Para consultoria, instabilidade segue mesmo sem Dilma
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- Rodrigo Amaral
- 19 de abril de 2016
- Sem categoria
Control Risks alerta empresas de que paralisia seguirá sob eventual governo Temer, que terá dificuldades para aprovar reformas em "Congresso hostil"
A aprovação pela Câmara do início do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff deve resultar na mudança do governo brasileiro, de acordo com uma consultoria de risco internacional.
Em uma nota enviada a seus clientes, a Control Risks, sediada em Londres, adverte porém que é pouco provável que a substituição de Dilma pelo vice-presidente Michel Temer resulte na aprovação de reformas econômicas capazes de tirar o Brasil da crise.
“As empresas podem esperar uma virtual paralisia do governo nas próximas semanas”, afirma a consultoria. “Elevados níveis de instabilidade política devem continuar para além dos procedimentos de impeachment, independentemente de seu resultado.”
A Control Risks afirma que parece provável que Temer escolha, para seu eventual governo, uma equipe econômica que tenha credibilidade no mercado para adotar um plano de austeridade fiscal.
Mas alerta que a implementação de tal política provavelmente será dificultada por um “Congresso hostil”, nas palavras da consultoria.
Governabilidade
A Control Risks espera que o Senado vote a aceitação do início do processo de impeachment pela metade de maio, quando Dilma seria afastada do cargo enquanto ocorre o julgamento.
Caso o processo seja bem-sucedido, o impedimento definitivo da presidente ocorreria por volta de setembro.
Mesmo uma mudança de governo, no entanto, não impediria o país de seguir em uma difícil situação política e econômica, alerta a empresa.
“Para além do fato de Rousseff ser ou não afastada e ter de deixar o cargo, a governabilidade vai seguir sendo um desafio importante,” afirma a nota.
“O governo, ou seu sucesso caso haja uma mudança de presidente, será ineficiente em face a sua falta de legitimidade perante o Congresso e a sociedade.”
A Control Risks conclui: “Instabilidade política deve permanecer especialmente elevada no curto prazo e, consequentemente, medidas cruciais para que o Brasil saia da crise econômica serão uma prioridade menor”.
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