Tsunamis matam mais de 250 mil em 20 anos, estima ONU
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- Rodrigo Amaral
- 14 de novembro de 2016
- Sem categoria
Instituição alerta para necessidade de tomar medidas de prevenção contra evento, que também acarreta risco de desastre nuclear
O risco de que um tsunami atingisse a Nova Zelândia nesta segunda-feira (14/11) colocou mais uma vez em evidência uma ameaça que é descrita pela ONU como a catástrofe natural mais mortal que existe.
De acordo com um estudo publicado em novembro, ao menos 94 tsunamis ocorreram nos últimos 400 anos. A maioria ocorreu na região dos oceanos Pacífico e Índico, mas outras áreas do globo – incluindo o oceano Atlântico – também registraram importantes eventos do tipo.
Os tsunamis estudados pelos pesquisadores da Universidade de Tóquio, no Japão, levaram em conta apenas os tsunamis que foram originados por terremotos com uma magnitude superior a 7,5 pontos na escala Richter e que geraram ondas de ao menos dois metros de altura.
Outro estudo calcula que 16 grandes tsunamis causaram quase 251 mil mortes em 21 países nos últimos 20 anos. A Indonésia, com 167.044 mortes, foi o país que mais sofreu com esta catástrofe no período. Em seguida vêm Sri Lanka (35.399), Japão (19.847) e Índia (16.389).
A ONU qualifica os tsunamis como os desastres naturais que mais matam no mundo.
Preocupantemente, a organização acredita que, se a frequência e a intensidade dos tsunamis se repetirem nas próximas duas décadas, o número de pessoas afetadas será 16% maior que no período anterior.
Os estudos foram divulgados durante o Dia Mundial de Conscientização sobre os Tsunamis, 5 de novembro, uma data criada pela Organização das Nações Unidas para fomentar medidas de prevenção contra os efeitos da catástrofe natural.
Além do potencial número de mortes que podem ocorrer, a ONU lembra que a catástrofe de Fukushima revelou outro grave risco ligado aos tsunamis: o de desencadear acidentes nucleares.
A organização lista mais de 70 usinas nucleares que foram ou serão construídas em áreas de risco de tsunami na Ásia. Trinta e oito delas estão na China, 19 no Japão e 14 na Coréia do Sul.
Força devastadora
As ondas geradas por este tipo de evento se deslocam em uma velocidade assustadora.
De acordo com os cientistas, no fundo do mar, elas podem se mover tão rapidamente quanto o vôo de um avião. Em áreas mais rasas, sua velocidade é comparável à de um automóvel.
Por esse motivo, é vital para as áreas de risco contarem com sistemas de alerta imediato para o caso de ser atingidas por um tsunami. No Japão, mesmo áreas distantes do epicentro do tremor que dá origem ao evento podem receber avisos em um período de três minutos. Na Tailândia, as autoridades levam sete minutos para disseminar os alertas.
Com tanta força, as ondas muitas vezes conseguem penetrar grandes distâncias nas áreas atingidas.
O tsunami de Sumatra, em 2004, entrou até 2 quilômetros no interior da região de Khao Lak, na Tailândia, e até 4 quilômetros em Banda Aceh, na Indonésia.
Em 2011, durante o tsunami do leste do Japão, as ondas chegaram a avançar 5 quilômetros na planície de Sendai.
Mortes
Por vezes, o número de mortes causadas por tais eventos pode ser muito superior às duas fatalidades ocorridas na Nova Zelândia.
O tsunami que varreu a costa leste do Japão em 2011, por exemplo, matou 18.453 pessoas, de acordo com o estudo.
Além disso, causou grande devastação física, incluindo o acidente nuclear na usina de Fukushima, e prejuízos estimados em mais de US$ 220 bilhões.
Já o gigantesco tsunami de 2004 no sul da Ásia deixou 227.899 mortos, o maior número de fatalidades registradas pelo estudo.
Outros eventos de grande porte listados pelos cientistas incluem um tsunami que atingiu o Peru em 1868, matando ao menos 25.000 pessoas, e o que se seguiu ao grande terremoto de Lisboa, em 1755, que deixou cerca de 50.000 vítimas mortais.
A tragédia portuguesa é o exemplo mais claro de que, ainda que os tsunamis tendam a acontecer mais na região dos oceanos Pacífico e Índico, eles também podem ter lugar no oceano Atlântico. Nenhum grande evento, porém, foi observado no Atlântico sul, que banha o Brasil.
Outra área de risco incluem o mar Mediterrâneo, o mar Negro e o Caribe. Na América do Sul, o Chile e o Peru são os países mais expostos.
Nova Zelândia
Nesta segunda-feira, a Nova Zelândia sofreu um terremoto de 7,5 pontos na escala Richter que gerou alarme de tsunami por todo o país.
Ao final, porém, os alertas foram rebaixados para eventos menos graves. Há notícias porém de que ondas de vários metros de altura causaram devastação em partes do país.
Vários tremores secundários ocorreram após o terremoto principal.
Dezenas de milhares de pessoas deixaram suas casas como medida de prevenção a um possível tsunami. O terremoto causou ao menos duas vítimas mortais.
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