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Ransomware chega a 1 de cada 4 sinistros cibernéticos, diz AIG

Clique na imagem para acessar o estudo.
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Análise da empresa sobre os sinistros de seguros cibernéticos registrados na Europa mostram que o ransomware foi a técnica utilizada em 26% das notificações feitas por clientes europeus da seguradora no ano passado.

Entre 2013 e 2016, a proporção foi de 16%.

Outra conclusão da AIG é que, em 2017, detentores de apólices de seguros cibernético reportaram o mesmo número de sinistros que nos quatro anos anteriores somados.

Isso mostra que risco está se intensificando. Por exemplo, como foi ilustrado por grandes eventos internacionais observados no ano passado.Como os ataques WannaCry e NotPetya.

Os setores mais visados, segundo a AIG, são os serviços profissionais. Assim como o setor financeiro e o comércio varejista. Mas a empresa alerta que os ataques estão se espalhando por outros setores da economia. E nenhum deve acreditar estar imune a eles.

“A combinação de ferramentas que foram vazadas da NSA (NR: agência de espionagem americana) e atividades patrocinadas por estados desencadearam um evento sistêmico,” disse Mark Camillo, diretor de seguros cibernéticos na Europa e Oriente Médio da AIG, referindo-se a WannaCry.

Interrupção de negócios

Um dos principais impactos dos ataques de ransomware são as perdas de lucro cessante. Isso já que os negócios das empresas atingidas muitas vezes são interrompidos como resultado.

Por exemplo, a empresa de transportes marítimos AP Moller-Maersk estimou ter sofrido perdas entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões como resultado do NotPetya.

Já a francesa Saint Gobain estimou que o mesmo ataque fez com que deixasse de faturar € 220 milhões. Como resultado,  seu lucro operacional caiu  €65 milhões.

A AIG afirma que os ataques de ransomware se tornaram uma commodity. Um negócio em que os criadores dos programas contaminados firmam acordos de divisão de lucros com outros hackers que se dispõem a utilizar seus produtos.

Por outro lado, a sofisticação vista em outros anos, em que até linhas de suporte telefônicos eram fornecidas pelos hackers para empresas que queriam pagar os resgates para liberar seus sistemas, já virou coisa do passado.

Outra tendência é a utilização de programas contaminados para usar computadores alheios. Isso para fins de mineração de criptomoedas.

Por setores

Depois do ransomware, o tipo de ataque mais comum registrado pela AIG foi o vazamento de dados por parte hackers. O que representa 12% dos sinistros.

Por outro lado, a AIG espera um aumento significativo na quantidade de sinistros ligados ao vazamento de dados como resultado da entrada em vigor do nova diretriz europeia sobre o tema, o GDPR, no final de maio.

Os setores mais visados por hackers em 2017 foram os serviços profissionais e serviços financeiros, com 18% dos sinistros cada.

Em seguida vem o comércio varejista e atacadista, com 12%, e os serviços para empresas, com 10%, mesmo patamar das indústrias manufatureiras.




Seguro de países emergentes deve chegar a 40% do total mundial

No que diz respeito ao mercado de seguro, as economias emergentes devem responder por 40% do volume global de prêmios no final da próxima década. Em contrapartida, dez anos atrás, a proporção não chegava a 10%.

A previsão é da seguradora alemã Allianz. A empresa publicou um estudo sobre o mercado segurador global. No estudo também vaticina que a América Latina será segunda região com mais forte crescimento. Dessa forma, perdendo apenas para a China.

A Allianz estima que o setor de seguros latino-americano crescerá uma média anual de 9,9% entre 2018 e 2020. Já na China a expansão será de 12,9% anuais.  Todavia na Ásia, excluindo os mercados chinês e japonês, de 8,8%.

Dessa maneira, a China deve passar os Estados Unidos, tornando-se o maior mercado de seguros no mundo por volta de 2028.

Ano passado

A Allianz calcula que o mercado global de seguros, incluindo os segmentos de vida e não-vida, mas excluindo os seguros de saúde, totalizou 3,66 bilhões de euros (R$ 15,4 bilhões) em prêmios no final do ano passado.

Cerca de 130 bilhões de euros (R$ 547,5 bilhões) em prêmios foram adicionados ao setor, com os países emergentes contribuindo com 80% desse número. A China, sozinha, foi responsável por dois terços do crescimento observado nas economias emergentes.

O volume de prêmios na América Latina cresceu 6,6%, um ritmo superior à media global, de 3,7%, mas menor do que na China (19,6%), Leste Europeu (9,5%), e Ásia sem China e Japão (7%).

Os mercados desenvolvidos, por sua vez, funcionaram como um lastro para o crescimento do mercado segurador. Os prêmios caíram 8,7% no Japão e cresceram minguados 0,5% na Europa Ocidental. Na América do Norte, a variação foi de 3,9%.

Como um todo, foi o mercado de seguros não-vida que puxou o ritmo de crescimento, ao fechar 2017 com uma expansão de 5%, quase o dobro da registrada entre os seguros de vida (2,8%).

O grosso da expansão das linhas de seguro não-vida ocorreu nas economias emergentes, onde os prêmios cresceram 11,6%. Nas economias mais ricas, foi de apenas 3,5%.

Tendências

A Allianz destaca em seu relatório que o desenvolvimento do mercado de seguros em 2017 foi superior ao do ano anterior, quando os prêmios aumentaram 2,9%.

Mas o setor ficou para trás da economia como um todo, que se expandiu 5,9%. Com isso, a penetração dos seguros acabou caindo.

A relação dos prêmios de seguros com o PIB global fechou o ano em 5,5%, o menor número em 30 anos, de acordo com a seguradora alemã.

