Interrupção de negócios tira o sono das empresas globais, mostra estudo
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- Rodrigo Amaral
- 18 de janeiro de 2016
- Sem categoria
Riscos ligados à cadeia de suprimentos encabeçam pelo quarto ano seguido ranking anual de ameaças elaborado pelo grupo Allianz. Veja a lista
A interrupção dos negócios devido a fatores externos constitui a principal preocupação das empresas no mundo em 2016, de acordo com a seguradora Allianz Global Corporate and Specialty, AGCS.
A empresa acaba de divulgar seu barômetro anual de riscos empresariais, elaborado por meio de entrevistas com mais de 820 profissionais do setor em mais de 44 países.
Trata-se da quinta edição da pesquisa, e a quarta oportunidade em que a interrupção de negócios lidera o ranking de riscos.
Em segundo lugar aparecem os desdobramentos de mercado, como o aumento da competição e a volatilidade de preços, seguidos dos riscos cibernéticos.
Nas Américas, surge com destaque o risco de roubos, fraudes e corrupção, em terceiro lugar no levantamento, atrás apenas de interrupção de negócios e ataques cibernéticos.
Em outro ranking de riscos globais para os negócios, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, temas ligados à governança, que incluem a corrupção, foram apontados a maior preocupação das empresas na América Latina. (Link para a matéria da semana passada)
Evolução das ameaças
O ranking reflete a evolução das preocupações empresariais e também a interconectividade entre vários dos riscos que ameaçam as empresas globais, de acordo com a AGCS.
Após um ano de alguns altos e muitos baixos na economia mundial, a volatilidade dos mercados, que não aparecia no levantamento de 2015, foi catapultada à segunda posição neste ano. Os riscos macroeconômicos, que também não figuraram em 2015, entraram diretamente na sexta posição.
Já os riscos cibernéticos passaram do quinto lugar para o terceiro, ilustrando a crescente preocupação das empresas com o tema. Por outro lado, após um ano relativamente tranquilo em termos de catástrofes naturais, elas passaram da segunda para a quarta colocação no ranking.
Uma das conclusões do levantamento é que as empresas estão cada vez mais preocupadas com o impacto que a instabilidade política pode ter em seus negócios, e especialmente sobre suas cadeias de suprimento.
O Brasil, com 7% das referências, é um dos países que mais preocupam as corporações neste sentido, empatado com a Ucrânia, e atrás da Rússia (25%) e China (18%).
Sem parar
A ênfase em riscos geopolíticos mostra o quanto os riscos empresariais estão conectados entre si, de acordo com a AGCS.
Quase 60% das empresas participantes na pesquisa são grandes corporações, e com freqüência elas espalharam suas cadeias de suprimento por diversos países em busca de ganhos de escala e de produtividade.
Outros dos 20 principais riscos encontrados pela pesquisa, como os ataques cibernéticos, as catástrofes naturais, os incêndios e explosões, e até as mudanças regulatórias e a corrupção, também podem ter um impacto profundo sobre a continuidade dos negócios de uma grande empresa ao afetar seus provedores e clientes.
De acordo com outro estudo feito pela empresa, a média das perdas por interrupção de negócio pagas pelo mercado segurador entre 2010 e 2014 chegou a US$ 2,38 milhões (ou cerca R$ 9,57 milhões), comparado com US$ 1,76 milhão entre os sinistros de bens e propriedades tradicionais. (Clique aqui para acessar o relatório de perdas globais da Alianz em inglês.)
E a situação tende a se tornar mais complexa na medida em que um crescente número de fatores podem fazer um negócio parar.
“As empresas precisam se preparar para enfrentar um leque mais amplo de forças que podem interromper seus negócios em 2016 e além”, disse Axel Theis, membro do Conselho Administrativo da Allinaz, em comentário ao estudo.
Entre as ameaças emergentes estão a popularização de novas tecnologias, como a nanotecnologia e a internet das coisas, que pulou da 19ª para a 11ª posição no ranking.
O ranking
Veja abaixo o ranking da AGCS sobre os principais riscos para as empresas globais em 2016 (em parênteses, a colocação em 2015):
1 (1). Interrupção de negócio (incluindo corte da cadeia de suprimentos)
2 (Novo). Desenvolvimentos do mercado (incluindo volatilidade e aumento da competição)
3 (5). Incidentes cibernéticos
4 (2). Catástrofes naturais
5 (4). Mudanças regulatórias
6 (Novo). Desenvolvimentos macroeconômicos (programas de austeridade, queda de preços de commodities, inflação/deflação etc.)
7 (6). Dano à reputação ou perda de valor da marca
8 (3). Incêndio e explosão
9 (9). Riscos políticos (guerra, terrorismo, tumultos)
10 (10). Roubo, fraude e corrupção
11 (19). Novas tecnologias
12 (Novo). Erro humano
13 (13). Escassez de talento, envelhecimento da força de trabalho
14 (11). Problemas de qualidade de produtos, defeitos de produção em série
15 (18). Riscos ambientais
16 (15). Mudanças climáticas
17 (22). Apagões energéticos
18 (25). Desintegração da zona do euro
19 (23). Riscos de saúde (como pandemias)
20 (Novo). Quebra de maquinaria
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