1

Clubes europeus compram seguro contra zebra

Quando se fala em clubes europeus e nos mercados desenvolvidos, hoje é possível comprar seguro contra quase tudo. Até mesmo contra zebras.

E não estamos falando aqui de uma proteção que o Pantera Negra poderia adquirir contra uma revolta entre os usualmente pacíficos equídeos africanos. Trata-se, isso sim, da famosa zebra esportiva. A situação em que um azarão contradiz todas as expectativas e acaba conquistando glórias inesperadas.

Essa é uma das funções do seguro conhecido no mercado internacional como Prize Indemnity. Em determinadas situações, ele funciona como uma garantia que um clube de futebol, por exemplo, pode ter contra seu próprio sucesso.

A lógica por trás da cobertura, que também é utilizada em promoções de marketing ligadas a esportes ou a loterias, é que mesmo as façanhas mais improváveis podem acabar acontecendo. Dessa forma, causando prejuízos financeiros às empresas envolvidas.

Tome-se o caso do futebol. Em vários países europeus, os clubes são empresas constituídas. Da mesma forma são detidas por acionistas. Também fiscalizadas por autoridades tributárias que exigem que, no final do ano, as contas fechem de uma maneira razoável.

Ao mesmo tempo, para ser minimamente competitivos, clubes de pequeno e médio porte necessitam atrair talento. Isso sem poder pagar os salários exorbitantes oferecidos pelo PSG, Manchester City ou Barcelona.

Dessa forma, para compensar os salários modestos, muitos clubes europeus oferecem bônus por desempenho. Igualmente os bônus são cada vez maiores de acordo com a improbabilidade de uma conquista. Por exemplo, quando ligados à conquista de um título ou à qualificação a Liga dos Campeões da Europa.

Assim, a expectativa é que estes bônus não sejam acionados. Mas às vezes acontece. Por exemplo, quando o Leicester City surpreendeu todo o mundo e ganhou a Premier League inglesa em 2016. Ou em 2012, quando um muito modesto time do Montpellier levantou a Liga Francesa.

São glórias indescritíveis para os torcedores de tais equipes. Porém, são um tremendo baque financeiro imediato para os clubes. Dessa forma, eles se verão forçados a pagar grandes prêmios aos jogadores que realmente não esperavam ter que bancar.

Zebra cara

As quantias podem ser consideráveis para os padrões de clubes mais modestos. Por exemplo, segundo Florent Crossuard, um subscritor da Hannover Re na França, em uma temporada recente o Olympique de Marselha ofereceu 300.000 euros para cada jogador. Isso caso conseguissem ganhar a Liga Francesa.

Ou seja, a possibilidade, ainda que improvável, de conquistar o título criou uma exposição de 9 milhões de euros para o clube em um só ano.

Segundo Creossuard, as coberturas de Prize Indemnity são bastante comuns nas ligas inglesa e alemã. É onde a competição por talento é extremamente acirrada, com bônus suculentos sendo comumemte oferecidos aos atletas.

Da mesma forma, há casos famosos de perdas sofridas pelo mercado quando os azarões decidem ir contra a lógica e levantar o caneco. Por exemplo, a primeira observada na França ocorreu em 1997. Foi quando um jovem time do Mônaco inesperadamente venceu o campeonato francês.

Na época, a equipe contava com adolescentes como Thierry Henry, David Trézeguet e Ludovic Giuly. Eles eram ntão desconhecidos, mas viriam a se tornar astros de estatura mundial.

Um tremendo risco de sucesso para seus empregadores.

A união faz o risco de subscrição

Segundo Crossuard contou, durante apresentação sobre o tema no 26o Rencontres de l’AMRAE, a conferência anual de gestores de riscos franceses, em Marselha, o processo de subscrição do risco possui algumas peculiaridades.

Por exemplo, uma das principais fontes de consulta usadas pelos subscritores são os jornais e revistas esportivos. São edições que trazem informações sobre o dia-a-dia dos clubes.

Afinal, pistas sobre o risco que a seguradora pode assumir também são observadas nas próprias partidas de futebol.

Quando há um gol e os jogadores celebram com doses extras de entusiasmo, por exemplo, os alarmes podem tocar na seguradora. Isso porque um clima de camaradagem extrema em um vestiário unido até a morte podem levar a resultados inesperados.

“Às vezes, a gente fica dividida entre o que sente como torcedor e como subscritor”, brincou Crossuard durante a exposição.

Clubes europeus e outros esportes

Mas não é só o futebol que se vale das coberturas oferecidas pelas apólices de Prize Indemnity. Elas são subscritas por meia dúzia de seguradoras europeias, mas principalmente pelo mercado de Londres.

Em 2011, a equipe de ciclismo do australiano Cadel Evans buscou uma apólice para se proteger da possibilidade de que ele ganhasse a Volta da França.

Como Evans tinha 34 anos, e havia pouquíssimos casos de corredores de tal idade vencendo a mais dura prova do ciclismo mundial, o risco foi aceito pelo mercado. Evans, porém, contra todos os prognósticos, acabou a prova vestindo a camisa amarela do vencedor, e a cobertura, estimada em 3 milhões de euros, foi acionada.

Empresas que realizam promoções ligadas aos esportes também costumam comprar a cobertura para se proteger contra façanhas inesperadas.

Por exemplo, no circuito de golfe, que move muita grana, patrocinadores oferecem prêmios como automóveis de luxo para os jogadores que conseguirem acertar um hole in one, ou seja, emburacar a pelota logo no primeiro golpe.

A chance de que isso ocorra é muito pequena, cerca de 1 em 2.500 entre jogadores profissionais, e de 1 em 12.500 entre os jogadores normais.

Mas às vezes alguém consegue acertar o golpe, e há casos em que a façanha se repete em curtos períodos de tempo. Então os patrocinadores compram a apólice de Prize Indemnity para transferir os custos financeiros de tão improvável evento.

O mesmo acontece com aquelas promoções em que se prometem automóveis ou outros prêmios a quem conseguir fazer uma cesta do meio da quadra ou acertar o travessão dando um chute desde o círculo central de um campo de futebol.

LEIA TAMBÉM

Internet das coisas: o impacto no mercado de seguros




2017 acaba com R$ 1 trilhão em perdas catastróficas

Sim, são perdas catastróficas. Os prejuízos causados por catástrofes, naturais ou humanas, chegaram a US$ 306 bilhões. Ou R$ 1,01 trilhão, em 2017. Isso de acordo com a resseguradora Swiss Re.

Relatório preliminar sobre os eventos catastróficos do ano que acaba também afirma que as perdas seguradas atingiram US$ 188 bilhões (R$ 621 bilhões). Trata-se do terceiro valor mais alto já registrado.

O elevado volume de perdas catastróficas contrasta com a performance dos últimos últimos dez anos. Da mesma forma em que a média das perdas econômicas atingiram US$ 190 bilhões.

A disparidade é ainda maior no que diz respeito às perdas cobertas pelo mercado de seguros. Contudo, o número de 2017 é 134% superior à média da última década. O valor foi de US$ 58 bilhões.

O valor final do ano pode ser na verdade ainda maior. Uma vez que os incêndios florestais no estado americano da Califórnia continuam em pleno vigor.

Furacões

As principais causas das fortes perdas registradas neste ano foram os furacões que atingiram os Estados Unidos e o Caribe no terceiro trimestre.

