto significativo.”

Ele observou que a China é uma das economias onde o uso de dinheiro eletrônico avança de maneira mais rápida. Até pequenos comércios de bairro já aceitam pagamentos via aplicativos de smartphone como o Alipay e o WeChat.

“Esta rápida evolução indica que o mercado está cada vez mais vulnerável ao risco cibernético, o que alimentará a demanda por seguros cibernéticos na China”, disse Schmitt.

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Economia lidera e reputação é segundo em ranking dos maiores riscos

Na economia, o risco de reputação é o segundo que mais preocupa as empresas globais, de acordo com a corretora Aon.

Em sua pesquisa global sobre a gestão de riscos, que é publicada a cada dois anos, o risco reputacional só fica atrás da desaceleração da economia global nos mapas de riscos corporativos.

Outra conclusão da pesquisa da Aon é que apenas 47% dos 2.672 responsáveis pela gestão de risco de suas empresas que foram entrevistados declararam estar preparados para gerir o risco reputacional.

O número não é elevado, Porém, pelo menos é superior aos 26% que disseram que suas empresas estão bem preparadas para uma desaceleração econômica mais radical.

Os top 10 riscos para as empresas globais

  1. Desaceleração econômica/recuperação lenta
  2. Danos à reputação ou à marca
  3. Mudanças aceleradas nas condições do mercado
  4. Lucros cessantes
  5. Acirramento da concorrência
  6. Ataques cibernéticos ou perda de dados
  7. Risco de preço das commodities
  8. Risco de liquidez
  9. Fracasso na hora de inovar ou satisfazer as necessidades dos clientes
  10. Mudanças regulatórias

Riscos transferíveis

A pesquisa da Aon encontrou 69 riscos que preocupam as empresas globais. Da mesma forma, apenas 17 são vistos como totalmente seguráveis.

Outros 20 são parcialmente seguráveis. Igualmente 32 não são passíveis de transferência ao mercado de seguros.

Na América Latina

Onze por cento dos respondentes são empresas latino-americanas. Sem surpresa. Afinal, os riscos de desaceleração econômica encabeçam a lista de ameaças temidas pelos profissionais de risco da região.

Em segundo lugar na região aparecem os lucros cessantes. A princípio, seguidos pelas mudanças radicais nas condições de mercado – os chamados riscos de disrupção.

Os danos reputacionais aparecem na quarta colocação entre os professionais de riscos da América Latina.

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Natureza poupa, mas ser humano ameaça as metrópoles brasileiras

Catástrofes naturais não são uma grande ameaça para a sobrevivência das grades cidades do Brasil. Com o risco representado pela catástrofes humanas o papo já é outro.

Um estudo da exposição de riscos das cidades globais patrocinado pelo Lloyd’s de Londres mostra que o ser humano está por trás dos principais desastres que podem se abater sobre as metrópoles brasileiras.

Os conflitos civis, que estão em voga com o aumento da insegurança, o tráfico de drogas e a crescente aspereza política no país. Às vezes com os mais afoitos até defendendo golpes militares, ocupam lugar proeminente na lista.

O estudo, realizado pela Universidade de Cambridge, inclui dez cidades brasileiras entre as 279 metrópoles avaliadas. O ranking foi feito de acordo com a sua exposição a 22 riscos naturais e humanos.

As dez cidades brasileiras incluídas são São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus. Juntas, elas somam US$ 15,62 bilhões em exposições aos riscos analisados. De acordo com a lista, a capital paulista lidera com US$ 6,54 bilhões.

Ameaça: afundamento de mercado

Dois dos três principais riscos enfrentado pelas cidades brasileiras estão ligados à economia. Dessa forma, caso haja um crash global dos mercados financeiros, elas devem sofrer perdas estimadas pela Universidade de Cambridge em US$ 7,3 bilhões. Quase a metade da exposição total.

Sob o mesmo ponto de vista, São Paulo, centro financeiro e econômico do país, responde por quase US$ 3 bilhões de exposições. Isso lhe vale a 13ª colocação no ranking global nesse quesito em particular.

Contudo, outro risco importante é o de um default soberano por parte do estado brasileiro. Com uma exposição total de US$ 2 bilhões entre as dez cidades, esse item fica em terceiro lugar na lista de riscos catastróficos.