A Allianz atribui boa parte da culpa por esta regressão à Europa Ocidental, onde a penetração de seguros de vida passou de 5,6% em 2007, quando começou a crise financeira global, para 4,4% no ano passado.

Aliás, foram os seguros de vida que apresentaram os piores desempenhos nos países desenvolvidos em 2017. Na Austrália, o volume de prêmios caiu 18,2%, e no Japão, 11,3%. No conjunto de economias industrializadas, os prêmios do segmento aumentaram pífios 0,5%.

Já nas economias emergentes houve um crescimento de 17,2% nos prêmos de seguros de vida, graças sobretudo ao mercado chinês.

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Após crescer 4,2%, mercado torce por recuperação

Como está o mercado de seguros?

Após vários anos desalentadores, as empresas estão torcendo para que o crescimento da economia se consolide. E que os negócios voltem a frutificar com vigor.

O mercado de seguros não é diferente. Relatório da corretora JLT mostra que 2017 foi mais um ano duro para o setor. Com expansão de prêmios para lá de moderada e várias linhas de negócios apresentando resultados bastante fracos.

Porém, outras, se valem de idiossincrasias da economia brasileira para se desenvolver. É o caso do seguro garantia, uma das estrelas do setor de seguros não-vida em 2017.

Análise da JLT, com base nos números da Susep, mostrou que o mercado de seguros como um todo, incluindo linhas individuais e comerciais, cresceu parcos 4,2% em 2017. Assim, atingindo R$ 100,72 bilhões em volumes de prêmios.

Ainda que modesta, a performance foi superior à de 2016, quando a expansão foi de 1,2%. Por outro lado,  a persistente lentidão da economia ajudou o setor a ver uma redução a sinistralidade. O número baixou para R$ 44,23 bilhões, comparada com R$ 45,11 bilhões em 2016 e R$ 45,8 bilhões em 2015.

Ainda assim, o lucro líquido do setor baixou 5,6% em 2017, batendo em R$ 16,8 bilhões. Segundo a JLT, isso se deve ao impacto do aumento das despesas com atividades comerciais e os menores resultados financeiros, que sofreram devido à dramática queda das taxas de juros.

Por linhas

Contudo, o panorama do setor varia de acordo com as linhas analisadas pela corretora.

Muito ligados à atividade econômica, os seguros de engenharia estiveram os que mais sofreram em 2017. Eles epresentam queda de 41,1% nos resultados. As empresas atuantes no segmento tiveram um lucro acumulado de R$ 186,8 milhões no ano.

Tanto o volume de prêmios, que variou -36,3%, quanto os níveis de sinistralidade, com -54,6%, despencaram no decorrer do ano. No caso da sinistralidade, a queda também está ligada ao aumento que havia ocorrido em 2016 devido à tragédia de Mariana.

Os seguros de óleo e gás também passaram por momentos difíceis. Assim, os prêmios caíram 24,9% em 2017 e agora são menos da metade do que eram em 2014.

Outro setor que sofreu com a crise foi o aeronáutico. Dessa forma, os seguros ligados à atividade apresentaram uma queda de 21,5% no volume de prêmios no ano passado. O resultado foi de R$ 316,2 milhões.

A sinistralidade, por sua vez, aumentou 2,8%, atingindo R$ 420,3 milhões. Ainda assim, o segmento fechou o ano com lucro de R$ 64 milhões, graças, segundo a JLT, à recuperação de sinistros de resseguro, que aumentaram mais de 60% no ano até chegar a R$ 389,6 milhões.

No grupo de responsabilidade civil, os prêmios de RC Ambiental cresceram 27,2%, impulsados pela catástrofe da Samarco. Mas outras linhas tiveram um desempenho bem inferior, e o volume de prêmios de RC como um todo se contraiu em 0,7%. O lucro nessas linhas também caiu, sendo 36,6% inferior ao de 2016.

Garantia

Bom desempenho teve o seguro garantia, com expansão de 26,8% e totalizando R$ 3 bilhões em prêmios.

A sinistralidade, afetada pela Operação Lava Jato, pulou 34,6%, gerando perdas de R$ 680,46 milhões para o setor. Ainda assim, as linhas de garantia, beneficiadas pela generalização da cobertura judicial, postou lucro acumulado de R$ 1,1 bilhão, o que foi 13,4% maior que em 2016.

Outro setor que se beneficiou de ineficiências da sociedade brasileira foi o de seguro de transportes, em que os prêmios chegaram a R$ 2,75 bilhões após crescer 6,2%. Os transportes de carga se expandiram 17%, em grande medida devido ao aumento da criminalidade no setor, afirma a JLT.

Os lucros aumentaram em 80,2%, fechando o ano em R$ 268,1 milhões.

Já os transportes de valores são incluídos na família dos riscos diversos, que teve um aumento de 15,2% no volume de prêmios (R$ 2,5 bilhões), mas uma queda de 16,6% nos resultados (R$ 592,1 milhões).

Os seguros marítimos foram fortemente afetados por uma alta da sinistralidade e fecharam o ano com resultados 20,9% menores que em 2016.

Entre os seguros patrimoniais, houve um crescimento de 5,5% em 2017, chegando a R$ 9,6 bilhões em prêmios emitidos. O número inclui tanto coberturas residenciais quanto comerciais.

Um dos segmentos em que a JLT espera forte crescimento é o de D&O, que se expandiu 8% em 2017, mas ficou abaixo das expectativas do mercado, segundo a corretora. Além disso, devido a casos como a Lava Jato, a sinistralidade aumentou em 58% no ano.

Neste ano, com as mudanças aprovadas pela circular 553 da Susep, a JLT prevê crescimento entre 10% e 15% no segmento.