A Swiss Re estima que Harvey, Irma e Maria, agora referidos em conjunto no mercado como HIM, causaram quase US$ 93 bilhões em destruição coberta pelo mercado de seguros.

O valor é o segundo mais alto já registrado. Perde apenas para 2005, quando as causadas pelos furacões Katrina, Rita e Wilma se aproximaram de US$ 120 bilhões.

Em contrapartida, no período intermediário entre essas duas temporadas, os Estados Unidos, país mais afetado por elas, viveu uma época de relativa calma em termos de furacões. É observa Kurt Karl, o economista-chefe da Swiss Re.

“Houve um significativo aumento no número de pessoas que vivem em novas casas em comunidades costeiras desde o Katrina”, afirmou Karl.

“Portanto, agora, quando um furacão acontece, o potencial de perdas em alguns lugares é muito maior do que era anteriormente.”

Mais desastres

Os Estados Unidos, maior mercado segurador do mundo, também foi alvo em 2017 de cinco grandes tempestades que causaram perdas superiores a US$ 1 bilhão cada.

Uma delas, no estado do Colorado, durou quatro dias e causou perdas agregadas de US$ 2,8 bilhões. A princípio, US$ 2,5 bilhões desse montante estavam seguradas.

Os incêndios florestais também deixaram sua marca. Com vários grandes eventos ocorrendo na Califórnia e causando perdas de ao menos US$ 7,3 bilhões. Valor que segue em alta na medida em que algumas conflagrações ainda não foram totalmente encerradas.

A Europa também viu grandes incêndios florestais, especialmente em Portugal e na Espanha. Embora as perdas seguradas sejam menos significativas nesses casos.

No México, dois fortes terremotos nos estados de Tehuantepec e Puebla deixaram mais de US$ 2 bilhões em perdas para o mercado de seguros.

Da mesma forma, iInundações na Austrália e no sul da Ásia também colaboraram para o malfadado recorde de 2017.

A Swiss Re também estima que cerca de 11 mil pessoas morreram em decorrência de eventos catastróficos no ano que termina.

LEIA TAMBÉM




Insurtechs querem resgatar gestão de sinistros ‘falida’ com transparência

Miles Tinsley, da Claimable (Foto: Divulgação)
Miles Tinsley, da Claimable (Foto: Divulgação)Como as insurtechs interferem no mercado de seguro?

Como as insurtechs estão influenciando o mercado de seguro?

“A gestão de sinistros está falida. É um grande problema de imagem na indústria.”

Foi a partir desse diagnóstico que o britânico Miles Tinsley criou uma das insurtechs que estão sacudindo a indústria de seguros. Vale lembrar que insurtech é a junção dos termos insurance (seguro) e technology (tecnologia).

Tinsley, um web designer por formação, é o CEO da Claimable, uma empresa baseada em Londres que foca na parte da gestão de sinistros que o cliente não vê, mas que tem influência direta no nível de satisfação com o serviço recebido.

A Claimable desenvolveu um software, baseado na nuvem. O software permite às empresas de seguros ou corretores centralizar e compartilhar as informações relacionadas a um sinistro.

Com isso, os envolvidos podem ter acesso imediato aos dados assim que eles são inseridos no sistema. Dessa forma, celerando o processo e eliminando a impressão que muitos clientes têm de que as seguradoras são verdadeiras “caixas-pretas” quando chega a hora de pagar um sinistro.

A RSB publicou recentemente um artigo explicando como empresas recém-chegadas estão usando a tecnologia dos drones e a economia compartilhada. Isso para agilizar as inspeções de campo das seguradoras.

Este artigo mostra o que se está fazendo para acelerar o próximo passo do processo. A mastigação, avaliação, divulgação e análise das informações sobre um sinistro.

Insurtechs

Tinsley começou a trabalhar com a gestão de sinistros quando prestava serviços de consultoria na criação de websites para empresas seguradoras.

Uma vez, um cliente lhe encomendou um sistema para agilizar a coleta e otimização de dados relacionados a sinistros. Logo,  vários outros gostaram da ideia e pediram para repetir o serviço, disse ele à RSB.

Em sua opinião, a vantagem de ter vindo de fora da indústria de seguros é que a Claimable começou vendo os problemas relacionados aos sinistros do ponto-de-vista dos clientes, e não dos subscritores.

“Nosso pressuposto é que a gestão do sinistro, e não a apólice, é o produto de verdade”, afirmou. “Para muitas seguradoras, não passa de um tema secundário.”

Para Tinsley, a coisa vai mal. Principalmente se o cliente precisa correr atrás da seguradora para saber como está evoluindo o seu sinistro.

Por isso a Claimable criou um sistema através do qual, uma vez que o cliente dá entrada a um sinistro, a seguradora ou corretor cria um espaço virtual específico sobre o seu caso. Assim compartilhando um número único e uma senha de acesso para os atores envolvidos.

A cada passo do processo, o cliente recebe uma notificação através de email, SMS ou outra forma que lhe seja conveniente.

Em tempo real

Jack Diner, da Elafris (Foto: Divulgação)
Jack Diner, da Elafris (Foto: Divulgação)

A necessidade de aumentar a transparência e agilidade do processo também é ressaltada por Jack Diner, CEO da americana Elafris.

“Os consumidores querem ser capazes de acompanhar o progresso de um sinistro utilizando Alexa”, disse Diner. Ele se refere a assistente eletrônica desenvolvida pela Amazon.

A Elafris desenvolve sistemas que incluem a utilização de chatbots e inteligência artificial. Isso para que um sinistro seja recebido e analisado sem necessitar o envolvimento de humanos no processo.

Pelo sistema da empresa, uma vez que os dados de um sinistro são recebidos e comparados com uma base de dados de danos similares, uma proposta de indenização ou de reparos pode ser enviada quase que imediatamente ao cliente.

Um sistema de geolocalização incutido na app descarregada no telefone celular do usuário também pode permitir à seguradora propor um prestador de serviço nas proximidades . Dessa forma. pode já realizar eventuais reparos. Por exemplo, no caso de um carro pifado, a proposta de solução já pode trazer informações sobre as oficinas mais próximas.

O sistema é indicado hoje para sinistros menos complexos, e especialmente na área de seguros individuais, mas Diner espera que logo chegue também aos seguros de empresas.

Ele também acha que este tipo de novidade, por definição, precisa ser fornecido por empresas de fora da indústria de seguros.

“Quando ouço dizer que as seguradoras querem inovar internamente, quase me dá um negócio”, afirmou. “Isso simplesmente não vai acontecer.”

Resistência

Foi justamente a resistência nas seguradoras em que trabalhava que levou o coreano LeX Tan a montar sua própria insurtech. Chamada MotionsCloud, ela é dedicada aos sinistros. Foi criada dois anos atrás.

“A princípio, pensei que era um problema de específico daquela seguradora. Então tentei levar minhas ideias para outras companhias”, disse Tan à RSB. “Enfim me dei conta de que todas as estruturas de gestão de sinistros das seguradoras são assim.”

A MotionsCloud desenvolve sistemas de automação da gestão de sinistros. Dessa forma, utiliza tecnologias de imagem e vídeo e a inteligência artificial para simplificar os vários passos do processo.

O sistema é focado nos sinistros reportados por telefone. Uma vez que o cliente faz uma chamada, recebe imediatamente, por SMS ou email, um link para uma página na internet. Da mesma maneira pode enviar documentos. Como também fotos e vídeos, utilizando um canal seguro, a respeito do incidente.