Se o Brasil der um calote em seus credores, os pesquisadores esperam que São Paulo sofra perdas de US$ 822 milhões. Assim lhe vale a segunda colocação entre as 279 cidades pesquisadas. O Rio fica em sétimo no ranking global com US$ 347 milhões em perdas potenciais.

Exposição

Em contrapartida, a exposição do sempre endividado e mal gerido Brasil. Assim como às idas e vindas dos mercados globais, não constitui grande novidade. Porém, chama mais atenção, o fato de que os conflitos civis domésticos são considerados pelos pesquisadores como o segundo principal risco enfrentado pelas metrópoles do país. Dessa forma, criando exposições de US$ 2,02 bilhões.

São Paulo, com US$ 833 milhões de perdas potenciais, é a 15ª cidade do mundo mais exposta a esse risco.

O estudo destaca a crescente desigualdade de renda. Isso como um fator que está incrementando esse risco na América Latina. Movimentos de protesto de cunho político, social e econômico causam distúrbios à economia, como se viu nas últimas semanas com a greve dos caminhoneiros.

A persistência de regiões em que o Estado não consegue impor sua autoridade está se tornando um problema cada vez mais premente. Por exemplo, em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.

Os pesquisadores afirmam que as cidades brasileiras apresentam uma capacidade de resiliência moderada aos riscos analisados. Eles alertam que são necessários mais investimentos em infraestrutura. Dessa forma o país poderá fazer frente a eventuais catástrofes, humanas ou naturais.

Mundo

Como resultado, São Paulo, com seu peso econômico, merece a 13ª colocação no ranking global de exposição a riscos. Enquanto o Rio de Janeiro fica em 56º.

Juntas, as 279 cidades analisadas representam um risco financeiro acumulado de US$546 bilhões. A lista é encabeçada por Tóquio, com US$ 24,31 bilhões, Nova York, com US$ 14,83 bilhões, e Manila, com US$ 13,27 bilhões.

Em termos globais, a possibilidade de um novo crash dos mercados financeiros lidera o ranking de perdas potenciais, com US$ 103,33 bilhões.

Em segundo lugar vêm os conflitos entre países, com US$ 80 bilhões. É, por exemplo, a principal ameaça que paira sobre a capital japonesa.

Tempestades tropicais (US$ 62,59 bilhões), Pandemias (US$ 47,13 bilhões) e enchentes (US$ 42,9 bilhões) completam a lista de cinco maiores riscos. Os conflitos civis, com US$ 37,1 bilhões em exposições, ficam em sexto.

Para o estudo, os riscos criados pelo homem hoje são uma ameaça maior às metrópoles globais que as catástrofes naturais, representando 59% das perdas potenciais.

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Brasil é 64º em ranking de cadeia de suprimentos

Com os acontecimentos recentes, como o Brasil está posicionado no ranking da cadeia de suprimento?

Ao acompanhar a greve dos caminhoneiros e seus efeitos, um investidor estaria justificado em pensar que o Brasil é um país complicado para fazer parte da cadeia de suprimento de sua empresa.

A paralisação de mais de um milhão de caminhões em um país excessivamente dependente de transporte rodoviário já causou problemas a empresas exportadoras. Por exemplo, como falta de combustível, desabastecimento de alimentos e água. Além da suspensão do atendimento em hospitais e outras atribulações aos negócios e famílias brasileiras.

O pior é que nem é necessário que os motoristas de caminhão cruzem os braços para que as empresas, tanto nacionais como do exterior, tenham que se preocupar com o risco de interrupção de negócios.

Os números frios do problema são apresentados no relatório anual de resiliência da cadeia de suprimento. O relatório foi elaborado pela seguradora FM Global. A publicação foi aconteceu em maio.

No documento, o Brasil parece na 64ª colocação. Isso ntre 130 países e regiões do mundo, no ranking das economias que oferecem as melhores condições para ter cadeias de suprimento resilientes, como se diz no jargão do setor.

A pontuação coloca o Brasil atrás do México (62ª posição),  India (60ª), Turquia (59ª), Rússia (54ª) e África do Sul (42ª), entre as principais economias emergentes.

Porém, ao menos, supera as três regiões da China incluídas no levantamento.

