Megaprojeto deve gerar US$ 34 bilhões em prêmios de seguros
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- Rodrigo Amaral
- 19 de outubro de 2016
- Sem categoria
Maior parte dos novos negócios deve ser ficar com seguradoras chinesas, que formam o 2º maior mercado do mundo, aponta Swiss Re
Um ambicioso plano de investimentos em infraestrutura do governo chinês deve gerar US$ 34 bilhões em prêmios de seguro até 2030 – mas a maior parte do bolo deve ser abocanhada pelas seguradoras locais.
Os segmentos que devem ser beneficiados pelos megainvestimentos devem ser sobretudo os seguros de engenharia e patrimoniais, mas ramos como responsabilidade civil e riscos marítimos também devem receber um significativo impulso.
Estas são algumas das previsões feitas pela resseguradora Swiss Re em um estudo sobre o projeto chinês de construir novas linhas de comunicação viária e marítima e expandir rotas existentes que unem o país a outras economias da Ásia, da África e até da Europa.
O estudo avalia as implicações econômicas e para o mercado de seguros do programa de investimentos “Um Cinturão Econômico, Uma Estrada”, que foi lançado pelo governo do presidente por Xi Jinping em março de 2015.
O programa visa aprimorar a conexão de transportes terrestres e marítimos entre a China e mercados como a Rússia, a Mongólia, o Irã, a Turquia, a Índia e outras partes da Ásia Central e do Oriente Médio.
Os investimentos também incluem projetos para expandir as conexões ferroviárias da China com a Europa, estendendo linhas férreas que hoje chegam até Roterdã, na Holanda, a outros portos europeus. Oleodutos e linhas de fibra óptica unindo a China com países como o Paquistão também fazem parte do programa.
Uma vez concluído, espera-se que o programa melhore as conexões da China com 64 outros países, atingindo 62% da população e 30% do PIB globais.
Investimento trilionário
Os projetos já anunciados pelo governo chinês implicam investimentos de US$ 1,2 trilhão, segundo estimativas da Swiss RE.
Como resultado desses investimentos, US$ 7 bilhões em prêmios de seguros ligados aos projetos devem ser gerados nos próximos anos.
A Swiss Re estima que mais investimentos que devem ser anunciados nos próximos anos podem criar mais US$ 27 bilhões em prêmios ligados ao programa.
A perspectiva de lucros para o setor segurador e ressegurador é portanto significativa, ainda que a empresa suíça estime que os subscritores chineses devam ficar com US$ 21,5 bilhões do total de US$ 34 bilhões em prêmios de seguros a serem gerados.
Segundo os autores do estudo, os recursos a serem investidos nos projetos de infraestrutura devem ser providos por vários organismos do governo chinês e dos países beneficiados.
Mas também devem participar bancos privados, seguradoras e resseguradoras e organizações multilaterais como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, o Fundo da Rota da Seda e o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS. O Brasil faz parte deste último.
Segunda maior do mundo
A Swiss Re espera que os investimentos em infraestrutura sigam dando um forte impulso à indústria chinesa de seguros corporativos, que, segundo os autores, já é a segunda maior do mundo.
Nos últimos dez anos, o setor cresceu a uma média anual de 17,9%, chegando a US$ 56,4 bilhões em prêmios, ou 42% do total dos seguros não-vida no país.
Para fins de comparação, o mercado brasileiro de seguros fechou 2015 com um volume global de prêmios, tanto vida como não-vida, de US$ 24,5 bilhões.
Os riscos de engenharia devem receber uma bolada de US$ 10,4 bilhões em novos prêmios para as seguradoras chinesas, enquanto que os patrimoniais devem crescer US$ 7,6 bilhões.
A Swiss Re estima que US$ 4,1 bilhões em prêmios de seguros marítimos resultem dos investimentos para as seguradoras locais, enquanto que as linhas de responsabilidade civil devem ganhar US$ 300 milhões em novos prêmios, e outros US$ 600 milhões de seguros de crédito à exportação derivados do aumento do comércio da China com outros países beneficiados pelo programa.
Clique aqui para ler o relatório da Swiss Re em inglês.
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