Insurtech cria sistema para identificar e prever sinistros marítimos
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- Rodrigo Amaral
- 29 de junho de 2019
- Sem categoria
A importância de um sistema feito para identificar e prever sinistros marítimos pode ser avaliada em um contexto histórico.
Anos atrás, o empresário americano Ben Hubbard trabalhava na USAID. Trata-se da agência de promoção do desenvolvimento do governo dos EUA.
Sua missão era garantir que a quantidade imensa de vacinas, alimentos e medicamentos enviados pela organização às regiões mais pobres do mundo não se perdesse pelo caminho.
Para tanto, trabalhou no desenvolvimento de sensores telemáticos. Os sensores ajudavam a rastrear onde cada pacote estava em cada momento. Assim como seu estado de conservação e outras informações.
Todavia, ao voltar para o setor privado, ouviu de várias pessoas que a tecnologia tinha um grande potencial para interessar o setor de seguros.
Insurtech
Hubbard criou então a Parsyl. Uma insurtech que, no começo do ano, foi adotada por seguradoras tradicionais do mercado de Londres, como a Ascot e a Beazley. A insurtech foi criada para desenvolver sensores que visam a melhorar a gestão de risco no transporte marítimo de cargas. (Clique aqui para saber mais.)
Para as seguradoras, o sistema também introduz a possibilidade de melhorar o processo de subscrição. Especialmente no que diz respeito à tramitação de sinistros nas apólices de seguro de transporte marítimo.
“Nossos sensores ajudam a identificar quando e onde as coisas deram errado. Ao mesmo tempo em que um banco de dados é criado para, depois, ser usado de maneira preditiva”, explicou Hubbard a Risco Seguro Brasil.
“Não é uma ideia radical. Muitas empresas que enviam carga marítima em setores como o farmacêutico usam registros de dados ou indicadores de temperatura, por exemplo.”
No entanto, o que a Parsyl fez, foi desenvolver um software que armazena os dados coletados em um sistema de nuvem. Assim, os analisa de maneira que seguradoras e seus clientes possam aprender importantes lições a partir de sua análise.
Desafio
Entretanto, o problema que a Parsyl buscou resolver foi o fato de que as seguradoras tinham muito poucas informações de boa qualidade. Principalmente no que diz respeito ao manuseio das cargas nos portos e as condições em que elas estavam armazenadas nos navios.
Os sensores da empresa, que medem cerca de 10 cm de altura, captam dados sobre o local onde a carga está armazenada. Como por exemplo a temperatura, a entrada e saída de membros da população, os níveis de luz e de umidade e outros.
Também podem armazenar dados de geocalização da carga. Assim, enviar alarmes a apps instaladas em celulares. Isso ajuda caso as condições de armazenamento tenham se deteriorado.
Os aparelhos podem realizar viagens longas, já que suas baterias duram quase três anos. Igualmente é uma vantagem adicional. Principalmente para quem exporta ou importa mercadorias por demoradas rotas marítimas.
Um outro sensor vai ser lançado no segundo semestre. O sensor será ainda menor e cuja bateria terá duração mais curta. Ele vai mediar apenas a temperatura e a luz. O objetivo é visar empresas de menor porte que enviam cargas que não são tão delicadas.
Utilidade para seguradoras e clientes
Hubbard acredita que as seguradoras estão em uma posição privilegiada. Assim, podem incentivar seus clientes a utilizar este tipo de tecnologia.
Segundo ele, o fato de que as informações são armazenadas na nuvem fazem com que seja muito simples para as várias partes envolvidas. Como seguradores, corretores e segurados, a colaborar na melhoria da gestão do risco e da tramitação de eventuais sinistros.
Entretanto, também ajudará a que os seguradores definam com maior precisão os preços das coberturas, afirmou o empresário.
O próximo passo, segundo ele, é oferecer serviços de engenharia de riscos com base na riqueza de dados que os aparelhos estão coletando.
“Essa é a terra prometida para a gente”, afirmou Hubbard.
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