Demanda por gestor de riscos dispara e se sofistica
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- Oscar Röcker Netto
- 31 de julho de 2015
- Sem categoria
Empresa de recrutamento vê aumento de 30% em busca por profissionais da área; perfil estratégico ganha peso nas empresas com a crise econômica.
A preocupação crescente das empresas com gestão de riscos fez a procura por profissionais da área aumentar 30% este ano, notadamente para cargos de diretoria, segundo Alexandre Zuvela, sócio-diretor da Fesa, uma das principais companhias de recrutamento de executivos no Brasil.
Além do aumento da demanda, também está ocorrendo nas companhias em que o setor está mais maduro um processo de procura por profissionais mais estratégicos, com visão mais ampla do negócio, que garantam um eficiente gerenciamento de riscos sem descolar do lado comercial.
Esse movimento no mercado de trabalho ganha ainda mais relevância frente ao quadro econômico negativo pelo qual o país atravessa, com desemprego formal crescente.
A crise, no entanto, é justamente um dos fatores que levam ao aumento na busca por profissionais de risco, de acordo com Zuvela, que é responsável pelo recrutamento na área de seguros e mercado financeiro da Fesa.
“Em momentos de crise as empresas tendem a aceitar mais riscos, a serem mais flexíveis nas negociações”, explica ele. “Aumenta a preocupação com as métricas e o compliance. As empresas mais tradicionais dão mais foco a riscos mais amplos, além daqueles com os quais estão acostumadas, como o financeiro. Passam a olhar desde os riscos de imagem, operacional, de continuidade do negócio… Tentam entender melhor todos os riscos a que estão expostas. Então há mais busca por profissionais que tenham essa visão ampla.”
Zuvela chama de “figura nova” este tipo de profissional, num caminho que entende como um aprimoramento deste ramo de riscos. “Há uma migração desses executivos para áreas cada vez mais estratégica das empresas”, diz ele. Dentro deste perfil, o profissional com uma acentuada formação técnica dentro da empresa passa a interagir de forma crescente com a área de negócios — “olhando a gestão de risco com foco no business”, diz o recrutador.
Sênior
Alinhado a essa visão estratégica, a experiência da Fesa mostra que é crescente também a procura para cargos de diretoria de profissionais de “risco puro” — aqueles cuja principal atuação será a gestão de riscos, e não uma posição em que o risco fará parte de um rol de outras funções dentro da companhia.
“É a figura de um pensador de risco estratégico para a companhia”, diz o executivo. “Trata-se de um perfil muito cross, que vai olhar todas as áreas de negócio com independência de ação. Vai além da auditoria, do compliance, da operação porque consegue ver a organização de uma forma muito transversal.”
Como gestão de risco é uma área relativamente nova no Brasil, a procura por “profissional de risco puro” ainda é menor e localizada nas companhias com histórico de gestão na área. A maior parte das empresas ainda busca profissionais de diretoria para desempenhar mais de uma função, entre elas, a gestão de risco.
De qualquer forma, diz o executivo da Fesa, a tendência de crescimento dos profissionais de risco deve continuar, haja vista que se trata de um setor em amadurecimento no Brasil — e portanto ainda não inteiramente compreendido por grande parte das empresas.
Minoria
Apesar do movimento registrado pela Fesa, o volume na área de riscos de outra grande recrutadora de executivos no país, a Michael Page, demonstra o amplo espaço ainda a ser ocupado por profissionais de risco no mercado.
A empresa de recrutamento tem uma área dedicada especificamente a seguros. A grande demanda, explica o gerente Marcelo Graseffi, é para colocação de funcionários nas próprias empresas seguradoras.
Uma minoria de cerca de 5% dos casos recai para empresas em geral que buscam profissionais de seguro para seu negócio — os quais podem desempenhar funções de gestores de risco. “Ainda tenho pouca demanda nessa área”, diz ele.
Para esses casos minoritários, segundo Graseffi, há demanda por muitos profissionais que irão trabalhar na área de compras, por exemplo.
Trata-se de uma situação muito similar ao histórico de evolução da gestão de risco relatado por profissionais da área — o gestor que começa como “comprador de seguro” e aos poucos vai ganhando novas funções no gerenciamento de riscos da empresa.
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