JLT prevê novo impulso para o seguro a partir de 2018
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- Oscar Röcker Netto, em São Paulo
- 26 de agosto de 2016
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Para CEO Rodrigo Protásio, efetivação do governo e novas leis de licitações e concessões devem beneficiar infraestrutura e demanda por coberturas
A retomada da economia brasileira deve ocorrer em 2017, e a partir de 2018 o crescimento deve ficar na casa de 2,5% a 3,5% ao ano, o que deverá resultar em novo impulso para o setor de seguros, na avaliação de Rodrigo Protásio, CEO da corretora de resseguros JLT.
Com a efetivação do governo interino de Michel Temer, ele acredita em mudanças nas leis de concessões e de licitações que devem permitir o desenvolvimento de novas linhas de negócios e a entrada de novos cedentes na área de contratos.
Protásio prevê que haverá novas demandas em infraestrutra, logística, PPPs (parcerias público-privadas) e capital financeiro (seguros Garantia e Crédito).
A crise atual atingiu em cheio o setor de seguros para infraestrutura. Segundo dados da Susep, no primeiro semestre deste ano houve queda de 31,2% (para R$ 220 milhões) nos prêmios diretos de Riscos de Engenharia, por exemplo, em comparação com o mesmo período de 2015.
“Tivemos um desempenho pífio [em infraestutura]”, afirmou ele a Risco Seguro Brasil. “O que performou em Garantia foi o Garantia Judicial, quase não tivemos obras; o que teve em Riscos de Engenharia foram basicamente endossos de obras anteriores. Sem a volta do crescimento não vamos quebrar esse ciclo vicioso.”
De acordo com Protásio, o país parou de investir em infraestrutura nos últimos 24 meses. “Um grande impulso para o crescimento passa pela revisão da lei, que precisa ficar menos xenófoba; isso ajudaria muito a destravar os investimentos do exterior para cá.”
Garantia ampliado
Para ele, a ampliação do seguro Garantia dos atuais 5% das obras para 30%, mudança que está em discussão no Congresso Nacional, demandará mais capacidade do mercado e, consequentemente, mais resseguro. “O mercado está bem alinhado para isso”, diz. “Pode ter lobby [contra] de algumas empreiteiras que não querem [a mudança] porque estão agora com dificuldade de obter limites muito altos, mas é uma mudança necessária”
O CEO da JLT, cuja matriz fica em Londres, acredita que a mudança pode ajudar a mudar a forma como são feitas as obras públicas até agora no Brasil, e que gerou situações como as expostas pela Operação Lava Jato. “O pessoal vivia viciado em aditivo contratual, a obra começava nas coxas, com um processo básico mal aprovado e depois se fazia um aditivo. Isso não funciona e precisa mudar. O seguro pode ajudar neste processo.”
Para os compradores de seguros, Protásio diz que a “boa notícia” é que o mercado deve continuar soft por mais um tempo, com tarifas baixas decorrentes da grande oferta de capital no mercado global e taxas de juros baixas (ou mesmo negativas) nos países desenvolvidos.
Ele, no entanto, vê o fim do ciclo soft no momento em que os Estados Unidos aumentarem sua taxa básica de juros, que deverá reduzir a liquidez global e diminuir a capacidade ofertada pelo mercado segurador.
Energia
O executivo, que participou do XV Encontro Anual do Comitê do Setor Elétrico da Associação Brasileira de Gerenciamento de Riscos (ABGR), realizado em São Paulo entre 24 e 26 de setembro, diz que o crescimento demandará mais energia elétrica — o que deve tirar o setor da situação de excesso de oferta em que se encontra atualmente.
Um crescimento do PIB entre 2,5% e 3,5% vai demandar por ano 3.000 MW de energia, diz o executivo, o que equivale a uma nova usina de Jirau (obra localizada em Rondônia que tem capacidade de produzir 3.800 MW).
Ele afirma que a expansão das fontes renováveis (como eólicas) ganhará força e defende que a política para usinas nucleares seja repensada no país. “(A energia nuclear) precisa ser desmilitarizada. Há empresas que podem atuar de maneira muito eficiente nesta área.”
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