O segundo passo é comparar as informações enviado com o banco de dados sobre sinistros da seguradora. Processo que se faz com ferramentas de inteligência artificial.

Tan garante que, caso todas as informações estejam disponíveis, as decisões sobre um sinistro podem ser tomadas em questão de segundos.

A empresa foi formada em 2016. Três seguradoras nos Estados Unidos, duas na Alemanha e uma na Europa Central já utilizam as soluções da MotionsCloud, afirmou.




Setor crescerá 3% em 2018 e 2019, prevê Swiss Re

O mercado global de seguros não-vida deve crescer 3% por ano em 2018 e 2019. Porém,  o ritmo deve acelerar. Isso caso se concretizem os aumentos de tarifas esperados a partir de janeiro do ano que vem.

É o que afirma a seguradora Swiss Re em relatório sobre as perspectivas para o setor de seguros. O relatório foi divulgado nesta semana em Zurique.

De fato, a empresa acredita que os aumentos de preços de seguros e resseguros serão inevitáveis para o que o mercado recupere seu rentabilidade. Isso após o forte impacto das catástrofes naturais em 2017.

“Aumentos de preços nos segmentos mais afetados já estão acontecendo e podem ser substanciais”, disse Kurt Karl, economista-chefe da Swiss Re.

“O volume total de perdas ainda não é conhecido. Porém, parece que vai ser elevado suficiente para causar aumentos (de preços) para além dos setores afetados. Isso também está acontecendo porque os preços caíram a patamares tão baixos nos últimos anos.”

Da mesma forma, a corretora Marsh estima que os preços globais de seguros comerciais vêm caindo de forma ininterrupta já há 18 trimestres. (Clique aqui para saber mais.)

Mercados emergentes

No setor de seguros de vida, a Swiss Re espera que o volume de prêmios cresça 4% no ano que vem. Em ambos os segmentos, serão as economias emergentes que devem funcionar como principais motores do crescimento global.

A Swiss Re estima que os prêmios não-vida vão se expandir de 6% a 7% anualmente no próximo biênio nos países emergentes. Todavia com a Ásia puxando o carro com maior vigor.

A resseguradora suíça prevê que o mercado latino-americano deve seguir se recuperando. Isso pós ter encolhido 1,8% em 2016.

Mas a taxa de crescimento de 1% no volume de prêmios, esperada para 2017, está longe de impressionar. Especialmente comparada com os 10% registrados nos mercados emergentes da Ásia.

Uma das locomotivas da recuperação do seguro não-vida na região deve ser o mercado de seguros comerciais no Brasil, em que a empresa espera uma forte demanda.

Lucros em queda

A perspectiva de ajuste nos preços se reforça pela deterioração dos resultados das seguradoras não-vida.

De acordo com a Swiss Re, a taxa de rentabilidade líquida (ROE) das seguradoras não-vida globais caiu para 3% neste ano, contra 6% em 2016.

Além das elevadas perdas catastróficas, as persistentes quedas de preço e os baixos rendimentos das carteiras de investimento nos mercados desenvolvidos colaboram para esta pior performance.

Caso a subida de preços se confirme. Assim como as taxas de juros subam nos Estados Unidos e Europa,  o cenário pode mudar. A empresa espera que a rentabilidade se recupere. Ainda que não passe do patamar de 7% a 8% no ano que vem.

No mercado de  resseguros, a expectativa é que o aumento de prêmio se restrinja a 1%. Neste caso, o destaque deve ser as cessões de seguro de vida na Ásia emergente. Afinal, eles podem se expandir em 10%.

Clique aqui para ler o relatório em inglês.




Preços caem de novo, mas mercado já espera aumentos em janeiro

Os preços globais de seguros caíram pelo 18º trimestre consecutivo, de acordo com a corretora Marsh.

Mas os sinais de que uma mudança de ciclo está à volta da esquina estão se tornando cada vez mais evidentes. Especialmente na medida em que os subscritores assimilam as elevadas perdas catastróficas do terceiro trimestre.

Segundo a Marsh, os preços caíram 1.6% entre julho e agosto. A princípio é uma tendência observada em todas as linhas de negócio e regiões do planeta. Com exceção da Austrália.

Os preços dos seguros de bens e propriedades registraram queda de 1,7%. Da mesma forma, o ritmo foi observado entre as coberturas de responsabilidade civil.

Já nas linhas financeiras e profissionais, a variação foi de -1,4%. Mesmo os seguros cibernéticos seguem com preço em queda. Isso pós apresentarem uma redução de 1,1% nos Estados Unidos. Os EUA servem como referência mundial por ser disparado o maior mercado desta cobertura.

Na América Latina, as tarifas apresentaram queda global de 0,9%, puxadas pelos seguros de bens e propriedades, que ficaram em média 3,9% mais baratos no trimestre.

As outras duas grandes famílias de produtos, porém, tiveram aumento na região. Os seguros de responsabilidade encareceram 5,1%, e as linhas financeiras, 1,1%.

Aumentos à vista

De acordo com o levantamento da Marsh, os preços globais de seguros estão em queda desde março de 2013.

Mas o ritmo de queda de preços já vinha se desacelerando mesmo antes das catástrofes do terceiro trimestre. As reduções chegaram ao ápice no fim de 2015, com -5%, e desde então vêm se moderando.

Neste ano, as variações já haviam sido de -2,3% no primeiro trimestre e -2,2% no segundo.

Na América Latina, os preços têm sido mais voláteis, mas a tendência de desaceleração também é evidente.

Na mais recente temporada de divulgação de resultados, vários subscritores internacionais anunciaram que terão que buscar aumentos de preços nas renovações de janeiro para enfrentar as perdas sofridas durante os furacões, terremotos e incêndios florestais que atingiram os Estados Unidos, Caribe, México e outras partes do mundo entre julho e outubro.

As perdas acumuladas devem passar de US$ 100 bilhões, com alguns analistas prevendo que serão as maiores jamais sofridas pela indústria em um só ano.

Nesta semana, o economista-chefe da Swiss Re, Kurt Karl, alertou que as seguradoras e resseguradoras terão que implementar aumentos significativos para voltar a ter lucro no futuro próximo. (Clique aqui para ler a matéria.)

Fontes também disseram à RSB que o principal tema de discussões no recente encontro da Fides, a federação de seguros latino-americana, em El Salvador, foi até que ponto a esperada mudança de ciclo global vai atingir os mercados da região.

Estados Unidos

O principal obstáculo para os aumentos de preços, porém, é a abundante capacidade que continua disponível no mercado.

Segundo a Marsh, no final do segundo trimestre, havia US$ 746 bilhões de capacidade no mercado dos Estados Unidos, o maior do mundo. No começo de 2012, este número era de US$ 583 bilhões.

Por sua vez, a agência de avaliação de riscos AM Best calculou que as perdas catastróficas no mercado americano de bens e propriedades chegaram a US$ 38,4 bilhões nos nove primeiros meses do ano, um aumento de 89,1% na comparação com o mesmo período de 2016.

Com isso, o índice combinado do setor se detereriorou em quatro pontos percentuais, chegando a 104%.

