Escândalos e crise põem governança na mira do gestor de risco, diz ACE
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- Rodrigo Amaral
- 30 de setembro de 2015
- Sem categoria
Estudo com 500 profissionais da área na Europa, Oriente Médio e África aponta que função ganha cada vez mais espaço nas empresas
Escândalos empresariais e a crise financeira global aumentaram o envolvimento dos gestores de riscos em temas de compliance e governança corporativa.
Ao mesmo tempo, os profissionais da área estão tendo que aprimorar suas habilidades em áreas como a tecnologia da informação a fim de enfrentar um volume crescente de ameaças contra as suas empresas.
O resultado é que a profissão está ganhando cada vez mais influência no mundo corporativo, segundo um estudo realizado pela seguradora ACE com profissionais da gestão de risco na Europa, Oriente Médio e África.
De acordo com o estudo, os gestores de risco têm cada vez mais voz dentro das empresas quando o conselho vai tomar decisões estratégicas, devido a uma percepção maior entre os executivos chefes de que é preciso gerir com cuidado os riscos envolvidos.
Entre os mais de 500 executivos de gestão de riscos entrevistados, 71% afirmaram que possuem hoje mais influência em suas empresas que três anos atrás. No que se refere a decisões estratégicas, 78% dizem ter maior participação hoje do que em 2012.
“Em um mundo em transformação, não se espera mais que os gestores de riscos apenas monitorem; espera-se que eles liderem”, afirma Andrew Kendrick, o presidente da unidade europeia da ACE, na introdução do estudo.
Por outro lado, ele também diz que os mesmos fatores fazem com que a indústria de seguros tenha de se adaptar e desempenhar um papel que vai além do fornecimento de seguros de bens e responsabilidades aos seus clientes.
Tendências
A pesquisa destaca algumas tendências que, na visão dos participantes, estão definindo o futuro da profissão.
A primeira é a necessidade de aprender a trabalhar na economia digital. Os gestores de risco cada vez mais são chamados não só a lidar com ameaças como os cibercrimes, mas também a avaliar os possíveis riscos criados pela introdução de novas tecnologias e as oportunidades de negócios resultantes.
Outra tendência é que a profissão está ganhando um viés cada vez mais analítico, e os gestores de riscos precisam ser capazes de agregar e analisar dados e informações. A obtenção de dados confiáveis sobre os riscos enfrentados pela empresa continua, porém, sendo um desafio, segundo o estudo.
A capacidade de fomentar inovação é outra habilidade que os gestores de riscos precisam desenvolver, uma vez que estão sendo chamados a adotar métodos sofisticados em sua rotina diária e a prestar suporte a outras áreas de negócio que passam por transformações.
Tudo isso requer que os gestores de risco adquiram talentos que vão além do escopo tradicional da profissão, como o domínio de tecnologias digitais e a capacidade de se comunicar com os CEOs e CFOs de suas empresas.
Eles também devem pensar como “futuristas”, mantendo o foco na direção que a empresa deve tomar no futuro, argumenta o estudo.
O estudo afirma que a profissão segue firme na linha da adoção de certificados que comprovem a capacidade dos gestores de riscos de desempenharem a função com a qualidade requerida. Um exemplo é o certificado pan-europeu que está sendo introduzido pela Ferma, a federação de associações de gestão de riscos europeias, que realizará seu congresso bi-anual na próxima semana.
Em geral, o estudo conclui que a gestão de riscos está evoluindo e ganhando espaço nas empresas, especialmente em áreas como compliance e governança corporativa.
“Um dos fatores que estão nos impulsionando no momento é a integração das funções de governança, em que a gestão de riscos, controles internos, compliance, gestão de crises e outras áreas estão convergindo”, disse Dieter Schmitt, gerente de Riscos, Compliance e Seguros na empresa de artigos esportivos Adidas, aos autores do estudo.
Clique aqui para ver o estudo completo, em inglês.
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