Resseguro local cresce, mas cenário é desafiador, diz Terra Brasis
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- Oscar Röcker Netto
- 21 de outubro de 2016
- Sem categoria
IRB Brasil Re e exterior puxam crescimento de 15,2%, e lucro também sobe; relatório aponta que sinistralidade alta do setor pode ser insustentável
Impulsionados pelo exterior, os prêmios das resseguradoras locais brasileiras registraram um crescimento de 15,2% nos negócios, para R$ 10,6 bilhões, nos 12 meses terminados em junho de 2016, de acordo com relatório da Terra Brasis Re elaborado com dados da Susep. O lucro no primeiro semestre deste ano subiu, 14,5%, atingindo R$ 510 milhões.
Apesar dos dados positivos, a Terra Brasis avalia que “os números do primeiro semestre continuam a mostrar um cenário desafiador” para as resseguradoras locais.
O nível de sinistralidade de 90% registrado nos 12 meses é “bastante alto e dificilmente sustentável no médio prazo”, aponta o trabalho. “A alta sinistralidade foi compensada por ganhos com operações de retrocessão.”
“Tomamos com cautela a melhoria nos resultados, uma vez que a competitividade no mercado continua bastante alta e a sinistralidade permanece superior ao mercado internacional’, avalia Rodrigo Botti, diretor geral da Terra Brasis, na introdução do documento.
Desigual
Por trás dos números no geral positivos, encontram-se desempenhos distintos das companhias locais.
O IRB Brasil Re domina com folga o mercado e tem puxado vários resultados para o azul.
A principal resseguradora viu sua fatia do mercado local passar de 46% (no fim de 2015) para 52% em junho/16 (considerando resseguro bruto de comissão e retrocessão). Na mão contrária, as outras 15 locais passaram de 54% para 48% dos negócios.
A antiga estatal foi responsável por 81% (R$ 414 milhões) do lucro obtido pelas resseguradoras locais, enquanto as demais dividiram os R$ 96 milhões restantes no primeiro semestre.
O crescimento dos resseguros cedidos exclusivamente por seguradoras brasileiras, por sua vez, também se deve ao IRB. O volume foi de R$ 3,7 bilhões no primeiro semestre, alta de 7%, sendo que o volume de prêmios do IRB subiu 16%, enquanto que para as demais a queda foi de 1%.
A alta geral dos resseguros locais no primeiro semestre, considerando também as cedentes de fora, foi de 11,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo que as seguradoras brasileiras geraram um total de R$ 4,9 bilhões em resseguros cedidos. O volume de resseguros cedidos a resseguradoras offshore cresceu 25%
Considerando apenas os resseguros feitos por cedentes brasileiras, o IRB ficou com 38% do mercado (eram 33% no fim de 2015), enquanto todas as demais locais ficaram com 35% (eram 40%) e as offshores, com 27% (estável).
Em parte das análises, o estudo reforça que o bloco “Outras Resseguradoras Locais”, com o qual compara o IRB, não é homogêneo, o que torna a análise mais complexa.
Dinheiro de fora
O volume total de resseguros chegou a R$ 10,6 bilhões nos 12 meses terminados em junho de 16, contra R$ 9,2 bilhões no mesmo período anterior. Os resseguros vindos de cedentes brasileiras, no entanto, cresceram 6,9%, para R$ 7,6 bilhões, enquanto os transferidos por cedentes estrangeiras aumentaram 76%, para R$ 1,4 bilhão, aponta a Terra Brasis.
Com esse salto internacional, os negócios externos representaram no período 15,1% do total recebido, contra 9,8% no mesmo período do ano anterior.
A sinistralidade em 12 meses subiu um ponto porcentual, para 90%
O Índice Combinado, que mede o resultado operacional, para o conjunto das resseguradoras locais teve melhora, caindo de 107,5% para 100,2% no acumulado de 12 meses em relação ao período anterior, destaca o estudo. Abaixo de 100% significa lucro com a operação em si.
Novamente, o IRB se destaca. No primeiro semestre teve um índice em torno de 92% enquanto as demais chegaram a quase 110%.
Já o índice de despesas administrativas (incluindo impostos) teve “uma melhora significativa” para o conjunto das empresas, ficando 11,5%, contra 18% no mesmo período anterior.
Seguro
No segmento que aborda o mercado de seguros gerais, a Terra Brasis avalia que os dados do primeiro semestre do ano mostram “os primeiros sinais de recuperação, revertendo o ritmo de queda no crescimento registrado desde o fim de 2013”.
No acumulado de 12 meses, o mercado brasileiro gerou R$ 87,8 bilhões em prêmios de seguros. um crescimento de 3,2%.
Houve uma piora na sinistralidade, que passou para 50,4%, contra 49,5% no mesmo período anterior.
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