Ameaça explícita do terror eleva nível de risco do Brasil
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- Rodrigo Amaral
- 15 de abril de 2016
- Sem categoria
Tuíte do EI reforça tendência de expansão das atividades do grupo terrorista. País passa ao nível de risco da Bélgica e França, que sofreram ataques, aponta AON
A projeção internacional oferecida pela Rio 2016 está colocando no radar do governo e das empresas brasileiras uma preocupação que antigamente só existia no exterior: o risco de terrorismo.
A prova mais eloquente ocorreu com a confirmação por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de que um porta-voz do Estado Islâmico fez ameaças ao país após os atentados de novembro em Paris, na França.
“Brasil, vocês são o nosso próximo alvo” foi a mensagem publicada na ocasião em uma conta de Twitter vinculada a Maxime Hauchard, um francês que se juntou ao Estado Islâmico em 2013, segundo a Abin.
O Brasil também aparece em um novo mapa de riscos de terrorismo elaborado pela corretora internacional AON como um país onde o risco de terrorismo e de sabotagem está em alta neste ano.
A corretora qualificou o Brasil como um país de risco “médio” antes mesmo de se conhecer a ameaça feita pelo porta-voz do EI. Trata-se da mesma qualificação da França e da Bélgica, que foram alvos de ataques nos últimos meses.
O principal motivo por trás do aumento do risco é a ameaça de ataques terroristas anarquistas em grandes cidades, especialmente visando interesses comerciais, segundo a AON.
EI
De acordo com a corretora, a evolução do risco de terrorismo se agravou nos últimos 18 meses. Na classificação da corretora, em 2016, pela primeira vez em três anos, há um número maior de países onde o risco de terrorismo e violência política se agravou do que daqueles em que se tornou menos intenso.
O Brasil é um dos países que foram adicionados ao grupo de países que sofrem com risco de ataques terroristas em 2016, juntamente com El Salvador, Eritréia, Catar, Suécia e Costa do Marfim.
O estudo da AON, feito com conjunto com a consultoria The Risk Advisory Group, indica que a ameaça ao Brasil é coerente com a evolução das atividades do EI no último ano. E também revela outros desdobramentos que as empresas e autoridades brasileiras devem levar em conta.
O relatório nota que o EI tem estado em constante pressão militar tanto no Iraque quanto na Síria, seus dois principais palcos de atuação, e por isso tem buscado suas atividades para além do Oriente Médio.
Em 2015 e no começo de 2016, essa nova estratégia já significou ataques contra a Tunísia, Turquia, França, Líbano, Rússia e Bélgica.
A AON também nota que a intensificação das atividades do Estado Islâmico tem significado mais ataques contra alvos ocidentais, tanto na Europa quanto contra turistas europeus em outros países. Vale lembrar que não só turistas, mas também atletas, jornalistas e autoridades ocidentais estarão presentes aos milhares na Rio 2016.
O relatório ressalta também que o EI e seus simpatizantes têm priorizados ataques a civis tanto em lugares públicos como hotéis e aeroportos, quanto em eventos esportivos e shopping centers onde há grande aglomeração de pessoas.
Outra tendência é a realização de ataques não necessariamente realizados pelo EI, mas por grupos ou indivíduos que simpatizam com a organização. Segundo a Abin, a ação dos chamados “lobos solitários” é justamente uma das maiores preocupações da agência com relação a possíveis ataques terroristas na Rio 2016.
Novas táticas
O relatório mostra ainda que pela primeira vez os ataques armados suplantaram os que são feitos com bombas no território europeu, o que indica uma mudança nas táticas utilizadas pelos radicais.
Ainda assim, os países ocidentais correspondem a apenas 1% dos ataques terroristas registrados em todo o mundo no ano passado.
Os países mais afetados pelas ações terroristas em 2015 ficam na África, Oriente Médio e Sul da Ásia, de acordo com a avaliação da AON.
Já os setores de negócios mais visados foram os de logística e infraestrutura de transportes, com 131 ataques, seguidos pelo varejo (115), indústrias extrativas (87), infraestrutura crítica (83), financeiro (29) e turismo (25).
Clique aqui para ler o estudo em inglês.
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