Após ano catastrófico, mercado volta à calmaria
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- Rodrigo Amaral
- 19 de abril de 2018
- Sem categoria
Swiss Re confirma ano passado como recordista em perdas seguradas, mas Aon Benfield constata que capital segue fluindo para o setor
Mercado de seguros: depois da tempestade, a calmaria. O batido dito popular parece descrever com perfeição a situação do mercado de seguro e resseguro globais. Isso após um ano marcado por perdas catastróficas.
Relatório divulgado em abril pela Swiss Re confirmou que o ano 2017 foi o pior já registrado em termos de perdas asseguradas, para o setor.
Os furacões que atingiram os Estados Unidos e o Caribe no segundo semestre, somados a terremotos, incêndios florestais na Califórnia e enchentes na Europa e na Ásia, custaram ao setor US$ 144 bilhões em 2017.
As perdas econômicas foram ainda mais devastadoras. Assim chegando a US$ 337 bilhões. E revelando uma lacuna de coberturas de seguro de US$ 193 bilhões em um só ano. É o que observa a Swiss Re.
Mesmo assim, os investidores continuaram a trazer capital fresco para o setor. Dessa forma, levando a corretora Aon Benfield a prever uma nova série de renovações competitivas. Mesmo em linhas que sofreram perdas recentemente.
Em sua análise do mercado ressegurador no primeiro trimestre, a Aon Benfield observa que, enquanto as perdas catastróficas de 2017 foram muito elevadas, 2018 começou de forma bem mais amena.
A corretora calcula que as perdas observadas no primeiro trimestre somaram apenas US$ 7 bilhões. O que é inferior à média para o período registrada nos últimos anos.
Em 2017, ainda antes da série de catástrofes que marcaram o ano, o total de perdas seguradas foi de US$ 13 bilhões de janeiro a março.
Capital de sobra
O que parece, claro, é que os investidores hoje em dia têm mais medo de investir. Principalmente em ativos que pagam uma mixaria do que de sofrer perdas nos mercados de seguro.
A Aon Benfield estima que, apesar das catástrofes do ano passado, o volume de capital disponível no mercado de resseguros subiu pelo terceiro ano consecutivo.
Isso graças a um aumento de 2% na comparação com 2016. Assim, no final do ano passado havia US$ 605 bilhões de capacidade de resseguro disponível, o mais alto valor já registrado.
O aumento mais significativo ocorreu na capacidade dedicada a mecanismos de resseguro alternativo. Como os títulos catastróficos, sidecars e colaterais de resseguro, que passaram de US$ 81 bilhões para US$ 89 bilhões no espaço de um ano.
Já a capacidade de resseguro tradicional se expandiu em US$ 2 bilhões, para 516 bilhões.
Mercado de seguros X juros baixos
De acordo com a corretora, alguns fatores ajudam a explicar porque as perdas catastróficas de 2017 não espantaram os investidores do mercado de seguros.
Por exemplo, de US$ 136 bilhões em perdas asseguradas. Devido a catástrofes naturais no ano passado analisados pela Aon Benfield, cerca de US$ 20 bilhões foram, na realidade, absorvidas por agências do governo americano.
Além disso, há altos níveis de retenção praticados por seguradoras primárias. Por exemplo, um efeito do longo mercado brando. Isso reduziu as perdas sofridas pelas resseguradoras.
Da mesma forma, também ajuda o fato de que as taxas de juros seguem no subsolo nos países desenvolvidos. Assim reduzindo as alternativas de que dispõem os investidores institucionais dos países desenvolvidos para fazer trabalhar os seus portfólios de investimento.
A corretora observou ainda que, apesar dos problemas, “o setor tradicional de resseguros como um todo continuou ganhando dinheiro em 2017”.
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