Festas e atletas de folga exigem atenção especial na Rio 2016
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- Oscar Röcker Netto, no Rio de Janeiro
- 15 de abril de 2016
- Sem categoria
Uma das principais preocupações do comitê local é garantir a segurança de atletas quando já não estão mais competindo, explica responsável pela área
Na Rio 2016, a preocupação dos organizadores com a segurança dos participantes não vai se resumir aos locais onde ocorrem as competições.
De acordo com Roberval Ferreira França, gerente-geral de integração de segurança do comitê local da Rio 2016, o que dá mais trabalho nesta área são justamente os eventos e atividades não-esportivas que vão ocorrer paralelamente à competição.
Uma importante preocupação por exemplo será garantir a integridade física dos atletas que já houverem encerrado sua participação e desejem se aprofundar nas belezas e atrativos do Rio de Janeiro.
Até porque, uma vez que já não têm mais obrigação de competir, os atletas tendem a buscar opções de divertimento noturno e precisam continuar sendo protegidos, segundo França.
Além disso, as próprias delegações organizam atividades paralelas de porte significativo para manter os participantes ocupados quando não estão competindo.
Os alemães, por exemplo, deverão realizar eventos sociais em todas as noites da Rio 2016, com presença esperada de 5 mil pessoas diariamente, segundo o coronel. Os canadenses organizarão eventos diários para 2 mil pessoas.
“Quarenta países terão, fora os jogos, casas de divulgação com festas todas as noites”, disse França, em apresentação no 5º Encontro de Resseguros do Rio de Janeiro.
Viso
Para garantir a segurança dos locais de competição e dos participantes em geral, a organização da Rio 2016 está implementando um sistema de gerenciamento chamado Viso, ou Venue Integrate Security Operation.
Segundo França, que coordena uma equipe de 425 pessoas que trabalharam no mapeamento dos riscos de segurança para o evento, o Viso é um sistema que se baseou em 12 padrões internacionais de melhores práticas, avaliação, gestão de riscos e estratégica.
“O modelo de planejamento de segurança é o da Escola Superior de Guerra”, disse ele. “O sistema usado para analisar as ameaças externas é de Harvard; usamos o Swot para analisar os impactos cruzados; além de técnicas de construção de cenários, ISO 31000, tecnologia da Abin, padrão do governo americano para ataque terrorista…”.
Segundo ele, foi a melhor maneira de mapear e fazer o planejamento de mitigação dos mais diversos riscos envolvidos no maior evento esportivo do mundo, adaptando-o às condições brasileiras e da capital fluminense.
O Viso, disse o coronel, permite que as ações de sejam replicadas em qualquer instalação olímpica utilizada nos jogos, consolidando os afazeres dos órgãos envolvidos, distribuindo funções e responsabilidades na operação, controlando fluxo de informações para agilizar ações em caso de necessidade.
Tudo aplicado tanto no perímetro interno das instalações de jogos quanto no externo, que vale para a cidade toda, como os espaços de festas das delegações, locais em que elas circularão etc.
Banco de dados
Segundo França, o Viso será usado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como parâmetro para os próximos eventos olímpicos.
Procurado pela reportagem para confirmar a informação, o COI disse que a responsabilidade por definir como será feita a segurança dos jogos é dos comitês locais de organização.
Mas o COI disse possuir um banco de dados de informações sobre as organizações das Olimpíadas, onde a experiência de cada comitê local é armazenada para futura referência.
“Futuros organizadores poderão aprender da experiência da Rio 2016 e aplicar as lições ao seu próprio contexto único”, afirmou o comitê em uma nota.
Citando fontes anônimas, o jornal O Estado de S.Paulo afirma que o COI está preocupado com os preparativos de segurança na Rio 2016, especialmente devido ao corte de recursos, à recente demissão de seu chefe de segurança, e a insistência dos organizadores de que o Brasil não enfrenta ameaças terroristas.
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