Governo americano pede seguro mais amplo para risco cibernético
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- Rodrigo Amaral
- 1 de outubro de 2015
- Sem categoria
Supervisor do mercado acredita que limites devem chegar a US$ 1 bilhão; setor segurador é alvo privilegiado para ataques.
O órgão supervisor da indústria de seguros dos Estados Unidos encorajou o mercado a coberturas mais amplas para os riscos cibernéticos.
Em seu relatório anual sobre o mercado, o Federal Insurance Office (FIO) afirma que compradores de seguro nos Estados Unidos consideram os limites das apólices oferecidas atualmente pelas seguradoras são “baixos demais”.
O órgão também mencionou a opinião de especialistas segundo os quais os limites, que hoje não passam de algumas centenas de milhões de dólares, devem chegar a até US$ 1 bilhão a fim de cobrir os riscos enfrentados pelas grandes empresas.
O FIO também fez um apelo para que o mercado atue em um espírito de colaboração a fim de apresentar soluções satisfatórias para um dos riscos emergentes que mais preocupam as empresas e o governo norte-americano.
“As seguradoras devem continuar aprimorando seus processos de subscrição para riscos cibernéticos”, afirma o órgão no relatório. Uma das maneiras de chegar a este objetivo, segundo o FIO, é compartilhar informações sobre o segmento. Outra é empregar profissionais da área para participar do processo de subscrição de apólices de risco cibernético.
De acordo com o FIO, estima-se que o mercado de seguros para riscos cibernéticos nos Estados Unidos já chegue a US$ 2,75 bilhões em prêmios e que vai continuar crescendo a passos rápidos no país.
Indústria seguradora
O FIO expressou preocupação especial no relatório com respeito ao risco de que as próprias seguradoras sejam alvos de ataques cibernéticos e especialmente de furto de dados sobre seus clientes.
“A segurança cibernética da indústria seguradora é um tema de interesse nacional”, afirma o órgão supervisor no relatório.
O motivo da preocupação é o fato de que “as seguradoras com frequência coletam e armazenam vastas quantidades de informações pessoais, incluindo sobre saúde, finanças, propriedades e interesses familiares”.
O relatório cita ataques recentes contra seguradoras de saúde americanas, como a Anthem e a Premera Blue Cross, e afirma que as empresas do setor devem estar sujeitas ao mesmo tipo de rigor regulatório que os bancos e outras instituições financeiras, no que diz respeito à prevenção de riscos cibernéticos.
O FIO é subordinado ao Departamento do Tesouro americano, que expressou sua preocupação com os riscos cibernéticos no setor financeiro ao celebrar outubro como o Mês de Conscientização sobre a Segurança Cibernética Nacional.
“Empresas em todo o setor financeiro fizeram progressos significativos para preparar a si e a seus clientes [contra os riscos cibernéticos]”, afirmou a vice-secretária do Tesouro Sarah Bloom Raskin no lançamento da iniciativa.
“Ainda assim, as defesas cibernéticas não estão onde elas deveriam estar. Em nossa economia interconectada, as vulnerabilidades de uma parte do sistema podem colocar as outras partes em perigo.”
Preocupação crescente
A crescente preocupação das autoridades americanas com o tema dos riscos cibernéticos também se reflete na assinatura de um megacontrato entre o Departamento de Segurança Doméstica (DHS, na sigla em inglês) do governo americano uma empresa de defesa para a provisão de serviços de segurança cibernética.
A Raytheon anunciou que foi contratada para desenvolver, implementar e manter sistemas, além de identificar e mitigar ameaças ao domínio .gov, que é utilizado pelo governo americano.
Segundo a empresa, o valor do contrato pode chegar a US$ 1 bilhão.
“As ameaças cibernéticas são cada vez mais sérias e difundidas”, disse Dave Wajsgras, presidente da Raytheon Intelligence, Information and Services, unidade da empresa resposável pelo serviço.
“As instituições do governo e do setor privado necessitam a melhor proteção possível.”
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