Critérios

Da mesma forma, o Brasil obteve uma avaliação medíocre apesar de sair em vantagem em comparação com muitas outras economias. Isso em um dos principais quesitos avaliados pela FM Global, a exposição a catástrofes naturais.

O país está fora das rotas dos furacões e não sofre com terremotos. Bem como erupções vulcânicas e incêndios florestais em áreas de alta densidade populacional.

Por outro lado, o relatório reconhece que, quando acontecem catástrofes, o país está mal preparado para enfrentá-las. Da mesma forma como se vê cada vez que acontecem tempestades nas grandes cidades.

Para fins de comparação, o Brasil recebe 75,7 pontos no quesito de exposição às catástrofes naturais. Ao mesmo tempo, contra um rotundo zero dado ao Japão, que comumente tem que enfrentar terremotos, ciclones, tsunamis e erupções vulcânicas. Igualmente, quanto mais pontos, menor é a chance de que a cadeia de suprimentos sofra com o problema.

Por outro lado, no item que avalia a preparação do país para enfrentar as catástrofes, o Brasil recebe magros 31,6 pontos, contra 67,1 do Japão.

O país também tem uma reputação penosa no que diz respeito a outros fatores. Bem como como o controle à corrupção (27 pontos). Assim como as políticas de prevenção de incêndio (22,8 pontos), a produtividade da economia (11,5 pontos) e a qualidade da infraestrutura (27,3 pontos).

Dessa forma, seria de se esperar que a nota tupiniquim caia um pouco mais neste último quesito. Principalmente após o impacto da greve dos caminhoneiros na economia.

A FM Global dividiu a avaliação em três principais setores: a economia, a qualidade do risco, e as cadeias de suprimento.

Nesse último, o Brasil amarga a 78ª colocação no ranking.

Melhores e piores

O pódio da resiliência das cadeias de suprimento, segundo a FM Global, é ocupado pela Suíça, que ficou em primeiro lugar, seguida por Luxemburgo, Suécia, Noruega e Alemanha.

Já os países piores avaliados são o Haiti, a Venezuela e o Nepal.

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EUA vêem cadeia de suprimento como risco à soberania nacional

Cadeia de suprimento, como avaliá-las atualmente? Para quem ainda não acordou para os riscos ligados às cadeias de suprimento, um estudo recém-publicado nos Estados Unidos provê argumentos para mudar de postura. Igualmente ligando o problema a temas como espionagem, roubo de dados e ataques cibernéticos.

Uma agência do governo americano até mesmo alertou que a gestão de riscos das cadeias de suprimento é uma questão de segurança nacional para o país.

Em um relatório focado sobretudo na China, a comissão alerta sobre o crescente peso do país asiático. Isso na produção de equipamentos e serviços amplamente utilizados pelas agências do governo local.

“Ameaças à segurança nacional dos EUA ligadas à cadeias de suprimento derivam de produtos produzidos, elaborados ou montados por entidades a que pertencem. São orientadas ou são subsidiadas por governos estrangeiros,” afirma o documento.

Os autores, que pertencem à empresa de consultoria Interos, argumentam que tais produtos podem ser modificados. Isso para que funcionem mal ou falhem totalmente uma vez instalados nos sistemas do governo americano.

Além disso, podem facilitar atos de espionagem por parte de Estados. Bem como empresas estrangeiras. E também propiciar o vazamento de informações sensíveis do governo federal para destinos indesejados.

Grandes companhias chinesas que são fornecedores diretos ou indiretos de órgãos oficiais, como a Lenovo, Huawei e Lexmart, são citadas como exemplos de elos da cadeia de suprimento que devem ser acompanhados de perto por uma política de gestão de risco.

Risco em alta

A princípio, o estudo alerta que os ataques cibernéticos contra órgãos de governo e outras entidades se tornarão mais fáceis de ocorrer. Uma vez que se disseminarem a tecnologia 5G de dados móveis e um número cada vez maior de equipamentos ligados à internet. É a chamada “internet das coisas”.

Por esse motivo, prega que a gestão de risco das cadeias de suprimento seja reforçada com uma maior centralização dos trabalhos no seio do governo e um aperto regulatório.

