Brasil é 64º em ranking de cadeia de suprimentos
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- Rodrigo Amaral
- 24 de maio de 2018
- Sem categoria
Antes mesmo da greve dos caminhoneiros, país recebeu avaliação medíocre em estudo sobre risco de interrupção de atividades
Com os acontecimentos recentes, como o Brasil está posicionado no ranking da cadeia de suprimento?
Ao acompanhar a greve dos caminhoneiros e seus efeitos, um investidor estaria justificado em pensar que o Brasil é um país complicado para fazer parte da cadeia de suprimento de sua empresa.
A paralisação de mais de um milhão de caminhões em um país excessivamente dependente de transporte rodoviário já causou problemas a empresas exportadoras. Por exemplo, como falta de combustível, desabastecimento de alimentos e água. Além da suspensão do atendimento em hospitais e outras atribulações aos negócios e famílias brasileiras.
O pior é que nem é necessário que os motoristas de caminhão cruzem os braços para que as empresas, tanto nacionais como do exterior, tenham que se preocupar com o risco de interrupção de negócios.
Os números frios do problema são apresentados no relatório anual de resiliência da cadeia de suprimento. O relatório foi elaborado pela seguradora FM Global. A publicação foi aconteceu em maio.
No documento, o Brasil parece na 64ª colocação. Isso ntre 130 países e regiões do mundo, no ranking das economias que oferecem as melhores condições para ter cadeias de suprimento resilientes, como se diz no jargão do setor.
A pontuação coloca o Brasil atrás do México (62ª posição), India (60ª), Turquia (59ª), Rússia (54ª) e África do Sul (42ª), entre as principais economias emergentes.
Porém, ao menos, supera as três regiões da China incluídas no levantamento.
Critérios
Da mesma forma, o Brasil obteve uma avaliação medíocre apesar de sair em vantagem em comparação com muitas outras economias. Isso em um dos principais quesitos avaliados pela FM Global, a exposição a catástrofes naturais.
O país está fora das rotas dos furacões e não sofre com terremotos. Bem como erupções vulcânicas e incêndios florestais em áreas de alta densidade populacional.
Por outro lado, o relatório reconhece que, quando acontecem catástrofes, o país está mal preparado para enfrentá-las. Da mesma forma como se vê cada vez que acontecem tempestades nas grandes cidades.
Para fins de comparação, o Brasil recebe 75,7 pontos no quesito de exposição às catástrofes naturais. Ao mesmo tempo, contra um rotundo zero dado ao Japão, que comumente tem que enfrentar terremotos, ciclones, tsunamis e erupções vulcânicas. Igualmente, quanto mais pontos, menor é a chance de que a cadeia de suprimentos sofra com o problema.
Por outro lado, no item que avalia a preparação do país para enfrentar as catástrofes, o Brasil recebe magros 31,6 pontos, contra 67,1 do Japão.
O país também tem uma reputação penosa no que diz respeito a outros fatores. Bem como como o controle à corrupção (27 pontos). Assim como as políticas de prevenção de incêndio (22,8 pontos), a produtividade da economia (11,5 pontos) e a qualidade da infraestrutura (27,3 pontos).
Dessa forma, seria de se esperar que a nota tupiniquim caia um pouco mais neste último quesito. Principalmente após o impacto da greve dos caminhoneiros na economia.
A FM Global dividiu a avaliação em três principais setores: a economia, a qualidade do risco, e as cadeias de suprimento.
Nesse último, o Brasil amarga a 78ª colocação no ranking.
Melhores e piores
O pódio da resiliência das cadeias de suprimento, segundo a FM Global, é ocupado pela Suíça, que ficou em primeiro lugar, seguida por Luxemburgo, Suécia, Noruega e Alemanha.
Já os países piores avaliados são o Haiti, a Venezuela e o Nepal.
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