Tecnologia prepara segurador versão 'Exterminador do Futuro'
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- Rodrigo Amaral
- 28 de setembro de 2017
- Sem categoria
Empresas do setor adotam novas tecnologias como inteligência artificial e machine learning para aumentar eficiência de seus processos
A tecnologia está em alta. E sua empresa está preparada para a chegada para o subscritor de riscos versão Exterminador do Futuro?
Segundo especialistas em tecnologia, o profissional de subscrição “bombado” pode ser o resultado da implementação de novas tecnologias. Por exemplo, como a inteligência artificial e machine learning no dia-a-dia das seguradoras.
A previsão da chegada da tecnologia. Um subscritor de riscos com poderes comparáveis aos do androide celebrizado por Arnold Schwarzenegger nos anos 1980, foi feita por Paul Taffinder. Ele é o diretor de Estratégia e Inovação da MS Amlin. A previsão foi divulgada em um seminário em Londres, em junho.
Taffinder se referia à possibilidade, cada vez mais concreta, de que a tecnologia vai permitir aos profissionais de subscrição deixar de lado o rame-rame da burocracia. O que atola as seguradoras atualmente para dedicar mais tempo ao trabalho de avaliar riscos. Assim como precificá-los e negociar as melhores coberturas com seus clientes.
Contudo, para que isso aconteça, as seguradoras estão implementando tecnologias capazes de transformar operações típicas do back office. Como o preenchimento de formulários regulatórios, em processos automáticos.
Tecnologia X investimentos
Além disso, logaritmos podem fazer com que a pesquisa de informações sobre um risco complexo, que é parte importante do processo de subscrição, dure alguns minutos. Ao invés de dias, como acontece hoje.
Contudo, esse processo está acontecendo na medida em que as seguradoras e resseguradoras internacionais. E tanto as grandes como as de menor porte. Investem em estruturas para desenvolver, avaliar ou fomentar pesquisas em novas tecnologias. Assim como depois gerir sua implementação.
“Hoje podemos conversar com vários CTOs, CDOs ou CCOs, que são posições que, até pouco tempo, não existiam nas seguradoras”, disse Keith Stonell. Ele é diretor executivo para a Europa, Oriente Médio e África da Guidewire, uma empresa tecnológica americana voltada ao mercado de seguros.
Os cargos mencionados são os de Chief Technology Officer (Executivo-chefe de Tecnologia), Chief Data Officer (Executivo-chefe para Dados e Informações) e Chief Customer Officer (Executivo-chefe para os Clientes).
“As seguradoras hoje estão mais abertas a aprender sobre novas tecnologias e a investir nelas”, continuou Stonell. “Isso não quer dizer necessariamente que as decisões serão mais rápidas, mas há mais diálogo hoje do que três ou quatro anos atrás.”
Inteligência artificial e drones
As mudanças adotadas pelo mercado e que chegam às manchetes dos jornais tendem a ser vistosas. Como a adoção de drones para avaliar os danos causados por catástrofes naturais.
Da fato, nos Estados Unidos e Canadá, hoje até há uma empresa, a Fluttrbox, que criou um serviço que funciona de forma similar ao Uber para colocar drones à disposição das seguradoras com um clicar de botões.
Porém, as que realmente podem mudar a maneira de ser do mercado de seguros têm um caráter mais discreto. Como, de passagem, costuma acontecer em um setor célebre por seu conservadorismo.
Tratam-se de tecnologias como o uso de inteligência artificial. E machine learning para acelerar tanto o processo de subscrição como a avaliação do sinistro quando a apólice é acionada.
Isso implica utilizar logaritmos para comparar a história de sinistros de uma empresa, de um setor ou de um tipo de evento em particular no banco de dados de uma seguradora ou consórcio de subscritores.
Com máquinas superpoderosas. Igualmente capazes de aprender com a experiência de comparar milhões de dados a cada vez, o processo, que hoje pode durar vários dias, poderá ser resolvido no futuro em um par de minutos.
D&O
A análise rápida de dados fornecidos pelos clientes é especialmente útil na venda de seguros massivos. Assim onde já está algo avançada nos mercados mais desenvolvidos.
Mas Anand S. Rao, um expert em novas tecnologias da PwC nos Estados Unidos, afirma que este processo, conhecido como “augmentation”, também pode ter efeitos dramáticos no dia-a-dia dos subscritores de riscos comerciais.
“Nós vamos ver os subscritores reunindo informações para dar suporte a suas decisões com a ajuda de profissionais de inteligência artificial”, afirmou Rao. “Ao invés de precisar três dias para pesquisar todos os dados. E mais um dia para tomar a decisão baseadas neles. A informação estará disponível em uns poucos segundos.”
Como exemplo, ele cita a subscrição de riscos complexos e alto valor em segmentos como D&O e E&O. Em que o subscritor necessita realizar pesquisas aprofundadas a respeito dos riscos propostos.
Histórico de riscos
Nesses casos, é necessário coletar informações sobre a empresa que está adquirindo a apólice e seu histórico de riscos. Bem como a incidência do risco em todo o setor que ela opera Assim como casos antigos de processos judiciais envolvendo a empresa e o setor. Além de consultar documentos de tribunais, artigos de jornais e outras fontes de informações.
Um trabalho e tanto para um subscritor e sua equipe. Porém, não tanto para computadores capazes de coletar e ruminar milhões de dados por segundo.
Com menos tarefas deste tipo em seu dia-a-dia, o subscritor terá mais tempo para buscar novos clientes. Dessa forma, garantir que os atuais estão contentes.
Processos semelhantes podem ajudar as empresas a tomar decisões rápidas sobre o pagamento de sinistros. A liberação do dinheiro pode ser automatizados através dos chamados “contratos inteligentes”. Eles decidem se o pagamento é devido ou não sem a interferência de um humano. Também utilizam a tecnologia blockchain para fazer o dinheiro chegar rapidamente à conta bancária do cliente.
Regulamentação
“Definitivamente, há sinais de que as seguradoras estão acordando para os benefícios que as novas tecnologias podem trazer. Não só para forma em que a indústria opera. Mas também para os segurados,” afirmou Justin Emrich, que é CIO, Executivo-chefe de tecnologias da informação, na Atrium Underwriters.
Da mesma forma, entre os benefícios está também uma maior facilidade para cumprir as crescentes demandas regulatórias das autoridades do setor.
Empresas como a TigerRisk Partners, uma corretora de resseguros que também oferece serviços tecnológicos para as resseguradoras, desenvolveram logaritmos que permitem aos resseguradoras aferir de forma imediata o impacto que um risco proposto pode ter sobre o seu portfólio geral de exposições e, consequentemente, suas necessidades de capital de solvência – um trabalho que, em geral, demanda muitas horas de análises e cálculos.
“Os reguladores estão procurando entender o perfil de risco das companhias”, disse Vladimir Kostadinov, um especialista da TigerRisk.
“Eles querem mais informações e estão utilizando novas métricas, e isso está forçando as seguradoras e resseguradoras a buscar soluções para entender melhor e com mais detalhes os seus próprios portfólios de riscos.”
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