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Após ano catastrófico, mercado volta à calmaria

Mercado de seguros: depois da tempestade, a calmaria. O batido dito popular parece descrever com perfeição a situação do mercado de seguro e resseguro globais. Isso após um ano marcado por perdas catastróficas.

Relatório divulgado em abril pela Swiss Re confirmou que o ano 2017 foi o pior já registrado em termos de perdas asseguradas, para o setor.

Os furacões que atingiram os Estados Unidos e o Caribe no segundo semestre, somados a terremotos, incêndios florestais na Califórnia e enchentes na Europa e na Ásia, custaram ao setor US$ 144 bilhões em 2017.

As perdas econômicas foram ainda mais devastadoras. Assim chegando a US$ 337 bilhões. E revelando uma lacuna de coberturas de seguro de US$ 193 bilhões em um só ano. É o que observa a Swiss Re.

Mesmo assim, os investidores continuaram a trazer capital fresco para o setor. Dessa forma, levando a corretora Aon Benfield a prever uma nova série de renovações competitivas. Mesmo em linhas que sofreram perdas recentemente.

Em sua análise do mercado ressegurador no primeiro trimestre, a Aon Benfield observa que, enquanto as perdas catastróficas de 2017 foram muito elevadas, 2018 começou de forma bem mais amena.

A corretora calcula que as perdas observadas no primeiro trimestre somaram apenas US$ 7 bilhões. O que é inferior à média para o período registrada nos últimos anos.

Em 2017, ainda antes da série de catástrofes que marcaram o ano, o total de perdas seguradas foi de US$ 13 bilhões de janeiro a março.

Capital de sobra

O que parece, claro, é que os investidores hoje em dia têm mais medo de investir. Principalmente em ativos que pagam uma mixaria do que de sofrer perdas nos mercados de seguro.

A Aon Benfield estima que, apesar das catástrofes do ano passado, o volume de capital disponível no mercado de resseguros subiu pelo terceiro ano consecutivo.

Isso graças a um aumento de 2% na comparação com 2016. Assim, no final do ano passado havia US$ 605 bilhões de capacidade de resseguro disponível, o mais alto valor já registrado.

O aumento mais significativo ocorreu na capacidade dedicada a mecanismos de resseguro alternativo. Como os títulos catastróficos, sidecars e colaterais de resseguro, que passaram de US$ 81 bilhões para US$ 89 bilhões no espaço de um ano.

Já a capacidade de resseguro tradicional se expandiu em US$ 2 bilhões, para 516 bilhões.

Mercado de seguros X juros baixos

De acordo com a corretora, alguns fatores ajudam a explicar porque as perdas catastróficas de 2017 não espantaram os investidores do mercado de seguros.

Por exemplo, de US$ 136 bilhões em perdas asseguradas. Devido a catástrofes naturais no ano passado analisados pela Aon Benfield, cerca de US$ 20 bilhões foram, na realidade, absorvidas por agências do governo americano.

Além disso, há altos níveis de retenção praticados por seguradoras primárias. Por exemplo, um efeito do longo mercado brando. Isso reduziu as perdas sofridas pelas resseguradoras.

Da mesma forma,  também ajuda o fato de que as taxas de juros seguem no subsolo nos países desenvolvidos. Assim reduzindo as alternativas de que dispõem os investidores institucionais dos países desenvolvidos para fazer trabalhar os seus portfólios de investimento.

A corretora observou ainda que, apesar dos problemas, “o setor tradicional de resseguros como um todo continuou ganhando dinheiro em 2017”.

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Mercado segue brando e força mudanças no resseguro

Ainda não foi desta vez que os aumentos de preços se espalharam pelo resseguro internacional. Apesar da deterioração dos resultados do setor no último ano.

Sem poder aumentar os preços de forma mais consistente, as empresas do setor estão buscando, portanto, otimizar seus portfólios. Assim também abandonando de linhas que dão prejuízos e buscando expandir-se em nichos de maior potencial de crescimento.

Isso também se reflete entre as seguradoras primárias do setor não-vida, que estão voltando a atuar com maior vigor no resseguro.

Um dos resultados dessas tendências é a onda de fusões e aquisições vistas nos últimos meses. Como a compra da XL Catlin pela Axa e da Validus pela AIG.

Essas são algumas das conclusões de uma análise das renovações de primeiro de abril, publicada pela corretora Willis Re.

Para os compradores de seguros, a boa notícia contida no relatório é que qualquer esperança que o mercado tinha de poder realizar uma ampla gama de aumentos de tarifas. Por exemplo, como resultado das fortes perdas catastróficas de 2017, foi rechaçada até o momento.

Mais provável, segundo a empresa, é que ocorra um processo de alta gradual e lenta. Especialmente se os resultados das resseguradoras continuarem piorando.

Tempos difíceis

À primeira vista, a Willis Re observou que os resultados anuais das resseguradoras globais que foram divulgados no primeiro trimestre refletem um significativo impacto das catástrofes naturais do ano passado em seus lucros.

Porém, mais preocupante é o fato de que houve uma deterioração dos resultados. Assim também nas linhas não afetadas por furacões, enchentes, terremotos e incêndios florestais.

“Embora prevista já há bastante tempo, o impacto desta deterioração está agora impelindo praticamente todos os executivos (de resseguradoras) a tomar ações decisivas”, afirma o relatório.

“Isso é evidente em vários resseguradores e subscritores de linhas ‘specialty’. Eles estão incrementando os esforços para remodelar seus portfólios. Saindo de linhas de negócios que não dão lucro e implementando programas para cortar custos.”

De acordo com a Willis Re, a manifestação mais dramática deste processo é a volta de seguradoras primárias ao mercado de resseguro.  Muitas abandonaram o mercado nas décadas de 1990 e 2000.