LEIA TAMBÉM

Para investidores, compliance em empresas agora é prioridade




Mercado emite mais sinais de que preços devem subir

Na medida em que seguradoras e resseguradoras internacionais noticiam resultados cada vez mais pressionados pela sequência de catástrofes naturais dos últimos meses, se consolida no mercado a ideia de que o longo ciclo de queda de preços pode ter chegado ao fim.

Relatório divulgado pelo banco de investimento Morgan Stanley afirma que os executivos das empresas de seguros têm esperança de poder negociar aumentos de tarifas nas renovações de janeiro. Algo que não puderam fazer na maior parte das linhas de seguro comercial nos últimos 17 trimestres.

Os autores do relatório do mercado citam o caso da seguradora Travelers. Ao anunciar seu último balanço trimestral, o documento afirmou que as condições estão mais propícias para um aumento de preços.

Ainda assim, durante a apresentação de resultados do trimestre, em 19 de outubro, o CEO da Travelers, Alan Schnitzler, disse que a empresa está “mais confiante”. Isso em sua capacidade de obter aumentos de preços nas próximas renovações.

Portanto, a questão seria muito bem-vindo para o setor. Principalmente porque, nos cálculos do Morgan Stanley, um aumento médio entre 1% e 5% nos preços seria capaz de dar um gás. O volume esperado ficaria entre 6% e 29% para as empresas cujas ações são pesquisadas pelos seus analistas.

Com isso, os investidores de renda variável poderiam mostrar um maior interesse pelas empresas do setor.  Dessa forma, incluiria as corretoras especializadas nesse segmento do mercado. Isso  de acordo com o relatório, que foi divulgado pela Intelligent Insurer.

Mercado X Catástrofes

A perspectiva de mudança de ciclo nos preços dos seguros comerciais vem sendo reforçada pela inusitada sequência de catástrofes naturais registrada desde agosto.

Nos últimos três meses,  os furacões Harvey, Irma e Maria causaram grandes perdas nos Estados Unidos e Caribe. O México sofreu dois terremotos. Gigantescos incêndios florestais causaram devastação na Califórnia, Portugal e Espanha. E a Irlanda foi atingida por uma tempestade tropical.

Até o Brasil sofreu com um desastre natural. Ainda que o enorme incêndio no Parque da Chapada dos Veadeiros ocorre em uma região de escassa penetração de seguros.

Contudo, o impacto acumulado de tantas catástrofes sobre o mercado de seguros e resseguros deve configurar 2017 como um dos anos com maiores perdas para o setor.

Por exemplo, a Swiss Re, divulgou nesta semana estimativa de que apenas os furacões Irma, Harvey e Maria e os terremotos mexicanos devem gerar perdas seguradas de US$ 95 bilhões.

Resultados

As perdas sofridas na temporada de catástrofes seguem causando danos aos resultados dos grandes grupos.

A Swiss Re, por exemplo, disse que os furacões e terremotos lhe custarão US$ 3,6 bilhões.

Por outro lado, uma de suas principais rivais, a Munich Re,  disse que sua exposição aos furacões chega a €2,7 bilhões. E as perdas totais no terceiro trimestre, a €3,2 bilhões.

Com isso, a empresa teve um prejuízo de € 1,4 bilhão entre julho e setembro. A empresa alertou seus acionistas que as pesadas perdas catastróficas podem fazer com as metas de lucros não sejam atingidas neste ano.

Em contrapartida, outra das maiores resseguradoras do mundo, a francesa SCOR, perdeu € 430 milhões com os furacões e terremotos. Assim resultando em um prejuízo líquido de € 267 milhões no trimestre.

Já a XL teve US$ 1,4 bilhão em perdas com catástrofes naturais no terceiro trimestre. Assim comparado com US$ 97,4 milhões no mesmo período de 2016. Com isso, o grupo fechou o balanço trimestral com um prejuízo líquido de US$ 1,04 bilhão.

Por sua vez, a Mapfre divulgou ter tido um lucro líquido de US$ 444,6 milhões  nos primeiros nove meses do ano, um resultado 22,3% inferior ao do mesmo período do ano passado. A empresa estima que suas perdas catastróficas no terceiro trimestre vão oscilar entre € 150 milhões e € 200 milhões.

A americana Travelers teve uma queda de lucros de mais de US$ 400 milhões no trimestre, na comparação com o mesmo período de 2016. O grupo fechou o período com um lucro de US$ 293 milhões, após ter um baque estimado em US$ 700 milhões de perdas catastróficas.

LEIA TAMBÉM

Para investidores, compliance em empresas agora é prioridade




Crise impõe apoio especializado para ajudar empresas a enfrentar percalços

Javier Duran, diretor da Marsh.
Javier Duran, diretor da Marsh.

A crise que empurrou a economia para trás, derrubou balanços das companhias e engrossou as estatísticas de desemprego fez também com que as empresas passassem a renegociar seus contratos de seguro. Isso em busca de enxugamento de custos. Dessa forma, exigindo dos corretores uma mediação mais próxima e atenta num período de dificuldades gerais.

No lugar de reuniões para ampliar os portfólios dos clientes, entrou a negociação para manter contratos. De mesma maneira, na área de seguros corporativos, ajudar a não deixar o gerenciamento de riscos das companhias naufragar junto com a crise.

Numa fase em que muitas empresas estão com seus olhos mais atentos ao valor da conta, o trabalho envolve desde promover reavaliações técnicas do portfólio até alertas claros sobre potenciais riscos da falta de proteção adequada.

Parte desse esforço, no entanto, ajudou a manter indústria do seguro como força mais resistente às intempéries do que a média do setor produtivo. Isso na medida em que o setor conseguiu apresentar resultados mesmo com o país em recessão.

Crescimento

No primeiro semestre deste ano houve crescimento de 3,5% dos seguros em geral. Enquanto o PIB ficou no zero a zero em relação ao mesmo período de 2016. Empate com gostinho de vitória. Pois, enfim, o país começa a dar sinais de alguma retomada econômica. (Os dados são da CNSeg e do IBGE.)

A área de seguros para empresas teve um desempenho melhor do que a média do setor. Isso com os prêmios crescendo 6,4% no primeiro semestre. A informação integra o levantamento de Risco Seguro Brasil com base em dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados).

Bruna Timbó, diretora da LTSeg.
Bruna Timbó, diretora da LTSeg.

Convém lembrar que o mercado corporativo exige, mesmo nos períodos de vacas gordas, uma expertise especial dos corretores. Sendo comum que no dia a dia eles tenham de se equilibrar entre demandas bastante específicas dos clientes. Da mesa forma, com dificuldades em remodelar produtos nas seguradoras, que por sua vez tentam (quase nunca de maneira fácil) aprovar novos clausulados na Susep.

Trata-se de um setor com demanda permanente de soluções técnicas. E que fujam do padrão dos chamados “produtos de prateleira”, negociadas por gestores de risco cada vez mais especializados. Também por isso mesmo pedem uma assistência próxima, ativa e personalizada.

Portanto, as demandas da crise colocaram uns ingredientes a mais no apimentado e ativo cotidiano desses corretores.

Movimento natural

Segundo Javier Duran, diretor de prática de Grandes Clientes da Marsh Brasil, momentos de crise geram uma desaceleração natural no volume de negócios. Com queda de faturamento, redução de quadros e postergação de investimentos.

“[Crise] é um momento em que as empresas são mais conservadoras. Mantendo suas apólices, mas realizando também uma revisão de seus programas de seguros. Isso para certificarem-se de que se o que eles têm hoje é o que realmente precisam. Otimizando assim seu desenho”, afirmou ele a Risco Seguro Brasil.

