Crescimento de mercado não-vida no Brasil é 4º pior do mundo
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- Rodrigo Amaral
- 5 de julho de 2017
- Sem categoria
Apenas Equador, Argentina e Nigéria têm variação de prêmios inferior aos -4,9% do mercado brasileiro, mostra estudo da Swiss Re
O mercado brasileiro de seguros não-vida teve um dos piores desempenhos do mundo em 2016. Isso de acordo com análise comparativa realizada pela Swiss Re.
Dessa forma, a comparação com o desempenho de outros países ajuda a colocar no contexto adequado as visões eternamente otimistas expressadas pelas associações setoriais do Brasil.
De acordo com o levantamento da Swiss Re, o volume de prêmios não-vida no mercado brasileiro caiu 4,9% no ano passado. Uma vez descontado o efeito da inflação. Em 2015, a retração fora de 2,6%.
O mercado local fechou o ano com R$ 110 milhões em prêmios não-vida. Após registrar um crescimento nominal de míseros 3,5%.
Contudo, a variação no volume só não foi pior na América Latina do que no Equador. País cuja economia foi fortemente afetada por um devastador terremoto em 2016. Assim como na Argentina, onde o setor de seguros e resseguros, a exemplo da economia como todo, passou por uma série de reformas para desfazer distorções causadas pelos governos Kirchner.
Igualmente no Equador, a variação do mercado, em termos reais, foi de -33,4%. Na Argentina, de -15%. No resto do mundo, apenas a Nigéria, onde os prêmios não-vida caíram 12,2% no ano passado em termos reais, conseguiu ter um desempenho pior que o brasileiro.
Longo caminho pela frente
Ao todo, incluindo os seguros de vida e saúde, o mercado brasileiro cresceu 1,1% em termos reais no ano passado.
Apenas Equador (-28.7%), Argentina (-16,8%), Peru (-7,5%) e Panamá (-0,2%) apresentaram resultados mais fracos na América Latina.
A análise feita pela Swiss Re também mostra que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer. Isso antes de poder ser considerado um mercado de seguros desenvolvido.
A penetração dos prêmios de seguros no país chega a 4,04% do PIB. O que vale ao Brasil a 41ª colocação no mundo. Considerando todos os países avaliados, a penetração média é de 6,28%.
Considerando apenas os prêmios não-vida, a penetração chega a 1,76% do PIB, comparado com uma média global de 2,81%.
A Swiss Re também observa que o mercado está sofrendo com a difícil situação econômica e a incerteza política que prevalecem no país, e, do lado positivo, prevê melhores desempenhos para o setor no Brasil no longo prazo.
Mercados emergentes
Apesar do pífio desempenho do mercado brasileiro, a Swiss Re afirma em seu relatório que os mercados emergentes continuam sendo o principal motor de crescimento do setor segurador em todo o mundo.
O volume de prêmios não-vida aumentou 3,7% no ano passado, comparado com 4,2% em 2015.
Países como a China, onde os prêmios não-vida cresceram 20%, Turquia (20,5%), Polônia (14.8%) e Índia (12,9%) puxaram a performance global.
Em conjunto, os países emergentes registraram um crescimento de 9,6% nos seguros não-vida, contra 2,3% nas economias avançadas.
Mas, enquanto o ritmo de crescimento de prêmios nas economias avançadas foi algo superior ao da média dos últimos dez anos, nos países emergentes houve algo de desaceleração em 2016, na comparação com a década anterior, observou a Swiss Re.
Em termos globais, os seguros não-vida superaram o desempenho das linhas de vida, que expandiram 2,5% no ano passado.
Contando todos os tipos de seguro, a expansão do volume de prêmios globais chegou a 3,1%.
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