Dessa forma, a corretora nota que muitas empresas que dependem dos mercados de pequenas e médias empresas estão vendo seus modelos serem afetados por novos canais de comercialização. Além de outras mudanças trazidas pela tecnologia ao setor.

Além disso, lucros menores fazem com que fique mais difícil para as resseguradoras diferenciarem suas ações de outros ativos disponíveis para os investidores nos mercados de capitais.

“Neste contexto, a compra de grandes empresas de resseguro que são bem geridas e transparentes, com sinergias em áreas que já fazem parte de seu portfólio, se torna atrativo (para as empresas do setor)”, diz o documento.

Variações de preços

No setor de danos à propriedade, as variações de preços mais significativas no primeiro trimestre ocorreram no Caribe. Região em que as taxas subiram até 35% em áreas com risco catastrófico.

Mas nos Estados Unidos, que também foram fortemente afetados por desastres naturais em 2017, os aumentos não passaram de 10%. Assim mesmo nas áreas de maior risco.

Segundo a Willis Re, as seguradoras tentaram emplacar reajustes bem mais altos do que isso para riscos catastróficos nos EUA. Porém, em geral, acabaram tendo que aceitar patamares inferiores a 10%.

As catástrofes tampouco afetaram a elevada capacidade disponível no mercado americano, que exerce forte influência sobre as tendências globais.

A incapacidade do mercado de fazer os preços subirem se refletem também em outras coberturas que tiveram perdas no ano passado, como os riscos cibernéticos. As tarifas para as coberturas cyber baixaram entre 5% e 10% nas renovações de abril.

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Negócio internacional alavanca resseguro local

O aumento do negócio internacional foi chave para os resultados apresentados pelas resseguradoras locais em 2017. Isso de acordo com relatório da Terra Brasis.

Segundo cálculos da empresa, com base em dados da Susep, o volume de prêmios captados no exterior pelas resseguradoras locais cresceu 57% no ano passado. Dessa forma chegando a R$ 2,26 bilhões.

O crescimento foi bem mais forte do que o registrado pelo volume total de prêmios cedidos às resseguradoras locais por clientes baseados no Brasil. Dessa forma, aumentou 7,9% para atingir R$ 7,97 bilhões.

Como um todo, o mercado de resseguros apresentou um incremento de 8,72%. Assim, somando R$ 11,06 bilhões em prêmios de resseguros. As cessões feitas diretamente por cedentes brasileiras ao mercado global chegaram a R$ 3,08 bilhões. Um incremento de quase 11%.

Retenção local

Os dados também indicam que a gradual reabertura do mercado de resseguros, com a redução da parcela de cessão local obrigatória, está tendo pouco efeito, até o momento, nos níveis de retenção local.

Se em 2016 as resseguradoras locais tinham 72,7% dos prêmios de resseguros cedidos por cedentes brasileiras, no fim do ano passado o número era de 72,1%, ou quase R$ 8 bilhões.

O estudo mostra que, no segundo semestre de 2016, a retenção local era de 80%. Porém, os níveis estão longe dos patamares atingidos em 2010. Foi quando caiu para pouco mais de 40% e convenceu o governo a adotar novas medidas restritivas. Por exemplo, como o direito de primeira recusa por parte das resseguradoras locais sobre 40% dos prêmios cedidos.

Considerando os prêmios captados no Brasil e no exterior, as resseguradoras locais fecharam o ano com R$ 10,231 bilhões. Volume dos quais R$ 3,955 bilhões, ou 38,7%, foram repassados para o mercado global por meio de contratos de retrocessão.

Já os prêmios cedidos em cosseguro caíram para R$ 2,2 bilhões no final de 2017. Ou seja,  2,9% menos do que no ano anterior.

Os dados analisados pela Terra Brasis mostram uma redução significativa da participação dos cosseguros no mercado de seguros gerais. Portanto, se em 2008 eles representam mais de 6% do mercado, no final do ano passado a proporção havia caído para 2,3%.

Lucros

Como em anos anteriores, a performance do mercado foi fortemente condicionada pelo IRB Brasil Re. A empresa fechou o ano com 33% dos prêmios de resseguro, e 45% do que foi captado pela resseguradoras locais.

Em contrapartida, as outras resseguradoras locais atuantes no país chegaram a uma participação de 40% no mercado. Enquanto 28% dos prêmios foram cedidos diretamente ao resseguro internacional.

O setor fechou o ano com um lucro agregado de R$ 1,3 bilhões, um valor 15% maior do que em 2016. Deste total, o IRB Brasil foi responsável por mais de 70%.

Um dos fatores que auxiliaram o mercado a melhorar seus resultados foi a queda da sinistralidade, que fechou o ano em 59%, contra 66% em 2016.

O IRB Brasil puxou a rentabilidade do setor com um índice de R0E, que mede a lucratividade de uma empresa, de 27,2%, consolidando sua posição como uma das resseguradoras mais rentáveis do mundo.

Mas, em comentário incluído no estudo, o diretor geral da Terra Brasis, Rodrigo Botti, observa que, em 2017 pela primeira vez as ressegudoras locais que entraram no mercado após o fim do monopólio do IRB, em 2008, conseguiram uma rentabilidade superior à do CDI.

Para Botti, isso reflete o amadurecimento das operações das resseguradoras locais, já que o negócio, por sua natureza, exige tempo para gerar lucros.

As empresas que entraram no mercado em 2008, por exemplo, tiveram um ROE de 11%, comparado com 9,8% em 2016.