No entanto, o enxugamento dos portfólios, fez com que, em muitos casos, a manutenção do seguro tenha deixado de ser um item de proteção patrimonial. Da mesma forma para “virar simplesmente uma despesa como outra qualquer”, conforme relata Bruna Timbó, diretora da corretora LTSeg.

Segundo ela, o aperto foi amplo. “Inclusive empresas com obrigação contratual de ter [seguro] têm reduzido o nível de cobertura para apenas aquelas obrigatórias. Ainda que essas não protejam a integralidade dos seus riscos”, diz.

De acordo com a corretora, um problema que pode agravar essa situação é que muitas companhias que optam por cortar o seguro não fazem nenhum outro tipo de gerenciamento compensatório dos riscos. “Isso me deixa alarmada, já que a gente conhece os riscos dos clientes”, afirma. “A situação é realmente muito complicada.”

Foco e zelo

Frente a clientes aflitos para cortar custos, cabe aos corretores zelar para que no fim do processo os riscos para as empresas não tenha aumentado muito.

De acordo com Duran, a revisão dos portfólios, por exemplo, passa por um due diligence do clausulado. Também “revisita” às coberturas e análise do Custo Total do Risco (TCOR, na sigla em inglês). O objetivo é saber se a equação entre prêmios, expectativas de perdas e investimentos em proteção está bem calibrada. “Como reação ao período instável, as empresas buscam manter seus programas de maneira mais eficiente e buscando sinergias”, explica ele.

Este cenário, contudo, também contribui para estimular alguns tipos de seguro que são alternativas a modelos mais antigos, no que é um desenvolvimento positivo do mercado securitário.

Segundo Duran, empresas passaram, por exemplo, a usar o seguro garantia em substituição à fiança bancária e também a contratar mais seguro de crédito, como opções mais em conta para suas proteções. “É o foco em redução de custos”, diz o diretor.

Em seu modelo judicial, por exemplo, o seguro garantia é uma alternativa cada vez mais utilizada para depósitos e fianças bancárias exigidos pela Justiça em ações e vem conquistando espaço no mercado.

A corroborar o movimento citado por Duran, o desempenho de prêmios de toda família do seguro garantia nos oito primeiros meses deste ano foi 54% melhor (para R$ 1,8 bilhão) do registrado no mesmo período de 2016, conforme dados da Susep, sendo que boa parte deste resultado se deve ao garantia judicial. Já os prêmios do seguro de crédito cresceram 18%, para R$ 566,3 milhões este ano.

Veja bem

Em situações como essa, os corretores podem manejar alternativas dentro do próprio arcabouço de produtos de seguros. Bruna Timbó, entretanto, alerta para casos em que reavaliações de coberturas possam embutir ameaças sérias ao segurado, caso deixem de lado coberturas importantes para o negócio.

De acordo com ela, uma inciativa que muitas empresas buscam durante a crise é cortar as coberturas mais caras, mesmo que elas sejam as mais relevantes para sua proteção específica. “O cliente opta por ‘fechar os olhos’ e acreditar que está protegido, mesmo que o seguro seja vazio”, diz ela. “Sentido-se ‘protegido’ pelo pagamento do prêmio, independentemente das coberturas, ele segue sua operação apostando que não terá um sinistro. Isso pode ser devastador.”

Ajuda

A fim de oferecer as alternativas mais apropriadas a cada cliente, Javier Duran destaca também a necessidade de acompanhar as evoluções e tendências dos diversos tipos de indústria.

Segundo ele, o apoio de novas tecnologias é necessário para transformar dados em informações e auxiliar os clientes na quantificação do equilíbrio financeiro entre investimentos realizados em prevenção, estimativa de perdas e custos de transferência e financiamento de riscos.

No caso da Marsh, a corretora dispõe de uma plataforma específica de análises que, de acordo com o executivo, contém uma grande base de dados com históricos de frequência de sinistros e perdas por tipo de indústria. “Assim fundamentamos as decisões estratégicas de seguros e gestão de risco dos clientes”, conta.

Risco para todo lado

Esse tipo de ajuda especializada por parte do corretor é um trabalho cada vez mais complexo. Estudo recente publicado pela KPMG sobre gerenciamento de riscos, englobando empresas de capital aberto no Brasil, aponta a existência de 5.280 diferentes riscos relatados pelas 236 companhias pesquisadas.

Os dados são de 2017, e quanto desse bolo vai virar apólice de um dos 153 ramos de seguro listados pela Susep, cabe aos corretores e às seguradoras explorarem.

“Temos assistido a transformações radicais no contexto em que as empresas operam”, pondera a consultoria na introdução do trabalho.

Novas oportunidades

Além de exigir que os corretores auxiliassem mais os clientes a atravessar as instabilidades, a crise fez as corretoras se mexerem para preservarem o desenvolvimento de seus próprios negócios.

Especializada em operações estruturadas em projetos de infraestrutura — um setor fortemente abalado pela crise atual — a LTSeg, por exemplo, ampliou seu portfólio e foi buscar novas soluções nas insurtechs (as startups ligadas a seguros). Segundo Timbó, algumas medidas implementadas surtiram bom efeito. A intermediação de seguros de Responsabilidade Civil para advogados, por exemplo, cresceu 300%.

Outra área que começou a ser explorada pela corretora e que teve um “aumento considerável” foram os programas de worksite (que oferecem benefícios de seguros para funcionários de empresas sem gerar custos para o empregador).

“A infraestrutura brasileira praticamente parou nos últimos três anos”, pondera a diretora. “Não deixamos de trabalhar nosso nicho de negócios, mas foi necessário ampliar o foco de atuação. Consideramos soluções que num momento normal de mercado talvez jamais entrassem no radar”, resume ela.




Seguro garantia à brasileira dispara e atrai estrangeiros

O seguro garantia judicial, em grande medida uma criação do mercado brasileiro, está crescendo a toque de caixa. E, no processo, atraindo atores internacionais para o mercado de seguros e resseguros do Brasil.

Daniela Durán, da Aon
Daniela Durán, da Aon

De acordo com dados da Susep, os prêmios de seguro garantia, incluindo tanto o segmento judicial quanto o de infraestrutura, expandiram-se mais de 60% nos primeiros oito meses de 2017. Isso na comparação com o mesmo período do ano passado.

Corretores consultados por Risco Seguro Brasil afirmam que entre 70% e 80% dos prêmios são derivados de contratos de seguro garantia judicial. Eles são utilizado por empresas na hora de colocar garantias financeiras para apresentar recursos contra decisões judiciais.

“Algumas emissões judiciais foram responsáveis pelo crescimento do mercado de seguro garantia no primeiro semestre”, disse Daniela Durán, gerente de Produtos Financeiros da Aon. “Estimamos que aproximadamente cinco apólices foram responsáveis por 50% do volume total. Assim sendo que a principal delas foi uma emissão da Petrobras.”

O garantia judicial à brasileira tem poucos similares no mercado global. Da mesma forma, experts dizem que o peso que o produto ganhou no Brasil não tem comparação em outros países.

Isso porque se trata de uma cobertura elaborada para resolver uma ineficiência típica da economia brasileira. A saber, a grande demora do Poder Judiciário em tomar decisões relacionadas a casos complexos em áreas como disputas tributárias ou trabalhistas.

