Realidade aumentada: os riscos ocultos ocasionados pelos jogos
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- por Carlos Santiago*
- 29 de agosto de 2016
- Sem categoria
Acidentes envolvendo usuários do PoKémon Go mostram que empresas também enfrentam desafios, argumenta líder da Marsh Risk Consulting
Em algum lugar de Baltimore, nos Estados Unidos, um motorista distraído bateu o seu carro em uma viatura de polícia parada. Já em Gifu, no Japão, um estudante foi detido por andar a pé em uma rodovia expressa. Na área rural de Melbourne, na Austrália, duas pessoas precisaram ser resgatadas após caírem de um precipício. Embora distintos, estes e outros eventos que tem acontecido nas últimas semanas possuem uma conexão bem próxima: o jogo Pokémon Go.
Lançada no começo de julho, a diversão eletrônica promete ligar os mundos digital e real por meio da tecnologia de realidade aumentada, gerando riscos que, muitas vezes, permanecem ocultos aos olhos dos jogadores, que ficam absortos pelo jogo.
Dentro deste novo cenário, que tende a se intensificar com a liberação do jogo nos países da América Latina, Ásia e África, os profissionais de risco precisam estar atentos a potenciais ameaças de segurança e questões de responsabilidade civil que essa e outras “tecnologias disruptivas” poderão ocasionar em curto prazo. Entre os principais riscos, os profissionais devem avaliar aqueles ligados à segurança de pessoas e negócios.
Os colaboradores são diretamente afetados por esta nova realidade, sendo jogadores ou não, uma vez que o jogo acontece em vias públicas, podendo ocasionar acidentes dos mais variados tipos.
Já para os clientes, o risco está em seu estabelecimento, que pode ser um “ponto de encontro Pokémon” com ou sem o seu consentimento, o que poderá aumentar o fluxo de visitantes ou gerar riscos de divulgação de dados confidenciais, uma vez que o jogo permite o compartilhamento de fotos dos locais que os Pokémon estão localizados.
Risco ao volante
Outro risco relevante envolve frotas de veículos. Atualmente, um dos principais fatores de colisões tem sido a distração com os smartphones. O jogo trará o mesmo risco que mensagens de texto com o agravante da elevação da desatenção dos pedestres, além da do motorista. Em paralelo, também é importante prestar atenção aos riscos cibernéticos que esta tecnologia oferece, tomando medidas preventivas para o controle de privacidade de dados.
Para efetuar a gestão eficaz destes riscos, que já são uma realidade em muitos países ao redor do mundo, é necessário fazer análises mais profundas para coberturas de seguros em áreas diversas.
Na esfera civil, algumas seguradoras começaram a criar seguros de acidentes pessoais específicos para os jogadores de Pokémon Go. Conhecido como ‘AP GO’, o seguro da portuguesa Tranquilidade foi desenhado para cobrir os danos sofridos pelos jogadores durante a prática.
Nos ambientes empresariais, porém, a política para responder a um acidente relacionado ao jogo ainda não é clara.
Algumas iniciativas podem ser implementadas para amenizar eventuais danos, como, por exemplo, a orientação a funcionários sobre os principais riscos que o jogo oferece ao indivíduo e a revisão e atualização dos programas de segurança de motorista, apontando os perigos dos smartphones, sistemas de navegação e outras distrações.
*Carlos Santiago é líder da Marsh Risk Consulting Brasil.
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