Além disso, cobra maior transparência das grandes empresas. Essas empresas fornecem equipamentos e sistemas para as entidades oficiais. Também possuem grande parte de sua cadeia de suprimento no exterior.

Todavia, entre esse grupo, a presença de provedores ou subsidiárias sediados na China é preponderante.

Dessa forma, os autores analisaram a cadeia de suprimento da Hewlett-Packard, IBM, Dell, Cisco, Unisys, Microsoft e Intel. Essas empresas estão entre os maiores parceiros tecnológicos do governo. O estudo concluiu que, em média, 51% dos carregamentos de produtos dessas empresas se originam na China. No caso da Microsoft, a parcela é de 73%.

O rastreamento dos insumos usados na produção é complicado. Assim, muitas vezes passando por vários países e empresas antes de chegar ao seu destino final. Motivo porque os autores cobram que os provedores do governo sejam transparentes. Da mesma forma adotem medidas de compliance que garantam que seus próprio parceiros comerciais façam o mesmo.

Estratégia

Contudo, em anos recentes, a China procurou reforçar sua presença no mercado de alta informática. Isso com uma estratégia que obriga as empresas internacionais instaladas no país a compartilhar tecnologias. Também a ceder parte do controle de suas operações a parceiros locais, muitos dos quais têm relação com o governo.

Além disso, empresas chinesas têm realizados aquisições ao redor do mundo em ações que, na visão de alguns especialista, visam reforçar a posição do país como uma superpotência tecnológica.

A presença chinesa se sente especialmente entre os produtos informáticos produzidos em série, ou off-the-shelf, que respondem por 95% de todos os componentes eletrônicos e sistemas de informática comprados pelas entidades do governo americano no mercado.

A preocupação do governo americano com a presença de empresas chinesas no setor de informática e sua possível relação com atos nocivos à segurança nacional já havia se manifestado anterioremente no veto do presidente Donald Trump à compra da produtora de semicondutores Qualcomm pela Broadcom, sediada em Cingapura, devidos aos laços que ela teria com entidades chinesas.

O governo americano também implementou nesta semana uma medida que restringe a habilidade de empresas de telefonia subsiadas pelo Estado de comprar equipamentos de provedores chineses, afetando os negócios da Huwaei e da ZTE no país.

Recentemente, também havia expressado preocupação com a participação da Huawei na criação de uma inovadora rede nacional de telefonia celular no México.

Clique aqui para ler o relatório em inglês.

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Consultoria prevê um 2018 pleno de riscos

Que dureza, 2017. Ainda bem que já está acabando. Depois de tantas catástrofes naturais, econômicas, políticas e geopolíticas, em 2018 a situação só pode melhorar.

Ou será que não? De acordo com a consultoria Control Risks, pelo menos, o melhor é manter as barbas de molho com a chegada do novo ano.

Há certamente motivos para otimismo. Por exemplo, a empresa prevê para 2018 as taxas mais altas de crescimento global dos últimos dez anos. Um sinal de que, finalmente, a crise financeira global pode estar chegando ao fim.

Porém, os motivos para otimismo não vão muito além da recuperação econômica. Aliás, esta recuperação pode estar sujeita a fatores exógenos. Como a geopolítica e a emergência do risco cibernético.

No lado negativo, a Control Risks vê uma miríade de elementos a nível global que podem causar dores-de-cabeça para as empresas. E o mais preocupante, do ponto-de-vista da gestão de riscos, é que tais fatores estão fora do controle das companhias. Seguem alguns exemplos:

Consultoria e Riscos cibernéticos

De acordo com a Control Risks, no ano que vem os ataques cibernéticos vão continuar em alta. Ao mesmo tempo, as empresas estarão cada vez mais sujeitas a apertos regulatórios em áreas como a proteção de dados e a privacidade.

Em outras palavras, podem tanto perder enormes quantidades de dinheiro para os criminosos, como sofrer multas gigantescas de entes reguladores. Assim, a entrada em vigor, em maio, da diretiva europeia sobre proteção de dados (conhecida como GDPR), que tem aplicação universal, é um marco global neste sentido.

Há ainda todas as consequências em termos de reputação e posicionamento. Igualmente originados em um uso de mídias sociais cada vez mais agressivo e descontrolado por parte dos consumidores.

