China aposta nas massas para destravar seguro cyber
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- Rodrigo Amaral, rodrigo@riscoseguro.com.br
- 28 de maio de 2019
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Seguro cyber. É hora de falar sobre ele. Com um potencial de crescimento fabuloso, o mercado de seguros espera que as coberturas cibernéticas venham a se tornar, um dia, um verdadeiro negócio da China.
Na própria China, porém, como em outras partes do mundo fora dos Estados Unidos e Europa, o segmento de seguro cyber está demorando para decolar.
Fontes consultadas pela Risco Seguro Brasil estimam que apenas cerca de 100 apólices corporativas de seguro cyber já foram vendidas na China. O volume é similar ao que se acredita já terem sido subscritas no Brasil.
Por isso, o mercado está buscando outras maneiras de dar vazão ao potencial chinês. Da mesma forma, uma das mais sucedidas iniciativas tem sido a venda de seguros cibernéticos para as massas.
Cobertura no banco
Seguradoras chinesas lançaram no mercado local uma cobertura que protege os usuários de serviços bancários online de fraudes cometidas por hackers. Contudo, os preços são baixos. Assim como os limites, modestos. Por isso a aceitação do público está sendo bastante boa. Isso segundo Frank Wang, responsável pela área de bens e propriedade da resseguradora Gen Re na China.
Tratam-se de coberturas compradas nos sites de seguradoras ou dos próprios bancos onde os clientes têm suas contas.
Elas garantem o reembolso de até US$ 1.000, caso fraudadores ataquem o banco e roubem o dinheiro da pessoa.
As apólices cibernéticas pessoais podem ser pagas por cartão de crédito e sua contratação é feita muito rapidamente, explicou Wang.
Exército de clientes
Não é difícil entender o atrativo que este produto, ainda que relativamente barato, tem para o setor, considerando o tamanho do potencial mercado chinês. Estima-se que 800 milhões de chineses façam uso frequente da internet.
“A internet está muito desenvolvida na China, talvez até mais do que nos EUA e na Europa”, disse Wang. “As pessoas estão acostumadas a comprar seguros pela internet.”
Ele notou que o êxito deste produto revela como o mercado está se adaptando às particularidades da China para aproveitar as oportunidades de negócios no segmento.
PMEs também
Algumas seguradoras e resseguradoras internacionais estão de olho em produtos mais massificados. Elas começam a oferecer coberturas para pequenas e médias empresas. Um dos motivos é justamente porque o mercado corporativo está tardando a engrenar.
As coberturas, neste caso, são menos abrangentes, os preços são mais baixo e o processo de subscrição é mais ágil.
Para Wang, algo que pode ser chave para vencer no mercado chinês é a venda de apólices simplificadas de seguro cibernético para PMEs por meio da internet.
Dinheiro vivo já era
“A China é um mercado grande, avançado digitalmente e que se baseia muito na tecnologia. No entanto, a penetração global de seguros cibernéticos é inferior a 5%, e na China é ainda menor”, disse Andreas Schmitt, responsável pela área de Seguros Cibernéticos na Ásia na Munich Re.
“O potencial do mercado de seguros cibernéticos é portanto significativo.”
Ele observou que a China é uma das economias onde o uso de dinheiro eletrônico avança de maneira mais rápida. Até pequenos comércios de bairro já aceitam pagamentos via aplicativos de smartphone como o Alipay e o WeChat.
“Esta rápida evolução indica que o mercado está cada vez mais vulnerável ao risco cibernético, o que alimentará a demanda por seguros cibernéticos na China”, disse Schmitt.
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