Empresa aprova 46 novos clausulados e vê margem para flexibilização
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- Oscar Röcker Netto, em São Paulo
- 14 de agosto de 2015
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Philippe Jouvelot afirma que habilidade para inovar independe da abertura do mercado e que Susep tem se mostrado aberta a aprovar coberturas.
A integração de coberturas brasileiras é um dos temas mais espinhosos para os gestores de riscos de empresas internacionais. Segundo Philippe Jouvelot, presidente da AXA no Brasil, há um espaço para “grande” crescimento neste quesito.
Ele disse, entretanto, que, no que caso da AXA, isso ocorrerá mais pela “importação” de conceitos mais desenvolvidos do que, por exemplo, pela maior transferência de capital para retenção fora do país, conforme estabelece a Resolução 322, que alterou as regras do resseguro.
A palavra de ordem na AXA é a flexibilidade dos contratos. Jouvelot disse que, desde o final de 2014, a companhia submeteu 46 produtos para a aprovação da Susep. Todos foram aprovados, segundo ele, ainda que com algumas mudanças solicitadas pela superintendência.
“Antigamente, as seguradoras mandavam um produto por mês”, disse Jouvelot, que vê resistência no mercado em trabalhar com contratos mais flexíveis, que contemplem necessidades específicas do comprador.
Para ele, isso decorre do desenvolvimento recente do mercado brasileiro. “Antigamente, as seguradoras tinham padrões de riscos empresariais e corporativos: dois ou três produtos de engenharia, de property, de responsabilidade civil. E só”, afirmou. “Cada cliente tinha de aceitar uma cláusula padrão. Isso fica bem fora da prática mundial.”
Susep
Jouvelot também disse que a Susep desenvolve um papel importante, tendo como missão proteger clientes e criar uma disciplina no mercado, assegurando que as empresas terão dinheiro para pagar os sinistros. “São cuidados fundamentais”, disse ele.
No entanto, ele também observou que a missão da Susep não é empecilho para mudanças nos clausulados dos contratos.
Segundo ele, sempre que a superintendência viu que a mudança solicitada nos contratos era favorável ao comprador, ela foi aprovada.
“Agora o mercado está mais maduro. Cada cliente pode ter sua própria apólice, que combina muito bem com a atividade dele, com a cobertura que ele precisa, com seu programa internacional”, disse Jouvelot.
“Você pode customizar sob medida por setores, atividades particulares, regiões. Isso cai bem para o risco que o comprador tem na sua realidade.”
Potencial
A aposta da AXA no mercado de seguros corporativos brasileiro se baseia no potencial do setor.
“O Brasil é 17 vezes maior que a França, em tamanho, mas tem um mercado de seguros menor do que o da Bélgica, que por sua vez é três vezes menor que o da França”, disse Jouvelot. “(O mercado brasileiro) vai crescer e vai se desenvolver.”
Ele citou, como exemplo, o seguro de responsabilidade civil para automóveis.
“Acho que um dia este seguro vai ser obrigatório no Brasil, como é no resto do mundo”, afirmou.
“Quando a cultura no Brasil for a de comprar seguro porque é seguro compra-lo, o mercado vai ser 15 ou 20 vezes maior do que é hoje.”
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