Teste: veja qual a tolerância da sua empresa à corrupção
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- Oscar Röcker Netto
- 16 de dezembro de 2015
- Sem categoria
Questionário que faz parte de publicação recém-lançada pelo Pacto Global da ONU traz exemplos práticos do dia a dia dos negócios.
Quer saber qual o grau de tolerância da sua empresa a práticas ilícitas? O recém-lançado “Caderno do Pacto – Anticorrupção”, da Rede Brasileira do Pacto Global, pode ajudar.
A publicação, aberta ao público por conta do Dia Mundial de Combate à Corrupção, 9 de dezembro, traz um teste que aponta o quanto sua empresa pode estar exposta ao risco da corrupção.
São dez perguntas baseadas em casos práticos. A somatória das respostas resulta no grau de tolerância a ilícitos — quanto mais próximo de zero, mais distante estão as práticas corruptas. (Clique aqui para acessar o “Caderno Anticorrupção” e o teste.)
O teste enuncia situações como pedir favor a um político cuja campanha a empresa ajudou a financiar, antecipar a um consultor amigo o orçamento para determinado serviço que será alvo de licitação ou ainda fazer triangulação internacional para pagar menos impostos.
As possibilidades de respostas variam entre aceitar ou não o que está sendo proposto no enunciado. Como qualquer um mais atento rapidamente irá logo perceber, considerar as situações normais é quase como vestir a máscara dos Irmãos Metralhas — ou assinar um atestado de tendências corruptas. Pode ser útil, então, encarar o teste como uma ação pedagógica, para aferir se aqueles pontos fazem parte do dia a dia da sua empresa ou não.
Ignorância é crime
A importância disso fica clara nos demais capítulos do caderno. O pessoal do Pacto Global, que é uma iniciativa da Nações Unidas, reforça de maneira enfática que avaliação do risco de corrupção é obrigatória num sistema de compliance. “Alegar desconhecimento já não é mais aceito facilmente”, lembram os autores. “Aos olhos da lei, quem não sabia deveria ter instrumentos para saber.”
Nesse contexto, de regulamentação mais rígida, as empresas precisam ter um bom sistema de avaliação de riscos — é obrigatório, diz o documento. “É onde está toda a inteligência de um sistema de compliance, pois determina o escopo de atuação”, disse no livro Camila Araújo, sócia-líder do Centro de Governança Corporativa da Deloitte. Ela considera o sistema de avaliação a segunda etapa mais importante de um processo de integridade nas empresas — a primeira é o envolvimento da alta direção.
“Se mapearmos todas as leis, são 30 a 40 mil itens de conformidade que uma empresa deve atender. Vou monitorar todos os riscos? Alguns já podem estar monitorados por iniciativas de outras áreas enquanto outros estão descuidados.”
Folha corrida
A avaliação dos riscos de corrupção deve levantar as formas de ilícitos às quais a companhia pode estar exposta, como pagamento de propina, evasão fiscal, conflito de interesses, conluio e uso de informações privilegiadas.
Segundo o documento, uma avaliação eficiente se traduz em entender a empresa e seus desafios regulatórios e financeiros, o ambiente em que opera e com quem lida.
“O material pretende provocar as empresas a criarem ações que combatam qualquer tipo de desvirtuamento da ética”, afirma no livro Olga Pontes, head global de Compliance e Riscos da Braskem e coordenadora do grupo temático sobre corrupção da Rede Brasileira do Pacto Global.
A Rede Brasileira atua em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) — com 650 signatários é uma das maiores redes locais que participam do programa no mundo.
A fim de ajudar as empresas a implementarem sistemas de avaliação do risco de corrupção eficientes, o Pacto Global lançou também um guia específico nessa área, organizado pela Deloitte. (Clique aqui para ter acesso ao “Guia de Avaliação de Risco do Pacto Global”)
- Brasil 97
- Compliance 66
- Gestão de Risco 200
- Legislação 17
- Mercado 247
- Mundo 102
- Opinião 25
- Resseguro 105
- Riscos emergentes 10
- Seguro 198