Preço do resseguro global deve seguir em queda, diz S&P
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- Rodrigo Amaral
- 28 de março de 2016
- Sem categoria
Para agência de classificação de risco, bons resultados de 2015 se devem a fatores excepcionais como o nível de sinistralidade mais baixo desde 2009
As tarifas de resseguro devem continuar caindo no mercado global, o que coloca em risco a lucratividade das empresas do setor, de acordo com a agência de classificação de risco Standard & Poor’s.
Em relatório sobre o mercado global de resseguros, a agência afirma que os bons resultados de 2015 divulgados pelas principais resseguradoras globais se devem a fatores pontuais como uma sinistralidade excepcionalmente baixa e a liberação de reservas de capital.
A sinistralidade da indústria em 2015 foi a mais baixa desde 2009. O índice combinado do setor caiu para 87,5% em 2015, comparado com 87,8% em 2014 e 111,6% em 2011.
Mas os analistas consideram que as condições de negócios para o setor não são promissoras, e que as empresas terão dificuldades em continuar no azul no futuro, especialmente no caso de um aumento dramático da sinistralidade.
Para a S&P, as resseguradoras mais expostas a uma eventual deterioração do mercado são as que têm grande exposição a perdas catastróficas e aquelas cujo negócio está concentrado demais em alguns nichos do mercado.
Preços em baixa
Em 2016, a tendência é que os preços de resseguro caiam 5% no mercado global, de acordo com a Standard & Poor’s, com uma ampla variação de acordo com a região e o setor onde o risco está localizado.
Levantamento feito pela agência com resseguradoras e corretoras chegou à conclusão de que, nas renovações de janeiro, os preços de resseguro catastrófico de bens caíram entre 5% a 9% globalmente. Nos Estados Unidos as quedas chegaram a 8%, na Europa, a 15%, e a na Ásia, a 20%.
Entre as linhas não catastróficas, as reduções ficaram em torno a 4%, enquanto que as linhas de responsabilidades registraram preços até 2% mais baixo nos Estados Unidos, e entre 5% e 15% menores na Europa.
As linhas de resseguro para aviação e transporte marítimo caíram entre 7% e 12%.
Pressão sobre o faturamento
A queda de preços deve tornar mais difícil para que as empresas apresentem resultados técnicos positivos, caso a sinistralidade volte à sua média histórica.
Além disso, o faturamento das resseguradoras sofre com uma tendência das seguradoras de tirar proveito das baixas taxas de juros nas economias desenvolvidas para aumentar seus níveis de retenção de riscos.
Tampouco ajuda o fato de que os mercados financeiros estejam proporcionando fracos retornos para os investimentos financeiros das resseguradoras, uma tendência que deve continuar por algum tempo, na opinião da S&P.
O mercado favorável aos compradores faz com que as resseguradoras estejam também enfrentando pressão dos cedentes para providenciar termos e condições mais camaradas, de acordo com a S&P.
As resseguradoras afirmam que têm podido resistir a fazer demasiadas concessões neste sentido, mas a agência prevê que as pressões vão continuar e afirma que elas estão se expandindo pelo mundo. Se antes eram algo típico dos Estados Unidos e Europa, os pedidos de melhores termos e condições também estão se espalhando agora pela América Latina e Ásia.
Mas níveis de capital bastante altos fazem com que o risco de que as resseguradoras enfrentem problemas financeiros mais graves seja baixo neste ano.
Outra conclusão da agência é que a onda de fusões e aquisições no setor parece ter dado uma pausa pelo momento.
Para os analistas, novos negócios tendem a ter como protagonistas resseguradoras asiáticas que querem tirar proveito da expertise de empresas com presença global que eventualmente venham a adquirir.
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