Bem como hackers, que continuam ganhando em sofisticação. Da mesma maneira que, com frequência, estão um passo adiante dos profissionais de segurança cibernética e das autoridades.

“Os ataques de grande escala de 2017 (WannaCry, NotPetya) não tinham foco e foram bagunçados”, observa Nicholas Rey, diretor associado da Control Risks. “Os de 2018 não o serão.”

Sob o mesmo ponto de vista, a empresa também espera que as tentativas de sequestros virtuais, usadas por hackers para extorquir dinheiro das empresas ao bloquear seus sistemas, continuem em alta no ano que vem.

Geopolítica

A Control Risks afirma que os temas geopolíticos que marcarão 2018 estão entre os “mais duros” já enfrentados pelo mundo em um bom tempo.

Eles vão desde a escalada das tensões relacionadas à Coreia do Norte até o agravamento da rivalidade entre Arábia Saudita e Irã no Oriente Médio. Assim como a briga semioculta entre vários países para controlar a economia digital.

A consolidação do poder de Xi Jinping na China, gerando dúvidas sobre a capacidade do país de reformar sua economia. Assim como a ascensão do nacionalismo hindu que paira sobre a modernização econômica da Índia. Bem como o papel da Rússia e a pressão nacionalista na Europa são outros temas que podem causar marola na economia global.

E tudo isso em um momento em que o país que simboliza a estabilidade global no período após a Segunda Guerra Mundial. Em contrapartida, os Estados Unidos, tenta se reencontrar sob a errática presidência de Donald Trump.

A falta de previsibilidade do governo Trump continua também criando incertezas a respeito da anunciada guinada protecionista dos Estados Unidos. Ainda que, até o momento, ela tenha se mostrado mais retórica eleitoral que política econômica.

Resultado

Como resultado desta turbulência toda, as empresas enfrentam um ambiente de negócio mais pedregoso. Mesmo apesar da retomada do crescimento global.

“Apesar do cenário mais positivo para a economia global desde o fim da crise financeira, estamos entrando em um ano de fragilidade geopolítica. Há potencial de gerar ondas de choque na estabilidade global e a confiança das empresas”, avisou Richard Fenning, CEO da Control Risks.

“O maior risco é que a próxima ordem mundial vai ser imposta, e não negociada, [ao ser] determinada por mais provocações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, ou por uma desestabilização no Oriente Médio devido à escalada da rivalidade entre Irã e Arábia Saudita.”

“Enquanto estes eventos são pouco prováveis, é certo que a dinâmica global e as percepções de risco estão sendo formadas por um estilo de liderança política mais personalizado. Assim como imprevisível em várias partes do mundo, tornando o planejamento do risco muito difícil”, concluiu Fenning.

A América Latina vai às urnas

Na América Latina, o grande foco das atenções é a série de eleições que vão ocorrer em vários países em 2018.

Igualmente, o ciclo eleitoral foi inaugurado pelo Chile. O país acaba de eleger um presidente pró-mercado na figura do bilionário Sebastián Piñera.

Mas surpresas desagradáveis para os investidores e as empresas podem ocorrer em outros países. E no topo da lista de preocupações está o Brasil.

A Control Risks descreve as eleições de outubro como as mais imprevisíveis da história recente do país. Com nenhum sinal do que vai substituir o sistema bipartidário que prevaleceu desde a década de 1990.

Todavia, a consultoria alerta para o risco de surgimento de alternativas populistas. Isso como resultado do descontentamento da população com a economia e a corrupção. E avisa:

“Investidores que querem se beneficiar da recuperação econômica do Brasil – espera-se que o PIB cresça 2,4% em 2018 – vão ter que monitorar os riscos políticos com muita atenção”.

No México, que escolhe um novo presidente em julho, a empresa vê o esquerdista Andrés Manuel López Obrador como favorito. Porém, afirma que ainda há muita incerteza. Isso devido à desunião dos grupos de oposição ao impopular governo de Enrique Peña Nieto.

Por sua vez, o clima eleitoral na Colômbia,  faz prever um pleito polarizado. No entanto, a consultoria acredita que, não importando quem seja escolhido para suceder o presidente José Manuel dos Santos, a linha econômica do país não deve mudar.

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