“A situação no Brasil é única no mundo”, disse Eduardo Cruci, gerente de Linhas de Crédito da AIG no Brasil. “A demanda pelo garantia judicial está sendo movida por um sistema tributário extremamente complexo que está sempre mudando. Em consequência, gera altos níveis de judicialização.”

Para inglês entender

Portanto, o garantia judicial constitui um exemplo de cobertura desenvolvida pelo mercado de seguros para satisfazer as necessidades muito específicas de clientes corporativos no país.

Stephanie Zalcman, da JLT
Stephanie Zalcman, da JLT

O produto se beneficiou de decisões legais que autorizaram a utilização das coberturas como garantias em processos judiciais. Especialmente após 2014.

Também ganhou força porque os bancos, tradicionais fornecedores de cartas de crédito para as empresas apresentarem como garantias, estão tendo que se adaptar a normas de solvência mais rigorosas. Por esse motivo, se sentem menos dispostos a prestar este serviço.

Outras modalidades de garantia, como os ativos físicos ou os depósitos de capital próprio das empresas, constituem usos bastante ineficientes dos recursos de uma organização. Considerando que podem ter de ficar imobilizados por vários anos. Ou até décadas nos casos mais extremos. Como naqueles em que a Justiça se mostra particularmente demorada.

“As empresas perceberam a economia em contratar o seguro garantia judicial em relação à fiança bancária. Além da agilidade do seguro, a melhoria nos seus balanços. Também o não comprometimento das linhas de crédito junto aos bancos etc”, afirma Álvaro Igrejas, diretor executivo de Financial Lines da Willis Towers Watson.

Contudo, a procura cada vez mais forte pelo produto atraiu novos atores para o mercado. Incluindo seguradoras e resseguradoras internacionais. Elas tiveram que aprender como funciona essa cobertura tipicamente brasileira.

Garantia judicial

“Alguns aspectos do garantia judicial são difíceis de explicar para parceiros internacionais”, disse Luis Menezes, superintendente de Seguro Garantia da Marsh. “Por exemplo, a duração das apólices, que normalmente é de cinco anos. Porém, em alguns casos, precisam ser renovadas por até 20 anos.”

Conforme afirmou Menezes, seguradores e resseguradores acostumados a trabalhar em mercados com baixos níveis de inflação e taxas de juros civilizadas também precisam entender como é importante que os contratos abordem a questão da correção monetária dos valores envolvidos.

Mas a estranheza não está impedindo a chegada de novos subscritores. Corretores lembram que, há uma década, havia meia dúzia de provedores de seguro garantia no mercado. O monopólio de resseguro do IRB limitava as alternativas de coberturas e uma seguradora, a JMalucelli, controlava cerca de três quartos do segmento. Dessa forma voltado puramente ao setor de infraestrutura.

Álvaro Igrejas, da Willis Towers Watson
Álvaro Igrejas, da Willis Towers Watson

Porém, agora,  há mais de 30 empresas registradas na Susep . Um mercado amplo para oferecer seguro garantia. Isso com a modalidade judicial emergindo como o principal foco dos novos participantes. Recém chegados ao mercado incluem a Cesce, Euler Hermes, BMG e Axa.

Internacionais

Resseguradores internacionais também estão cada vez mais de olho neste setor. Afinal, estima-se que cerca de dez resseguradores provêm capacidade para seguro garantia, muitos deles participando de contratos da modalidade judicial.

“Por um tempo, o mercado de resseguros não entendia o seguro garantia no Brasil. O que é realmente bastante particular”, disse Stephanie Zalcman, diretora da Garantia da JLT.

Contudo, atualmente alguns resseguradores que preferiam entrar neste segmento em contratos facultativos, a fim de aprender a lidar com os riscos, já aceitam participar também de contratos automáticos. Alguns estão buscando aumentar suas cotas nos contratos. E há rumores de que novos resseguradores baseados em Miami, na Europa e até na Ásia estão planejando participar deste mercado.

Potencial

O que atrai tantos novos participantes é o potencial do mercado. Rogério Gonçalves, superintendente de Garantia da Axa no Brasil, cita algumas estimativas. Segundo as quais há hoje mais de R$ 100 bilhões em garantias financeiras imobilizadas nos tribunais. Elas poderiam ser trocadas por apólices de seguro garantia.

Ainda que seja improvável que as coberturas substituam todas essas garantias, não é difícil imaginar que R$ 1 bilhão em prêmios de seguro garantia judicial seja gerado. Principalmente na medida em que tais garantias precisem ser renovadas. E, assim, as empresas decidam liberar capital. Ou ainda utilizar suas linhas de crédito bancárias para fins mais produtivos.

Segundo a Susep, os prêmios do seguro garantia, em todas as modalidades, chegavam a R$ 1,8 bilhão nos oito primeiros meses do ano.

No entanto, o potencial do seguro garantia, não se limita ao segmento judicial. O mercado também espera que a demanda por produtos de garantia para obras, como os performance bonds, bid bonds e completion bonds, ganhem força nos próximos anos. Principalmente na medida em que voltarem os investimentos em infraestrutura.

Foi esta possibilidade que animou a Axa, por exemplo, a montar um departamento de seguro garantia no Brasil. O setor começou a funcionar em junho de 2016. Mesmo mês do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Nós demos início a operação no auge da crise”, disse Gonçalves. “Mas queríamos estruturar nosso departamento e estar preparados para quando a economia começasse a crescer outra vez.”

Retomada

A perspectiva é que isso aconteça a partir de 2018. Uma vez que a economia já começou a dar sinais de retomada. Eo sucesso de recentes de leilões de concessões de petróleo, energia e aeroportos indicam que os investimentos podem voltar em breve.

“Estamos vendo um número maior de empresas estrangeiras com planos de entrar no mercado brasileiro de infraestrutura”, afirma Cruci, da AIG. “Como temos uma forte relação com essas empresas, estamos otimistas para o ano que vem.”

“Esperamos que o mercado de garantia continue a crescer. E a um ritmo ainda mais forte”, acrescentou Gonçalves. “Além do garantia judicial, o aumento da parcela dos projetos de infraestrutura a ser coberta pelo seguro garantia também deve dar um impulso ao mercado.”

Nova lei

O aumento mencionado por Gonçalves elevaria os níveis de cobertura do seguro de garantia de infraestrutura. Dos atuais 5% para 30% do valor do projeto, quando este supera R$ 100 milhões.

Também está sendo discutido a elevação do limite para 20% nos casos de projetos inferiores a esse patamar. Da mesma forma, de 1% para 5% no caso dos bid bonds, apresentados pelas empresas a fim de participar de uma licitação.

Essas mudanças estão sendo discutidas no Congresso Nacional. Isso no âmbito da nova Lei de Licitações, que ainda está em tramitação .

Especialistas consultados por Risco Seguro Brasil acreditam que, se tais mudanças se tornarem realidade, o mercado receberá um forte impulso. Ao mesmo tempo em que será menor o risco de projetos de infraestrutura não serem concluídos.

Em contrapartida, a nova lei também prevê que as seguradoras assumam a responsabilidade de conclusão de um projeto. Isso caso o concessionário que comprou a apólice se torne inadimplente. O que seria feito buscando uma nova empresa para terminar as obras.

Outras importantes inovações da Lei de Licitações incluem exigências de matrizes de riscos mais rigorosas. Além da apresentação de projetos executivos para as concessões de obras de infraestrutura.