Já as que começaram em 2014 ainda apresentaram um ROE negativo, de -1,2%, mas muito melhor do que os -13,8% do ano anterior. No total, a rentabilidade do setor não-IRB Brasil do mercado foi de 10,6%.

Por linhas

Em termos de linhas de negócio, a que mais que cresceu em 2017 foi a de seguros para pessoas, cujo volume de cessões pelas seguradoras brasileiras aumentou em 40%.

Outras linhas que tiveram bom desempenho foram riscos financeiros (aumento de 25%), automóveis (18%) e rural (12%).

Mas os efeitos do fraco desempenho da economia também foram sentidos pelo setor.

Linhas dependentes da atividade econômica, como os seguros aeronáuticos e de riscos especiais, mostraram significativas quedas nos volumes de cessão, com -20% e -22%, respectivamente.

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Gestão de sinistro evolui e ganha espaço no mercado

Alexander Mack, da AGCS
Alexander Mack, da AGCS

A gestão de sinistro está ganhando espaço no mercado segurador. Isso de acordo com executivos de seguradoras internacionais.

Isso significa, por exemplo, que os profissionais da área de gestão de sinistro, outrora relegados a entrar em ação somente quando o cliente sofria uma perda,  estão mudando. Agora estão cada vez mais envolvidos com o processo de subscrição da apólice. Bem como prevenção de riscos e prestação de serviços às empresas.

A mudança reflete o reconhecimento por parte do mercado. Dessa forma, salienta que a gestão de sinistros é a verdadeira vitrine de seus negócios. Uma vez que é a forma como se gere uma perda que define a percepção, por parte dos clientes, do real valor de uma apólice.

E também mostra que os subscritores estão preocupados em endereçar queixas comumente. Assim expressadas por clientes corporativos. Este,  muitas vezes sofrem para retomar seus negócios após sofrer uma perda complexa.

As conclusões se baseiam em uma série de entrevistas feitas no último ano. São entrevistas feitas  com os diretores de gestão de sinistro de algumas das principais seguradoras e resseguradoras do mundo. Igualmente, o tema das entrevistas foi a busca de maior eficiência para um processo. Historicamente, esse processo tendia a ser considerado secundário pelo mercado.

Este artigo trata do novo status que os departamentos de gestão de sinistros estão desfrutando. Principalmente nas empresas de seguro e resseguro. Na próxima semana, trataremos das inovações tecnológicas. São as inovações que buscam aumentar a eficiência desta importante função.

Não mais back office

Corinne Southarewsky, da Axa CS
Corinne Southarewsky, da Axa CS

“A gestão de sinistros passou por uma transformação nos últimos anos”. Isso segundo Alexander Mack, o diretor de Gestão de Sinistros da Allianz Global Corporate & Specialty, AGCS. “No passado, a gestão de sinistros era a principal tarefa dos departamentos de ‘Claims’. Agora isso mudou. A gestão de sinistros deixou de ser uma função de ‘back office’ para uma se tornar uma função estratégica, de contato com o cliente.”

Essa nova realidade implica que os profissionais da área já não devem mais ser chamados apenas no momento que ocorre uma perda. Pelo contrário. Seu engajamento deve começar já na hora em que os subscritores estão tentando convencer uma empresa a se tornar um cliente ou continuar trabalhando com a seguradora.

Eles devem preparar simulações de perdas. Assim também explicar para o cliente como, exatamente, um sinistro será administrado, caso venha a ocorrer. Além disso, devemcriar canais de comunicação para que o cliente não tenha dificuldades para contatar as pessoas corretas em uma emergência.

Segundo Mack, “A gestão de sinistros tem um grande impacto na decisão de um cliente corporativo que está escolhendo seu segurador”. Contudo, ele ressalta: “Os clientes que tiveram uma boa experiência de sinistros com a gente são cinco vezes mais inclinados a nos recomendar como subscritores que aqueles que não tiveram tal experiência.”

“Os clientes querem saber como seus sinistros serão geridos e pagos”, observou Stuart Willoughby, o diretor global de Gestão de Sinistros na resseguradora Scor. “A apresentação das nossas capacidades de gerar sinistros é parte da proposta que fazemos para os clientes.”

Relacionamento

Hannah Purves, da Markel International
Hannah Purves, da Markel International

Na visão de Corinne Southarewsky, a diretora global de Gestão de Sinistro da Axa Corporate Solutions, a construção de um bom relacionamento entre o cliente e os professionais que vão gerir eventuais sinistros, antes mesmo que uma perda aconteça, é fundamental para as seguradoras.

“Quando se lida com sinistros, as relações que se têm são muito importantes”, disse a executiva. “Você tem que lidar com seus clientes. E é necessário agir como um gestor de projetos para encontrar soluções para situações complicadas.”

Por esse motivo, em seu departamento, além do conhecimento técnico, a Axa CS valoriza, na hora de recrutar novos profissionais, habilidades como a facilidade de se relacionar com as pessoas. Bem como a capacidade de comunicação e outros talentos antes ignorados pela área.

“É muito importante que nossos experts na área de sinistros tenham a mente aberta para lidar com culturas diferentes”, exemplificou Southarewsky.

Isso porque a empresa lida com perdas que acontecem ao redor de todo o mundo. Por exemplo,  lidando com 150.000 sinistros anuais.

Novas expectativas

Por sua vez, Sharon Long, diretora de Gestão de Sinistro na seguradora londrina Neon, acredita que uma nova forma de lidar com o tema se impõe. Principalmente, devido à evolução das expectativas dos clientes.

Com um número crescente de empresas promovendo executivos que cresceram utilizando a internet e as redes sociais, antigas e vetustas práticas do mercado segurador precisam se adaptar à maneira como eles fazem negócios.

