Regras precisam se modernizar para melhorar coberturas, diz Swiss Re CS
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- Rodrigo Amaral
- 10 de julho de 2015
- Sem categoria
Presidente da unidade de seguros corporativos no Brasil cobra maior agilidade na aprovação de clausulados e menos restrições ao resseguro
O Brasil teve importantes avanços na regulamentação do mercado de seguros, mas novas mudanças são necessárias para fomentar inovações no setor de seguros para empresas, de acordo com a Swiss Re Corporate Solutions, um dos maiores atores globais do setor.
João Nogueira Batista, o presidente da Swiss Re CS no país, disse à Risco Seguro Brasil que o processo de aprovação de novas coberturas e as regras do setor de resseguros precisam ser mais modernos para agilizar a introdução no Brasil de coberturas existentes no exterior.
“É necessário um avanço na regulamentação do setor para que possamos trazer, de forma mais ágil, as inovações de fora para o mercado local”, disse Batista. “Precisamos pensar em sistema mais moderno que harmonize os clausulados utilizados no Brasil com os utilizados mundo afora; ter maior agilidade nas aprovações pelo órgão regulador, talvez partindo para um mecanismo ‘file&use’, por exemplo; e voltar a ter a possibilidade de trabalhar com produto singular, dentre outras alternativas.”
O sistema de “file&use”, comum nos Estados Unidos, permite a seguradores começar a oferecer novas condições de cobertura de seguros antes mesmo de receber a aprovação do órgão supervisor, que posteriormente pode vetar os novos contratos caso os considere irregulares.
Já o processo de aprovação de seguros singulares vigente no Brasil até 2012 facilitava a implementação de coberturas especiais para organizações que enfrentam riscos específicos a sua atividade econômica e, portanto não encontram ofertas padronizadas no mercado. Desde que a Susep eliminou o seguro singular, gerentes de riscos de grandes empresas brasileiras se queixam da maior dificuldade em obter coberturas para riscos complexos em prazos aceitáveis.
Resseguro
Nogueira também disse que a regulamentação do mercado de resseguro tornam mais difíceis a provisão de coberturas para grandes riscos.
“Algumas regras para o resseguro acabam também limitando o acesso à capacidade total do mercado internacional para apoiar os grandes projetos”, disse o diretor da empresa suíça. “A limitação imposta ao resseguro intragrupo é ainda um tanto arcaica. A exigência de retenção mínima de 50% dos riscos de P&C também não faz mais sentido. Já tivemos importantes avanços até aqui, mas ainda temos um bom caminho a percorrer.”
Apesar dos obstáculos ao desenvolvimento do setor, a Swiss Re CS acredita que o mercado de grandes riscos tem potencial de crescimento no país. A empresa é a unidade especializada em soluções de seguros corporativos da Swiss Re, uma das maiores resseguradoras do mundo, que também está presente no Brasil com status de resseguradora local.
“No médio e longo prazo as perspectivas são de crescimento à medida que as empresas aumentarem a sofisticação na gestão de riscos e, consequentemente, a demanda por seguros”, disse Nogueira. “Além disso, existe ainda uma defasagem nos investimentos de infraestrutura no país.”
Expertise
A exemplo de outras seguradoras globais, a Swiss Re CS aposta no potencial do mercado de grandes riscos no Brasil, diferentemente de várias rivais nacionais, que estão se concentrando em áreas de seguros de massa. Para Nogueira, a saída de empresas como Itaú Unibanco e Sul América do setor não significa que os seguros corporativos estão em baixa no país.
“O que houve recentemente no mercado brasileiro foi o desinvestimento de carteiras de grandes riscos por conglomerados financeiros”, afirmou ele. “Manter uma carteira de seguros de grandes riscos não é necessariamente a melhor utilização de capital para o banco.”
“Já no caso de empresas como a Swiss Re, cujo balanço está dedicado exclusivamente ao negócio de seguros e resseguros, a visão é diferente. Há ainda ganhos com escala no desenvolvimento e alocação de produtos, com uma maior sinergia com a operação em outros países etc.”
Por isso a Swiss Re não descarta fazer novas aquisições no país, caso a oportunidade correta se apresente.
“Nós já fizemos a aquisição da antiga UBF em 2011, seguradora especializada em garantias e seguros rurais, e desde então nossa prioridade tendo sido trabalhar com uma estratégia de crescimento orgânico, fortalecendo a carteira já existente, abrindo novas linhas de negócios e trazendo produtos inovadores para o país”, disse o executivo.
“Mas nada impede que no meio do caminho façamos outra aquisição, desde que faça sentido para a nossa operação do ponto de vista de complementariedade de produto, canal de distribuição etc.”
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