Atrás de receitas novas em ano de crise, governo põe olho no seguro
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- Oscar Röcker Netto e Rodrigo Amaral
- 6 de julho de 2015
- Sem categoria
Tesouro estuda abertura de capital do IRB e da Caixa Seguros. Histórico na área inclui operação bem-sucedida da BB Seguridade.

Em ano de ajuste fiscal, dificuldades para cumprir metas nas contas do Tesouro Nacional e retrocesso no crescimento econômico, o governo federal põe o olho em duas empresas de seguro como forma de obter receitas extraordinárias.
Segundo o secretário do Tesouro, Marcelo Saintive, há estudos para sobre abertura do capital da resseguradora IRB Brasil Re (que tem no Banco do Brasil um dos principais acionistas) e da Caixa Seguros (que faz parte da Caixa Econômica Federal).
Ambas medidas podem atrair signficativo interesse de investidores tanto do Brasil quanto do exterior, já que o mercado de seguros e resseguros do Brasil possui grande potencial de crescimento. A bem-sucedida abertura de capital da BB Seguridade pode ajudar a atrair interessados.
Em entrevista concedida em março à mídia britânica, o presidente e CEO do IRB, Leonardo Paixão, disse que a abertura de capital poderia ocorrer até o final de 2015.
Paixão afirmou que cerca de R$ 500 milhões poderiam ser buscados no mercado, seja por meio de uma oferta pública de ações (IPO) ou com a entrada de um parceiro estratégico no capital da empresa.
Potenciais parceiros poderiam incluir desde grupos do setor segurador ou ressegurador internacional até investidores como hedge funds ou fundos de private equity.
De acordo com o jornal Valor Econômico, IRB e Caixa juntos podem movimentar R$ 13 bilhões.
Paixão também disse que o dinheiro levantado ajudaria o IRB Brasil a continuar desenvolvendo sua estratégia de expansão internacional. A empresa já possui um escritório na Argentina e tem participado de operações de resseguro em países da Ásia e a Europa. O IRB Brasil tem ainda uma participação de 8% do capital do ressegurador pan-africano Africa Re.
Amadurecimento

Para o CEO de Resseguros da corretora Willis, Luigi Giancristofaro, a abertura da capital do IRB seria um passo natural de uma empresa que vem passando por transformações importantes desde o fim do monopólio do resseguro, há sete anos.
“Não será um divisor de águas”, afirma Giancristofaro. “Vejo como mais um diferencial importante, do amadurecimento da empresa, que já mudou bastante desde 2008.”
A abertura de capital ajudaria a consolidar o IRB Brasil no país, onde lidera com 49% das receitas obtidas por todas as resseguradoras locais, e também daria fôlego extra para avançar no processo de internacionalização.
Giancristofaro não acredita que haverá mudanças na forma de atuação da empresa por conta da abertura de capital. “O IRB consolidou uma política de governança e uma filosofia de susbscrição de riscos que prevalece sobre todo o resto”, afirma.
Além do BB, a resseguradora tem como controladores Bradesco Seguros, Itaú Seguros e o fundo de participação da Caixa.
Mina BB
O mercado tem um exemplo positivo de abertura de capital de empresa controlada pelo governo.
Em 2013, a BB Seguridade, do Banco do Brasil, fez sua oferta inicial de ações arrecadando R$ 11,4 bilhões, que foram para o caixa do seu controlador.
Na época de pessimismo generalizado no mercado tratou-se da maior oferta pública em todo o mundo naquele ano. A nova seguradora praticamente dobrou o valor de mercado do banco (de R$ 63 bilhões para R$ 120 bilhões no fim daquele ano).
No primeiro trimestre de 2015, a seguradora obteve um crescimento de 46%, para R$ 949 milhões, no lucro líquido, em relação ao mesmo período de 2014. A percpectiva é fechar o ano com aumento entre 12% e 21%.
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