Seguro cyber cresce 31% nos EUA; Chubb dispara e lidera setor
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- Rodrigo Amaral
- 24 de maio de 2018
- Sem categoria
Relatório da AM Best também mostra queda de apólices exclusivas ao mesmo tempo que aumentam coberturas incluídas em contratos de responsabilidade
O mercado de seguro cyber continua crescendo com força. Porém, está havendo uma reversão na tendência de compra de apólices específicas para o risco.
É o que mostra relatório da agência de qualificação de riscos AM Best focada no mercado americano. Trata-se, de longe, do maior relatório do mundo para seguro cyber..
A agência também observa que o mercado segurador americano viu um aumento expressivo no número de sinistros que acionaram as coberturas de seguro cibernético. Em 2016, o total de sinistros foi de 5.955. Enquanto que em 2017 chegou a 9.017.
O ano foi marcado por ataques de grande porte. Como os vírus WannaCry e NonPetya. Eles causaram severas perdas a empresas em vários países.
Segundo o relatório, quase dois terços dos sinistros se relacionaram a perdas sofridas diretamente pelos compradores das apólices, e não por terceiros.
Exclusiva ou empacotada?
Todavia, no ano passado, o mercado de seguro cyber cresceu 32% nos Estados Unidos. Isso segundo análise da AM Best. Como resultado, chegou a US$ 1,779 bilhão (R$ 6,5 bilhões) em prêmios diretos.
Por sua vez, o número de apólices em vigor, aumentou 24%,. Assim chegando a 2.584. Isso indica que o valor médio das apólices também está em alta.
Contudo, uma mudança importante observada no ano passado foi a reversão da tendência de 2016. Sob o mesmo ponto de visa, as apólices “standalone” ganharam força em detrimento às coberturas contra riscos cibernéticos que são incluídas em pacotes de seguros de responsabilidades.
O número de apólices exclusivas caiu 32% em 2017. Dessa forma, aixando para um total de 100 mil contratos. Enquanto isso as “empacotadas” aumentaram 28,2%. Isso significa que coberturas cibernéticas foram incluídas em 2,5 milhões de outras apólices de responsabilidades.
De acordo com a AM Best, isso indica que muitas empresas estão abandonando as coberturas exclusivas. Dessa forma, optando pelas empacotadas por serem mais baratas.
Seguro cyber: estratégias das empresas
O relatório também ajuda a dar uma ideia sobre como algumas das principais seguradoras globais estão abordando o mercado de seguros cibernéticos. Eles oferecem ao mesmo tempo grande potencial de lucros e significativos riscos para os subscritores.
A maior player do mercado americano no momento é a Chubb. Com um total de US$ 284,4 milhões em prêmios diretos no ano passado. Trata-se dp equivalente a 16% do total. A empresa assumiu a liderança após registrar um aumento de 112,9% em seus prêmios no período de um ano.
Em segundo lugar, ficou a AIG, líder em 2016. Apresentou resultado de US$ 227,6 milhões e uma parcela de 12,8% do mercado. O volume de prêmios da AIG praticamente não variou no ano passado.
O pódio é completado pela XL Catlin. Recém-adquirida pela Axa, com US$ 117,9 milhões de prêmios diretos (10,6% do total), após uma variação de 10,6% em 2017.
Porém, elas não chegaram ao topo utilizando a mesma estratégia de vendas. Na Chubb, 94,2 % dos prêmios de seguros cibernéticos foram vendidos como coberturas em pacotes mais amplos em apólices de responsabilidades.
Apólices standalone
Já a AIG e a XL Catlin trabalham exclusivamente com apólices standalone. Contudo, as duas empresas seguintes do ranking, Travelers e Beazley, também privilegiam as apólices exclusivas. Elas respondem por 74,8% e 90,1% dos prêmios, respectivamente.
Mas a CNA (6ª colocada) segue o padrão da líder. Desa forma, tem mais de dois terços de seus prêmios colocados em apólices gerais. Assim, ao todo, 55,9% dos prêmios de seguros cibernéticos ao final de 2017 se relacionavam a apólices standalone.
Igualmente, outro dado interessante diz respeito ao nível de exposição das empresas ao risco cibernético. Em todo o mercado de seguros não-vida, os prêmios do segmento representam meros 0,3% do total. Porém, em algumas empresas o peso do risco na carteira é bastante mais significativo.
No caso da operação americana da Beazley, os riscos cibernéticos chegam a 33,3% do total do portfólio de riscos. No da BCS, sétima maior do segmento, a proporção é de 20,4%.
A AM Best observa que várias seguradoras estão de olho no mercado de pequenas e médias empresas. Isso onde as taxas de penetração de seguros cibernéticos seguem baixas, mas devem crescer consideravelmente no futuro.
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