A arte de compreender e estudar os riscos no ambiente de negócios
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- por Alfredo Chaia*
- 18 de janeiro de 2016
- Sem categoria
Estratégia de resiliência é principal arma para mitigar impactos das variadas ameaças a uma empresa, avalia diretor da AIG no 2º artigo da série para RSB
Nenhuma organização opera no vácuo. Além dos riscos operacionais, as instalações estão sujeitas a diversos riscos que se originam de seus arredores. Partindo disso, temos à frente riscos em diferentes categorias e fontes, que são classificados didaticamente.
Os riscos da natureza, caprichosos como tal, podem expor as organizações a desastres como terremotos, tempestades, raios, incêndios e tornados. Essa exposição depende tipicamente da região geográfica onde as unidades estão alocadas. A concentração geográfica também é um problema que deve ser considerado. Um exemplo esclarecedor é o “Silicon Sea Belt”, onde 50% da produção de semicondutores do mundo se encontra, localizada nos limites de Japão, Cingapura, China, Taiwan e Coréia do Sul. Esse pedaço do mundo está altamente exposto a catástrofes naturais, como acompanhamos regularmente nos noticiários.
Já os riscos políticos incluem qualquer mudança inesperada e inconveniente nas leis e regulamentos em questão. Tipicamente registrado por violações de contratos de empresas sem recorrer à ação legal, ou reforço inesperado em leis ambientais e trabalhistas, ou até pela desvalorização não prevista da moeda. Em alguns casos, até guerras e conflitos são fatores preponderantes.
Existem também os chamados riscos competitivos e estratégicos, os quais se referem ao potencial impacto negativo das ações de concorrentes ou mudanças ambientais e tecnológicas, que reduzem a eficácia estrategista da companhia.
Em suma, cuidados básicos podem contribuir para o entendimento das exposições e de suas dimensões, contribuindo para chegar ao conjunto de medidas que reduzem o potencial impacto da interrupção da produção. Identificar fontes de matérias-primas e componentes, conhecer o fluxo de trabalho paralelo às plantas irmãs ou locais, desenvolver um fluxograma de produção de rastreamento da matéria-prima até o produto final, identificar fontes alternativas e diagnosticar equipamento críticos ou singulares que não podem ser facilmente replicados por outras plantas são alguns mandamentos a serem seguidos.
Mesmo diante de todo esse cenário de apuração, ainda pode ser necessário fazer o mesmo processo para vários produtos ou linhas, a fim de identificar um potencial risco independente.
A criação de uma estratégia de resiliência para enfrentar as rupturas no processo, que nada mais é que um plano de respostas à emergência, é o principal conjunto de medidas para mitigar os impactos. É arte analítica, que atua de maneira decisiva para a recuperação da empresa.
*Alfredo Chaia é diretor da AIG Consultoria Brasil. O terceiro e último artigo da série será publicado na próxima segunda-feira, 25/1/16.
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