Fatores como a experiência que se têm ao lidar com a seguradora. Assim como honestidade, transparência e integridade ganham peso. Assim, se somam ao pagamento de uma perda como elementos que definem se um cliente seguirá ou não trabalhando com suas seguradoras, afirmou a executiva.

Esse é um dos motivos porque, na Neon, a busca de novos profissionais de gestão de sinistros se ampliou para além do tradicional grupo de especialistas na área. Da mesma forma, a empresa está fazendo um esforço para atrair gente com trajetórias que, em outros tempos, nem seriam consideradas pelo mercado.

“Outras seguradoras tendem a contratar as mesmas pessoas que têm estado no mercado ano após ano”, disse Long. “Nós estamos olhando mais adiante. E  isso exige trazer novas ideias, uma orientação para os nossos serviços. Meu mandado é de construir uma equipe de profissionais para dar serviço na área de sinistros que atua de maneira diferente à dos nossos competidores.”

Da mesma forma, a contratação e retenção de talento é, em realidade, um dos desafios enfrentados pelo setor. Porém, executivos dizem que várias seguradoras estão aproximando os níveis salariais de gestores de sinistros com os de subscriptores. O que torna a função mais atraente para jovens profissionais.

O poder de dizer sim

Outra prioridade para várias empresas do setor é combater a ideia de que as seguradoras estão mais preocupadas em não pagar um sinistro. Mais do que em cumprir com os compromissos expostos na apólice.

Por exemplo, na Markel International,  os profissionais da área de gestão de sinistro possuem mais autonomia para decidir que um evento está coberto pela apólice do que para negar o seu pagamento. Isso de acordo com Hannah Purves, diretora de Gestão de Sinistros da empresa.

“Enquanto todos membros da nossa equipe têm o poder de pagar um sinistro, apenas um de cada três pode decidir por declinar o pagamento”, afirmou.

Outra preocupação da empresa é assegurar que uma decisão sobre o pagamento de um sinistro seja tomada o mais rapidamente possível.

“Na Markel, nós vemos a gestão de sinistros como uma vitrine para a subscrição”, disse a executiva.

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Axa cria líder global, mas mercado reage mal

A onda de fusões e aquisições no mercado de seguros teve um desdobramento dramático com a anúncio de que a francesa Axa decidiu comprar a XL, baseada em Bermuda.

O presidente da Axa, Thomas Buberl, descreveu a transação como uma “oportunidade estratégica única”. Isso para mudar o perfil da empresa. Assim aumentando sua exposição ao mercado de seguros comerciais, em detrimento das linhas de vida.

A Axa afirma que o novo grupo será a maior seguradora especializada em linhas para empresas de todo o mundo.

Para tanto, aceitou pagar US$ 15,3 bilhões, ou R$ 50 bilhões, pelo grupo XL, uma tradicional seguradora e resseguradora global com forte presença nos Estados Unidos e no mercado de Londres. No Brasil, a combinação das duas companhias criará a sexta maior seguradora de empresas do mercado, de acordo com ranking elaborado por RSB.

Comunicado

A Axa afirmou em um comunicado que seu plano é reduzir sua exposição a linhas de seguros. Os resultados técnicos dessas linhas são mais sensíveis aos humores dos mercados financeiros. O plano agora é focar em áreas como os seguros para empresas. Dessa forma, cuja performance está mais ligada à qualidade da subscrição de riscos.

A estratégia deve ser complementada nos próximos anos com a IPO da unidade de seguros de vida e gestão de ativos da Axa nos Estados Unidos.

A empresa considera que a forte presença da XL no mercado corporativo dos Estados Unidos e em Londres, bem como sua relevância no segmento de grandes riscos, complementa a própria atividade de linhas comercais da Axa. A gigante tem uma presença importante no continente europeu e em linhas dedicadas a pequenas e médias empresas.

“A Axa do futuro verá seu perfil ser rebalanceado. Da mesma forma com foco em riscos do mercado de seguro e distanciando-se dos riscos financeiros”, disse Buberl em um comunicado. “O grupo XL tem a presença geográfica correta. Assim como equipes de primeiro nível com expertise reconhecida e reputação por criar soluções inovadoras para os clientes.”

Onda

Todavia, a aquisição segue uma série de transações similares em um mercado que parece ter retomado o apetite pelas grandes operações de consolidação. Principalmente após um par de anos mais sossegados.

Segundo a consultoria Conning, em 2016 e 2017, a ênfase do setor esteve em operações de menor porte . Elas visaram recalibrar os negócios das empresas com vistas a um futuro incerto.

Porém, as grandes transações que têm o objetivo de incrementar a presença de empresas em mercados com potencial de crescimento parecem estar de volta em 2018.

Por exemplo, em janeiro, a americana AIG já havia comprado o grupo Validus, baseado em Bermuda, por US$ 5,56 bilhões.

No final de fevereiro, foi a vez da Zurich anunciar uma aquisição. A empresa pagou US$ 409 milhões pelas operações na Américas Latina da australiana QBE.

Igualmente, o mercado parece estar disposto a adotar uma estratégia de crescer por meio de aquisições. Uma vez que tanto os resultados técnicos quanto os financeiros estão difíceis de decolar no atual cenário global.

Analistas consideram que outros subscritores baseados em Bermuda, que sofreram bastante com o longo período de preços baixos no mercado não-vida, constituem alvos suculentos para grandes grupos em busca de aquisições.

Reação negativa

Ainda assim, a reação de investidores à compra da XL pela Axa foi negativa. Isso, com a ação da empresa francesa despencando quase 10% logo após o anúncio.

Analistas expressaram dúvidas com respeito ao preço pago pela seguradora francesa, ademais de incertezas sobre as sinergias que serão criadas.

