Explosão em porto pode gerar uma das maiores perdas já registradas no seguro chinês
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- Rodrigo Amaral
- 19 de agosto de 2015
- Sem categoria
Acidente em Tianjin, que deixou 114 mortos e mais de 700 feridos, destruiu até 10 mil veículos estocados. Danos chegam a US$ 1,5 bilhão, diz Fitch
As fortes explosões que atingiram o porto de Tianjin, na China, podem custar cerca de US$ 1,5 bilhão ao setor segurador, de acordo com a agência de ratings Fitch.
Segundo ela, a região de Tianjin, um dos principais centros logísticos da China, apresenta uma alta taxa de penetração de seguros, e as perdas sofridas na semana passada podem estar entre as mais elevadas já sofridas pela indústria seguradora chinesa.
Uma série de explosões ocorreu no principal porto do norte da China no dia 12 de agosto, matando ao menos 114 pessoas e ferindo mais de 700.
Os prejuízos foram sofridos tanto por empresas locais como por multinacionais. Estima-se que 40% dos automóveis importados pela China, por exemplo, passem pelo porto.
Acredita-se que entre 8.000 e 10.000 veículos que estavam armazenados na região foram destruídos pelas explosões.
Segundo o site just-auto.com, A Volkswagen anunciou que perdeu 2.750 automóveis, enquanto que o número chega a pelo menos 1.500 na Renault. A Hyundai estimou que um estoque avaliado em US$ 136 milhões foi destruído, mas que o valor está totalmente assegurado, segundo o site. A chinesa Sinomach também sofreu importantes perdas, de acordo com relatos publicados na mídia internacional.
O jornal francês Les Échos, por sua vez, reportou que a Toyota e a John Deere, que fabrica máquinas agrícolas, anunciaram o fechamento provisório de fábricas que possuem na região de Tianjin.
Mais sinistros
A Fitch anunciou em um comunicado que as perdas cobertas pelo mercado de seguro podem atingir entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão. A agência espera que o volume de sinistros reportados às seguradoras aumente consideravelmente nas próximas semanas.
A magnitude do evento poderia causar sérios danos à saúde financeira de seguradoras regionais, mais ainda é cedo para determinar se ele irá ameaçar a solvência da indústria como um todo no país, de acordo com a Fitch.
Grupos internacionais como a Allianz e a Zurich já anunciaram haver recebido entradas de sinistros, ainda que não em volumes capazes de lhes causar desconforto financeiro.
O setor ressegurador também deve ser afetado pelo evento. A Fitch estima que entre 10% e 15% dos prêmios de seguros de não-vida pertencente aos principais seguradores da região estão cedidos ao mercado de resseguros, incluindo empresas locais e internacionais.
A maior parte dos sinistros devem se originar em linhas de seguro de automóveis, cargas, responsabilidade civil e danos a bens físicos. Indenizações nas áreas de seguro médico e de vida também devem ser substanciais, disse a Fitch.
Transportes
Especialistas apontam que coberturas de seguro de transporte deverão ser acionadas para cobrir os danos sofridos por contêineres, armazéns e demais infraestrutura albergada pelo porto, incluindo trens, guindastes e gruas.
As explosões também estão causando o redirecionamento de cargas que deveriam ser desembarcadas em Tianjin para outros portos da região, causando distúrbios nas cadeias de suprimento de empresas.
Além disso, preocupação tem sido expressada por várias fontes com respeito ao potencial de poluição ambiental causada pelas explosões. Centenas de famílias que habitam áreas vizinhas foram afetadas pelo evento, perdendo sua moradia.
De acordo com o jornal The Wall Street Journal, a empresa que está no centro do episódio driblou normas de segurança.
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