Novas tecnologias podem facilitar criação de mais seguradoras
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- Rodrigo Amaral, rodrigo@riscoseguro.com.br
- 29 de maio de 2019
- Sem categoria
As soluções paramétricas e outras tecnologias como o blockchain e a inteligência artificial podem ajudar novos atores a entrar no mercado de seguros.
Esta pelo menos é a expectativa da fintech suiça Etherisc. A empresa desenvolve sistemas informatizados open source para startups do setor.
A Etherisc coloca à disposição de seus parceiros sistemas baseados em novos dispositivisos. São tecnologias como blockchain, inteligência artificial e soluções paramétricas para que elas mesmas desenvolvam seus planos de negócio e comecem a atuar no setor.
Por exemplo, um grupo de estudantes de computação de Porto Rico está se valendo dos sistemas da Etherisc. A princípio, o objetivo é criar uma cobertura paramétrica contra furacões. A cobertura é baseada em índices de velocidade do vento. A ideia surgiu após Porto Rico ter sido devastado por furacões em 2017.
Automação
Para Stephan Karpischek, as novas tecnologias criam as condições ideais para descentralizar o processo de seguros. Assim como facilitar a entrada de novos atores no mercado.
Isso porque ele permite a coleta de dados necessária para soluções paramétricas. Bem como sua manipulação através de sistemas baseados na tecnologia blockchain, que permite o compartilhamento seguro de informações.
“Com o nosso modelo geral de seguros, as empresas são capazes de escolher seus próprios provedores de dados, os gatilhos e os parâmetros para seus modelos de risco”, disse Karpischek.
“A partir daí, elas podem desenvolver seus próprios negócios com a tecnologia blockchain, mesmo sem saber muito sobre os detalhes técnicos.”
Obstáculo regulatório
Um obstáculo que estes novos atores podem enfrentar, porém, é a questão regulatória.
Em vários países, as autoridades supervisoras podem torcer o nariz para a ideia de que um produto tão simples seja chamado “seguros”, observou Karpischek.
Porém, ele acredita que nada impede as empresas inovadoras de utilizar outras denominações para mecanismos de transferência de risco. Por exemplo, de produtos financeiros como os derivativos.
“O maior obstáculo no momento atual é regulatório”, disse ele. “Tecnicamente, trata-se de algo simples, se você não o chama de seguros.”
Parceria no Sri Lanka
Em uma experiência similar, a mescla das soluções paramétricas com a tecnologia blockchain e inteligência artificial está na origem da insurtech britânica Skyline Partners.
Sob o mesmo ponto de vista, a empresa desenvolveu um modelo de distribuição de seguros aliado à gestão de sinistros. A métrica está sendo testada em comunidades de pequenos agricultores no Sri Lanka.
Elaborado em parceria com a corretora Aon, o modelo prevê o pagamento automático de indenizações aos segurados se a apólice for acionada por excesso de chuvas ou secas.
Eu escolho
Quando estiver plenamente operacional, o produto deve permitir que os próprios agricultores elejam os tipos de eventos meteorológicos dos quais desejam proteção.
O processo de subscrição é baseado nos dados coletados sobre as regiões cobertas pela apólice. Assim, sua simplicidade permite que as coberturas sejam comercializadas através de fornecedores de implementos agrícolas.
“As soluções paramétricas são as mais adequadas para as mudanças pelas quais o mercado está passando neste momento. Elas podem ser totalmente automatizadas e a transferência de riscos pode ser feita quase que à perfeição”, disse Laurent Sabatié, co-fundador da Skyline Partners.
“Quando se tem acesso a dados confiáveis, é possível analisá-los antecipadamente. Bem como elaborar produtos sob medida exatamente como os clientes querem.”
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