A nova lei também permitirá ao Estado que exija outras coberturas. Como a garantia dos participante das licitações. Isso poderá dar um novo gás para segmentos como os seguros de engenharia ou responsabilidade civil.

Riscos

Mas o projeto também apresenta riscos para o setor. Como a pressão feita por alguns parlamentares no sentido de que as apólices de seguro garantia cubram 100% do valor das obras. Da mesma forma como ocorre nos Estados Unidos.

Para André Dabus, diretor de Infrastructura na Marsh, tal medida inviabilizaria o produto. Teria um efeito contrário ao objetivo da lei, que é o de garantir que as obras sejam finalizadas.

“A indústria tem procurado mostrar ao Congresso que o que o Estado realmente espera do seguro garantia é uma ferramenta que lhe possibilite cumprir sua missão de prover infraestrutura de qualidade para a população”, observou Dabus. “Para isso, tudo que esta ferramenta precisa fazer é cobrir os custos de substituir uma empresa inadimplente por uma outra.”

Para isso, em sua opinião , o limite de 30% é adequado. A cobertura do valor total da obra colocaria pressão excessiva sobre a capacidade dos subscritores. Faria com que menos empresas participassem do mercado.

Conforme afirmou Dabus, a Lei de Licitações também traz outros riscos em potencial para o setor. Por exemplo, há planos de impingir às seguradoras passivos da empresa segurada. Ainda que não estejam relacionados com o projeto coberto pela apólice

Coberturas

Outro possível vetor de desenvolvimento do seguro garantia pode vir de uma maior aceitação das coberturas por parte do BNDES, Banco do Nordeste e outros do gênero.

“Outro desafio é ampliar a demanda por parte dos bancos de desenvolvimento do produto completion bond”, disse Gustavo Henrich. Ele é vice-presidente da JMalucelli Seguradora.

“Trata-se de um instrumento que aumenta a segurança destes bancos nos financiamentos de longo prazo ao garantir que o empreendimento financiado será concluído. Consequentemente gerará os recebíveis necessários que irão compor o pacote de garantias para repagamento da dívida exigido pelos bancos.”

Há ainda mais um fator que pode pesar no desenvolvimento do mercado. O aumento da sinistralidade observado nos últimos meses. Isso como resultado da interrupção de vários projetos de infraestrutura, como a concessão do aeroporto de Viracopos.

Em agosto, a sinistralidade chegou a 40%, de acordo com a Susep. Comparada com 21% no mesmo mês do ano passado. E, como o garantia judicial é um produto ainda recente, o mercado ainda não sabe que níveis de sinistralidade vão ser a característica desse produto.

LEIA TAMBÉM

Para investidores, compliance em empresas agora é prioridade




Tecnologia prepara segurador versão ‘Exterminador do Futuro’

A tecnologia está em alta. E sua empresa está preparada para a chegada para o subscritor de riscos versão Exterminador do Futuro?

Segundo especialistas em tecnologia, o profissional de subscrição “bombado” pode ser o resultado da implementação de novas tecnologias. Por exemplo, como a inteligência artificial e machine learning no dia-a-dia das seguradoras.

A previsão da chegada da tecnologia.  Um subscritor de riscos com poderes comparáveis aos do androide celebrizado por Arnold Schwarzenegger nos anos 1980, foi feita por Paul Taffinder. Ele é o diretor de Estratégia e Inovação da MS Amlin. A previsão foi divulgada em um seminário em Londres, em junho.

Taffinder se referia à possibilidade, cada vez mais concreta, de que a tecnologia vai permitir aos profissionais de subscrição deixar de lado o rame-rame da burocracia. O que atola as seguradoras atualmente para dedicar mais tempo ao trabalho de avaliar riscos. Assim como precificá-los e negociar as melhores coberturas com seus clientes.

Contudo, para que isso aconteça, as seguradoras estão implementando tecnologias capazes de transformar operações típicas do back office. Como o preenchimento de formulários regulatórios, em processos automáticos.

Tecnologia X investimentos

Além disso, logaritmos podem fazer com que a pesquisa de informações sobre um risco complexo, que é parte importante do processo de subscrição, dure alguns minutos. Ao invés de dias, como acontece hoje.

Contudo, esse processo está acontecendo na medida em que as seguradoras e resseguradoras internacionais. E tanto as grandes como as de menor porte. Investem em estruturas para desenvolver, avaliar ou fomentar pesquisas em novas tecnologias. Assim como depois gerir sua implementação.

“Hoje podemos conversar com vários CTOs, CDOs ou CCOs, que são posições que, até pouco tempo, não existiam nas seguradoras”, disse Keith Stonell. Ele é diretor executivo para a Europa, Oriente Médio e África da Guidewire, uma empresa tecnológica americana voltada ao mercado de seguros.

Os cargos mencionados são os de Chief Technology Officer (Executivo-chefe de Tecnologia), Chief Data Officer (Executivo-chefe para Dados e Informações) e Chief Customer Officer (Executivo-chefe para os Clientes).

“As seguradoras hoje estão mais abertas a aprender sobre novas tecnologias e a investir nelas”, continuou Stonell. “Isso não quer dizer necessariamente que as decisões serão mais rápidas, mas há mais diálogo hoje do que três ou quatro anos atrás.”

Inteligência artificial e drones

As mudanças adotadas pelo mercado e que chegam às manchetes dos jornais tendem a ser vistosas. Como a adoção de drones para avaliar os danos causados por catástrofes naturais.

Da fato, nos Estados Unidos e Canadá, hoje até há uma empresa, a Fluttrbox, que criou um serviço que funciona de forma similar ao Uber para colocar drones à disposição das seguradoras com um clicar de botões.

Porém, as que realmente podem mudar a maneira de ser do mercado de seguros têm um caráter mais discreto. Como, de passagem, costuma acontecer em um setor célebre por seu conservadorismo.

Tratam-se de tecnologias como o uso de inteligência artificial. E machine learning para acelerar tanto o processo de subscrição como a avaliação do sinistro quando a apólice é acionada.

Isso implica utilizar logaritmos para comparar a história de sinistros de uma empresa, de um setor ou de um tipo de evento em particular no banco de dados de uma seguradora ou consórcio de subscritores.

Com máquinas superpoderosas. Igualmente capazes de aprender com a experiência de comparar milhões de dados a cada vez, o processo, que hoje pode durar vários dias, poderá ser resolvido no futuro em um par de minutos.

D&O

A análise rápida de dados fornecidos pelos clientes é especialmente útil na venda de seguros massivos. Assim onde já está algo avançada nos mercados mais desenvolvidos.

Mas Anand S. Rao, um expert em novas tecnologias da PwC nos Estados Unidos, afirma que este processo, conhecido como “augmentation”, também pode ter efeitos dramáticos no dia-a-dia dos subscritores de riscos comerciais.

“Nós vamos ver os subscritores reunindo informações para dar suporte a suas decisões com a ajuda de profissionais de inteligência artificial”, afirmou Rao. “Ao invés de precisar três dias para pesquisar todos os dados. E mais um dia para tomar a decisão baseadas neles. A informação estará disponível em uns poucos segundos.”

Como exemplo, ele cita a subscrição de riscos complexos e alto valor em segmentos como D&O e E&O. Em que o subscritor necessita realizar pesquisas aprofundadas a respeito dos riscos propostos.