A gestora de ativos Macquarie qualificou o raciocínio por trás da operação como “pouco convincente”. Dessa forma, expressando dúvidas sobre a capacidade da XL de obter os resultados esperados pela Axa nas atuais condições de mercado.

Para chegar aos US$ 1 bilhão de lucros projetados, os analistas da empresa calculam que o índice combinado da XL teria que fechar o ano em 95%.

Mas em 2017, um ano difícil devido ao elevado número de catástrofes naturais, a empresa registrou 106,8%, notou a Macquirie. Mesmo em 2016, mais favorável em termos de perdas catastróficas, o índice combinado foi de 96,9%.

Já a agência de avaliação de crédito S&P observou que a Axa planeja financiar boa parte da aquisição. Isso com recursos levantados pela listagem em bolsa de sua unidade de seguros de vida americana.

Risco de perda

Contudo, caso esta operação seja menos bem-sucedida que o esperado, alertou a agência, os níveis de capital da seguradora francesa poderiam ser significativamente fragilizados.

A S&P também observou que há risco de perda de clientes por parte da XL após a operação. Especialmente no setor de resseguros. Uma vez que seguradoras que são rivais da Axa no mercado primário podem pensar duas vezes antes de continuar trabalhando com a empresa.

Mas a S&P concorda com a visão de que a aquisição tem valor estratégico para a Axa. Isso devido à presença da XL no mercado de grandes riscos. Da mesma forma levando em conta a complementaridade e potencial de ganhos de sinergia entre as duas empresas no mercado seguros comerciais não-vida.

A empresa francesa vai fundir sua unidade de seguros comerciais, Axa CS, à XL. Assim, formando uma operação com mais de US$ 15 bilhões em prêmios, dos quais um terço é formado por prêmios de resseguros.




Seguro de empresas cresce 6,8% graças a dois produtos

Seguro de empresas: duas linhas de negócio puxaram o carro e conseguiram superar a média de crescimento de toda a indústria seguradora em 2017.

Análise da Risco Seguro Brasil sobre os números consolidados da Susep no ano passado mostram que os prêmios de seguros de 38 linhas empresariais registraram um aumento de prêmios de 6,8% no ano passado. Isso comparado com 4,2% do mercado como um todo.

Da mesma forma, a performance foi também bastante superior à inflação, que fechou o ano passado em 2,95%, segundo o IPCA.

Todavia, dois produtos foram os grandes responsáveis pelo desempenho das linhas empresariais em 2017. O seguro garantia (setor público) cresceu 30%, enquanto que os riscos diversos se expandiram 23%.

Assim, das 38 linhas analisadas, 18 encolheram durante um ano marcado por uma lenta e ainda pouco convincente saída de vários anos de crise. Portanto, algumas, como a de riscos nucleares, até mesmo desapareceram do mapa.

As maiores

Em 2017, de acordo com a Susep, as linhas analisadas fecharam o ano com um volume de prêmios de seguros de R$ 16,83 bilhões.

Contudo, a lista não inclui os seguros agrícolas e nem as coberturas de vida e saúde coletivas pagas pelas empresas a seus funcionários.

Dessa forma, em 2016, o número era de R$ 15,78 bilhões. Assim, juntos, os produtos de seguro garantia e riscos diversos acrescentaram R$ 1 bilhão em prêmios, correspondendo à quase totalidade do aumento.

Essas duas linhas são, respectivamente, a segunda e a terceira maiores do mercado, com 14,2% e 14% do total de prêmios. A maior de todas, com 16,4%, é a de riscos nomeados e operacionais, que se expandiu em 5% no ano passado.

Por outro lado, a quarta maior, de compreensivo empresarial, apresentou pequena retração. Juntas, estas quatro linhas respondem por 57.3% do mercado de seguros para as empresas, conforme a definição da RSB.

Outros destaques

Assim ambém tiveram um desempenho positivo no ano passado, em termos de crescimento, produtos como crédito interno (24% de crescimento), lucros cessantes (19%), RC ambiental (27%) e crédito à exportação (55%).

Em contrapartida, a outra linha de seguro garantia, para o setor privado, cresceu 85%, mas ainda corresponde a menos de 10% da garantia para interações com o setor público.

Igualmente, esta última se beneficiou do aumento notável do uso de seguro garantia em substituição aos depósitos financeiros e garantias imobiliárias em processos judiciais.

Algumas linhas de seguro de transporte também se expandiram bem no ano passado, com crescimento de 17% nos seguros de responsabilidade civil para transporte e desvio de carga (RCF), que é uma das dez maiores do mercado.

Já os que mais perderam volume de prêmios foram produtos ligados a setores fortemente afetados pela longa recessão econômica.

Os seguros para riscos de engenharia e de petróleo encolheram 36% e 35%, respectivamente. Já os aeronáuticos murcharam 28%.

Também houve recuo em alguns produtos de transportes, como o seguros de RC para ônibus (-20%) e o facultativo para embarcações (RCF), com -15%.

Outra queda notável foi a dos seguros para satélites, que quase sumiram do mercado após minguar mais de 90% no decorrer do ano. Os seguros globais de banco, por sua vez, despencaram 55%.

