Tokio Marine aposta em grandes riscos com investimento e novos produtos
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- Rodrigo Amaral
- 8 de julho de 2015
- Sem categoria
Empresa mostra apetite para fazer aquisições no país e se concentra agora em contratações e ampliação da oferta.
A seguradora japonesa Tokio Marine está apostando no mercado de seguros corporativos brasileiro apesar do fraco desempenho da economia, de acordo com um dos principais executivos do grupo no país.
Felipe Smith, diretor executivo da Tokio Marine no Brasil, afirmou à Risco Seguro Brasil que a empresa está aberta a avaliar aquisições no mercado nacional e vai expandir sua gama de produtos no país. Ainda neste ano, uma nova oferta de seguros D&O deverá estar à disposição dos clientes brasileiros.
A empresa pretende desenvolver uma estratégia “agressiva” de crescimento no Brasil e, segundo Smith, está investindo na ampliação do negócio. “No ano passado, contratamos profissionais de peso para atuar em grandes riscos”, disse ele. “Também melhoramos nossos contratos de resseguros para aumentar a capacidade nesta área.”
Aquisições
A Tokio Marine também pode avaliar oportunidades de aquisição, de acordo com o executivo. No ano passado, a empresa participou da disputa pela área de grandes riscos da Itaú Unibanco Seguros, que acabou sendo comprada pela suíça Ace.
Desde então, o foco do grupo tem sido o crescimento orgânico, mas não foi fechada a porta para uma eventual aquisição.
“Na concorrência da Itaú, nós mostramos ao mercado que temos apetite pelo setor de grandes riscos”, afirmou Smith. “Se uma nova oportunidade aparecer, nós vamos olhar para ela.” Em termos globais, a Tokio Marine tem feito uma série de aquisições, a última em maio, quando comprou a americana HCC, especializada em seguros para empresas.
O executivo disse que os investimentos no Brasil estão dando resultados, apesar da fraca economia e o atraso nos investimentos em infraestrutura.
“Na área de infraestrutura, temos crescido bastante em seguro garantia, na qual fizemos bons negócios neste ano”, disse ele. “Em seguro de engenharia, temos alguns projetos em carteira que estão aguardando a aprovação final do regulador.”
Smith acredita que as oportunidades em seguros ligados a projetos de infraestrutura vão se intensificar no futuro, com a retomada dos investimentos na área. Enquanto isso, outras áreas seguem crescendo, como o mercado de responsabilidades.
“Temos crescido muito na área de responsabilidade civil em geral, e estamos nos preparando para lançar um produto no segmento de D&O”, afirmou Smith. “Há uma demanda enorme de nossos clientes por produtos de D&O. Por isso, estamos reforçando nosso time e com certeza no segundo semestre entraremos também nesta área.”
Clausulados
A introdução de novos produtos é vista como um desafio no mercado brasileiro devido à estrita regulamentação do setor. Mas Smith disse que é possível adaptar clausulados existentes no exterior ao mercado doméstico, ainda que algumas diferenças existam no formato final dos contratos.
“Quando o cliente compara um clausulado internacional com um clausulado brasileiro, às vezes é necessário buscar a cláusula onde um item específico foi inserido no contrato”, disse. “Isso pode causar um pouco de preocupação, mas, via de regra, o clausulado será igual no que diz respeito à cobertura.”
“A disposição do clausulado pode ser um pouco diferente, já que no Brasil é preciso adequar o contrato às normas da Susep, mas também às do Código do Consumidor e do Código Civil,” continuou Smith. “O sentido do clausulado, porém, não é prejudicado. O que pode acontecer é que a cláusula 1 de uma apólice internacional vira no Brasil, por exemplo, a cláusula 15ª, o que pode tornar um pouco difícil a comparação entre os dois clausulados.”
Confiança multinacional
A confiança da Tokio Marine no mercado de seguros corporativos contrasta com a estratégia de grandes grupos brasileiros que estão deixando este segmento para se concentrar nos produtos de seguros massivos que podem ser comercializados por meio de redes bancárias.
Smith acredita que o mercado de grandes riscos possui características específicas que beneficiam a atuação de grandes grupos multinacionais, em detrimento de empresas que têm uma presença unicamente local.
Um exemplo é a elevada utilização dos mercados de resseguros globais. Outro é a necessidade de contar com a expertise exigida para a elaboração de coberturas especiais para grandes clientes.
“O mercado de grandes riscos se caracteriza pela volatilidade. Há anos bons e anos ruins, e as empresas internacionais estão mais acostumadas a pensar no longo prazo”, disse ele. “A Tokio Marine tem uma estratégia clara de crescer fora do Japão e tem ratificado cada vez mais seu apetite por grandes riscos. Não só no Japão, na Europa e nos Estados Unidos, mas também no Brasil.”
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