Histórico de riscos

Nesses casos, é necessário coletar informações sobre a empresa que está adquirindo a apólice e seu histórico de riscos. Bem como a incidência do risco em todo o setor que ela opera Assim como casos antigos de processos judiciais envolvendo a empresa e o setor. Além de consultar documentos de tribunais, artigos de jornais e outras fontes de informações.

Um trabalho e tanto para um subscritor e sua equipe. Porém, não tanto para computadores capazes de coletar e ruminar milhões de dados por segundo.

Com menos tarefas deste tipo em seu dia-a-dia, o subscritor terá mais tempo para buscar novos clientes. Dessa forma, garantir que os atuais estão contentes.

Processos semelhantes podem ajudar as empresas a tomar decisões rápidas sobre o pagamento de sinistros. A liberação do dinheiro pode ser automatizados através dos chamados “contratos inteligentes”. Eles decidem se o pagamento é devido ou não sem a interferência de um humano. Também utilizam a tecnologia blockchain para fazer o dinheiro chegar rapidamente à conta bancária do cliente.

Regulamentação

“Definitivamente, há sinais de que as seguradoras estão acordando para os benefícios que as novas tecnologias podem trazer. Não só para forma em que a indústria opera. Mas também para os segurados,” afirmou Justin Emrich, que é CIO, Executivo-chefe de tecnologias da informação, na Atrium Underwriters.

Da mesma forma, entre os benefícios está também uma maior facilidade para cumprir as crescentes demandas regulatórias das autoridades do setor.

Empresas como a TigerRisk Partners, uma corretora de resseguros que também oferece serviços tecnológicos para as resseguradoras, desenvolveram logaritmos que permitem aos resseguradoras aferir de forma imediata o impacto que um risco proposto pode ter sobre o seu portfólio geral de exposições e, consequentemente, suas necessidades de capital de solvência – um trabalho que, em geral, demanda muitas horas de análises e cálculos.

“Os reguladores estão procurando entender o perfil de risco das companhias”, disse Vladimir Kostadinov, um especialista da TigerRisk.

“Eles querem mais informações e estão utilizando novas métricas, e isso está forçando as seguradoras e resseguradoras a buscar soluções para entender melhor e com mais detalhes os seus próprios portfólios de riscos.”

LEIA TAMBÉM

Para investidores, compliance em empresas agora é prioridade




Seguro para empresas cresce mais que a média no primeiro semestre

Seguro para empresas: o mercado brasileiro  cresceu 6,4% no primeiro semestre deste ano. Isso na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Susep.

Portanto, o crescimento foi superior ao do mercado como um todo. O mercado registrou aumento anualizado de 3,5%, segundo a CNSeg.

Ficou também acima da inflação anualizada em junho. Assim, chegou a 2,71%, conforme o IPCA calculado pelo IBGE.

Porém, análise de 37 linhas de seguro de perfil empresarial, que excluem as de seguro rural, mostra que apenas 16 delas mostraram crescimento superior à inflação no período.

Contudo, algumas das linhas classificadas pela Susep, como as de Riscos Nucleares e DPEM, o seguro obrigatório para embarcações, sumiram do mercado.

O DPEM deixou de ser obrigatório no ano passado. No entanto, há informações de que já não é mais oferecido por seguradoras que trabalhavam no ramo.

Da mesma forma, a falta desse seguro foi colocada em evidência pelos recentes acidentes com embarcações na Bahia e no Pará. Estes acidentes causaram a morte de 40 pessoas. Em 2015, o volume de prêmios de DPEM chegou a R$ 4,4 milhões.

O grosso do negócio

Todavia o mercado de seguros empresariais fechou o primeiro semestre com quase R$ 8,2 bilhões em prêmios de seguros. Assim comparados com R$ 7,7 bilhões no mesmo período de 2016. Em 2015, o número foi de R$ 7,1 bilhões.

Logo, duas linhas contribuíram de forma mais intensa para o crescimento de R$ 500 milhões observado pelo setor. A de Garantia Segurado – Setor Público acrescentou R$ 340 milhões em novos prêmios. Dessa forma chegando a R$ 1,13 bilhão em prêmios de seguros. O crescimento foi de 43%.

Igualmente a de Riscos Diversos  teve um aumento de quase 19%. Chegando a também a R$ 1,13 bilhão – um acréscimo de R$ 178 milhões em prêmios.

Essas duas linhas, mais as de Riscos Nomeados e Operacionais (R$ 1,44 biilhão) e Compreensivo Empresarial (R$ 1 bilhão) representam mais da metade do mercado. No caso da primeira, houve um aumento de 3,8% no volume de prêmios. E, no da segunda, uma queda de 3,9%.

Altos e baixos

A linha que teve maior crescimento no primeiro semestre foi a de Garantia ao Segurado – Setor Privado, que registrou aumento de 70,4%.

Ainda assim, o volume de prêmios dessa linha, R$ 72,3 milhões, ficou abaixo do registrado em junho de 2015, que foi de R$ 90,3 milhões.

Em segundo lugar veio o seguro facultativo de responsabilidade civil para embarcações, RCF. Este subiu 43,4%, mas trabalha com valores baixos, totalizando apenas R$ 1,6 milhão em prêmios.

Dessa forma, entre as grandes linhas, a de Crédito Interno se expandiu 23%, até R$ 400 milhões, a de D&O aumentou 11%, chegando a R$ 465,5 milhões.

Contudo, entre os negócios que se desaceleraram de forma dramática, um dos casos mais notáveis é o dos Riscos de Engenharia, cujos prêmios baixaram 20% para R$ 173 milhões.

No primeiro semestre de 2016, os prêmios do segmento já haviam caído quase 28%. Em junho de 2015, totalizavam quase R$ 300 milhões.

Em contrapartida, outro setor em queda livre desde junho de 2015, é o de Riscos de Petróleo. Assim, o setor fechou o primeiro semestre com prêmios de R$ 145 milhões, queda anualizada de quase 17%. Dois anos antes, os prêmios totalizavam R$ 340 milhões.

Já os seguros Aeronáuticos tiveram uma evolução de -29%, os Marítimos, de -20%, e os de Transporte Internacional, de -19% no primeiro semestre.

As linhas incluídas no levantamento

Compreensivo Empresarial
Lucros Cessantes
Riscos de Engenharia
Riscos Diversos
Global de Bancos
Riscos Nomeados e Operacionais
Riscos de Petróleo
Riscos Nucleares
Satélites
D&O
Responsabilidade Civil (RC) Ambiental
RC Geral
RC Profissional
Transporte Nacional
Transporte Internacional
RC Ônibus
RCFV Ônibus
RC Transportador de Carga em Viagem Internacional
RC Transporte Ferroviário de Carga
RC Viagem Internacional de Pessoas
RC Transporte Aéreo de Carga
RC Transporte Rodoviário de Carga
RC Transporte Desvio de Carga
RC Transporte Aquaviário de Carga
RC Operador de Transporte Multimodal
Stop Loss
Crédito Interno
Crédito à Exportação
Garantia Segurado – Setor Público
Garantia Segurado – Setor Privado
Seguro Compreensivo de Operadores Portuários
RC Facultativo para Embarcações
Marítimos (Cascos)
DPEM
RC Facultativo para Aeronaves
Aeronáuticos (Cascos)
RC Hangar
Responsabilidade do Explorador ou Transportador Aéreo

LEIA TAMBÉM