Mapfre reporta lucro menor no Brasil, mas seguros industriais se destacam
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- Rodrigo Amaral, em Madrid
- 27 de julho de 2016
- Sem categoria
Lucros na unidade brasileira caem no 1º semestre influenciados pelo desempenho de produtos massificados; 2º trimestre dá sinais de melhora
A crise econômica afetou o desempenho do negócio brasileiro da Mapfre, mas os seguros corporativos tiveram um desempenho positivo no primeiro semestre deste ano.
Resultados semestrais divulgados nesta quarta-feira (27/7) pela empresa espanhola mostram que os lucros obtidos nos seis primeiros meses do ano no Brasil caíram 20,5%, baixando a € 68 milhões.
O faturamento da empresa antes de impostos caiu 10,4% se calculado em euros, mas aumentou 7,6% em reais. Já o volume de prêmios aumentou 3,2% em moeda local, mas caiu 13% se medido em euros.
A Mapfre afirmou que a desvalorização do real nos últimos anos têm sido um fator negativo em seus resultados, já que o país representa a sua terceira maior área de negócios, atrás apenas da unidade de seguros da Península Ibérica e da resseguradora Mapfre Re.
O setor de seguros massivos é o que mais sofre com a crise no país.
“No Brasil, os resultados têm sido afetados pela redução da atividade de crédito nos canais bancários, além da desvalorização do real”, disse Natalia Nuñez, a diretora de RI do grupo Mapfre, em uma teleconferência para investidores nesta quarta-feira. A empresa opera no Brasil uma parceria com o Banco do Brasil.
Recuperação
A queda dos seguros massivos fez com que os prêmios não-vida tenham caído 7,1% devido à performance dos seguros para automóveis, que fecharam o período com uma queda anualizada de 12%. Mas os riscos industriais e os seguros rurais tiveram um desempenho positivo, segundo a empresa.
A empresa afirmou ainda que a unidade de grandes riscos corporativos, a Mapfre Global Risks, também contribuiu positivamente à performance no Brasil através da emissão de apólices de seguros com várias grandes empresas brasileiras.
A seguradora também disse que o efeito negativo da filial brasileira está começando a perder força, especialmente nas áreas de seguros corporativos.
“Temos visto melhorias graças à valorização de 22% do real [em 2016, comparado com o euro], assim como maior emissão de prêmios em seguros industriais”, disse Nuñez.
No segundo trimestre, os prêmios não-vida aumentaram 30,5%, em euros, comparado com os três meses anteriores, com os números ajudados pela valorização do real no período.
No primeiro semestre como um todo, ainda que a Mapfre tenha registrado uma queda anualizada de 7,1% em euros, houve um aumento de 10% se calculado em reais.
Nuñez também ressaltou que, ainda que o volume de prêmios de seguros de vida distribuídos por meio do Banco do Brasil tenha caído, houve um aumento de 21% nos prêmios quando o produto é distribuído pela Mapfre com sua própria rede de corretores.
No segundo trimestre, o volume de prêmios de seguros de vida aumentou 39,7%, em euros, comparado com o primeiro.
Resultados globais
Globalmente, a Mapfre reportou um aumento anualizado de 20,6% nos lucros e uma queda de 0,8% no volume de prêmios.
A performance do grupo foi afetada não só pela crise brasileira. De fato, a operação da Mapfre na Venezuela foi tão negativa que a empresa divulgou uma estimativa de resultado excluindo a operação no país.
Sem a Venezuela, os lucros teriam aumentado 26,8%, e os prêmios, 3,1%.
A Mapfre lucrou EUR 380,4 milhões no primeiro semestre, e os prêmios da empresa caíram levemente para EUR 12,1 bilhões.
A performance do grupo no período foi auxiliada pela recuperação da economia espanhola, já que a unidade ibérica da empresa responde por mais da metade dos lucros. O grupo fechou o semestre com um retorno de capital de 8,8%.
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