As linhas pesquisadas:

Compreensivo empresarial
Lucros cessantes
Riscos de engenharia
Riscos diversos
Global de bancos
Riscos nomeados e operacionais
Riscos de petróleo
Riscos nucleares
Satélites
D&O
Riscos ambientais
RC geral
RC profissional
Transporte nacional
Transporte internacional
RC ônibus
RCFV ônibus
RC transporte de carga viagem internacional
RC transporte ferroviário de carga
RC viagem international de pessoas – Carta Azul
RC transporte aéreo de carga
RC transporte rodoviário de carga
RC transporte desvio de carga
RC transporte aquaviário de carga
RC operador de transporte multimodal
Stop loss
Crédito interno
Crédito à exportação
Garantia segurado – setor público
Garantia segurado – setor privado
Seguro compreensivo operadores portuários
RC facultativo para embarcações
Marítimos (cascos)
DPEM
RC facultativo para aeronaves
Aeronáuticos (cascos)
RC hangar
Responsabilidade explorador ou transporte aéreo

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Zurich cresce 54% em 2017 e é 3ª maior em linhas para empresas

A Zurich mostra crescimento, mas a Mapfre segue liderando o mercado de seguros para empresas no Brasil. Isso apesar de ter apresentado um recuo de 4% no seu volume de prêmios no ano passado.

A subsidiária da seguradora espanhola fechou o ano com R$ 1,87 bilhão em prêmios, ou 11,9% do mercado.

O segundo lugar do ranking elaborado anualmente pela RSB, a partir de dados da Susep, é ocupado pela Chubb. Da mesma forma, repetindo a performance de 2016.

Assim, a filial da gigante americana não apresentou variação significativa no volume de prêmios. Fechou o ano com R$ 1,5 bilhão, o equivalente a 8,9% do total.

Mas foi a Zurich a companhia que teve o desempenho mais destacado no setor de seguros nas empresas em 2017. Isso de acordo com o levantamento baseado em dados da Susep.\

Performance

Antes mesmo de assimilar a operação da QBE no Brasil, que foi adquirida pela seguradora suíça junto com a unidade latino-americana da sua rival australiana, a Zurich postou um crescimento de 54% no volume de prêmios nas 38 linhas de seguros pesquisadas.

Dessa forma, a performance foi o suficiente para alçar a empresa à terceira posição do ranking, com R$ 1,3 bilhão em prêmios seguro e uma fatia de 8% do mercado.

Igualmente, a assimilação da QBE, se tivesse ocorrido no passado, teria acrescentado outros R$ 67 milhões em prêmios ao portfólio da empresa. Portanto insuficiente para mudar sua posição no ranking.

Só para termos de comparação, em 2017, o crescimento orgânico da Zurich chegou a mais de R$ 450 milhões.

O top five de 2017 foi completado pela Sompo. A empresa cresceu 5,9% e chegou a R$ 1,08 bilhão, ou 6,4% do total,. Logo seguida pela Tokio Marine, cujo volume de prêmios encolheu 4%, chegando a R$ 1,02 bilhão, 6,1% do mercado de seguros para empresas.

Mais aquisições

Uma operação que terá mais efeito no ranking das maiores seguradoras de empresas no Brasil é a compra da XL Catlin. A empresa é sediada em Bermuda, pela francesa Axa.

Em 2017, a Axa, que vem investindo com ganas no país, registrou um aumento de 35,1% nas linhas pesquisadas, ocupando a décima colocação com R$ 632,7 milhões em prêmios.

Já a XL completou o ano na 20ª posição, com R$ 288,7 milhões, após um crescimento de 8%. Juntas, as duas teriam ficando em sexto no ranking.

Assim, as aquisições já ajudaram a Swiss Re Corporate Solutions a galgar posições. Igualmente após ter acertado uma joint venture com a Bradesco Auto/Re em 2016.

Portanto, com a assimilação de uma significativa parcela dos prêmios da sucursal de seguros corporativos do banco, a Swiss Re CS viu seus prêmios aumentarem em 138% e agora ocupa a 13ª posição no ranking.

Altos e baixos

Dessa forma, entre as 20 maiores do ranking, também merecem destaque as taxas de crescimento obtidas pela 10ª, AIG (21%), e a 12ª, HDI (36%).

Assim, entre as duas há um exemplo ainda mais notável de crescimento. Trata-se da Pottencial, muito atuante no setor de garantia e cujos prêmios aumentaram em 61% em 2017. Além disso, outra empresa focada em garantia, a Pan Seguros, cresceu 46%.

Em contrapartida, a sétima colocada foi a Allianz, que encolheu 5,9% nas 38 linhas pesquisadas. No entanto, não incluem seguros agrícolas ou coletivos de vida e saúde. (Veja a lista abaixo.)

Também apresentaram recuo, entre as 20 maiores, a Fairfax (-8,2%), a Aliança do Brasil (-11.9%), a JMalucelli (-3,1%) e a Seguros Sura (-22.4%).

Além, é claro, da Bradesco Auto/Re. A empresa, após transferir parte de seu portfólio à Swiss Re CS, teve uma redução de 21,8% no volume de prêmios. Assim fechando o ano na oitava colocação.

As linhas pesquisadas:

Compreensivo empresarial
Lucros cessantes
Riscos de engenharia
Riscos diversos
Global de bancos
Riscos nomeados e operacionais
Riscos de petróleo
Riscos nucleares
Satélites
D&O
Riscos ambientais
RC geral
RC profissional

Transporte

Transporte nacional
Transporte internacional
RC ônibus
RCFV ônibus
RC transporte de carga viagem internacional
RC transporte ferroviário de carga
RC viagem international de pessoas – Carta Azul
RC transporte aéreo de carga
RC transporte rodoviário de carga
RC transporte desvio de carga
RC transporte aquaviário de carga
RC operador de transporte multimodal
Stop loss

Créditos

Crédito interno
Crédito à exportação
Garantia segurado – setor público
Garantia segurado – setor privado
Seguro compreensivo operadores portuários
RC facultativo para embarcações
Marítimos (cascos)
DPEM
RC facultativo para aeronaves
Aeronáuticos (cascos)
RC hangar
Responsabilidade explorador ou transporte aéreo

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