Gestão de risco da Samsung reduz roubo de cargas em 94%
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- Oscar Röcker Netto, em São Paulo
- 26 de novembro de 2015
- Sem categoria
Empresa procura 'dificultar a vida do bandido' implementando medidas de segurança; responsável pela área na empresa critica seguradoras do ramo
De 2011 a 2014 a Samsung reduziu sua taxa de roubos de carga em 94%. Passou de R$ 40 milhões roubados no ano (de um total transportado de R$ 12,3 bilhões) para R$ 5,2 milhões (de um total de R$ 18,9 bi) — respectivamente, taxas de 0,33% para 0,02%.
Os números foram apresentados no III Congresso Latino Americano de Seguros de Transporte e Cascos, em São Paulo, como um case de sucesso no enfrentamento deste tipo de risco.
De acordo com o Pedro Seoane, gerente sênior de risco para o Brasil da Samsung, sua companhia deixou para trás a antiga posição de ser a empresa com mais carga roubada no país e a que menos recuperava essas cargas — e que se encontrava por isso com dificuldades para contratar seguros.
Com atuação basicamente focada nos riscos de roubo, Seoane diz que a filosofia de trabalho é “tornar a vida do bandido mais difícil, já que não tem remédio para inibir a vontade dele de roubar”.
O ferramental de gestão de risco aplicado incluiu melhorar o monitoramento das cargas (estudando e controlando as rotas, as paradas etc), escolta armada (uma exigência das seguradoras), motocicletas e veículos de ação velada (uma inovação dele), time de pronta resposta para os sinistros, processos de auditoria com os prestadores de serviço, postos avançados de liberação de carga, inteligência, tecnologia de redundância e cadastro de consulta dos motoristas.
“Aperfeiçoamos essas ferramentas à nossa realidade”, resumiu Seoane. “No começo não foi fácil, mas hoje as regras [dos outros setores da empresa] estão integradas com a segurança do transporte.”
Seguro acomodado
Como comprador de seguros, ele faz críticas às seguradoras.
“Acho que elas estão um pouco acomodadas”, afirmou. “Há muitos anos, alguém escreveu que o caminhão tem de ter escolta armada, e a seguradora coloca isso como obrigação para todo mundo. Na prática, não funciona.”
Segundo ele, havia escolta armada em 98% dos assaltos à carga da Samsung. “O serviço de escolta, sozinho, não resolve o problema.”
Um dos principais desafios do seu caso, contou o gestor, foi conscientizar a diretoria coreana sobre a situação no Brasil, onde é comum um motorista atropelar e matar alguém e sair livre, exemplificou.
“Eles não entendiam como esse tipo de coisa pode acontecer”, afirmou. “É errado, mas acontece aqui.”
“Não adianta ter bons processos, logística, alta tecnologia, um time de investigação e prevenção [de roubos], se eu não colocar na ponta dos nossos projetos que a violência e situação social do pais vão envolver esses processos todos”, afirmou ele.
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